Encarregado de negócios voltou a ser convocado novamente pelo Itamaraty para confirmar tarifaço de Trump; documento não havia chegado formalmente

 

 

Por Gabriela Prado e Isabel Mega

 

 

O Ministério das Relações Exteriores convocou pela segunda vez, nesta quarta-feira (9), o encarregado de negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre o tarifaço de Donald Trump.

Escobar já havia ido ao ministério mais cedo, antes de o presidente americano publicar carta que anunciava tarifa de 50% ao Brasil. Após a divulgação do documento, a embaixadora Maria Luísa Escorel, secretária de Europa e América do Norte, pediu ao representante americano que confirmasse a autenticidade da carta.

 

Com a confirmação, o ministério "devolveu" a carta e disse ao encarregado que o conteúdo do documento era ofensivo, com declarações falsas sobre o Brasil e erros factuais sobre a relação comercial bilateral. Ao devolver o documento, a diplomacia brasileira mostra que não aceita as considerações feitas por Trump.

Primeira convocação

Durante a tarde, na primeira convocação, o representante da embaixada norte-americana ouviu um duro recado do Itamaraty, depois da divulgação de uma nota em defesa de Jair Bolsonaro (PL).

 

O governo brasileiro defendeu a soberania nacional e afirmou que não aceitaria interferência nas questões internas do país. No comunicado, a embaixada dos EUA falou que uma “perseguição política” contra Bolsonaro é “vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil”.

 

“Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação. Não comentamos sobre as próximas ações do Departamento de Estado em relação a casos específicos”, diz a nota.

 

Na segunda-feira (7), Trump defendeu o ex-presidente na sua rede social, a Truth Social. O republicano afirmou que Bolsonaro está sofrendo um ataque político, como aconteceu com ele.

 

“Estarei assistindo a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”, escreveu Trump.

 

Na publicação, o presidente dos EUA não menciona diretamente as ações judiciais contra Bolsonaro, mas fala em perseguição e reafirma a inocência do ex-presidente.Encarregado de negócios voltou a ser convocado novamente pelo Itamaraty para confirmar tarifaço de Trump; documento não havia chegado formalmente.

 

 

Posted On Quinta, 10 Julho 2025 04:27 Escrito por

Deputados aprovaram também moções de repúdio ao petista e ao ministro Mauro Vieira por causa do episódio da semana passada

 

 

Por Guilherme Resck

 

 

A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 9, um requerimento de convocação do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para que ele preste esclarecimentos sobre a visita realizada pelo presidente Lula (PT) à ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner na quinta, 3. Ela cumpre prisão domiciliar após ser condenada por corrupção.

 

Como se trata de uma convocação, o ministro é obrigado a comparecer ao colegiado para dar as explicações. Por enquanto, não há uma data definida. O requerimento aprovado foi apresentado na semana passada por parlamentares do Novo.

 

Na justificativa do pedido, eles ressaltam que, durante a visita a Kirchner, Lula manifestou apoio explícito à ex-presidente, “instando-a a ‘manter sua luta por justiça’ e afirmando ‘saber o que é ser vítima de perseguição judicial'”.

 

“Tal declaração, além de ignorar a legitimidade do processo judicial conduzido pelas instituições argentinas, relativiza a gravidade dos crimes pelos quais Kirchner foi condenada e contribui para desinformar a opinião pública sobre os fatos“.

 

Os parlamentares prosseguem: “Trata-se de um gesto político e ideológico que não apenas enfraquece o combate à corrupção em âmbito regional, como compromete a credibilidade institucional do Brasil na esfera global. A própria Cristina divulgou posteriormente que o gesto de Lula foi ‘um ato político de solidariedade’, o que só confirma o caráter extra institucional e ideológico do encontro”.

 

Segundo os deputados, ao priorizar o contato com uma pessoa condenada por corrupção e ignorar deliberadamente o governo em exercício da Argentina, Lula “optou por um gesto ideológico e revanchista, que configura não apenas uma ingerência indevida em assuntos internos de outro país soberano, mas também um desrespeito ao sistema judiciário argentino e às boas práticas diplomáticas”.

