As apresentações das quadrilhas reuniram mais de 200 participantes, que fizeram do evento um grande espetáculo. O festival também contou com shows regionais do tradicional forró e piseiro, e a participação maciça de ambulantes
Com Assessoria
Sentada bem próximo ao tablado de apresentações do São João do Cerrado, Dona Benedita Peixoto, de 92 anos, uma das moradoras pioneiras de Araguaína, também foi uma das primeiras a chegar no festival.
Apaixonada pela cultura junina, ela conferiu de perto a apresentação de todas as quadrilhas tradicionais da cidade no domingo, 25. “É muito lindo, eu amo o São João, amo ver as danças, as histórias. Todos muito alegres e felizes, isso é vida”, disse a moradora, emocionada e um com grande sorriso no rosto.

“É muito lindo, eu amo o São João, amo ver as danças, as histórias. Todos muito alegres e felizes, isso é vida”, expressou a moradora, Benedita Peixoto, de 92 anos.
A 23ª edição do São João do Cerrado de Araguaína foi marcada por muita emoção, alegria e dança. Um público recorde de mais de 30 mil pessoas compareceu ao Parque Cimba nos dois dias do evento, promovido pela Prefeitura de Araguaína por meio da Secretaria do Esporte, Cultura e Lazer.
Presente nas duas noites, o prefeito Wagner Rodrigues destacou a alegria em ver as famílias reunidas celebrando a tradicional festividade. “A presença de cada um de vocês nessa grande festa é o que torna ainda mais especial o nosso São João. Quero agradecer a todos que trabalharam para que o evento pudesse acontecer e parabenizar todos os grupos que abrilhantaram ainda mais o festival”, ressaltou Wagner.
Escolas e comunidade
Na abertura da primeira noite do evento, no sábado, 24, a plateia prestigiou a apresentação dos alunos da escola Educandário Cristo Rei. Trajados tipicamente como a festa manda, cerca de 100 crianças com idades entre 2 e 11 anos dançaram e encantaram a plateia.

“No começo fiquei com vergonha pois tinha muita gente, mas depois eu fiquei muito feliz”, Ana Júlia, aluna do Educandário Cristo Rei.
Motivada pelos pais, Luciano e Carla, a pequena Ana Júlia de Souza, de nove anos, expressou a alegria que foi dançar com os colegas para um público tão grande. “No começo fiquei com vergonha, pois tinha muita gente, mas depois eu fiquei muito feliz”, contou.
Logo em seguida, foi a vez dos dançarinos da quadrilha “Eta Mundo Bom” entrarem em cena. O grupo, da Comunidade Céu Azul, celebrou 10 anos de história, o que tornou a noite ainda mais especial para os participantes.
“Estamos aqui hoje para celebrar toda nossa dedicação e principalmente o amor pelo São João. Quero agradecer a toda comunidade Céu Azul pelo apoio e por acreditarem no nosso trabalho”, disse o coordenador, Lázaro Henrique.
Noite das juninas tradicionais

Celebrando 15 anos de criação, Os Fei de Cun Força trouxeram a temática “Reviver tudo aquilo que foi bom”
A segunda noite do São João do Cerrado, realizada no domingo, 25, contou com a participação das juninas do grupo especial, que representam Araguaína nas competições regionais e nacionais.
Com o tema “A Trupe Divina... Estrada, Poeira, Estrela e Luar”, o grupo Encanto do Luar abriu a apresentação com a soltura de balões brancos em homenagem a três integrantes que faleceram no último ano e demonstraram, por meio da dança, a coragem para viver o amor e enfrentar os desafios da vida.
“Olhar para a arquibancada e ver os amigos, nossas famílias e tantas outras pessoas é motivo de muita alegria para todos nós. Realizamos uma pequena homenagem aos amigos que já partiram e a nossa apresentação falou sobre coragem para enfrentar nossos medos, sobre como podemos lidar com partidas e, principalmente, levamos a mensagem sobre sermos mais humanos em nossos atos e palavras”, disse o presidente e marcador da quadrilha, Heden Sobrinho.
