Projeto prevê um superávit primário de R$ 34,5 bilhões no próximo ano
Por Jessica Cardoso
O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (19) o Orçamento de 2026. O texto agora segue para sanção do presidente Lula (PT).
O projeto de lei prevê despesas totais de R$ 6,5 trilhões e um superávit primário de R$ 34,5 bilhões no próximo ano, ligeiramente acima da meta fiscal de R$ 34,3 bilhões, que equivale a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
O texto do relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), foi aprovado de forma simbólica, quando não há registro individual de votos. Mais cedo, passou na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso.
O Orçamento aprovado também reserva cerca de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares.
Desse total, R$ 49,9 bilhões foram destinados a emendas individuais (RP 6), de bancada (RP 7) e de comissão (RP 8), conforme definido no relatório apresentado por Bulhões.
Outros R$ 11,1 bilhões serão aplicados em emendas alocadas em despesas dos ministérios, sob gestão direta do Poder Executivo.
Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) já aprovada, os recursos das emendas terão um calendário de pagamentos em 2026, caso o texto seja sancionado sem alterações.
Em ano eleitoral, o Orçamento também prevê R$ 4,9 bilhões para o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, o Fundo Eleitoral, que custeia despesas de campanhas políticas.
A proposta contempla ainda a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês, uma das principais bandeiras do governo Lula para 2026.
Por outro lado, o Congresso promoveu cortes em programas sociais e despesas obrigatórias em relação à proposta original enviada pelo Executivo.
O programa Auxílio Gás sofreu redução de cerca de R$ 300 milhões, enquanto o Pé-de-Meia teve um corte de R$ 436 milhões. Também houve diminuição de R$ 6,2 bilhões em benefícios previdenciários e de R$ 391 milhões nos recursos destinados ao seguro-desemprego.
Por Edson Rodrigues
O retorno do governador Wanderlei Barbosa ao comando do Palácio Araguaia e o encerramento da interinidade de Laurez Moreira provocaram um reposicionamento abrupto das forças políticas no estado. Partidos que apostaram no período de instabilidade institucional para estruturar projetos eleitorais agora enfrentam um cenário adverso, com isolamento político, dificuldade para formar nominatas competitivas e ausência de viabilidade real para disputas majoritárias em 2026.
Com o fim das coligações proporcionais, federações definidas pelas cúpulas nacionais e novas regras sobre sobras eleitorais, a eleição de 2026 expõe, de forma objetiva, quem tem grupo político, base eleitoral, estrutura e quem ficou apenas no discurso.
MDB PERDE QUADROS

O MDB tocantinense, hoje presidido pelo deputado federal Alexandre Guimarães, atravessa um processo de esvaziamento político. A legenda perdeu duas de suas principais referências: a ex-deputada federal ex-primeira-dama Dulce Miranda, que obteve cerca de 40 mil votos na última eleição, e o ex-governador Marcelo Miranda. Ambos passaram a integrar o campo político da pré-candidatura da senadora Professora Dorinha Seabra (União Brasil).
Alexandre Guimarães foi eleito deputado federal pelo Republicanos, mas articulou sua migração para o MDB com aval da direção nacional do partido. O movimento contou com apoio direto da família Barbalho, do Pará, um dos grupos mais influentes da política nacional, com presença no Senado, Câmara Federal, ministérios e governos estaduais. Esse respaldo garantiu segurança jurídica à mudança e fortaleceu sua posição interna.
Apesar disso, o efeito prático no Tocantins foi limitado. Mesmo com intensa agenda nos 139 municípios e boa interlocução institucional, especialmente no Bico do Papagaio, o MDB não conseguiu recompor sua base histórica, estruturar uma nominata proporcional competitiva ou viabilizar um projeto majoritário consistente. A dúvida permanece nos bastidores: Alexandre Guimarães será candidato ao governo ou seguirá sem espaço real no tabuleiro principal?
PP E VICENTINHO JÚNIOR