 

Eles destacam ainda que, também em território argentino, Lula e o chanceler se reuniram na semana passada com o ativista Adolfo Pérez Esquivel e, na ocasião, posaram com ele para fotografias segurando cartazes com os dizeres “Cristina libre” (Cristina livre) e “Lula livre”.

 

“O gesto, simbólica e politicamente carregado, revela alinhamento ideológico explícito com a narrativa revisionista da esquerda latino-americana e evidencia o uso da diplomacia brasileira para fins de propaganda pessoal e partidária“, acrescentam.

 

A convocação de Mauro Vieira, afirmam, é uma medida legítima, necessária e inadiável para proteger a coerência da política externa brasileira, os valores democráticos da República e o prestígio da diplomacia nacional.

 

Ainda nesta quarta, a Comissão de Relações Exteriores aprovou moções de repúdio a Lula e ao chanceler por causa da visita a Cristina Kirchner.

 

 

 

Posted On Quinta, 10 Julho 2025 04:11 Escrito por

Texto aprovado na Câmara em 2022 não encontrou consenso entre os senadores; presidente do Senado alegou falta de quórum ao retirar a matéria da pauta

 

 

Por Hariane Bittencourt

 

 

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), retirou da pauta desta terça-feira (8) a votação do projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil.

 

A matéria, aprovada em 2022 na Câmara dos Deputados, seria votada hoje por determinação do próprio Alcolumbre.

 

Ao anunciar o adiamento da análise do texto, o presidente citou o esvaziamento do plenário e as divergências provocadas pelo projeto, que ainda não encontrou consenso na Casa.

 

"Diante do quórum de 56 senadores, da grande divergência desta matéria e da ausência de senadores que ligaram para esta presidência e que gostariam de estar presentes, esta presidência vai tirar de ofício o item quatro da pauta de deliberação de hoje", disse.

Se passar no plenário do Senado, o PL 2.234/2022 segue direto para a sanção do presidente Lula (PT), que não deve oferecer resistências à proposta.

 

Enquanto uma corrente de parlamentares defende a aprovação do texto, alegando ser mais um gatilho para o aumento da arrecadação federal e citando o incentivo ao turismo, outra ala destaca o prejuízo trazido pelo vício em jogos de azar e o possível incentivo à prática de crimes, como lavagem de dinheiro.

 

Entenda

 

Além dos bingos e cassinos, o projeto de lei autoriza o jogo do bicho e a corrida de cavalos em todo o território nacional.

 

No caso dos cassinos, por exemplo, a norma prevê que estes estabelecimentos sejam instalados em resorts e hotéis de alto padrão, com pelo menos 100 quartos, além de restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais.

 

Pelo texto, haverá o limite de um cassino em cada estado e no Distrito Federal, com exceção de São Paulo, que poderá ter até três cassinos, e de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, que poderão ter até dois, cada um, em razão do tamanho da população ou do território.

 

 

Posted On Quarta, 09 Julho 2025 03:47 Escrito por

Texto estabelece critérios para exploração dos jogos e fixa limites por estado e população

 

 

Com Agência Senado 

 

 

O plenário do Senado pode votar nesta terça-feira, 8, o projeto de lei que legaliza jogos de azar no Brasil. O PL 2.234/22, já aprovado na Câmara dos Deputados e na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, autoriza o funcionamento de cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos.

 

O PL prevê a regulamentação e legalização de bingos e jogos de azar, está na pauta do Senado. O senador Irajá (PSD-TO) é o relator da proposta que foi pautada para ser votada nesta quarta-feira (4) no Plenário. O projeto prevê a criação de dois impostos cuja arrecadação será compartilhada com estados, Distrito Federal, municípios, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e fundos de esporte e cultura.

