O mutirão será realizado em todas as regiões do Tocantins

 

Por Erica Lima

 

O Governo do Tocantins, por meio da Agência Tocantinense de Transportes de Obras (Ageto), iniciou nesta sexta-feira, 28, um mutirão de manutenção de rodovias estaduais.

 

A força-tarefa começou pelo Bico do Papagaio. De maneira simultânea, as rodovias da região começaram a receber intervenções e o projeto deve contemplar todas as estradas que estão com a trafegabilidade comprometida. “Iremos atuar em estradas não pavimentadas, com a realização de patrolamento e revestimento primário, e nas pavimentadas com realização de roçagem, tapa-buraco e nos locais onde o tapa-buraco não é mais suficiente, iremos realizar o trabalho de correção da base com substituição da capa asfáltica danificada”, explicou a presidente da Ageto e secretária da Infraestrutura, Juliana Passarin.

 

Os trabalhos começaram pelas rodovias TO-134, entre Axixá e Jatobal, e TO- 405, entre Axixá e a BR-230. Somados, esses dois trechos chegam a quase 70km.

 

Os serviços vão beneficiar pessoas como o produtor rural Raimundo Nonato Araújo, morador do povoado de Santa Luzia, localizado na TO-134, a 5 km de Axixá. “Esse trabalho vai beneficiar demais os moradores daqui. Aqui a gente sofre demais, quebrava carro e era uma dificuldade pra chegar na cidade e agora vai ficar bom”, disse ele.

 

Para o mutirão, a Ageto deslocou quatro equipes com maquinário completo. Cerca de 30 homens foram designados para a região, além de equipamentos como patrols, retroescavadeiras, rolos e caminhões caçambas.

 

A previsão é de que os trabalhos na região se prorroguem por 20 dias. Após a conclusão dos serviços e das intervenções em todas as rodovias estaduais com trafegabilidade comprometida existentes no Bico do Papagaio, as equipes serão deslocadas para a regional de Araguaína, onde o mesmo tipo de trabalho será realizado. “Vamos aproveitar o fim do período chuvoso para deixar a malha viária do estado em boas condições, permitindo mais segurança e facilitando o escoamento da produção do Tocantins”, finalizou Juliana Passarin.

 

Posted On Segunda, 31 Mai 2021 06:35 Escrito por

Segundo um dos organizadores, pelo menos 170 cidades brasileiras participam da mobilização

 

Com Agências 

Movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de oposição foram às ruas neste sábado, 29, em manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro e a gestão federal. Os atos criticam a condução federal na pandemia, pedem a retomada do auxílio emergencial de R$ 600 e a vacinação em massa da população, além de defenderem o impeachment do presidente. Segundo a Frente Brasil Sem Medo, uma das organizadoras do movimento, mais de 170 cidades brasileiras participam da mobilização. Há ainda a expectativa de atos em outros nove países neste sábado.

 

Os protestos vêm em resposta às manifestações de apoiadores do presidente, como a 'motocada' que aconteceu no último domingo, 23, no Rio de Janeiro. Apesar de abandonarem a defesa do "fique em casa", os grupos defendem que é possível ir às ruas de maneira segura, com o uso de máscaras e distanciamento social. Os motivos para a mudança de tom, segundo líderes dos movimentos, são tanto a manutenção de índices elevados de contaminação e mortes devido à pandemia, quanto a crise socioeconômica e o comportamento de Bolsonaro, que tem participado de sucessivos atos.

 

Além da Frente Brasil Sem Medo, também participam da organização dos protestos a Frente Brasil Popular, a Coalização Negra por Direitos, a União Nacional de Estudantes (UNE) e a Campanha Nacional Fora Bolsonaro. O movimento Acredito também é coorganizador dos atos em São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul.

 

Segundo o coordenador estadual da Frente Brasil Popular e da Central Única de Trabalhadores (CUT), Douglas Izzo, há preocupação da organização com o momento crítica da pandemia de covid-19. Nos atos, Izzo afirma que terão brigadas de saúde para a distribuição de máscaras e também há orientação para manter o distanciamento.

 

"Os manifestantes estão na rua pelo 'Fora Bolsonaro', não só pelos crimes de responsabilidade que ele cometeu ao não preparar o País para combater a covid-19 e organizar a vacinação, mas também contra a política do governo." Izzo diz que a frente é contra a reforma administrativa, a violência policial contra jovens na periferia e a favor do auxílio emergencial de R$ 600.

