Solicitações podem ser feitas pelo aplicativo Caixa Tem

 

Por Agência Brasil

Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou hoje (28) que mais de 1,5 milhão de pessoas já solicitaram o novo microcrédito anunciado mais cedo pelo banco.

 

Com ofertas entre R$ 300 e mil reais para pessoas físicas e R$ 1,5 mil a R$ 3 mil para microempreendedores individuais (MEIs), a linha pode ser solicitada diretamente por aplicativo ou pelas agências da Caixa.

 

Para realizar a operação, o usuário do aplicativo Caixa Tem deverá atualizar a versão do programa por questões de segurança, informou Guimarães. A solicitação de crédito atualmente encontra-se em destaque, logo na primeira tela do Caixa Tem.

 

“Estamos impressionados. Esperamos 5 milhões de pessoas, mas nessa velocidade que tivemos hoje, em alguns dias já teremos um número superior. Lembrando que há necessidade de análise de crédito de 10 dias”, informou.

 

Guimarães esclareceu, ainda, que mesmo pessoas com cadastro negativado em órgãos de proteção ao crédito podem solicitar a linha especial.

 

Casa própria

O presidente da Caixa também falou sobre novas medidas de crédito imobiliário para pessoas com deficiência. A Caixa oferece financiamentos para esse grupo de 4,5% ao ano + taxa referencial (TR), com renda mínima de R$ 3 mil ao mês. Pedro Guimarães explicou que, além da aquisição, o crédito também pode ser utilizado para reformas e remodelações de imóveis já adquiridos. Para esta modalidade de financiamento, o valor máximo é de R$ 50 mil.

 

Caixa lança crédito Caixa Tem SIM Digital

 

A Caixa promoveu evento virtual nesta segunda-feira (28) para divulgar a modalidade de crédito Caixa Tem SIM Digital, disponibilizado hoje. Esse tipo de financiamento é voltado a empreendedores, incluindo a categoria de microempreendedor individual (MEI).

 

Os empreendedores abarcam pessoas físicas que desenvolvem algum tipo de atividade produtiva ou prestam algum serviço. Os valores são de R$ 300 a R$ 1 mil, com prazo de até dois anos e juro de 1,95% ao mês.

 

A solicitação tem que ser feita por meio do aplicativo Caixa Tem. A opção é Crédito Caixa Tem. É preciso realizar a atualização cadastral no app. A equipe do banco tem até 10 dias para avaliar a requisição.

 

A pessoa interessada tem que informar qual será a finalidade do empréstimo. É possível fazer uma simulação do financiamento para saber quanto custarão as parcelas. O dinheiro será creditado na conta Caixa Tem. Todos os bancos podem realizar a operação.

 

Já os MEIs, outro público do crédito, são pessoas físicas que oferecem serviços com remuneração anual de até R$ 81 mil. Os valores solicitados podem ser de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. O prazo também é de dois anos e os juros são de 1,99% ao mês. Nesse caso, o pedido tem que ser feito em uma agência.

 

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou que em alguns meses essa opção pode estar disponível no aplicativo, mas que por enquanto o procedimento ainda demanda a ida a uma agência.

 

Nos dois casos, poderão acessar o crédito pessoas que estejam “negativadas”. O termo é utilizado para designar cidadãos e empreendedores com dívidas, condição que muitas vezes dificulta a tomada de empréstimo.

 

Crédito consignado e Auxílio Brasil
As pessoas que recebem o Auxílio Brasil também poderão tomar empréstimos tendo o benefício como garantia. Contudo, essa alternativa ainda demanda um detalhamento das regras pelo Ministério da Cidadania.

 

“Para os beneficiários do Auxílio Brasil, não há análise de crédito e todos os bancos podem operar. O limite de desconto é de 40% do benefício. Mas ainda depende da regulamentação do Ministério da Cidadania, o que significa dar limites de prazo, de juros e a própria habilitação das instituições financeiras”, disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

 

 

Posted On Terça, 29 Março 2022 05:40 Escrito por

A demissão de Milton Ribeiro do Ministério da Educação nesta segunda-feira (28) foi mais um caso de crise no governo de Jair Bolsonaro (PL) que acaba com a saída de um ministro.

 

Com Estadão

 

Ribeiro sai para amenizar a pressão sobre o presidente. Ele se tornou alvo de grande pressão após a revelação de indícios de um esquema informal de obtenção de verbas envolvendo dois pastores sem cargo público.