O deputado federal Vicentinho Júnior chegou a ocupar posição de destaque no cenário estadual. À frente do PP, ampliou a presença municipal do partido e estruturou uma pré-candidatura ao Senado que chegou a ganhar densidade eleitoral.
O quadro mudou radicalmente com a federação entre União Brasil e PP. A senadora Professora Dorinha, líder nas pesquisas internas e pré-candidata ao governo, definiu sua estratégia com duas vagas ao Senado: Eduardo Gomes (PL) e Carlos Gaguim (UB).
Durante a interinidade, Vicentinho declarou apoio público a Laurez Moreira, indicou aliados para cargos estratégicos e aprofundou o conflito com Dorinha. O racha tornou-se público e irreversível. Como consequência, Vicentinho perdeu sustentação dentro da federação e caminha para ser substituído na presidência estadual do PP, que deve passar ao controle direto da senadora.
DENÚNCIAS, DESGASTE NACIONAL E DIFICULDADE DE NOVO ABRIGO PARTIDÁRIO
O isolamento político de Vicentinho se agravou com reportagens da imprensa nacional, como UOL e Brasil 247, que repercutiram investigações da Polícia Federal envolvendo pessoas próximas ao deputado. Ressalta-se que Vicentinho Júnior não é réu nem foi condenado. Ainda assim, o volume de informações e a repercussão nacional ampliaram o desgaste político, dificultando sua filiação a partidos médios ou grandes e comprometendo, no momento, a viabilidade de uma candidatura majoritária ao Senado.
KÁTIA ABREU, PT E O ERRO DE CÁLCULO NA INTERINIDADE

O PT tocantinense vive um momento de fragilidade após apostar na interinidade de Laurez Moreira para construir um palanque estadual para o presidente Lula. A estratégia foi conduzida com protagonismo da ex-senadora Kátia Abreu, que atuou diretamente na aproximação entre Laurez e o Palácio do Planalto.
Gestos públicos durante visita presidencial, abertura da máquina administrativa interina e a nomeação de quadros petistas para secretarias estratégicas, entre eles o ex-prefeito Paulo Mourão, que acumulou duas pastas, foram tratados internamente como sinal de reposicionamento político do partido.
O cálculo revelou-se equivocado. No mesmo dia em que as nomeações foram publicadas, decisão do ministro Nunes Marques, posteriormente confirmada por unanimidade pelo STF, determinou o retorno imediato de Wanderlei Barbosa ao cargo. O PT perdeu espaço institucional, palanque e capacidade de articulação, voltando a um cenário de isolamento político.
PSDB DE PALMAS: VEREADORES COM EDUARDO SIQUEIRA, CINTHIA ISOLADA

No PSDB, a crise é interna e estrutural. Embora o partido tenha eleito quatro vereadores em Palmas,Márcio Reis, Folha, Waldson da Agesp e Eudes de Assis, todos seguem politicamente o prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos).
Waldson assumiu a Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana, e Eudes de Assis, primeiro suplente, ocupou a vaga na Câmara Municipal. Nenhum dos quatro mantém alinhamento político com a presidente estadual do partido, a ex-prefeita Cinthia Ribeiro.
Na prática, Cinthia não controla a bancada tucana da capital nem dispõe de grupo político estruturado. O PSDB palmense atua integrado à base do prefeito, inclusive nas articulações para a sucessão estadual de 2026, deixando o PSDB estadual sem capilaridade e sem musculatura eleitoral.
R$24 MILHÕES: TCE INVESTIGA SUSPEITA DE IRREGULARIDADES EM CONTRATAÇÃO DE CINTIA
A decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE/TO), que considerou procedente a representação sobre a contratação emergencial de R$ 24,1 milhões para o transporte escolar rural realizada na gestão da ex-prefeita Cinthia Ribeiro, adiciona um novo elemento de desgaste político ao cenário de fragmentação partidária no Tocantins. Os apontamentos de indícios de sobrepreço de cerca de 36%, falhas graves de planejamento e a contratação de uma empresa com capital social incompatível com o valor do contrato reforçam a perda de lastro administrativo e político da ex-gestora, hoje já isolada partidariamente e sem controle de sua própria legenda na capital. A abertura de Tomada de Contas Especial, com possibilidade de responsabilização e quantificação de dano ao erário, tende a aprofundar esse isolamento e a enfraquecer ainda mais qualquer tentativa de rearticulação eleitoral, num contexto em que a viabilidade política passa, cada vez mais, pela credibilidade administrativa e pela capacidade de sustentar projetos coletivos e nominatas competitivas para 2026.
TIAGO DIMAS

