Tom Lyra fez referência ao aumento de 185% em relação à 2018, no número de empregos gerados no setor, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

 

Por Fábia Lázaro

 

O secretário da Indústria, Comércio e Serviços (Sics) e presidente da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), Tom Lyra, destacou nesta quarta–feira,11, o aumento dos indicadores do Turismo no Tocantins, durante jantar na residência oficial do embaixador do Brasil, Carlos Simas Magalhães, acompanhado do ministro do turismo Marcelo Álvares Antônio e do ministro da Indústria, Comércio, Serviço e Turismo de Portugal, Pedro Siza Vieira.

 

Tom Lyra fez referência ao aumento de 185% em relação ao 2018, no número de empregos gerados no setor, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Lyra advertiu ainda que estes indicadores trazem novas exigências e desafios ao Estado.

 

“O aumento recente no Tocantins de 39% no fluxo de turistas e de 185% em empregos gerados em relação ao ano passado é bom, está feito, mas precisamos fazer mais ", Acrescentou. Tom Lyra definiu ainda como um desafio a consolidação do turismo nas sete regiões turísticas tocantinense nos próximos três anos.

 

Novos mercados

Tom Lyra destacou a diversificação de mercado dos que procuram o estado como opção turística, que reduziu a dependência dos destinos tradicionais, como Jalapão, Cantão e Serras Gerais. "Temos agora mercados novos que são descobertos pelo governo e que podem ser aproveitados pelos turistas, " disse.

 

O secretário reiterou ainda que isto aconteceu não por uma queda no volume dos destinos tradicionais, mas porque “fomos capazes de atrair pessoas de todo o mundo e do mercado interno para todo o Tocantins com o intenso trabalho de divulgação em eventos no País e pelo mundo afora, o que resultou em um aumento do fluxo de turistas americanos, franceses, alemães, canadenses, ingleses e holandeses na rota da pesca esportiva.

 

Esforço do governador

Por último, o secretário Tom Lyra frisou o esforço intenso do governador Mauro Carlesse na promoção externa do destino Tocantins com a marca "Descubra o Tocantins” e também o empenho do governador em adequar o estado com o Plano Anual de Turismo, aliado a melhorias na infraestrutura.

 

Para Tom Lyra, a política econômica do governo e a estabilidade política, aliado a segurança jurídica, sem dúvida, eleva o nível de confiança de quem procura o Estado para fazer negócios, incluindo os próprios empresários do setor. “Acertamos na política de promoção e marketing, mas a política adotada pelo Governador Mauro Carlesse nesse setor foi um dos fatores primordiais para este crescimento”, reiterou.

 

Segundo Tom Lyra, o governador Mauro Carlesse entende que o turismo só valerá a pena no Tocantins, na medida em que valer para os tocantinenses, para os turistas e para a região no seu todo. Lyra pontuou ainda : "Não nos acomodemos. O que nos deve motivar e desafiar é o que está à nossa frente, o que ainda falta fazer e que temos de fazer melhor e diferente. É aí que reside essa ideia de atração com sustentabilidade. Não podemos nos acomodar nem se deslumbrar com o crescimento".

 

Segundo o ministro do turismo do Brasil, Marcelo Álvares Antônio, o Tocantins deve manter-se na tendência de crescimento neste setor no Brasil. “A política de incentivo do governador Mauro Carlesse, aliado a uma gestão cada vez mais criteriosa na divulgação do seu estado, contribui ainda mais para alcançar os resultados desejados”, acrescentou.

Posted On Quinta, 12 Março 2020 16:20 Escrito por

CANDIDATURA DE ÁLVARO DA A7 CONFIRMADA PELO PDT

 

O empresário Álvaro da A7 acaba de se filiar ao PDT e assumir a presidência do partido em Porto Nacional.

Álvaro é candidato a prefeito nas eleições de outubro próximo e, nesta quinta-feira (12), tem agendadas várias reuniões com candidatos a vereador e com lideranças políticas do município, que também deverão se filiar ao PDT. Amanhã é dia de reuniões no Distrito de Luzimangues.

Com a entrada de Álvaro da A7, Porto nacional passa a ter quatro pré-candidatos confirmados à prefeitura: o atual prefeito, Joaquim Maia, que deve se filiar ao MDB no próximo dia 28; o ex-prefeito Otoniel Andrade, pelo PTB; o atual vice-prefeito, Ronivon Maciel, pelo PSD e Álvaro da A7, pelo PDT.