 

Em São Paulo, pancadas de chuva atrapalharam os preparativos para o ato na avenida Paulista. Centenas de manifestantes romperam as barreiras que impediam o acesso ao vão do Masp e se abrigaram lá dentro enquanto chovia. Apesar do incentivo ao distanciamento social e ao uso de máscaras, houve muita aglomeração e, por causa da chuvas, os equipamentos de proteção ficaram encharcados.

 

São Paulo

Em São Paulo, pancadas de chuva atrapalharam os preparativos para o ato na avenida Paulista. Centenas de manifestantes romperam as barreiras que impediam o acesso ao vão do Masp e se abrigaram lá dentro enquanto chovia. Apesar do incentivo ao distanciamento social e ao uso de máscaras, houve muita aglomeração e, por causa da chuvas, os equipamentos de proteção ficaram encharcados.

 

Manifestantes ligados a movimentos sociais como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ajudaram na distribuição de máscaras PFF2 e pediam o uso do equipamento durante todo o ato. "Este ato não vai ser como os deles", diziam, em referência a manifestações recentes pró-governo, com aglomerações e nos quais máscaras não eram incentivadas nem usadas por todos.

 

Por volta das 17h, a Paulista e transversais foram fechadas nos dois sentidos. Um boneco gigante de Bolsonaro como "capitão cloroquino" foi inflado pelo movimento Acredito. O presidente foi constantemente chamado de "genocida" e os manifestantes pediam impeachment e agilidade na vacinação contra a covid-19 no País. Entre os manifestantes, muitas camisetas de partidos de esquerda e dos movimentos sociais, e de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Uma das principais lideranças da esquerda no País, Guilherme Boulos (PSOL) chamou Bolsonaro de "verme" e fez discurso homenageando os mortos pela covid-19. "Ninguém queria testar na rua no meio de uma pandemia. Bolsonaro não deixa outra alternativa. Estamos na rua para defender vidas. Nós não vamos espera sentados até 2022. É só o começo", disse.

 

Presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) saudou a formação do que chamou de "frente Fora Bolsonaro", incluindo os demais partidos de esquerda e movimentos sociais que participaram do ato. "Acompanhamos a situação crítica da pandemia e do nosso povo. Decidimos um ato extremo, um ato de rua, com todos os cuidados, para mostrar solidariedade ao povo brasileiro. Quem está errado não é quem está aqui. Quem está errado é Jair Messias Bolsonaro."

Brasília

Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido pela alcunha de Kakay, advogado criminalista brasileiro, notório pela prestação de serviços advocatícios a políticos acusados de corrupção e lavagem de dinheiro

 

 

Em Brasília, deputados de partidos de esquerda discursaram na Esplanada dos Ministérios, onde participantes tentavam se organizar em filas.

 

"Estamos diante de uma crise sanitária que matou quase meio milhão de brasileiros", disse a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ). A deputada Erika Kokay (PT-DF) também participa da manifestação em Brasília, além de representantes de entidades estudantis e associações, como a CUT.

 

Rio de Janeiro

No Rio, os manifestantes se reúnem no Monumento Zumbi dos Palmares, na avenida Presidente Vargas, na região central da cidade, para o protesto contra o presidente. A concentração levou à interdição parcial da via, que é a principal da região, segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. Agentes de trânsito, guardas municipais e policiais militares acompanham o protesto e orientam o trânsito nos arredores.

Pessoal dos Grupos LGBT mais também se fizeram presente

 

Os manifestantes carregam bandeiras e cartazes pedindo o impeachment de Bolsonaro e culpando o presidente pelos mais de 450 mil mortos pela pandemia no Brasil. O protesto também exige vacinação em massa da população contra a covid-19 e a retomada do pagamento de auxílio emergencial de R$ 600.

Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, uma multidão se reuniu na praça da Liberdade, região centro-sul, e saiu em direção ao centro da capital, ora cantando a música que marcou a luta contra a ditadura, Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, ora gritando "Fora Bolsonaro". Das janelas dos prédios, houve panelaço.

 

O protesto foi organizado por cerca de 80 entidades, entre elas a Associação Brasileira de Médicos pela Democracia, que distribuiu máscaras e álcool em gel para as pessoas. Os manifestantes portavam cartazes com os dizeres "Genocida", "Vacina no braço, comida no prato" e "Eu apoio a CPI", entre outros.