O deputado federal Tiago Dimas e seu pai, o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, também apostaram na interinidade. Ronaldo deixou a Secretaria de Planejamento de Palmas para assumir função equivalente no governo de Laurez Moreira.
Com o retorno de Wanderlei Barbosa, Tiago passou a enfrentar isolamento político, perdeu espaço institucional e se distanciou do prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, que não demonstra disposição em apoiá-lo na disputa de 2026.
Sem uma nominata competitiva no Podemos, as chances de reeleição são avaliadas nos bastidores como extremamente reduzidas, colocando o parlamentar em situação de alto risco eleitoral.
NOVAS REGRAS ELEITORAIS ESCANCARAM A FRAGILIDADE DAS NOMINATAS

As eleições de 2026 impõem um desafio adicional. Sem coligações proporcionais e com regras mais rígidas sobre sobras eleitorais, cada partido precisará disputar sozinho.
No Tocantins, o quociente eleitoral deve girar em torno de:
Isso exige nominatas fortes, com vários candidatos capazes de alcançar entre 5 mil e 8 mil votos ou mais. Projetos individuais, sem base coletiva, tornam-se praticamente inviáveis.
Nesse contexto, a reeleição de quadros como do deputado estadual Eduardo Mantoan dependerá diretamente da força da nominata. Já uma eventual candidatura de Cinthia Ribeiro a deputada federal é vista, nos bastidores, como politicamente insustentável.
LAUREZ MOREIRA

Apesar das especulações, aliados avaliam que Laurez Moreira dificilmente será candidato ao governo neste momento. Fora do Palácio Araguaia, sem grupo político estruturado e sem nominatas proporcionais, uma candidatura agora seria vista como risco elevado.
Conhecido por seu perfil cauteloso, Laurez tende a preservar seu patrimônio político e seu futuro eleitoral, evitando movimentos que possam comprometer sua trajetória.
EDUARDO GOMES CONSOLIDADO, SEGUNDA VAGA EM ABERTO

No Senado, o cenário é mais definido. A reeleição de Eduardo Gomes (PL) é considerada praticamente assegurada. Vice-presidente do Senado, aliado estratégico de Wanderlei Barbosa e com base municipal consolidada, Gomes entra na disputa em posição confortável.
A disputa real se concentra na segunda vaga, onde Vicentinho Júnior, Irajá Abreu e Carlos Gaguim enfrentam desafios distintos, de imagem, estrutura e alianças, que precisarão ser superados até o fechamento do calendário eleitoral.
O Tocantins caminha para 2026 com um quadro de desorganização partidária, escassez de nominatas competitivas e clara vantagem estrutural do grupo governista. A oposição, fragmentada e sem eixo comum, ainda não conseguiu apresentar um projeto eleitoral consistente.
A eleição será menos sobre discursos e mais sobre estrutura, grupo político e capacidade real de formar nominatas competitivas. Quem não entender essa lógica ficará fora do jogo.
O Paralelo 13 seguirá acompanhando os bastidores, as articulações e os movimentos que definirão o rumo da sucessão estadual. Lembrando que, a partir deste sábado, 20, O Paralelo 13 entra em recesso editorial, com retorno das atividades regulares no dia 5 de janeiro. Durante esse período, a equipe poderá produzir conteúdos pontuais apenas em caso de necessidade, diante de fatos relevantes que exijam acompanhamento ou registro jornalístico.
Da Assessoria
A Assembleia Legislativa do Tocantins aprovou, em sessão ordinária realizada na última quarta-feira, 17, dois projetos de lei que atualizam as regras de desconto e parcelamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). As medidas ampliam as possibilidades de regularização de débitos, com condições diferenciadas para pagamento à vista e parcelado, buscando facilitar a adesão dos contribuintes.
Um dos projetos aprovados institui o Programa Bom Motora, que prevê descontos progressivos no IPVA para condutores que mantêm histórico de pelo menos dois anos sem infrações de trânsito. De autoria do deputado Jorge Frederico (Republicanos), o Projeto de Lei nº 20/2025 estabelece abatimentos de 5% a 10% no imposto, conforme o tempo em que o motorista permanecer sem cometer infrações.
De acordo com a justificativa apresentada pelo autor, a iniciativa segue experiências já adotadas em outros estados e alia benefícios econômicos para o cidadão com políticas públicas voltadas à segurança no trânsito. O desconto, conforme o texto, estará condicionado à regularidade no pagamento do IPVA, reforçando o compromisso com a adimplência.
Também foi aprovado o Projeto de Lei nº 404/2025, de autoria do deputado Cleiton Cardoso (Republicanos), que altera o Código Tributário do Estado do Tocantins para ampliar as formas de pagamento do IPVA. A proposta permite o parcelamento do imposto em até 12 vezes e autoriza o uso de cartões de crédito e débito para a quitação do tributo e de outros débitos vinculados ao veículo.
Na justificativa, o parlamentar destaca que a medida oferece maior flexibilidade ao contribuinte, especialmente no início do ano, período marcado por acúmulo de despesas obrigatórias. A possibilidade de parcelamento ampliado e o uso de meios eletrônicos de pagamento, segundo o texto, tendem a reduzir a inadimplência e facilitar a regularização dos veículos, trazendo benefícios tanto para a população quanto para o Estado do Tocantins, no que se refere à arrecadação.
Com a aprovação em plenário, os dois projetos seguem agora para sanção do governador.
Da Assessoria
O Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) elegeu e deu posse a cinco novos desembargadores e três novas desembargadoras nesta quinta-feira (18/12). Com a ampliação da Corte, a composição do órgão máximo do TJTO passa a ter 19 membros, neste processo de escolha que é o mais expressivo realizado na história do Judiciário tocantinense, com provimento de sete das oito vagas criadas pela Lei Complementar Estadual nº 153/2024, além da vaga aberta pela aposentadoria do desembargador João Rigo.
A sessão administrativa para a escolha e posse teve início às 14 horas, após a entrega da reforma do Salão da Liberdade, a sala de sessões do Tribunal Pleno. Reformado, o local está apto a receber os novos membros e aumentar a capacidade de público.
Tomaram posse como novos desembargadores(as), por ordem de antiguidade:
Márcio Barcelos Costa;
Nelson Coelho Filho;
Gil de Araújo Corrêa;
Gilson Coelho Valadares;
Silvana Maria Parfieniuk;
Luiz Zilmar dos Santos Pires;
Edilene Pereira Amorim Alfaix Natário e
Hélvia Túlia Sandes Pedreira.
Discursos na posse