A segunda junina a se apresentar foi a Malacabados, que contou a história “A Peleja de Luzia nas Veredas do Sertão”, de uma mulher que decidiu se tornar vaqueira e lutar contra o machismo.
“Mesmo não tendo premiação, para o primeiro, segundo e terceiro colocado, sentimos a mesma emoção dos anos anteriores. É um mix de sentimentos, de gratidão por poder estar aqui e viver tudo isso, e principalmente destacar a força da mulher”, disse Thiago Lopes, integrante da junina.
Celebrando 15 anos de criação, Os Fei de Cun Força trouxeram a temática “Reviver tudo aquilo que foi bom”, com os melhores momentos da história do grupo. “Uma sensação única e emocionante. Poder apresentar é ter o sentimento de dever cumprido, após longos meses de preparo. Parabéns a todos, foi um espetáculo", expressou a integrante Isadora dos Santos.
Comida e entretenimento

“A presença de cada um de vocês nessa grande festa é o que torna ainda mais especial a festividade", destacou o prefeito Wagner.
Bolo de puba, canjica, curau, bolo de milho, farofa e muito mais. Em meio a tantas opções, foi difícil escolher qual prato típico comer durante a festa e mais difícil ainda foi decidir em qual das 55 barracas para comprar.
Conforme a organização, o São João do Cerrado 2023 também bateu recorde no número de comerciantes no local, tanto que, na primeira noite de festa, a vendedora Conceição de Maria Gonçalves superou as vendas previstas para dois dias de evento.
“Sempre é uma alegria estar aqui vendendo essas comidas gostosas. Não esperava vender tanto hoje, estou surpresa e muito feliz ao mesmo tempo", disse Dona Conceição.
Shows e diversão
O São João do Cerrado também levou ao público presente shows do tradicional forró e piseiro com as bandas Forró de Mel, Max o Bom de Piseiro e Tadin de Nóis, na noite do sábado, e Joan Alessandro e Flaguim Moral para encerra a festividade no domingo.
“Preparamos tudo com muito carinho para que esta edição fosse a maior de todas, e foi. Superamos todas as expectativas de público com a presença de mais de 30 mil pessoas em dois dias de evento, além de somar aumento no número de barracas expostas aqui para alimentação e diversão das famílias que passaram pelo Parque Cimba. Nosso objetivo é fazer com que a edição de 2024 seja ainda melhor, para receber da melhor forma a população de Araguaína”, finalizou o secretário interino da Cultura, José Miguel Filho.
Sessão desta terça-feira (27) deve começar com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves
Por Gabriela Coelho
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira (27), às 19h, o julgamento da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. Esta é a segunda sessão de análise do caso.
A quinta-feira desta semana (29) foi reservada para uma eventual terceira sessão. Nesta terça, a sessão deve começar com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves.
Se a decisão do tribunal for pela inelegibilidade do ex-presidente, Bolsonaro pode ser impedido de participar de eleições até 2030.
A ação apura a conduta de Bolsonaro durante a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, ocorrida em julho de 2022, quando o então presidente criticou o sistema eleitoral brasileiro, levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou ministros do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na sessão da última quinta-feira (22), o PDT, autor da ação, afirmou que são necessárias reflexões e que a reunião de Bolsonaro com embaixadores em 2022 teve o objetivo de "desmoralizar as instituições de forma intencional”.
Já a defesa de Bolsonaro afirmou que a discussão sobre sistema eleitoral de votação não pode ser considerada um "tema tabu" na democracia. Além disso, o ex-ministro do TSE e advogado de defesa do ex-presidente Tarcísio Vieira Carvalho pediu a rejeição da ação contra Bolsonaro.
O vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet, reiterou a manifestação pela inelegibilidade do ex-presidente.
O voto de Benedito tem mais de 400 páginas e, se for lido na íntegra, deve durar a sessão toda. Os votos dos demais ministros devem ser conhecidos na próxima sessão. Eles votarão na seguinte ordem: Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes.