 

Houve um princípio de tumulto quando um motorista, irritado com a manifestação, tentou passar pelas pessoas e chegou a entrar com o carro em uma ciclovia, quase atingindo um ciclista, na avenida Augusto de Lima. "Veio um Sandero prata na contramão e avançou sobre os manifestantes, virou a rua Rio de Janeiro para fugir, quase derrubou um ciclista, desceu do carro fingindo ter algo na mão. Nós nos afastamos com medo e ele se foi", disse a servidora da UFMG Clarissa Vieira, ainda ofegante. O professor Danilo Marques, que estava junto, acionou a polícia, mas o homem já tinha ido embora. Ao chegar à praça da Estação, por volta das 13h30, o protesto se dispersou.

 

Recife

No Recife, a manifestação com centenas de pessoas terminou com forte repressão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), que disparou com balas de borracha e usou spray de pimenta e bombas de efeito moral em manifestantes. Há registros de feridos, mas ainda não foram contabilizados. A ação da PM foi realizada já no final do ato político, entre a avenida Conde da Boa Vista, no bairro da Boa Vista, e a ponte Duarte Coelho, no centro da cidade, por volta do meio-dia.

Os manifestantes afirmam que a PM atacou de forma inesperada e sem nenhum motivo aparente. "A gente não estava fazendo nada. Não estava acontecendo nada. A gente só estava atravessando a ponte, em fila, batendo palma, algo muito tranquilo, e eles (a PM) responderam dessa forma, do nada", relatou a professora Eva Marinho. Ela participava do ato desde o início, às 10 horas da manhã, e não ficou ferida. A PM chegou a usar spray de pimenta contra a vereadora do PT Liana Cirne, também de forma inesperada, e dentro de uma viatura, enquanto ela conversava com agentes.

Na saída da concentração do ato, a polícia, que acompanhou todo o protesto, impediu a saída de carros de som, que eram utilizados pelas lideranças da manifestação para fazer falas políticas e recomendações de segurança da pandemia, como manter a distância de pelo menos um metro entre as pessoas durante o ato. Desde a última segunda-feira, 24, Pernambuco está sob um novo decreto estadual com medidas de restrição para atividades sociais e econômicas. Especialmente neste final de semana e no seguinte está permitido apenas o funcionamento de serviços essenciais, mas as pessoas não estão proibidas de circular na cidade.

 

Na última sexta-feira, 28, a 34ª Promotora de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital (PJDCC), Helena Capela, com atribuição na Promoção e Defesa da Saúde do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), emitiu um documento recomendando a "não realização de eventos que possam ocasionar aglomeração neste final de semana (...) a exemplo do ato agendado para a data de 29 de maio na Praça do Derby". A recomendação utilizou o decreto assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) como base. O documento reforça que "o Código Penal brasileiro, nos artigos 267 e 268, tipifica como crime casos em que cidadãos ou organizações apoiem a disseminação de uma epidemia ou mesmo a infração à determinação do poder público que venha impedir a disseminação de doença contagiosa".

 

A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), em vídeo publicado em rede social, afirmou que a ação da PM não foi autorizada pelo governo do Estado. "Nós estamos ao lado da democracia. Os atos de violência, que repudiamos desde já, estão sendo apurados e terão consequências". diz a publicação, que termina com a hashtag #ForaBolsonaro.

 

Salvador

O ato #29MForaBolsonaro também reuniu centenas no centro de Salvador. Além do impeachment contra o presidente Bolsonaro, os manifestantes cobraram, sob gritos de "vacina, trabalho e pão", a responsabilização pela negligência do governo federal frente à pandemia.

 

A militância de esquerda, incluindo lideranças de movimentos sindicais e estudantis, se reuniu no Largo do Campo Grande, centro da capital baiana, por volta das 10h, e seguiram até a Praça Castro Alves. Houve alerta para o distanciamento a ser mantido e, em alguns pontos, chegaram a distribuir máscaras do tipo PFF2 na tentativa de garantir de segurança durante a caminhada, que ocorre de maneira pacífica e é acompanhada pela Polícia Militar.

 

Algumas das principais cidades do interior de São Paulo também registraram atos contra o governo. Na maioria das manifestações, houve uso de máscara e cuidados para evitar aglomerações. Até o início da tarde não tinham sido registrados incidentes.