A presidente do TJTO saudou os novos integrantes ao destacar o senso de tranquilidade que permeou a sessão de escolha "feita com a transparência e a máxima responsabilidade e comprometimento" dos pares.
"Agradeço a todos os desembargadores e desembargadoras que fizeram de hoje uma data histórica e desejo boas-vindas aos novos integrantes, pois tenho a certeza de que o Tribunal de Justiça está mais forte e os senhores e senhoras chegam para somar e agregar ainda mais o nosso trabalho", afirmou a presidente.
O decano, o desembargador com mais tempo no exercício do cargo na corte, Marco Villas Boas, destacou que os novos integrantes representam possibilidades de avanço ao Judiciário.
"O ponto nevrálgico que nos anima é este momento de ampliação do Tribunal com a vinda de ilustres colegas que durante sua carreira exerceram uma jurisdição de qualidade e que trazem do 1º grau essa experiência salutar sobre onde de fato a jurisdição acontece no primeiro momento e que nos enriquece com essa nossa possibilidade de avançar na nossa missão institucional", disse.
"Convoco todos vocês para honrarmos e dignificarmos, para abrilhantar com a evolução nos estudos no aperfeiçoamento, na dedicação, na jurisdição e na construção de um tribunal cada vez mais justo, mais coeso, que prestigie os princípios constitucionais, e que possa trazer estabilidade jurídica e as garantias constitucionais necessárias para que o Tocantins floresça”, complementou.
Em nome dos empossados, o magistrado mais antigo, desembargador Márcio Barcelos, destacou a responsabilidade de integrar a corte que, segundo ele, "tem se destacado pela eficiência, transparência e compromisso com a democracia e os direitos humanos". O novo desembargador também destacou ser sabedor dos desafios e dos anseios sociais por uma justiça ágil, acessível e efetiva que garanta segurança jurídica, a pacificação social e o desenvolvimento sustentável.
“Sabemos que o judiciário tem o papel essencial na defesa da constituição democracia e dos direitos fundamentais e nos comprometemos a exercer a função com dedicação, ética e respeito e a contribuir para o aprimoramento da prestação jurisdicional buscando a solução de conflitos de forma célere pacífica e adequada e ainda a servir ao povo tocantinense honrando sua história a sua cultura e as suas aspirações.
Eleição dos novos membros
Na abertura da sessão, o corregedor-geral de Justiça, desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho explicou os processos de escolha. O relator explicou que a formação das listas de candidaturas observou “aspectos qualitativos da prestação jurisdicional, produtividade, aspecto quantitativo, presteza no exercício das funções e aperfeiçoamento técnico" conforme prevê resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do próprio TJTO para escolha dos membros. Em seguida os dez desembargadores(as) votaram em cada um dos editais abertos.

