O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito investidas sobre o MDB para atrair o partido a apoiá-lo nas eleições
Por Sérgio Roxo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne na tarde desta segunda-feira, em São Paulo, com caciques do MDB num esforço para tentar ampliar o seu leque de alianças ainda no primeiro turno da disputa presidencial deste ano. O petista mantém esperança de atrair o partido, que tem a senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata a presidente, juntamente com o PSD e o União Brasil.
Porém, não há confirmação de participação no encontro desta segunda-feira de nenhuma liderança que indique uma expansão do apoio a Lula dentro do MDB. São esperados em São Paulo nomes como os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Marcelo Castro (PI) e Veneziano Vital do Rêgo (PB) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE). Havia expectativa quanto à participação do governador do Pará, Hélder Barbalho.
Em maio, Hélder disse ao jornal “Folha de S. Paulo” que apoiaria Tebet. Há cerca de duas semanas, porém, o governador esteve com Lula em São Paulo, junto com o seu pai, o senador Jader Barbalho (PA), apoiador do petista. Ele, porém, não deve participar da reunião.
O PT espera receber nesta segunda-feira o apoio de dez diretórios estaduais do MDB: Alagoas, Bahia, Paraíba, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, Amazonas e Pará.
Apesar da dificuldade que tem para conseguir palanques nos estados e até mesmo para sacramentar a chapa com senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de vice, a cúpula do MDB pretende manter Tebet na disputa pelo Planalto. O presidente da legenda, Baleia Rossi, é defensor da candidatura própria, assim como o ex-presidente Michel Temer.
Segundo aliados, Lula está disposto a fazer todos os esforços para atrair não só o MDB como também o União Brasil e o PSD para uma aliança formal. O petista quer a adesão desses partidos mesmo que as bancadas sejam liberadas para se posicionarem de outra forma na eleição presidencial.
O ex-presidente expôs os seus planos em almoço na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na última quarta-feira. Também na semana passada, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, apresentou à executiva do partido uma proposta para que seja aprovada em convenção da sigla uma posição de neutralidade na eleição presidencial. Há expectativa que Kassab, porém, declare voto no petista.
No União Brasil, as resistências a Lula também são grandes. O partido mantém a pré-candidatura ao Planalto de seu presidente, o deputado Luciano Bivar (PE).
Nesta segunda-feira, dia 18, o senador Eduardo Gomes está se licenciando do cargo de senador da República e da liderança do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, para assumir, de fato e de direito, a coordenação da campanha de Ronaldo Dimas ao governo do Tocantins, assim como dos candidatos das chapas proporcionais dos partidos que compõem o grupo político de apoio à candidatura do ex-prefeito de Araguaína.
Por Edson Rodrigues
Em conversa exclusiva com o Observatório Político de O Paralelo 13, Eduardo Gomes foi taxativo: “vim para combater o bom combate. A política é a arte do convencimento por meio de argumentos, e é dessa forma que iremos atuar, sem denuncismo, sem agressões verbais e sem controvérsias. Iremos combater o bom combate, ou seja, estaremos unidos na defesa da nossa causa, que é a eleição de Ronaldo Dimas para o governo do Estado, e faremos isso da forma mais respeitosa, democrática, ética e amigável. É assim que será o comportamento dos nossos companheiros. Isso, porém, não significa que iremos nos calar ante ameaças, inverdades ou ataques à honra dos nossos companheiros”, sentenciou.
HISTÓRICO RECONHECIDO
Eduardo Gomes é um político raiz, que começou na Câmara de vereadores de Palmas, passando pela Câmara Federal e hoje está no Senado, ou seja, não atropelou o desenrolar da sua carreira política, sabendo esperar o momento certo para se colocar à disposição do povo tocantinense e, por isso, chegou ao Senado como o candidato mais votado do Tocantins em 2018.
Sua atuação ética, sagaz e precisa no Senado, o fizeram galgar, primeiro, o posto de primeiro secretário da mesa-diretora do Senado. Depois, foi procurado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a liderança do governo federal em todo o Congresso Nacional.