A Capital da Cultura Tocantinense deve ter, também, mais de 100 candidatos a vereador, por mais de 11 partidos diferentes.

 

A ESTRATÉGIA DO SILÊNCIO

O governo de Mauro Carlesse, muito cauteloso, tem guardado segredo – e silêncio – sobre suas preferências por candidaturas a prefeito nos municípios do interior, quem será seu candidato na Capital e sobre sua participação efetiva no pleito.

No momento, o foco do governo são os recursos dos empréstimos junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil, e no seu “plano B”, que é um empréstimo de um bilhão de reais junto ao BRB – Banco Regional de Brasília.

Só com os recursos em caixa e as ordens de serviço assinadas é que o governo do Estado deve falar sobre eleições municipais.

 

MULTA POR DESMATAMENTO

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o governo federal cobra, na Justiça, o valor de R$ 1,3 bilhão pelo desmatamento na Amazônia Legal. Segundo a AGU, o número corresponde a 29 ações civis públicas protocoladas nesta quinta-feira (5), além de outras enviadas em dezembro do ano passado à Justiça. Nos processos, grandes infratores são cobrados a ressarcir os prejuízos causados pela exploração ilegal de madeira e atividades irregulares de pecuária.

As áreas foram desmatadas ao longo do tempo em decorrência de atividades econômicas ilícitas nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Amapá. A cobrança faz parte do trabalho da Força-Tarefa da Amazônia, composta por procuradores da AGU que atuam junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O grupo foi criado em setembro do ano passado.

 

PRAZO PARA TÍTULO

Termina no dia 6 de maio o prazo para que cidadãos que tiveram o título de eleitor cancelado regularizem a situação. Quem não estiver em dia com o documento, não poderá votar nas eleições municipais de outubro, quando serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores nos 5.568 municípios do país.

No ano passado, 2,4 milhões de títulos foram cancelados porque os eleitores deixaram de votar e justificar ausência por três eleições seguidas. Para a Justiça Eleitoral, cada turno equivale a uma eleição.

 

COMO REGULARIZAR

Para regularizar o título, o cidadão deve comparecer ao cartório eleitoral próximo a sua residência, preencher o Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) e apresentar um documento oficial com foto. Além disso, será cobrada uma multa de R$ 3,51 por turno que o eleitor deixou de comparecer. O prazo para fazer a solicitação termina em 6 de maio, último dia para emissão do título e alteração de domicílio eleitoral antes das eleições.

Além de ficar impedido de votar, o cidadão que teve o título cancelado fica impedido de tirar passaporte, tomar posse em cargos públicos, fazer matrícula em universidades públicas, entre outras restrições.

A situação de cada eleitor pode ser verificada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O primeiro turno será realizado no dia 4 de outubro. Se necessário, o segundo turno será no dia 25 do mesmo mês. Cerca de 146 milhões de eleitores estarão aptos a votar.

 

CORONA VÍRUS INTERNO

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) confirmou ontem os primeiros casos de transmissão local de coronavírus no estado. Eles envolvem um homem de 72 anos, morador da capital, e a mulher dele, de 68 anos. Os dois apresentam quadro estável de saúde e estão em isolamento domiciliar. O casal não viajou ao exterior.

 

A nova confirmação eleva para 15 os casos do Covid-19 no estado, sendo 13 no município do Rio, um em Niterói e um em Barra Mansa.

Com isso, o Plano de Contingência do governo estadual passa do Nível Zero para o 1, que prevê a disponibilidade de 206 leitos exclusivos para tratamento de casos graves de pessoas infectadas pelo coronavírus em hospitais estaduais. A medida inclui unidades municipais e federais, além da rede estadual.

 

BNDES QUER FINANCIAR

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou que o banco está em uma situação estável e superconfortável de liquidez e de capital para atender aos pedidos de financiamento e crédito. Segundo Montezano, este ano, estão disponíveis R$ 140 bilhões.

Além disso, o BNDES pode incluir no valor cerca de R$ 30 bilhões de um total de R$ 100 bilhões que deve receber ao longo do ano. “Ainda tem um volume substancial de recursos aumentando a liquidez do banco.”