 

Em Campinas, os manifestantes se reuniram no Largo do Rosário, tradicional ponto de concentrações políticas, no centro da cidade. O ato tinha representantes de centrais sindicais, como a CUT, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), além de movimentos sociais, como o Movimento dos Sem-Terra (MST).

 

O grupo saiu em marcha pelas ruas centrais, deixando o trânsito tumultuado, e retornaram para a praça. Durante a passeata, os manifestantes gritavam em coro bordões, como "fora Bolsonaro" e "genocida". Em alguns pontos houve aglomeração. A Polícia Militar acompanhou o ato, mas não calculou o número de participantes. A Guarda Civil Municipal estimou em 1,5 mil pessoas, mas os organizadores falaram em 3 mil.

Em Sorocaba, os manifestantes se reuniram na Praça Fernando Prestes, a principal da cidade, e caminharam pelas ruas do centro, levando faixas e bandeiras. Com todos usando máscara, o grupo pedia vacina para todos, o fim dos cortes na educação e a saída do presidente Bolsonaro. Houve participação de partidos políticos e coletivos de esquerda.

 

Em Bauru, a concentração aconteceu em frente à Câmara Municipal. Além de "Fora Bolsonaro", os manifestantes pediam "emprego, vacina no braço e comida no prato". Muitos protestavam também contra o aumento na tarifa de ônibus na cidade. Integrantes da comissão de saúde formada pelos organizadores fiscalizavam o uso de máscara. Para evitar aglomeração, o grupo estendeu duas faixas largas para manter o distanciamento entre os manifestantes.

 

Em Marília, os manifestantes se reuniram na "ilha" da Avenida Nove de Julho, com faixas e cartazes. O mote principal foi vacina para todos e auxílio emergencial digno. Houve protestos também em Araçatuba, na Praça Rui Barbosa - a mesma em que Bolsonaro fez comício durante a campanha eleitoral. Em São Carlos, o protesto aconteceu na região do Mercadão, no centro, e reuniu 300 pessoas, segundo a Polícia Militar. Os manifestantes arrecadaram alimentos para famílias carentes.

 

Em Piracicaba, os organizadores fizeram marcas na Praça José Bonifácio, no centro, para evitar aglomeração. Os manifestantes fizeram uma "roda de ciranda" no local, gritando palavras de ordem contra o governo Bolsonaro. O sindicato dos servidores municipais e a União Estadual de Estudantes (UEE) estiveram à frente da manifestação.

 

Outras capitais

Em São Paulo, a manifestação está marcada para acontecer a partir das 16h. A concentração será em frente ao Masp, na Avenida Paulista.

 

Pelas redes sociais, as entidades organizadoras dos atos compartilham registros dos atos e fazem transmissões ao vivo das passeatas. Segundo publicação da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), foram distribuídas máscaras PFF2 para os manifestantes do ato em Belém.

Também pelas redes sociais, entidades organizadoras registraram manifestações em Teresina, Porto Velho, João Pessoa e Aracaju.

 

Redes sociais

Políticos da oposição também registraram seus apoios aos atos pelo País. Guilherme Boulos (Psol), que disputou a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2020, compartilhou vídeo que mostra outros países que organizaram manifestações políticas em meio à pandemia.

 

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI da Covid, compartilhou vídeo da manifestação em Recife e defendeu a mobilização digital. "Estou recebendo fotos e vídeos do ato do Recife. Todos usando máscara e formando filas para respeitar o distanciamento. Esse é o melhor caminho. Nas redes sociais, sua militância também é muito importante!", escreveu ele.

 

De outro lado, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, filho do presidente, respondeu a um comentário do empresário Marcelo de Carvalho, sócio-fundador da RedeTV, que afirma que os protestos contra Bolsonaro estão vazios ao contrário das manifestações a favor do presidente. "Comparem com as manifestações pró e me respondam: "QUEM ACREDITA NO DATAFOLHA ???"", diz a publicação.

