O presidente estadual do Podemos, Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína por dois mandatos, elegeu seu sucessor e a maioria absoluta da Câmara Municipal, depois de transformar a Capital do Boi Gordo em uma grande “metrópole”. Desde que deixou a prefeitura, Dimas é pré-candidato ao governo do Estado.
Por Edson Rodrigues
Desde então, Dimas tem demonstrado estar preparado para administrar o Tocantins e fazer uma gestão de conceito. Para isso já percorreu dezenas de municípios, realizando reuniões com as lideranças locais e regionais, discutindo demandas e proposituras.
Politicamente, Dimas é o primeiro nome a se colocar como postulante ao governo do Estado, mas isso não significa que seja o nome mais forte ou de maior credibilidade. Dimas sofre com uma escolha precipitada de companheiros que acabaram o deixando “sozinho na campina”, preferindo se aliar a nomes mais fortes e a grupos políticos de maior “peso”.
Ele já esteve ao lado do clã dos Abreu, leia-se Kátia, Irajá e Edson Tabocão, com o ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, mas foi abandonado por todos, mesmo depois de percorrer diversos municípios do Norte do Tocantins, em especial da região do Bico do Papagaio.
Hoje, todos os seus ex-aliados estão aninhados no Palácio Araguaia, no grupo de apoio ao seu principal adversário, o governador Wanderlei Barbosa, local para onde correram após o afastamento de Mauro Carlesse da titularidade.
Desde então, Dimas tinha ficado a ver navios, mas acabou “resgatado” pelo senador Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e campeão no envio de recursos para os 139 municípios e para o governo do Estado do Tocantins, tanto na gestão de Mauro Carlesse quanto na atual, de Wanderlei Barbosa. O próprio Gomes vinha dando a entender que poderia ser candidato ao governo e virou o “objeto de desejo” da maioria dos prefeitos e lideranças políticas regionais.
Deputado Thiago Dima Senador Edardo Gomes, Ronaldo Dimas e o prefeito de Araguaína Wagner Rodrigues
Essa expectativa de Eduardo Gomes candidato ao governo vinha fazendo brilhar os olhos de seus correligionários há tempos, mas Gomes acabou com o sonho ao afirmar, em uma reunião política em um município do Norte do Estado, que apoiaria a candidatura de Ronaldo Dimas. Até hoje, Gomes não afirmou nem aos seus companheiros mais próximos que não será candidato ao governo em dois de outubro, o que deixa uma ponta de esperança em todos.
O certo é que Ronaldo Dimas terá 90 dias para fazer sua candidatura decolar rumo ao Palácio Araguaia. Para isso, deve voltar a percorrer o Estado, agora, junto com o senador Eduardo Gomes, que vai assumir o papel de padrinho da sua candidatura, para que, quando as convenções partidárias chegarem, Dimas esteja familiarizado com os prefeitos, vereadores e lideranças políticas da base de apoio a Eduardo Gomes, e tentar fazer valer o apadrinhamento, convencendo-os de que não “dará pra trás” em relação ao seu benfeitor.
MAURO CARLESSE
Ex-governador Mauro Carlesse e Dimas
Ronaldo Dimas também terá em sua chapa proporcional a presença de Mauro Carlesse, governador afastado pelo STJ por suspeita de corrupção, e que fez a escolha certa ao renunciar e aumentar suas chances de defesa, ante o processo no ST J, e preservar sua elegibilidade e direitos políticos. Mesmo assim, Carlesse é a pessoa à qual Dimas gravou vídeos fazendo acusações, inclusive afirmando que Wanderlei Barbosa seria “farinha do mesmo saco”, o que configura mais um desafio a ser enfrentado para tentar convencer os eleitores de sua sinceridade política.
MDB
Apesar das especulações de que estaria “de malas prontas” rumo a uma filiação ao MDB para ser candidato ao governo, nosso Observatório Político detectou que Dimas já está decidido a se filiar no PL, do presidente Jair Bolsonaro, assim como seu padrinho, senador Eduardo Gomes, que deve se filiar no primeiro dia do mês de abril.
Enquanto isso, Marcelo Miranda, presidente estadual do MDB, tem se mostrado afinado com Eduardo Gomes em torno de uma candidatura ao Senado, que traria sua esposa, deputada federal Dulce Miranda, como candidata a vice-governadora, na chapa de Ronaldo Dimas.
Como toda especulação a cerca da eleição de dois de outubro, esse posicionamento de Marcelo e Dulce Miranda só deve ser confirmado em maio. Até lá, Dulce permanece candidata à reeleição. Mesmo assim, as movimentações dão conta de que o MDB tem tudo para seguir com Ronaldo Dimas.