O senador soube transformar uma posição que requer muita capacidade de articulação e bom relacionamento com todos os partidos, em uma oportunidade para o povo tocantinense que o elegeu como representante, transformando-se no maior carreador de recursos federais para o Tocantins, com destaque para o auge da pandemia de Covid-19, quando os cofres do governo do Estado foram forrados de recursos para a saúde e um avião carregado de equipamentos e insumos hospitalares aterrissou no aeroporto Lysias Rodrigues, para amenizar o sofrimento dos enfermos e de suas famílias.
Esse trabalho de Gomes tem, inclusive, o reconhecimento do próprio governador, Wanderlei Barbosa, com quem o senador tem um ótimo relacionamento político. Wanderlei sabe que Eduardo Gomes desempenhou o papel de “embaixador” do Tocantins em Brasília.
Agindo em conjunto com a bancada federal tocantinense, Eduardo Gomes colocou o Tocantins em primeiro lugar nas suas ações, e conseguiu beneficiar todos os 139 municípios do Estado, sem olhar cor partidária, consolidando sua importância para que o Tocantins atravessasse o período nebuloso dos últimos anos da melhor forma possível.
RESPEITO E HARMONIA
A verdade é que a família tocantinense vem sofrendo muito neste momento de dificuldades pelo qual o mundo passa. A guerra na Europa atingiu em cheio a economia mundial, fez o preço das matérias-primas subir e o reflexo disso nas famílias de baixa renda é muito doloroso. Há milhares de famílias passando fome no Tocantins, não só as que, tradicionalmente, já eram contadas na faixa abaixo da linha de pobreza, mas as que perderam entes queridos para a pandemia, as que perderam empregos e as que se endividaram apostando em uma melhora em curto prazo.
No Tocantins, são 329 mil pessoas inscritas Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal e mais da metade delas vive na linha da pobreza ou até abaixo dela. Não é justo que nossos políticos adentrem esses lares, via Horário Obrigatório de Rádio e TV, com baixarias, agressões verbais, xingamentos e picuinhas ao invés de propostas e planos para mitigar esse sofrimento. É uma falta de respeito, de empatia e de amor ao próximo.
Quando o senador Eduardo Gomes surge com uma proposta de atuação ética e respeitosa na campanha eleitoral que se aproxima, podemos perceber a diferença da sua atuação política que resultaram no respeito que ele despertou nos demais políticos, indicando a harmonia como forma de tratar e planejar um Tocantins melhor para todos.
Seu exemplo – e seu pedido – deve ser seguido pelos demais postulantes a cargos eletivos e suas coordenações de campanha Não só em respeito às famílias tocantinenses, mas como uma forma de ação inteligente, pois, com um segundo turno certo na disputa pelo governo do Estado, será necessário deixar as portas abertas para o diálogo entre todos os concorrentes. A forma de atuação de Eduardo Gomes, que tem trânsito livre entre todos os grupos políticos que, hoje, se preparam para o embate eleitoral, é o maior exemplo de que isso é, além de possível, necessário para que a campanha eleitoral seja respeitos, ética e não agrida os ouvidos e as mentes dos eleitores.
Que Nosso Senhor, Jesus Cristo, ilumine a todos os envolvidos nessa disputa eleitoral de dois de outubro, inclusive os nossos eleitores, para que possam escolher livre e conscientemente, aqueles que acharem mais capacitados para serem seus representantes na presidência da República, no governo do Estado, no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa.
Que a democracia seja plenamente praticada nesta eleição e que todos tenham Deus em seus corações.
Desejamos a melhor sorte do mundo ao Tocantins e aos tocantinenses.
PESQUISA MOSTRA BOLSONARO JÁ À FRENTE DE LULA NO DF
Pesquisa realizada pelo Instituto Quaest, encomendada pelos Diários Associados, aponta o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 36% das intenções de voto entre os eleitores do Distrito Federal. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 32%. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.