 

Na resposta, Carlos disse que "no jogo limpo, algo que nunca fizeram, claramente não chegam nem perto". / COM DANIELA AMORIM, GABRIELA BILÓ, CAMILA TURTELLI, THAÍS BARCELLOS, JOSÉ MARIA TOMAZELLA E BRENDA ZACHARIAS, DO ESTADÃO, E PEDRO JORDÃO, TAILANE MUNIZ E ALINE RESKALLA, ESPECIAIS PARA O ESTADÃO

 

Posted On Domingo, 30 Mai 2021 07:51 Escrito por

Por Antonio Lavareda*

 

Quem seria o Biden brasileiro? Só em situações ficcionais surgem respostas corretas às questões erradas.

 

Procurar identificar o pé do candidato do centro capaz de calçar o sapato emprestado de Joe Biden é tarefa destinada ao insucesso. Para as forças de oposição a meio caminho entre Lula e Bolsonaro, a questão pertinente seria: o que foi capaz de conduzir à alternativa que derrotou Donald Trump? A conclusão é uma só: as primárias democratas. Foi esse mecanismo que permitiu a escolha entre 29 nomes do partido. Na sua dinâmica deram-se quatro processos sinérgicos: alguns debates; intensa cobertura da mídia; a elevação do nível de conhecimento dos participantes; e as pesquisas destacando quem tinha maior chance de derrotar o presidente republicano.

 

Sabemos que a fragmentação recorde da representação no Brasil não impõe obstáculos apenas à governabilidade – que o Executivo contorna com recursos públicos que viabilizam coalizões. Também coloca óbices às oposições, incapazes de se unirem nas disputas eleitorais. Ainda assim, vimos há pouco um raro exemplo de articulação no Manifesto Democrático, assinado por seis nomes, da centro-esquerda à centro-direita. Mostraram as semelhanças. Mas falta agora exibirem ao País suas diferenças. Não havendo prévia que reúna a todos, só lhes resta um caminho – os debates. Com a maior cobertura possível, nas TVs e nos portais. A literatura mostra que eles têm um papel único sobre as percepções dos eleitores quanto a preparo, propostas e até o caráter dos concorrentes.

 

O resultado provável seria o crescimento de um deles, ultrapassando até dezembro a marca mágica dos 10%, em uma escalada capaz de arrebatar mais apoio antes do início da curta campanha oficial. Só entrevistas não produzirão o contraste necessário – todos ao mesmo tempo, no mesmo lugar, discutindo os mesmos temas – que atrai atenção, desperta emoção e gera preferências. Não há outro caminho. Candidatos moderados não “explodem” nas redes sociais. O Pew Research já identificou isso. Biden tinha pouco mais que 10% dos seguidores de Trump. No passado, havia uma alternativa, os comerciais partidários. Quem não lembra, um ano antes da eleição de 2002, das peças indignadas do PT ou as de Roseana Sarney, do PFL? Ou Dilma Rousseff sendo apresentada à população bem antes da campanha de 2010?

 

Hoje, a receita de uma candidatura do centro deve incluir os debates. Realizados neste ano não sofreriam nenhuma limitação legal quanto ao número de participantes ou partidos convidados.

 

*CIENTISTA POLÍTICO

 

Posted On Domingo, 30 Mai 2021 07:48 Escrito por

Governadores de ao menos 18 estados apresentaram uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir as convocações de alguns chefes estaduais a depor na CPI da Covid, nesta sexta (28)

 

Por Guilherme Mendes

 

Nesta semana, a comissão parlamentar de inquérito do Senado Federal aprovou a convocação de nove chefes de executivo.

 

No pedido – que deve se transformar em um Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) na corte – os governadores argumentam que a convocação feita pelo Senado é ilegal, uma vez que a União não pode interferir na gestão administrativa local.

 

"Por simetria, compete às Assembleias estaduais a fiscalização e controle da Administração Pública estadual, direta ou indireta, bem como apreciar as contas prestadas pelo Governador", argumentam os reclamantes.

 

Na terça-feira (25), os senadores da CPI da Covid aprovaram a convocação de Wilson Lima, do Amazonas; Ibaneis Rocha, do Distrito Federal; Waldez Góes, do Amapá; Helder Barbalho, do Pará; Marcos Rocha, de Rondônia; Antônio Denarium, de Roraima; Carlos Moisés, de Santa Catarina; Mauro Carlesse, de Tocantins; e Wellington Dias, do Piauí. A vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, foi convocada junto ao ex-governador do Rio, Wilson Witzel.