CINTHIA RIBEIRO
Prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro
Já a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, uma gestora que mostrou ter luz própria e que é uma das mais bem avaliadas prefeitas de capital do País, faz valer a sua autoridade como a escolhida pelo maior colégio eleitoral do Tocantins, com mais de 200 mil eleitores, e deve se manter distante de Ronaldo Dimas, mesmo sendo apadrinhada por Eduardo Gomes, mesmo padrinho político de Dimas.
Isso ocorre porque Cinthia, quando candidata à reeleição, recebeu de Dimas nada menos que o desprezo e o confronto. Após uma reunião, na época, Dimas optou por lançar a candidatura de Alan Barbiero, pelo Podemos. Não contente com isso, Dimas ainda foi á imprensa criticar a gestão de Cinthia Ribeiro, após a prefeita da Capital ter tomado a acertada decisão de fechar boates, bares e estabelecimentos comerciais não essências na época do pico da pandemia de covid-19, além de alardear, também via imprensa, o atraso no pagamento do IPTU de um lote, em Araguaína, associado ao nome de Cinthia, mas que, na verdade, pertencia à primeira esposa do saudoso senador João Ribeiro.
Essas atitudes e a fama de arrogante e ingrato, são os principais empecilhos grudados na figura de Ronaldo Dimas e que precisam ser sanados antes das convenções partidárias.
O governador Wanderlei Barbosa tem a máquina governamental a seu favor, mesmo sem a possibilidade de nomear mais ninguém a partir do dia dois de abril, a caneta na mão sempre é muito bem-vinda em tempos de disputa por espaço.
Por Edson Rodrigues
Wanderlei Barbosa tem sabido tirar o máximo de proveito dessa sua primeira estada à frente do Executivo Estadual e, mesmo à época da interinidade, soube cativar os servidores estaduais, colocando direitos trabalhistas em dia, progressões retroativas, promoções e outros benefícios previstos em Lei, abriu as portas do Palácio Araguaia ao povo e à classe política, com tratamento VIP para os deputados estaduais, formando uma base sólida na Assembleia legislativa, entre 19 e 21 dos 24 parlamentares, promoveu o pagamento integral das emendas, deu prosseguimento às obras de maior importância, como o novo Hospital de Gurupi, a nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional, o novo Hospital de Araguaína e entrega de milhares de títulos de propriedade de terras urbanas e rurais em vários municípios, com destaque para Porto Nacional e Araguaína.
Agora governador de fato e de direito, Wanderlei Barbosa vem mantendo o pagamento da folha dos servidores em dia, tem dinheiro em caixa para, assim que passar o período chuvoso, iniciar a recuperação das rodovias estaduais, e tem se mostrado muito preparado para permanecer por mais quatro anos à frente da administração do Tocantins.
POLITICA
Politicamente, Wanderlei terá que assumir o comando do leme da embarcação que leva o seu grupo político, sem chances de terceirizar esse comando, sob pena de ficar desacreditado e ver sua embarcação virar um Titanic político. São muitas vertentes participando do dia a dia do Palácio Araguaia, com muitos “chefetes” mandões, o que cria conflito de interesses, mas, por enquanto, nada fora do normal ou do aceitável.
Wanderlei recene faixa de governador do deputado Antonio Andrade
Mesmo assim, a formação das chapas proporcionais deve passar por alguma turbulência se não houver pulso forte de Wanderlei. Caso deixe a coisa correr solta, as possibilidades do caldo desandar ainda nesta semana que se inicia, são fortes, pois, trabalhando com números máximos, seriam 22 os deputados estaduais na base de apoio a Wanderlei, cada um com seu território a ser demarcado em busca da máscara de oxigênio para a tentativa de sobrevivência política via reeleição ou via eleição para deputado federal.
Paralelamente, Wanderlei não pode descuidar da máquina administrativa, principalmente na área da Saúde e na questão da manutenção do pagamento dos servidores em dia, sob risco de ter sua popularidade abalada.
Sobre a candidatura a vice, senador e deputado federal, será uma questão a ser deixada para as convenções partidárias. O momento atual é para se falar em filiação, já que o dia dois de abril está próximo e os ritos da Justiça Eleitoral devem ser cumpridos a risca.
Mas, de qualquer maneira, Wanderlei tm, sim, algumas questões problemáticas a serem resolvidas antes das convenções.
KÁTIA ABREU E OS DEPUTADOS ESTADUAIS
Ao fazer nossa explanação acerca das eleições para governador, estamos sempre batendo na tecla e sendo taxativos, sobre o fato de que quem errar menos tem mais chances de vitória e ser o próximo governador do Tocantins.