 

Prefeitos apontam que uma espécie de balcão de negócios no MEC seria operado pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ligados a Bolsonaro, e priorizava a liberação de valores para gestores próximos a eles e a prefeituras indicadas pelo centrão, bloco político de sustentação ao governo.

 

Relembre outros ministros demitidos em meio a crise no governo:

 

GUSTAVO BEBIANNO

 

O titular da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, foi o primeiro ministro a ser demitido, em 18 de fevereiro de 2019.

 

Bebianno se tornou o centro de uma crise instalada no Palácio do Planalto depois que a Folha revelou a existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral. O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção.

 

O ex-ministro morreu na madrugada do dia 14 de março de 2020, aos 56 anos. Segundo amigos da família, ele sofreu um infarto em seu sítio, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, e morreu por volta das 5h30 em um hospital da cidade.

 

RICARDO VÉLEZ RODRIGUEZ

 

Depois foi a vez de Ricardo Vélez Rodríguez ser demitido da Educação em 8 de abril de 2019. A saída dele ocorreu em meio a uma crise envolvendo disputas entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho. No lugar de Vélez, entrou Abraham Weintraub, da ala ideológica dos bolsonaristas.

 

Na época, Vélez disse que a imprensa passava uma imagem de que nada funcionava no MEC, o que, segundo ele, não seria verdade. "Mentira se combate com fatos", disse o ministro.

 

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ

 

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi demitido do comando da Secretaria de Governo da Presidência da República em junho de 2019.

 

Desde que chegou ao Planalto, Santos Cruz se envolveu em seguidas crises com os filhos do presidente, além de um embate com o escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro. A comunicação do governo era um dos principais pontos de disputa.

Após sua saída, o general divulgou uma carta com agradecimentos e desejou "saúde, felicidade e sucesso" a Bolsonaro "e seus familiares". O presidente, por sua vez, informou que a demissão "não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo".

 

LUIZ HENRIQUE MANDETTA

 

Na pandemia, ​o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) foi demitido em abril de 2020 pelo presidente Jair Bolsonaro, após um longo processo de embate entre eles diante das ações de combate ao coronavírus.

 

A relação entre Bolsonaro e Mandetta estava desgastada por divergências na condução do combate à pandemia do coronavírus. Seu sucessor, Nelson Taich, pediu demissão a dois dias de completar um mês no cargo, em maio de 2020.

 

Em sua breve passagem pelo cargo, Teich teve seu poder como ministro minimizado pelo presidente Bolsonaro. A divergência sobre o protocolo do uso da cloroquina no combate ao coronavírus, porém, foi considerada a gota d'água para a queda dele.

 

SERGIO MORO

 

Antes dele foi a vez de Sergio Moro em abril de 2020.

 

Ao anunciar sua demissão do governo federal, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, apontou fraude no Diário Oficial da União no ato de demissão de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal e criticou a insistência do presidente Bolsonaro para a troca do comando do órgão, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.

 

Moro afirmou que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. "Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho." E disse que "sempre estará à disposição do país".

 

ABRAHAM WEINTRAUB

 

Weitraub durou 14 meses no cargo e saiu em junho de 2020, em uma gestão coroada por controvérsias, insultos disparados contra os mais variados alvos, anúncio de projetos que não andaram, derrotas no Congresso, ausência de diálogo com redes de ensino e falta de liderança nos rumos das políticas públicas da área.

 

Foi contra o Supremo Tribunal Federal, porém, que o ex-ministro cruzou limites legais e institucionais, exacerbando declarações anteriores ao comparecer a um protesto em Brasília.

 

No encontro com manifestantes, sem citar ministros do STF, Weintraub voltou a usar a palavra "vagabundos", em uma referência a afirmação dele na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, em que disse: "Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".

 

MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO

 

No começo de dezembro de 2020, o presidente Bolsonaro demitiu o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

 

Pivô do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, caso revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, Álvaro Antônio foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa —com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.

 

A decisão pela exoneração foi tomada após Álvaro Antônio ter enviado uma mensagem em um grupo interno do governo, acusando o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de ser "traíra" e de negociar com o Congresso "a um preço altíssimo".

 

"Houve excesso, mas está resolvido. Infelizmente nós exoneramos o ministro Marcelo Álvaro Antônio, mas ele continua amigo nosso e no quê pudermos ajudá-lo, ajudaremos", disse Bolsonaro durante uma live um dia depois da demissão.

 

RICARDO SALLES

 

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão ao presidente Bolsonaro em junho de 2021.