 

O pedido conclui que não há previsão constitucional para a convocação na CPI, e por isso deve ser negada pela suprema corte "Ora, uma vez permitida a convocação de Governadores em CPIs no âmbito do Congresso Nacional, estar-se-ia autorizando uma nova hipótese de intervenção federal no âmbito das gestões administrativas estaduais", escrevem.

 

Além dos governadores chamado ao Senado, assinaram a ADPF encaminhada ao presidente da corte, Luiz Fux, os líderes dos estados de Alagoas (Renan Filho),Bahia (Rui Costa), Espírito Santo (Renato Casagrande), Goiás (Ronaldo Caiado), Maranhão (Flávio Dino), Pernambuco (Paulo Câmara), Rio de Janeiro (Cláudio Castro), Rio Grande do Sul (Eduardo Leite) e São Paulo (João Doria), Sergipe (Belivaldo Chagas). O governador de Roraima, Antônio Denarium, deve assinar o texto até a segunda-feira (31).

 

A convocação dos governadores é uma pauta defendida pela base governista na CPI – em minoria, os senadores buscam ampliar o escopo das investigações para além do governo federal. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que é contra a convocação, mas que uma decisão do STF pela possibilidade poderá abrir espaço para um depoimento do presidente Jair Bolsonaro.

 

O governador do Piauí, Wellington Dias, disse que o objetivo é colaborar. “Mantemos a disposição de comparecer, como convidado, e pronto para colaborar, mas cumprindo a Constituição.”

 

 

Posted On Sábado, 29 Mai 2021 07:14 Escrito por

Hoje filiado ao DEM, o presidente do Senado é visto pelo ex-ministro Gilberto Kassab como o nome ideal para concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSD

 

Por Edoardo Ghirotto

O ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD, bateu o martelo em relação à eleição presidencial de 2022 e tem dito publicamente que irá lançar um candidato próprio na disputa. Para Kassab, o nome ideal é o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que hoje está filiado ao DEM. No entanto, segundo pessoas familiarizadas com as conversas entre os políticos, Pacheco não tem demonstrado muita disposição para encabeçar o projeto.

 

Kassab considera que Pacheco já tem a experiência necessária para concorrer ao Palácio do Planalto e que o senador tem como trunfo um perfil moderado, que serviria como uma alternativa à polarização entre o bolsonarismo e o petismo. No entendimento do ex-ministro, Pacheco também largaria com bom respaldo em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, o que facilitaria as costuras para uma aliança mais ampla em torno do projeto.

 

De acordo com aliados do senador, as qualificações não são suficientes para ele embarcar na aventura do PSD. Pacheco entende que está conduzindo a presidência do Senado com respaldo do setor financeiro e sem se indispor com nenhuma ala política — ele foi eleito para o posto com o apoio de bolsonaristas e petistas. Se mantiver a postura conciliadora até o final do ano que vem, o senador acredita que não terá problemas para ser reconduzido ao posto em 2023, quando o Congresso terá uma nova legislatura. Na linha de raciocínio desses aliados, dois mandatos seguidos à frente do Senado seriam suficientes para Pacheco alcançar um patamar mais elevado e ter mais chances de vencer uma disputa pelo governo de Minas Gerais ou, quem sabe, pela Presidência da República em 2026.

 

Embora esteja cauteloso, o presidente do Senado tem participado com Kassab de conversas com empresários e políticos. Um dos encontros foi com José Luiz Datena. O apresentador da TV Bandeirantes ouviu do ex-ministro que terá o PSD de São Paulo à sua disposição caso queira concorrer ao Senado em 2022. Outro que se reuniu com Pacheco foi Alfredo Cotait Neto, que é presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e foi apontado pelo PSD como pré-candidato ao governo paulista. Kassab, no entanto, mantém tratativas para filiar Geraldo Alckmin (PSDB) e lançá-lo na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

 

Se entrar na eleição pelo PSD, Pacheco será mais um quadro relevante a deixar o DEM antes do próximo pleito. No último dia 24, a cúpula da sigla chefiada por ACM Neto (BA) se reuniu em Brasília para avaliar os resultados de uma pesquisa qualitativa que o partido encomendou. O nome de Pacheco sequer foi incluído nos cenários para a Presidência da República. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta é a única alternativa com a qual o DEM trabalha para a eleição ao Planalto. O plano é oficializar a pré-candidatura de Mandetta até o fim de junho.

 

Posted On Sábado, 29 Mai 2021 07:13 Escrito por