 

No texto do senador Irajá,  permite a instalação de cassinos em complexos integrados de lazer - como resorts com pelo menos 100 quartos - e em embarcações específicas. Estados e o Distrito Federal poderão ter um cassino cada, com exceção de São Paulo (até três), e de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará (até dois cada um), conforme o tamanho populacional ou territorial.

 

Navios fluviais com mais de 50 quartos também poderão operar cassinos, respeitando critérios baseados na extensão dos rios: até três casas de apostas em rios com mais de 3,5 mil quilômetros.

 

O projeto libera ainda o funcionamento de bingos permanentes, tanto com cartelas quanto em versões eletrônicas e videobingos. Cada município poderá ter uma casa para cada 150 mil habitantes. Municípios e o Distrito Federal também poderão operar bingos em estádios com mais de 15 mil lugares.

 

Já o jogo do bicho poderá ser explorado por uma empresa a cada 700 mil habitantes por unidade da federação. Em Roraima, onde a população é menor, será permitida uma operadora. Para obter autorização, tanto casas de bingo quanto operadores do jogo do bicho precisarão comprovar capital social mínimo de R$ 10 milhões. As concessões terão validade de 25 anos, renováveis por igual período.

 

O texto também regula o uso de máquinas caça-níqueis, exigindo registro, auditorias e divisão da receita: 60% para o estabelecimento e 40% para a empresa locadora.

 

 

 

 

Posted On Terça, 08 Julho 2025 14:11 Escrito por

Acordo estuda a viabilidade de um corredor ferroviário, ligando o Brasil ao Oceano Pacífico

 

 

Por Vitória Queiroz

 

 

O governo brasileiro firmou um memorando de entendimento com a China para estudar a viabilidade de um novo corredor ferroviário bioceânico, ligando o Brasil ao Oceano Pacífico, por meio do Porto de Chancay, no Peru.

 

O acordo foi assinado nesta segunda-feira (7) entre Ministério dos Transportes, por meio da Infra S.A., e a China Railway Economic and Planning Research Institute Co., Ltd., braço estratégico da China State Railway Group, empresa pública ferroviária chinesa.

 

Com a proposta, o Brasil busca se reposicionar no comércio internacional, ao promover ganhos logísticos, econômicos e ambientais, especialmente para as exportações brasileiras com destino ao mercado asiático.

O acordo é resultado de uma articulação iniciada em abril, quando uma delegação chinesa visitou obras estratégicas no Brasil, como a Fiol 1 (Ferrovia de Integração Oeste-Leste 1) e a Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste).

 

Desde abril, equipes dos dois países vêm conduzindo análises sobre a logística brasileira, com foco no escoamento da produção agrícola e mineral do Centro-Oeste para os portos do Arco Norte e do Sudeste. O projeto também considera a integração com os modais rodoviário e hidroviário.

 

O eixo ferroviário Fico-Fiol é a base estruturante do corredor em estudo. O leilão do ativo está previsto para o primeiro semestre de 2026.

O mapeamento das rotas bioceânicas na América do Sul é de responsabilidade do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). O objetivo é consolidar uma malha logística integrada, sustentável e conectada aos principais corredores comerciais do mundo.

 

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, já havia antecipado em maio o interesse chinês em “rasgar” o Brasil com ferrovias.

 

“Já estamos tratando disso com a China desde o primeiro mês do governo Lula. Na primeira reunião com o presidente Xi Jinping, percebi que eles estão muito interessados na questão das ferrovias. Eles querem rasgar o Brasil com ferrovias. Não existe dinheiro público suficiente para fazer isso, é muito caro”, disse a ministra na ocasião.

 

O interesse, segundo Tebet, foi manifestado diretamente pelo presidente da China, Xi Jinping, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

A ministra tem defendido, em diversas agendas, o fortalecimento da integração logística entre os países da América do Sul e a Ásia.

 

No centro dessa estratégia, estão as cinco Rotas de Integração Sul-Americana, corredores logísticos que ligam o Brasil a portos no Pacífico, facilitando o escoamento de mercadorias para a China.

 

 

 

Posted On Terça, 08 Julho 2025 02:43 Escrito por
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