Ministério da Saúde enviou medicamentos para socorrer a ilha de Miguel Díaz-Canel
Por Marcos Melo
O Ministério da Saúde enviou a Cuba uma remessa de medicamentos para ajudar o país a lidar com a escassez de remédios. A solicitação foi feita pela ditadura cubana diretamente ao presidente Lula (PT), que prontamente atendeu.
Registros obtidos via Lei de Acesso à Informação indicam que 11,8 mil ampolas de antibiótico doxiciclina foram enviadas para Cuba em março deste ano. Agora, em junho, o Brasil prepara outra carga com cerca de 100 mil comprimidos da substância tenofovir alafenamida para mandar ao parceiro ideológico. Trata-se de um antiviral para o tratamento de hepatite B, de acordo com informações obtidas pela Folha de S.Paulo.

Lula e o ditador cubano Miguel Díaz-Canel Foto: Ricardo Stuckert/PR
– Informo que aquele ministério confirmou disponibilidade para atender à solicitação do governo cubano, sem comprometer o abastecimento nacional – disse o Itamaraty via telegrama à embaixada do Brasil em Havana.
O governo informou por intermédio do Ministério da Saúde que as doações feitas a diversos países estão previstas no campo da cooperação humanitária internacional, sob a supervisão da Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, e que não comprometem o abastecimento interno.
Alberto Fernández faz visita de Estado a convite do presidente Lula
Por Andreia Verdélio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (26), que Brasil e a Argentina adotaram quase 100 ações para “dar concretude” ao projeto conjunto de desenvolvimento dos dois países. Segundo Lula, o governo brasileiro também está trabalhando na criação de uma “linha de financiamento abrangente” das exportações brasileiras para a Argentina.
“Hoje adotamos um ambicioso plano de ação para o relançamento da aliança estratégica”, disse Lula ao lado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
A visita de Estado do argentino ocorre a convite de Lula no contexto de celebração dos 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países. A Argentina foi o primeiro país a reconhecer a independência e estabelecer relações com o Brasil, em 25 de junho de 1823.
“Reafirmamos hoje que a integração é uma política de Estado e que nossa parceria deve ser cultivada no mais alto nível. Nossa integração econômica significa interdependência”, disse Lula. “Construímos uma relação baseada na troca de bens de alto valor agregado e na integração produtiva de nossas economias. Nossos investimentos recíprocos são responsáveis por quase cem mil empregos”, destacou o presidente.
Lula disse ainda estar muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à exportação de produtos para a construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner. A Argentina tem sustentado a proposta da construção de um gasoduto entre as reservas de gás xisto (shale) de Vaca Muerta até o Brasil.
“Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não. Todo mundo tem a ganhar, as empresas e os trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos”, acrescentou Lula, sobre a criação de uma linha de financiamento das exportações brasileiras para a Argentina.
Durante seu breve discurso, Lula falou novamente sobre a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional, para reduzir custos operacionais e a dependência de moedas estrangeiras. “Precisamos avançar nessa direção [ampliação do intercâmbio comercial], com novas e criativas soluções que permitam maior integração financeira e facilitem nossas trocas”, disse.
A Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil. Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina alcançaram US$ 15,3 bilhões. As importações de produtos argentinos, por sua vez, chegaram a US$ 13 bilhões.
Condecoração
No início da tarde, o presidente recebeu Fernández no Palácio do Planalto. Na sequência da reunião privada, os dois seguiram para almoço no Palácio Itamaraty.
Lula condecorou Fernández com o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, dado a personalidades estrangeiras dignas do reconhecimento da nação brasileira. O presidente também condecorou a primeira-dama da Argentina, Fabíola Yañez, com a Ordem de Rio Branco.
“Ambos são representantes de uma nação pela qual nós brasileiros temos respeito e afeto e que nos honram nesta data tão especial”, disse o presidente brasileiro.