Ciro Gomes (PDT) aparece com 9%. Os demais candidatos estão embolados bem atrás. A senadora Simone Tebet (MDB) conta com 2%, André Janones (Avante) também tem 2%. Pablo Marçal (Pros), Vera Lúcia (PCO) e Leonardo Péricles (UP) têm 1%, cada. Sofia Manzano (PCB), Felipe D'Ávila (Novo), Luciano Bivar (União) e Eymael (DC) não pontuaram.
Brancos, nulos e quem não vai votar somam 11%, e 5% estão indecisos. O Instituto Quaest foi a campo presencialmente no Distrito Federal entre 11 e 14 de julho, com 1.500 entrevistas. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral e protocolada sob os números DF-08227/2022 e BR-04749/2022, em 11 de julho.
MORAES QUER PAZ I
A um mês da posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes tem traçado o roteiro que pretende adotar quando assumir o comando da Corte: vai manter um canal de diálogo aberto e, ao mesmo tempo, ser implacável contra as fake news e os questionamentos ao sistema eleitoral.
Alvo constante dos ataques do presidente Jair Bolsonaro, o magistrado tem dito a interlocutores que sua intenção é atuar para “baixar a temperatura” com o Palácio do Planalto.
MORAES QUER PAZ II
Alexandre de Moraes assumirá o cargo no dia 16 de agosto, a apenas 47 dias das eleições, e em meio a contestações sem provas de Bolsonaro ao funcionamento das urnas eletrônicas. A estratégia de Moraes para o armistício já começou a ser costurada. Na quarta-feira passada, ele se reuniu com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Um dos principais articuladores políticos do Palácio do Planalto e da campanha à reeleição do presidente, Nogueira sondou o magistrado sobre a possibilidade de o TSE fazer algumas concessões às sugestões feitas pelo Ministério da Defesa para o processo eleitoral, entre elas a de promover uma reunião entre técnicos do tribunal e das Forças Armadas, conforme revelou a colunista Malu Gaspar. O magistrado, contudo, não se comprometeu a aceitar o pedido.
PT COM MEDO DO “PACOTE DE BONDADES”
Preocupado com o efeito da PEC Eleitoral sobre o eleitor, o PT decidiu encomendar pesquisas qualitativas para tentar medir o quanto a população pobre estaria propensa a mudar o seu voto para Jair Bolsonaro por causa do reajuste do Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600) e dos outros benefícios aprovados pelo Congresso na semana passada.
O temor é que Bolsonaro consiga reverter a situação no Nordeste, onde o PT acredita estar grande parte dos seus votos e, por ter a maioria da população inscrita nos programas sociais do governo federal, acabar dando preferência ao presidente que levou a água do São Francisco, de fato, para a região historicamente castigada pela seca.
LULA VAI PRA RUA NO NORDESTE
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai concentrar a agenda das próximas semanas nas regiões Nordeste e Norte, segundo fontes da pré-campanha.
A intenção é se antecipar aos possíveis efeitos do adicional em benefícios sociais que serão distribuídos a partir da aprovação no Congresso Nacional da chamada "PEC Kamikaze". A emenda constitucional, promulgada na última quinta-feira, autoriza o governo a gastar mais de R$ 41 bilhões em benefícios sociais às vésperas da eleição.
A programação, que inclui atividades de rua com corpo-a-corpo com eleitores, vai começar por Pernambuco já na próxima terça-feira. Em seguida, Lula irá para a região Norte e depois retornará ao Nordeste.
PSDB CONFIRMA MARCONI AO GOVERNO
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em Goiás oficializou a pré-candidatura do ex-governador do Estado Marconi Perillo, na disputa pelo Palácio da Esmeraldas (sede do executivo goiano), nas eleições de outubro. O nome do ex-governador foi oficializado durante encontro do diretório regional da sigla em Goiânia, neste sábado, 16.
A definição aconteceu após militância e os apoiadores do PSDB de Goiás escolherem Marconi para disputar o governo estadual, por meio de uma enquete. De acordo com informações divulgadas pela assessoria do partido, o resultado da enquete digital realizada durante o evento, que começou às 9 horas e se encerrou às 12h30, apontou que 93% do partido e seus aliados querem que Marconi dispute o governo estadual, diante de 6% de menções ao Senado e 1% de citações a uma candidatura a deputado federal.