Montezano destacou que não está em cogitação o lançamento de novos produtos ou de linhas de crédito. Ele disse que, por enquanto, a instituição não vai tomar medidas emergenciais para combater os efeitos do coronavírus na economia, mas assegurou que as linhas continuam abertas.

 

 

Posted On Quinta, 12 Março 2020 15:49 Escrito por

Aumento do benefício cria despesas de cerca de R$ 20 bilhões ao ano

Por Kelly Oliveira

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje (12) que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra decisão do Congresso Nacional de derrubar o veto à ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

 

Ontem (11), o Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que aumenta o limite da renda familiar para recebimento do BPC. O benefício assistencial equivalente a um salário mínimo, pago a pessoas com deficiência e idosos partir de 65 anos com até um quarto de salário mínimo de renda familiar per capita. A lei aprovada no Congresso e vetada por Bolsonaro alterava o teto da renda, ampliando o número de pessoas aptas a receberem o benefício. Com a derrubada do veto, portanto, o pagamento será feito a famílias com até meio salário mínimo de renda per capita.

 

A ampliação do BPC pode aumentar as despesas do governo federal em R$ 20 bilhões, por ano. “Vamos ao Supremo, vamos ao TCU [Tribunal de Contas da União] que tem já casos prévios, argumentando pela lei de responsabilidade fiscal. Você não pode criar R$ 20 bilhões de despesas, sem dizer de onde vem os recursos. É proibido pela lei de responsabilidade fiscal. Não temos a capacidade de executar algo que pode ser ilegal”, disse o ministro, ao chegar ao Ministério da Economia hoje.

 

Guedes afirmou que a decisão do Congresso é contrária às medidas de ajuste na economia. “[Em meio a] todo o exercício de estabilização que estamos fazendo para a economia começar a retomar o crescimento econômico, daqui a pouco nós vamos conseguir fazer algo que estava completamente fora do script, vamos derrubar o avião que está começando a decolar, está subindo. A economia mundial está em outro avião que está em queda. O nosso está decolando. Nós já ficamos anos em baixo. A nossa avaliação é que se há algum espaço agora é justamente para remanejar o orçamento para prioridades”, disse, argumentando que gastos extras devem ser direcionados para casos emergenciais, como os gerados pela crise com o coronavírus.

 

Para o ministro, a decisão do Congresso influenciou o mercado financeiro. “Ontem aprovamos uma medida à tarde no Congresso, onde nós vamos gastar mais R$ 20 bilhões e isso derruba tudo. Vocês estão vendo, a bolsa caindo, juros subindo. Isso derruba toda a nossa expectativa de manter a correção de rumo que estamos fazendo na economia brasileira. De forma que o próprio presidente da Câmara [Rodrigo Maia] e o presidente do Senado [Davi Alcolumbre] lamentaram a decisão de ontem. E à noite, conversando com o presidente Bolsonaro, ele disse vamos ao Congresso. É hora de união. A saúde do Brasil está acima dessas disputas políticas”, disse, referindo-se à reunião na noite de ontem, no Congresso, com parlamentares, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para discutir estratégias de combate ao coronavírus.

 

Crescimento econômico

Guedes explicou que a economia brasileira não está “sincronizada” com a mundial. “A queda lá [fora do Brasil] é inevitável. Eles estão já há muitos anos esgotando as ferramentas, já estão com juros zero, fizeram todo o esforço possível e têm crise no mercado de títulos. Já não têm esse instrumento de defesa, estão partindo já para o foco fiscal. Nós estamos ao contrário, nós precisamos justamente é de espaço fiscal. Com as propostas que mandamos de reforma, nós adquirimos pulmão, oxigênio fiscal para fazermos contra ataque [à crise]. Então, estamos seguros de que o Brasil pode ter uma dinâmica própria. Temos que manter o pulso, a serenidade, vamos aprofundar as reformas”, disse.

 

O ministro afirmou que o mercado financeiro previa crescimento da economia brasileira este ano em 2,5% e com o coronavírus, a previsão caiu para 2%. “Já estávamos em 2% que seria nossa estimativa para este ano. Tinha gente que estimava 2,5%, com coronavírus cai para 2%. Eu já estimava 2%”, disse. Ele acrescentou que a crise impacta segmentos da economia, como o relacionado a viagens – hotéis, restaurantes etc -. “Tem uma série de efeitos que estamos já analisando e nos preparando para enfrentar a frente. Do ponto de vista dessa dimensão econômica, eu reafirmo que o Brasil tem uma dinâmica própria de crescimento. Vamos disparar os investimentos em saneamento, em infraestrutura, em logística. O câmbio alto se por um lado atrapalha, por outro auxilia nas exportações”.