 

Sua gestão foi marcada por ações contrárias ao objetivo da pasta, que é a preservação ambiental. Em dois anos e meio no cargo, enfraqueceu ou destruiu mecanismos de proteção das florestas, minimizou o impacto das queimadas, combateu quem fiscalizava infratores e reduziu a participação da sociedade civil na elaboração e implementação de políticas para o setor.

 

Salles pediu demissão quando virou alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por operação da Polícia Federal que mira suposto favorecimento a empresários do setor de madeiras por meio da modificação de regras com o objetivo de regularizar cargas apreendidas no exterior. Joaquim Pereira Leite, secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, foi nomeado como novo ministro.

 

Posted On Terça, 29 Março 2022 05:37 Escrito por

O ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) e o presidente do partido, Carlos Lupi, afirmaram nesta segunda-feira, 28, que retomaram negociações com o União Brasil em busca de uma aliança para a eleição deste ano. De acordo com Lupi, o partido tem acordos avançados com a nova legenda, fusão do PSL e DEM, em cinco Estados: Bahia, Maranhão, Ceará, Goiás e Mato Grosso.

 

Por Rayanderson Guerra

 

"Eu vejo o Ciro como a nova via. Nada disso de terceira via. Voltamos a conversar com o União Brasil na semana passada. Temos alianças em Estados estratégicos. Estamos juntos no Maranhão, provavelmente no Ceará, Goiás, Mato Grosso, na Bahia e queremos essa aliança no Rio", disse Lupi.

 

O pré-candidato ao Planalto diz que não vê empecilhos em negociar uma aliança com o presidente do PSL, Luciano Bivar, mas a conversa ainda precisa avançar a nível nacional. Na semana passada, Ciro e Lupi almoçaram com Bivar e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, dois dos principais nomes da nova legenda. Uma parte do União Brasil defende a aproximação com o pedetista.

 

Para selar o acordo, Ciro e Lupi aguardam uma sinalização dos líderes, e conversam reservadamente com integrantes da nova legenda nos Estados. No Rio, a cúpula do PDT aposta na aliança com o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD) e pressionam para que o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves seja o escolhido para liderar a chapa ao governo fluminense.

 

Ciro fala em recomprar ações da Petrobras

Horas após o presidente Jair Bolsonaro demitir o general da reserva Joaquim Silva e Luna do comando da Petrobras, Ciro afirmou que "Bolsonaro especializou-se em entupir com mentiras e enganação aquilo que é responsabilidade dele". O pedetista, que participou da cerimônia de filiação de novos militantes ao PDT, disse ainda que caso eleito, pretender revogar a política de preços por paridade de importação (PPI) da Petrobras e ordenar a recompra, pelo governo, das ações de acionistas minoritários até que a companhia seja a detentora de 60% do capital total. As medidas serão tomadas por meios de dois editais que o pedetista pretende convocar nos primeiros dias de governo.

 

A PPI é uma política orientada pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio, como o preço do dólar. A alta da moeda no mercado brasileiro tem sido um dos motivos que tem levado o preço dos combustíveis aos atuais patamares.

 

 

 

 

Posted On Terça, 29 Março 2022 05:32 Escrito por

O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, nesta segunda-feira, em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis e depois de diversas críticas feitas pelo governo à estatal.

 

Com Agências

 

O anúncio ainda não foi feito, mas isso deve ser confirmado nas próximas horas, de acordo com interlocutores do Palácio do Planalto.

 

De acordo com fontes próximas ao governo federal, o economista Adriano Pires, especialista do setor de óleo de gás, é o mais cotado para assumir o cargo.

 

Silva e Luna já foi avisado que será demitido. Para isso, o governo encaminhará à Petrobras uma lista de nomes para fazerem parte do Conselho de Administração da Petrobras. Dessa lista não constará o nome de Silva e Luna.

 

Os acionistas da Petrobras se reúnem no próximo dia 13 para confirmar os novos nomes ao Conselho, incluindo o seu novo presdiente, Rodolfo Landim (presidente do Flamengo).

 

Para ser presidente da Petrobras é necessário fazer parte do Conselho de Administração. Sem o nome nessa lista, Bolsonaro é automaticamente substituído.

 

Silva e Luna tem, oficialmente, um mandato de dois anos, que só venceria no ano que vem. Mas isso não impede a troca, segundo fontes do governo, porque o Conselho precisará ser renovado já que seu atual presdiente, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, pediu para deixar o cargo. Com isso, abre-se a vaga de todos os conselheiros ao mesmo tempo, conforme o estatuto da Petrobras, deixando o caminho livre para o governo trocar Silva e Luna.