Este é o quinto encontro dos dois líderes em 2023. Além da posse de Lula, em janeiro, em Brasília, o presidente brasileiro fez uma visita oficial à Argentina na sua primeira viagem internacional nesse terceiro mandato. Na ocasião, em 23 de janeiro foi assinada declaração conjunta com múltiplos compromissos.
Já Fernández veio duas vezes a Brasília, em maio, sendo que uma para se reunir diretamente com o presidente Lula e outra para participar da cúpula de presidentes sul-americanos.
Maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul, a Argentina enfrenta uma grave crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda do poder de compra e altos índices inflacionários. Uma seca histórica também afeta as safras de grãos da Argentina, aprofundando a crise e colocando em risco as metas acordadas pelo país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no pagamento de dívidas.
Lula tem articulado iniciativas de ajuda ao país vizinho, principalmente para evitar queda nas exportações brasileiras. No mês passado, no Japão, o brasileiro conversou com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, sobre a situação econômica da Argentina, além de buscar apoio junto ao Brics, bloco econômico integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A retomada da cobrança total dos impostos federais nos combustíveis deve deixar o etanol também mais caro, segundo Abicom
Por Johnny Negreiros
A gasolina poderá ficar R$ 0,34 por litro mais cara a partir de sábado (1º). No etanol, o aumento deverá ser de R$ 0,11 por litro. É o que diz a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
A expansão do valor nas bombas prevista ocorrerá por conta da volta total dos impostos federais sobre as fontes de energia. Em março, a reoneração aconteceu de forma parcial. Agora, a parcela restante voltará a incidir.
A medida foi planejada pelo governo Lula como uma forma de diminuir o impacto nos postos. A desoneração foi implementada pela administração passada, de Jair Bolsonaro, às vésperas das eleições.
Segundo a Abicom, os encargos terão impacto total de aproximadamente R$ 0,68 no litro de gasolina. Serão R$ 0,07 de Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e R$ 0,61 de PIS/Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).
Sobre o etanol, o crescimento de cobrança tributária diz respeito apenas ao Pis/Cofins.
Busca por receitas
A maior cobrança de impostos sobre os combustíveis acontece em meio à tentativa do governo federal de aumentar a arrecadação sem cortar gastos. A ideia é controlar as contas públicas.
A regra fiscal proposta pela equipe econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê aumento total de até R$ 150 bilhões nas receitas.
Por isso, especialistas contrários ao projeto de lei afirmam que o arcabouço fiscal resultará em aumento de impostos.

Gasolina A é aquela que chega às refinarias. Por sua vez, a Gasolina C é a que fica à venda nas bombas
“Quando se fala em ‘aumento de arrecadação’, significa que você [o contribuinte] vai pagar mais imposto. Esse aumento necessário para ter o equilíbrio fiscal é muito grande. Ou seja, nós brasileiros vamos ter que pagar mais tributos ao Estado”, opina Rodrigo Saraiva, membro do conselho administrativo do Instituto Mises Brasil.
Apesar disso, o Ministério da Fazenda alega que a proposição “não vai aumentar a carga tributária”.
“A proposta não prevê novos tributos ou aumentos das alíquotas atuais. Aliás, o novo regime está alinhado a outra proposta de extrema importância, a Reforma Tributária, que está em sua primeira etapa focada na tributação sobre consumo (impostos indiretos) e também não vai elevar impostos, mas sim corrigir o caráter ineficiente e regressivo do atual sistema tributário, que penaliza a produção e também quem está na parte de baixo da pirâmide social”, declarou a Fazenda .
Porém, é fato que algumas medidas de criação ou aumento de impostos já estão sendo debatidas pelo ministro Fernando Haddad. E não só nos bastidores. Isso, além dos tributos sobre os combustíveis. Três delas são:
1. Taxação de apostas esportivas. Previsão de arrecadação: R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões por ano;
2. Taxação de lojas digitais, como a Shein. Previsão de arrecadação: R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões;
3. Impedir que subvenção a estados para investimento seja equiparada a custeio. Previsão de arrecadação: R$ 85 bilhões a R$ 90 bilhões.