Márcio Barcelos Costa
Na primeira escolha, pelo critério de merecimento exclusivo para mulher, alcançou a maior pontuação entre os 10 desembargadores votantes a juíza Silvana Maria Parfieniuk. A juíza integra o grupo de magistrados pioneiros do Tocantins, com exercício iniciado dia 3 de outubro de 1989, e mais 35 anos de atuação. Uma trajetória que inclui o comando do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC de Palmas) e a Central de Execução Fiscais da capital.
A segunda promoção se deu por antiguidade, com a eleição do juiz ou juíza com mais tempo de carreira na entrância final, nível mais alto entre as comarcas. Por unanimidade, o colegiado elegeu Márcio Barcelos Costa. Juiz mais antigo da magistratura tocantinense, Barcelos soma mais de 35 anos na carreira iniciada no dia 2 de outubro de 1989. Ele atuava na comarca de Palmas desde 2018 e era titular do 3º Juizado Especial antes de ser convocado como juiz substituto de desembargador em agosto de 2024.
A terceira escolha foi pelo critério de merecimento, ampla concorrência. A juíza Edilene Pereira Amorim Alfaix Natário foi a escolhida após figurar em três listas tríplices de escolha de promoção. A juíza atuava na da 1ª Vara de Família e Sucessões da comarca de Gurupi e também possui uma carreira na magistratura com mais de 35 anos. Sua trajetória teve início em novembro de 1989.

Desembargador Gilson Coelho Valadares
Seguindo o processo de escolha, o magistrado Gil de Araújo Corrêa foi eleito pelo critério de antiguidade. Juiz com carreira iniciada dia 2 de outubro de 1989 e com mais de 35 anos de dedicação ao Judiciário tocantinense, ele atuava na comarca de Palmas desde novembro de 1994, incluindo a titularidade na Vara de Execuções Fiscais e Ações de Saúde Pública, antes de ser designado substituto de desembargador no TJTO em agosto de 2025.
A segunda vaga por merecimento, exclusiva para o gênero feminino, ficou com a juíza Hélvia Túlia Sandes Pedreira. A juíza atuava na Comarca de Palmas, como titular da 3ª Vara de Família e Sucessões. Está na magistratura desde dezembro de 1996 e conta com mais de 28 anos de dedicação ao Judiciário.
Por antiguidade novamente, Gilson Coelho Valadares foi promovido para a sexta vaga provida na sessão. Terceiro juiz com mais tempo de magistratura no Estado, tem trajetória iniciada dia 2 de outubro de 1989. Juiz da Comarca de Palmas desde 1999, dez anos após o ingresso na carreira, era titular do 5º Juizado Especial da Comarca de Palmas desde 2001.

Gil de Araújo Corrêa
Nelson Coelho Filho foi o escolhido pelo critério de merecimento para a sétima vaga criada a partir da Lei Complementar Estadual nº 153/2024, que aumentou o número de membros do TJTO de 12 para 20. Magistrado na Comarca de Palmas desde 1995, ele atuava como titular da 2ª Vara de Família e Sucessões da capital. No Judiciário estadual desde 1989, tem 35 anos de atuação.
A oitava vaga disposta pela lei segue reservada para indicação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), compondo o quinto constitucional, e será votada definitivamente quando a OAB/TO definir os(as) candidatos(as).