Empresário Edson Tabocão, Senador Irajá Abreu, governador Wanderlei Barbosa e Senadora Kátia Abreu
Wanderlei Barbosa tem o apoio da maioria esmagadora dos deputados estaduais, mas, dentre eles, pelo menos nove dos ouvidos pelo nosso Observatório Político, não aceitam apoiar em hipótese alguma a candidatura da senadora Kátia Abreu à reeleição, não têm a mínima intenção de dividir palanque com ela e pretendem fazer suas campanhas, se necessário for, totalmente dissociadas da imagem da senadora.
Entre todos os ouvidos, 90% deles apóiam, de forma declarada, a candidatura da deputada federal Dorinha Seabra ao Senado e, inclusive, já estiveram com a deputada federal e anunciaram suas intenções de apoiá-la.
Enquanto isso, Kátia e seu clã seguem cortejando Wanderlei Barbosa como se nada disse estivesse acontecendo.
Irajá Abreu, filho de Kátia e também senador, sempre foi um político avesso aos holofotes, é de pouca conversa e muita praticidade. Não entra em confusões, muito menos em conflitos políticos e já está praticamente com sua chapa de candidatos a deputado estadual praticamente formada, sem a presença de detentores de mandato, uma atitude que, de qualquer forma, não soa bem para os deputados estaduais da base política de Wanderlei Barbosa, pois os deixa fora de uma articulação mais ampla, próxima da cúpula de campanha.
Na verdade, isso acontece porque Irajá ainda está formando sua base de apoio para a eleição de 2026, enquanto Kátia precisa desta base funcionando já em outubro próximo, e constrói uma chapa com um candidato a reeleição como deputado federal, que é Vicentinho Jr.
PROBLEMAS E PARTIDOS
Eleitor e cabine de Votação
Wanderlei Barbosa vem como candidato á reeleição pelo Republicanos. Seu candidato a vice só será decidido na convenção. Mesmo assim, Barbosa precisa ter pulso firme e fazer muito malabarismo para costurar sua “colcha de retalhos” e a transformar em uma chapa forte e unida, pois contará com várias candidaturas a deputado estadual e federal em diversas chapas por diversos partidos, e isso não pode causar nenhum desgaste para chapa majoritária.
Mesmo assim, o maior problema de Wanderlei consiste em administrar as questões entre os deputados estaduais de sua base e a presença de Kátia Abreu na cúpula de sua campanha, e essa não pode ser uma decisão do tipo “vão-se os anéis, mas ficam os dedos” pois Kátia, sem o apoio dos deputados estaduais candidatos á reeleição, pode resolver dar um passo atrás e se candidatar a deputada federal.
Apenas dessa forma a paz estará selada e todos poderão focar no sucesso da candidatura à reeleição tanto de Wanderlei Barbosa quanto de seus aliados proporcionais.
O Jornal O Paralelo 13, por meio desta análise da conjuntura política atual do Tocantins, feita com seriedade e profissionalismo, traz aos nossos leitores uma “planta de valores” das duas principais candidaturas ao governo do Estado, que vão se digladiar pelo voto dos eleitores, no próximo dia dois de outubro, quando estarão em jogo as vagas de governador e vice, uma vaga para o Senado, oito para a Câmara Federal e 24 para a Assembleia Legislativa.
Por Edson Rodrigues
Será uma tarefa difícil, uma vez que se calcula na casa das centenas o emaranhado de candidatos de diversos partidos e ideologias políticas, agrupados em chapas, em uma eleição em que o voto não será vinculado, o que permitira que cada candidato “puxe a sardinha” para si, priorizando a própria eleição, em relação ao seu grupo político.
ELEIÇÃO MAJORITÁRIA
Nessas eleições majoritárias, para ser eleito, não precisa apenas ser um bom gestor ou muito popular. Os candidatos a governador, nesta eleição, vão precisar de muito mais que isso para ser eleito. Precisa ter um bom grupo político, um bom agrupamento de nomes concorrendo nas chapas proporcionais, candidatos ao Senado e a deputados que sejam puxadores de votos, além de um trabalho de marketing profissional, trânsito junto aos principais veículos de comunicação do Estado, um projeto de governo executável, ser ficha-limpa (sem nenhum tipo de envolvimento, muito menos suspeita em qualquer tipo de ato não republicano).
Só esses pré-requisitos já mostram que a eleição de outubro não será fácil para ninguém, nem para os dois nomes que se desgarram dos demais na disputa pelo governo. Os dois grupos políticos têm pontos positivos e negativos, mas são dois candidatos muito bem preparados para o embate eleitoral, que sabem que em três de outubro não haverá espaço para a chiadeira de falta de recursos e o mimimi tradicional dos derrotados. Ganha a eleição quem errar menos, pois os dois partem, praticamente, em igualdade de condições.