“Os juros [básicos] estão baixos, os investimentos internos, construção civil, estão aumentando, o crédito está expandindo a dois dígitos, os bancos públicos abriram as compotas para empréstimos, para pequenas e médias empresas. Todos já estão em campo. O Banco Central reduziu os compulsórios. Temos ainda a ferramenta monetária para usar”, disse.

Guedes disse ainda que o governo tem “serenidade, capacidade de enfrentar qualquer exacerbação indevida da crise, toda essa ansiedade”, nos mercados de câmbio e ações. “Esses efeitos são naturais. Dá uma crise grave, todo mundo começa a se movimentar. Estamos seguro de que é a hora de transformarmos a crise em reformas. Com as reformas, vem o crescimento, a geração de emprego e de renda. E há espaço também para medidas emergenciais, além dessas medidas de reforma”.

 

Recursos para saúde

Guedes elogiou a proposta do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de que saia do orçamento impositivo recursos para o enfrentamento ao coronavírus. “No meio dessa disputa por recursos orçamentários, veio a sugestão de pegar R$ 10 bilhões que eram objeto de disputa e mandar R$ 5 bilhões para o Mandetta para o ataque ao coronavírus e separar os outros R$ 5 bilhões para um fundo de combate à pandemia à medida que os impactos se verificam”.

Posted On Quinta, 12 Março 2020 13:24 Escrito por

Convites para uma nova reunião foram enviados aos representantes de vários poderes e autarquias com vistas à criação do novo colegiado.

 

Por Melânia Kássia

 

O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, se reuniu na manhã desta quinta-feira, 12, com alguns assessores e secretários de Governo para discutir e preparar a implementação de um Comitê de Crise para prevenção do vírus Covid-19, popularmente conhecido como novo coronavírus.

 

O governador Mauro Carlesse lembrou que o Tocantins é um dos quatro estados que ainda não registrou casos da doença respiratória, mas que isso não exclui ações preventivas para manutenção da ordem pública e da qualidade de vida dos tocantinenses.

 

“A criação de um comitê é uma ação preventiva para reforçar e estabelecer as nossas condições atuais, ao mesmo tempo em que busca meios para enfrentar qualquer adversidade que possa surgir”, destacou o governador Mauro Carlesse.

 

A reunião de instalação do gabinete de crise está marcada para esta quinta-feira, 12, às 16h, na sala de reuniões do Palácio Araguaia. Estão sendo convidados representantes do Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho, Defesa Civil, Exército e outros órgãos estratégicos que possam somar com essa iniciativa de prevenção.

 

Nesta primeira reunião, estiveram presentes o secretário de Estado da Saúde, Edgar Tollini, o comandante-geral da Polícia Militar, Jaizon Veras Barbosa, o secretário-executivo da Governadoria, Divino Alan, o secretário de Comunicação, Élcio Mendes, e o subcomandante do Corpo de Bombeiros, Carlos Eduardo de Souza Farias, dentre outros representantes.

 

Novo coronavírus

Coronavírus é o nome de uma grande família de vírus que tem uma estrutura em formato de coroa, conhecida desde 1960. Eles causam infecções respiratórias e já provocaram outras doenças como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).

 

A doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de Covid-19. Ela foi descoberta no final de dezembro de 2019, na China.

 

Até hoje o Ministério da Saúde já contabilizou 60 casos no Brasil, segundo balanço contabilizado na manhã desta quinta-feira, 12.

 

 

Posted On Quinta, 12 Março 2020 13:22 Escrito por

Parlamentares que se declaram independentes, como os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Álvaro Dias (PODE-PR) e Marcos do Val (PODE-ES) e o deputado Marcel Van Hatten (RS), líder do Novo na Câmara, caminham nesta quarta (11) até o Palácio do Planalto para entregar uma carta ao presidente Bolsonaro pedindo que ele retire o PLN enviado ao Congresso sobre o Orçamento impostivo

 

Pedro Ladeira/Folhapress

 

Parlamentares aceitaram o compromisso de destinar cerca de R$ 5 bilhões das emendas do relator, deputado Domingos Neto (PSD-CE), para o combate à doença, mas queriam manter no mínimo R$ 10 bilhões em seu poder.