Nelson Coelho Filho
A última vaga provida na tarde de quinta-feira, decorrente da aposentadoria do desembargador João Rigo, foi confiada ao magistrado Luiz Zilmar dos Santos Pires, pelo critério de antiguidade. Ele acumula 35 anos de magistratura desde a posse em novembro de 1989. O juiz atuava atualmente na comarca de Palmas, onde era titular da 2ª Vara Criminal, além da comarca de Itaguatins, onde auxiliava desde 2022 e coordenava o Cejusc.
Todos os desembargadores e desembargadoras eleitos(as) dispensaram a sessão solene de posse para que pudessem ser empossados pela presidente do TJTO, desembargadora Maysa Vendramini Rosal, em cerimônia ocorrida logo após o processo de escolha.
Indicação de substitutos
O Tribunal Pleno ainda aprovou durante a sessão o nome de três substitutos temporários de desembargadores. O juiz Rubem Ribeiro de Carvalho vai substituir o desembargador Helvécio de Brito Maia Neto; a juíza Odete Batista Dias Almeida, coordenadora de Precatórios, irá atuar como substituta no gabinete judicial da presidente Maysa Vendramini Rosal, enquanto a titular exerce o mandato de presidente do TJTO. E a juíza Maria Celma Louzeiro Tiago atuará na vaga destinada à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) até a indicação definitiva do nome da advocacia que irá compor o quinto constitucional.
COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL PLENO

Desª. Maysa Vendramini Rosal (Presidente)
Des. Marco Anthony Steveson Villas Boas
Desª. Jacqueline Adorno de La Cruz Barbosa
Desª. Ângela Maria Ribeiro Prudente
Des. Eurípedes Lamounier
Des. Helvécio de Brito Maia Neto
Desª. Etelvina Maria Sampaio Felipe
Des. Pedro Nelson de Miranda Coutinho
Des. Adolfo Amaro Mendes
Desª. Ângela Haonat
Des. João Rodrigues Filho
Márcio Barcelos Costa;
Nelson Coelho Filho;
Gil de Araújo Corrêa;
Gilson Coelho Valadares;
Silvana Maria Parfieniuk;
Luiz Zilmar dos Santos Pires;
Edilene Pereira Amorim Alfaix Natário e
Hélvia Túlia Sandes Pedreira.
JUÍZES SUBSTITUTOS
Rubem Ribeiro de Carvalho
Maria Celma Louzeiro Tiago
Odete Batista Dias Almeida
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
Vamos começar citando três velhos ditados populares. Um diz que “há males que vêm para o bem” e o outro “diga-me com quem andas que te direi quem és”. Essas máximas parecem se encaixar no atual momento da política tocantinense. Escorregões e tropeços, por vezes, servem de alerta para evitar quedas maiores no futuro. O governador Wanderlei Barbosa, ao olhar pelo retrovisor da vida pública, parece adotar outra lição popular: “seja inteligente, transforme o azedo do limão em limonada”. Traduzindo, toda a turbulência enfrentada em 2025 serviu para Wanderlei Barbosa filtrar ainda mais o grupo formado por “amigos e aliados” e fez com que ele tivesse a possibilidade de iniciar o próximo ano ainda mais fortalecido do que estava antes do imbróglio judicial.
O foco do governador, em 2026, será manter total controle sobre sua gestão, evitando confiança exagerada em aliados e garantindo que toda a equipe esteja integrada em torno de prioridades claras. A preocupação é impedir que auxiliares, em diferentes escalões, abusem do poder governamental e confundam cargos com palanque eleitoral. Nesse sentido, ganha força a ideia de criar uma comissão fiscalizadora, subordinada diretamente ao gabinete, com canais de denúncia abertos à população, como forma de combate à corrupção e de preservação da credibilidade administrativa.
LIDERANÇA POLÍTICA E RELAÇÃO COM O LEGISLATIVO

Ao centro Wanderlei Barbosa e o deputado Amelio Cayres
Wanderlei Barbosa possui forte liderança junto ao Poder Legislativo. Essa influência pode ser decisiva para garantir êxito nas eleições majoritárias e proporcionais. O governador tem capital político suficiente para unir sua base em torno de um projeto de continuidade. O final de 2025 surge como momento estratégico para ajustes internos, recomposição de forças e alinhamento de lideranças que compõem seu estafe político.
O entusiasmo do governador, após retornar ao cargo, sinaliza disposição para consolidar alianças e preparar o terreno para a sucessão estadual.
A volta de Wanderlei Barbosa ao governo, após decisões favoráveis no Supremo Tribunal Federal, foi interpretada como a derrubada de um tabu: a crença de que figuras influentes nos bastidores do Judiciário poderiam determinar os rumos do Estado. Essa vitória política, respaldada pela articulação do senador Eduardo Gomes, vice-presidente do Senado, fortaleceu o governador e lhe deu fôlego para reorganizar sua base e projetar o futuro.
RESSURREIÇÃO POLÍTICA E O DESAFIO DA DISCIPLINA