A contagem regressiva se inicia depois das convenções, em agosto. Até lá, todos devem seguir o ritual imposto pela Justiça Eleitoral, que exige que cada cidadão esteja em dia com a legislação, filiado a um partido até o dia dois de abril para garantir o registro de sua candidatura. Essa data, inclusive, é o prazo final para quem tem mandato, mas busca a reeleição por outro partido encontra e se filiar á nova legenda.
O Observatório Político de O Paralelo 13, faz, nas linhas seguintes, uma análise pormenorizada dos dois principais postulantes ao governo do Estado do Tocantins.
Com Folhapress
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região extinguiu por unanimidade uma ação popular movida contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 pedindo que ela reembolsasse os cofres públicos pelos prejuízos causados por pedaladas fiscais.
A decisão foi tomada dois anos após a 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro condenar a ex-presidente a indenizar a União pelos supostos danos aos cofres públicos durante o seu governo. Na ocasião, porém, a defesa de Dilma entrou com um recurso.
"A 7ª Turma Especializada decidiu, por unanimidade, dar provimento ao recurso de apelação de Dilma Vana Rousseff, reformando integralmente a sentença atacada para extinguir o feito sem resolução do mérito", afirma trecho da ata da sessão, disponibilizada para o público na sexta-feira (25).
A ação popular foi protocolada ainda antes de Dilma ser afastada do cargo de presidente, em maio de 2016. A primeira intimação foi em fevereiro do mesmo ano.
Na ocasião, o juiz Alberto Nogueira Júnior acatou a ação direcionada a ela, mas não aceitou outra movida ao vice-presidente Michel Temer (MDB), considerando que ele "não praticou quaisquer dos atos que levaram a Corte de Contas rejeitar aquela prestação de contas".
Dilma não se pronunciou publicamente sobre a extinção da ação popular. O advogado dela no caso, Ricardo Lodi Ribeiro, foi procurado pelo UOL e, até a publicação desta reportagem, não retornou o contato.
O candidato Lula, que esteve em silêncio durante muito tempo, enquanto se consolidava na liderança das pesquisas eleitorais, está em inserções de TV com mensagens importantes sobre a economia. As palavras são cuidadosamente escolhidas, mas a sombra de Dilma Rousseff e sua Nova Matriz, é muito flagrante.
Por Gustavo H. B. Franco
Ele fala em “abrasileirar” os preços dos combustíveis, com isso se juntando a todos os políticos que estão contestando frontalmente a sabedoria pela qual os derivados devem seguir o preço internacional do petróleo.
É simples, intuitiva e errada a tese pela qual a produção de petróleo e derivados é como fazer um sanduíche na padaria. Os economistas pensam assim, com as exceções habituais, e as explicações são técnicas demais para serem populares, e os políticos sabem disso.
O fato é que no período eleitoral os políticos se empenham em dizer o que o povo quer ouvir, e o pensamento popular sobre a inflação não é nada bom: há anos que qualquer consulta popular sobre inflação dá sempre congelamento na cabeça.
Acho que seria pelas mesmas razões que fazem tão populares os programas de TV meio sanguinolentos sobre crimes do cotidiano.
Até os economistas do PT sabem que congelamentos de preços não funcionam, que não é caso de polícia, mas eles se convenceram disso, como a maior parte, mas não a totalidade dos políticos, na quinta tentativa fracassada, que ocorreu em meados de 1991. Já faz tempo.
Em torno de 2010, a equipe de Dilma Rousseff introduziu uma ideia que parecia promissora: um congelamento parcial, e limitado aos preços administrados.
Ficou célebre uma declaração acaciana de Aloizio Mercadante, de 2014, pela qual “preços administrados são preços administrados. Você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores”.
Pois então se adotou a tese do sanduíche de padaria e outra aparentada segundo a qual o custo de produção da energia das usinas amortizadas é zero, portanto, a energia ali gerada pode ser grátis, se o governo quiser.
E lá fomos nós, com essa Nova Matriz, na direção do buraco.
Mas essa foi só a primeira tentativa.
Parece que estamos caminhando para a segunda, ou terceira, pois a segunda ainda pode ser tentada por Jair Bolsonaro neste ano eleitoral. Ou não. Já vamos para outro presidente da Petrobras. O fato é que o candidato Lula está dizendo que vai tentar novamente.
É uma história antiga, e feia: vamos repetir uma experiência fracassada até que ela dê certo.
*EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA RIO BRAVO INVESTIMENTOS. ESCREVE NO ÚLTIMO DOMINGO DO MÊS