 

Líderes de partidos de centro haviam pedido às suas bancadas para manter o veto de Bolsonaro ao BPC (benefício concedido a idosos carentes e deficientes), mas o esforço fracassou, ele acabou sendo derrubado, e o governo estima um aumento de R$ 20 bilhões nas despesas por ano.

 

A derrota foi vista como uma articulação desastrosa do governo Bolsonaro no Congresso, principalmente no Senado, e embaralhou a retomada das discussões para a divisão do Orçamento —que nas últimas semanas gerou uma crise entre os Poderes.

 

O ministro Paulo Guedes (Economia) foi ao Legislativo na noite desta quarta-feira pedir uma solução política para conter o rombo fiscal e ajudar no combate ao coronavírus, logo após a derrota no veto do BPC.

 

Sem citar diretamente o Orçamento impositivo, Guedes disse aos congressistas que a solução para a crise gerada pela pandemia de coronavírus no país é do Legislativo e que o sistema pode entrar em colapso.

 

"A solução é política, é de todos os senhores", afirmou. Congresso e Executivo disputam controle sobre o Orçamento, o que deflagrou uma nova crise.

 

Além de Guedes, participam os ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), e o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto (Banco Central).

 

A ida de Guedes e os demais ministros ao Congresso foi lida por alguns líderes e parlamentares presentes na reunião de emergência como uma sinalização que o governo pode tentar reaver o total dos recursos do Orçamento que ficaram na mão do relator, Domingos Neto (PSD-CE).

 

 

 

A proposta dos líderes era a de destinar R$ 5 bilhões ao combate ao coronavírus por meio de um dos projetos enviados pelo governo e aprovados pela CMO (Comissão Mista de Orçamento) nesta quarta-feira. O colegiado deu aval aos dois textos que ainda precisavam ser analisados por seus membros.

 

Um dava poder ao relator e à comissão para usar recursos para emendas. O outro devolvia ao Executivo um total de R$ 9,6 bilhões dos R$ 30,8 bilhões do Orçamento. O texto também prevê R$ 6,5 milhões para reforçar o Ministério da Saúde.

 

A ideia da Câmara era garantir a destinação do dinheiro solicitado pelo Ministério da Saúde por meio de um dos projetos aprovados e com uma decisão de ofício do relator.

 

As conversas para que os recursos fossem dedicados ao enfrentamento do coronavírus começaram na terça (10), quando o ministro Mandetta entrou em contato com Domingos Neto pedindo parte do dinheiro para conter a doença.

 

Ao mesmo tempo, o governo passou a cogitar usar o coronavírus para recuperar a verba e usar parte dela no combate da doença.

 

Estimativa feita pela equipe econômica é que cerca de R$ 5 bilhões poderiam bancar ações dos ministérios da Saúde e da Educação, que demandam dinheiro extra para lidar com a disseminação da doença no país.

 

Ao final da reunião da noite desta quarta, o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse que era necessário desvincular a solução do impasse do dinheiro do coronavírus de um acordo sobre o Orçamento impositivo.

 

Nesse sentido, disse que o governo deverá encaminhar ao Congresso uma medida provisória de emergência orçamentária garantindo os R$ 5 bilhões a Mandetta. O dinheiro, segundo Gomes, ainda poderia sair das emendas de relator, mas não estaria vinculada à aprovação dos projetos de lei enviados pelo Executivo.

 

"O que a gente quer deixar claro é que fica prejudicado qualquer outro tipo de debate sobre movimentação de orçamento que não seja da emergência", disse o líder.

 

"Não tem a menor condição de discutir acordo orçamentário em outras áreas que não seja agora a partir desse entendimento", continuou Gomes.

 

A Saúde já prometeu aos estados aumentar o número de leitos disponíveis e reforçar equipes, o que custaria cerca de R$ 1 bilhão. O MEC solicitou verba adicional para ações educativas na rede pública de ensino.

 

O apelo pelos recursos foi verbalizado por Mandetta ainda em audiência na tarde desta quarta na Câmara.