 

Esta é a segunda troca na Petrobras em pouco mais de um ano, tendo a mesma causa: o preço dos combustíveis.

 

Primeiro presidente da Petrobras na gestão Bolsonaro, Roberto Castello Branco deixou o cargo em fevereiro do ano passado, sendo substituído pelo general da reserva Silva e Luna.

 

Com menos de um ano efetivamente no cargo, Silva e Luna deixou o posto por não concordar com a mudança na política de preço da estatal. Essa política repasssa para o mercado interno as variações do dólar e do barril de petróleo. Este último disparou, por conta da guerra na Ucrânia, fazendo aumentar a pressão por reajustes nos combustíveis no país.

 

As sanções ocidentais à Rússia causadas pela invasão da Ucrânia fizeram o barril de petróleo disparar num primeiro momento (mesmo que agora esse valor já tenha voltado ao nível pré-guerra).

 

Por conta desse aumento, a Petrobras anunciou uma alta de 18,77% na gasolina e de quase 25% no óleo diesel, gerando uma insatisfação generalizada no governo e no Congresso.

 

Bolsonaro fez diversas críticas à Petrobras nos últimos dias. Revelou que o governo federal foi avisado antecipadamente que a Petrobras iria realizar um reajuste no preço dos combustíveis, que foi anunciado na quinta-feira passada. Bolsonaro disse que foi feito um pedido para que a empresa adiasse por um dia o aumento, mas afirmou que essa solicitação não foi aceita.

 

O presidente disse que o pedido foi feito de forma não oficial porque poderia classificar interferência na empresa:

 

— A (recusa da) solicitação feita, não oficialmente, porque não podemos interferir na Petrobras nem vamos interferir, de atrasar um dia o anúncio do pagamento, isso pegou muito mal aqui em Brasília.

 

Bolsonaro também classificou o reajuste como um "crime" cometido pela Petrobras.

 

— Por um dia, a Petrobras cometeu esse crime contra a população, esse aumento absurdo no preço dos combustíveis. Isso não é interferir na Petrobras, a ação governamental. É apenas bom senso. Poderiam esperar — disse.

A saída ocorre num momento de irritação de Bolsonaro com Silva e Luna, mesmo o presidente tendo sido aconselhado por auxiliares e ministros a mantê-lo no cargo.

 

Assessores vinham dizendo ao presidente que a troca do comando da empresa não teria efeito algum, já que o substituto não teria autonomia para mexer sozinho na política de preços da estatal.

 

A Petrobras transfere para o consumidor interno os custos do barril de petróleo no mercado internacional e da cotação do dólar.

 

A política de preços está registrada em documentos internos e pela governança da Petrobras, que só podem ser alterados pelo Conselho de Administração (onde o governo tem maioria).

 

Militares do governo vinham conseguindo segurar Silva e Luna no cargo. Como mostrou a colunista do GLOBO Malu Gaspar, porém, esses ministros não gostaram da reação do presidente da Petrobras, Joaquim da Silva e Luna, e do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, às declarações de Bolsonaro sobre alta de preço dos combustíveis.

 

Vários desses ministros, especialmente o general Braga Netto, têm repetido em conversas com aliados que Silva e Luna não cumpriu a missão para a qual foi convocado e não deveria estar respondendo a presidente publicamente.

 

Posted On Segunda, 28 Março 2022 17:32 Escrito por

Investigado por suspeita de envolvimento com pastores que cobravam propina para intermediar recursos para escolas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou o cargo ao presidente Jair Bolsonaro.

 

Com Estadão Conteúdo

 

Em carta ao presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Educação disse que as reportagens revelando corrupção na sua Pasta "provocaram uma grande transformação em sua vida". Ele pediu que as suspeitas de que uma pessoa próxima a ele "poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigados com profundidade". Ribeiro deixa o cargo dizendo estar "de coração partido".

 

O pedido de demissão ocorre no mesmo dia em que o Estadão revelou que em evento do MEC foram distribuídas Bíblias com fotos do ministro, que para especialistas ato pode ser enquadrado como crime. A derrocada do ministro começou no dia 18 deste mês, após publicação da primeira reportagem do Estadão sobre o gabinete paralelo no gabinete de Ribeiro com atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

 

Na carta, diante dos fatos, Ribeiro disse que decidiu pedir exoneração com a finalidade de "de que não paira nenhuma incerteza sobre sua conduta."