Politicamente, Wanderlei Barbosa ressuscitou das cinzas. Depois de dois pedidos negados no STF, conseguiu retornar por unanimidade da Segunda Turma da Corte. Agora, o desafio é evitar deslizes de qualquer membro do governo ou da própria família. Até 31 de dezembro de 2025, o governador precisa manter disciplina absoluta, preparando o terreno para apoiar a candidatura da senadora Professora Dorinha Seabra ao governo, além de trabalhar pela eleição de aliados como Carlos Gaguim e Eduardo Gomes ao Senado e pela conquista da maioria das cadeiras federais e estaduais.
DORINHA SEABRA: A CANDIDATA DA CONTINUIDADE

A partir de janeiro de 2026, Dorinha Seabra terá como prioridade unir aliados e buscar composição com deputados estaduais e federais da base governista. Sua missão será consolidar um projeto de continuidade, aproveitando sua imagem de seriedade e bons costumes para construir entendimento político.
Dorinha lidera as pesquisas de intenção de voto, mas carrega a responsabilidade de não cometer erros que possam afetar sua dignidade. Em política, deslizes podem se transformar em tragédias eleitorais, contaminando processos sucessórios. Por isso, sua campanha precisará ser marcada por prudência e unidade.
OPOSIÇÃO: REORGANIZAÇÃO E DESAFIOS

Enquanto o grupo governista se fortalece, a oposição passa por um momento de reorganização. O fim do governo interino de Laurez Moreira deixou lideranças em processo de reequilíbrio. Muitos quadros que ocuparam cargos durante a gestão provisória retornaram às suas cidades de origem, e agora partidos oposicionistas buscam recompor forças.
A oposição não está morta, mas precisa superar divisões internas para se tornar competitiva. O recesso parlamentar de fim de ano pode ser suficiente para que lideranças oposicionistas se entendam e articulem estratégias conjuntas.
LAUREZ MOREIRA: O VICE EM XEQUE

O vice-governador Laurez Moreira sofreu um revés político que representou a destruição de seu projeto de governo e reeleição. Sem base sólida e sem desempenho que inspire militância, sua candidatura ao governo só teria viabilidade em caso de renúncia de Wanderlei Barbosa para disputar o Senado – hipótese considerada improvável.
Reconhecido por sua integridade, Laurez dificilmente arriscaria patrimônio político e pessoal em uma aventura eleitoral sem sustentação. No momento, sua posição é de figura correta e responsável, mas sem condições de liderar um projeto majoritário.
MAURO CARLESSE E ALEXANDRE GUIMARÃES: NOVOS MOVIMENTOS

O ex-governador Mauro Carlesse articula discretamente, montando equipe de marketing e planejamento de gestão para avaliar uma possível candidatura em 2026. Já o deputado federal Alexandre Guimarães, presidente do MDB tocantinense, percorre o Estado de norte a sul, consolidando seu nome como pré-candidato.
Ambos representam alternativas oposicionistas, mas dependem da capacidade de articulação das forças contrárias ao Palácio Araguaia. A fragmentação pode transformar a disputa em uma vitória por W.O., favorecendo Dorinha e dificultando a sobrevivência proporcional dos partidos adversários.
CONCLUSÃO

O cenário político do Tocantins se desenha como um campo de provas para lideranças que buscam se firmar ou se reinventar. Wanderlei Barbosa, ressuscitado das cinzas, precisa conduzir seu governo com rigor e evitar qualquer deslize. Dorinha Seabra, favorita na corrida sucessória, terá de provar que pode unir e liderar sem erros. A oposição, por sua vez, enfrenta o dilema de se reorganizar ou assistir à consolidação de um projeto governista que pode dominar o tabuleiro eleitoral em 2026.
Entre limonadas feitas de limões azedos e quedas que servem de aprendizado, o Tocantins viverá uma disputa marcada por reacomodação de forças, vigilância contra excessos e a busca por continuidade ou mudança no comando do Estado.