 

"O Orçamento do ano passado veio com essa inovação, eu não conhecia, onde você coloca recursos, mas condiciona à aprovação do relator. Foram colocados R$ 5,1 bilhões onde o relator colocasse pela lógica política. Em vez da lógica política, vamos liberar pela lógica cientifica", disse.

 

"O que eu estou solicitando é: deixem esse dinheiro para que nós possamos usá-lo em todo o território nacional para essa situação do novo coronavírus de acordo com a necessidade", completou.

 

O líder do Republicanos, Jonathan de Jesus (RR), defendeu em audiência com Mandetta a destinação de recursos para o combate à doença.

 

"Precisamos promover o fortalecimento da economia por meio de políticas públicas, mas, com o Orçamento impositivo, o Ministério da Saúde não estava preparado para uma situação dessas", disse.

 

A liberação do recurso para enfrentar o coronavírus favorece a narrativa tanto do governo quanto a do Congresso diante da opinião pública.

 

Com a derrubada do veto do BPC, no entanto, o governo agiu para esvaziar e encerrar a sessão no Congresso.

 

Antes da reunião com os ministros, a avaliação dos articuladores do Planalto é que o acordo sobre o Orçamento que havia sido feito volta praticamente ao estágio inicial, e agora será preciso se reorganizar para a próxima semana.

 

"O tempo dedicado à articulação, à conversa das assessorias, ao ajustes entre as lideranças, à autocrítica que deve fazer o próprio governo e à compreensão que vem de todos os parlamentares e de todas as bancadas exige que, neste momento, o Congresso também tenha um momento de reparação, de ajuste, de forma de conduta entre as suas lideranças e o processo que estabelece as pautas na sessão do Congresso", afirmou o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).

 

 

 

A derrota foi criticada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Na hora que você toma a decisão de criar despesa de um lado, você tem de entender que você pode, inclusive, estar correndo o risco de ter um espaço menor para conseguir mais recursos para o enfrentamento do coronavírus", disse.

 

Nesta quarta, assessores presidenciais avaliaram pedido de congressistas contrários ao acordo do Orçamento para que Bolsonaro retirasse os projetos que havia enviado ao governo, mas o diagnóstico foi que o movimento poderia aumentar o desgaste com o Legislativo.

 

Para eles, uma vitória em plenário seria menos traumática —o governo estava fazendo cálculos para avaliar se tinha apoio para derrubar o texto.

 

Na tentativa de arrefecer a crise, o núcleo político do Palácio do Planalto tem tentado promover ainda nesta semana um encontro entre Bolsonaro, Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Além de afetar as negociações de divisão do Orçamento, o coronavírus também afetou a rotina do Congresso, que decidiu restringir o acesso de visitantes por causa da doença.

 

Atos publicados nesta quarta-feira dizem que apenas terão acesso à Câmara e ao Senado congressistas e pessoas credenciadas, como jornalistas e servidores. A exceção à restrição acontecerá em caso de convocações ou convites para depoimentos.

 

Pelo ato do Senado, quem tiver audiência agendada com senador poderá ingressar nas dependências do Congresso, desde que a visita seja previamente comunicada à administração. O texto da Câmara não fala nesta possibilidade.

 

Nas duas Casas fica suspensa a realização de eventos que não são diretamente relacionados às atividades legislativas, como visitas ou atos partidários.

 

Alcolumbre e Maia suspenderam também as sessões especiais e solenes, reuniões que de deputados e senadores para homenagens.

 

Até o momento, as sessões de votação em plenário e em comissões estão mantidas.

 

Mais cedo, ao lado do ministro da Saúde, Maia já havia anunciado que a circulação e a presença dentro do Parlamento, a partir da próxima semana, seriam restringidas.

 

"Prevenção é muito importante. Aqui circulam muitas pessoas, de todas as regiões. É importante que a Câmara possa restringir acesso, reduzir o número de audiências, restringir presença nos plenários a poucos assessores, quase que exclusivamente aos próprios parlamentares", afirmou Maia.

 

A Covid-19 também impôs mudanças na rotina do TST (Tribunal Superior do Trabalho). A presidente da corte, Maria Cristina Peduzzi, determinou que servidores que tenham regressado de viagens a localidades em que o surto da doença tenha sido reconhecido deverão trabalhar em regime de teletrabalho por 15 dias.

Posted On Quinta, 12 Março 2020 12:15 Escrito por