 

Segundo o ministro, ele quer "mais do que ninguém, uma investigação completa e longe de qualquer dúvida acerca de tentativas dele de interferir nas investigações". O ministro disse que seu afastamento "é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política que exigem de mim um senso de País maior do que quaisquer sentimentos pessoais". Encerra a carta com o "até breve" prometendo voltar se sua inocência for comprovada. A decisão foi tomada após o Estadão publicar uma série de reportagens revelando atuação que o ministro mantinha um gabinete paralelo operado pelos pastores. Em entrevistas ao Estadão, prefeitos contaram que receberam pedidos de propina em ouro em contrapartida para terem demandas atendidas no MEC. Com a demissão, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) passará por sua quinta gestão diferente do MEC.

 

Nesta segunda-feira, 28, o Estadão mostrou que, em evento do MEC, foram distribuídas bíblias com fotos do ministro Ribeiro, o que pode configurar crime. A compra das bíblias também era parte de pagamento de propina pedida pelos pastores, conforme relato de prefeitos ao jornal.

 

Quem deve assumir o MEC no lugar de Ribeiro é o secretário-executivo Victor Godoy Veiga, mas de forma interina.

 

Em um dos casos de privilégio aos evangélicos, a prefeitura de Bom Lugar (MA) conseguiu o empenho de parte do dinheiro solicitado apenas 16 dias depois de um encontro mediado pelos religiosos. A prefeita Marlene Miranda (PCdoB) e seu marido Marcos Miranda participaram no dia 16 de fevereiro de uma reunião no ministério intermediada pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

 

O agora ex-ministro era reitor da Universidades Presbiteriana Mackenzie, instituição de ensino privada de São Paulo, e estava no cargo desde junho de 2019, após Abraham Weintraub sair do ministério.

 

Com a demissão, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) passará por sua quinta gestão diferente do MEC. Além de Ribeiro e Weintraub, também comandaram a área federal da educação o professores Ricardo Vélez Rodrguez e Carlos Alberto Decotelli, este último teve a nomeação publicada no Diário Oficial da União, mas ficou somente cinco dias na função, sem nunca ter despachado, por conta de inconsistências no currículo

 

Após a revelação do caso do gabinete paralelo, deputados decidiram acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que Ribeiro seja investigado por suspeita de improbidade administrativa e crime de responsabilidade, entre outras irregularidades.

 

Os deputados federais Kim Kataguiri (União-SP) e Túlio Gadêlha (PDT-PE) protocolaram pedidos para que a PGR apure as denúncias contra o ministro. Gadelha também apresentou requerimento para que Ribeiro seja convocado a prestar esclarecimentos ao plenário da Câmara. Antes, o deputado Rogério Correia (PT-MG) havia elaborado outro requerimento para pedir a convocação de Ribeiro para falar na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara. Na última sexta-feira, 18, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou a apuração do caso.

 

A seguir a íntegra da carta do ministro:

 

Desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação.

 

Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade.

 

Eu mesmo, quando tive conhecimento de denúncia acerca desta pessoa, em agosto de 2021, encaminhei expediente a CGU para que a Controladoria pudesse apurar a situação narrada em duas denúncias recebidas em meu gabinete. Mais recentemente, em _, solicitei a CGU que audite as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja duvida sobre a lisura dos processos conduzidos bem como da ausência de poder decisório do ministro neste tipo de atividade.

 

Tenho três pilares que me guiam: Minha honra, minha família e meu país. Além disso tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil.

 

Assim sendo, e levando-se em consideração os aspectos já citados, decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção.

 

Não quero deixar uma objeção sequer quanto ao meu comportamento, que sempre se baseou em pilares inquebrantáveis de honra, família e pátria. Meu afastamento do cargo de Ministro, a partir da minha exoneração, visa também deixar claro que quero, mais que ninguém, uma investigação completa e longe de qualquer dúvida acerca de tentativas deste Ministro de Estado de interferir nas investigações.

 

Tomo esta iniciativa com o coração partido, de um inocente que quer mostrar a todo o custo a verdade das coisas, porém que sabe que a verdade requer tempo. Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Meu afastamento é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política, que exige de mim um senso de país maior que quaisquer sentimentos pessoais.

 

Assim sendo, não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada.

 

Brasil acima de tudo!!! Deus acima de todos!!!

 

 

Posted On Segunda, 28 Março 2022 17:30 Escrito por