MDB VAI CONFIRMAR TEBET VIA INTERNET
O MDB anunciou que fará a convenção da sigla em 27 de julho em formato virtual. A expectativa da legenda é que a pré-candidata Simone Tebet (MDB-MS) seja confirmada na corrida pelo Planalto.
O MDB justifica a decisão como parte da estratégia de comunicação da campanha. A ideia é que um evento presencial para a convenção gastaria ao menos R$ 1,5 milhão e o MDB prefere gastar recursos em outras frentes, como em redes sociais. Tebet tenta se fazer conhecer pelo eleitorado para subir nas pesquisas. Outro argumento usado pelo MDB, segundo apurou o Poder360, é o de consenso em torno do nome da senadora. Além disso, há a possibilidade de se fazer um evento maior, presencial, mas com os outros partidos da aliança: PSDB e Cidadania.
VICE DE TEBET DEVE SER TASSO JEREISSATI
A pré-candidata à Presidência pelo MDB, Simone Tebet, disse no sábado que o senador Tasso Jereissati (PSDB) é o favorito ao cargo de vice em sua chapa. “Claro que hoje o nosso nome que está sendo mais cotado é o do senador Tasso Jereissati, que é meu amigo particular e irmão”, disse a senadora em entrevista à CNN Brasil.
“Seja quem for que o PSDB indique, tenho certeza que será um grande nome. Fica na torcida o nome de Tasso Jereissati? Claro.”
MDB e PSDB se juntaram para lançar candidatura única da chamada 3ª via. O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou em 23 de maio a desistência de sua candidatura à Presidência da República, deixando o caminho livre para que Tebet seja a cabeça da chapa. Tebet declarou ter “todas as condições” de chegar ao 2º turno.
BOLSONARO RESSALTA RETOMADA DA ECONOMIA
O presidente Jair Bolsonaro exaltou, as ações de seu governo para ajudar na recuperação da economia após a pandemia do coronavírus, em discurso no evento Marcha para Jesus, em Fortaleza. "Criamos programas para não perdemos empregos no Brasil. Hoje vocês veem a economia reagindo, passamos agora há pouco da 13ª para a 10ª economia do mundo", disse.
Em referência ao projeto de lei que estabeleceu um teto de 18% para os combustíveis, energia, telecomunicações e transporte, o presidente ressaltou que junto com o Congresso, fez sua parte para possibilitar a redução do preço dos combustíveis.
Essa foi a primeira vez que o presidente participou do evento na cidade. Ao lado dele, também participaram a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, e o pré-candidato ao governo cearense, Capitão Wagner (União Brasil).
CIRO ATACA CENTRÃO: “PICARETAS”
O pré-candidato a presidente da República Ciro Gomes (PDT), em viagem a Montes Claros, no Norte de Minas, chamou de "picaretas" os deputados e senadores favorecidos com emendas do Orçamento Federal, do chamado "orçamento secreto", pelo Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). De forma genérica, ele também disse que leis e normas erradas são aprovadas em Brasília "de propósito" para privilegiar interesses de uma "classe dirigente" e prejudicar a maioria do povo.
Ciro criticou o atual modelo econômico do país e medidas como o teto de gastos. Ele classificou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos auxílios emergenciais como "um claro esforço de estelionato eleitoral".
Vídeo produzido por empresa profissional mostra o presidente morto após acidente de moto
Por Rodrigo Fernandes
Um vídeo que encena a morte de Jair Bolsonaro (PL) durante uma motociata passou a circular nas redes sociais na manhã deste sábado (16) e causou revolta entre os apoiadores do presidente.
Nas imagens, é possível ver um homem caracterizado como o presidente em uma moto, participando de um evento fictício, montado em um estúdio de gravação.
Em seguida, o vídeo exibe fotos do mesmo personagem caído no chão, aparentemente morto e ensanguentado, ao lado da moto. Ele parece ter sido atingido no pescoço.
Uma suástica, símbolo do nazismo, aparece estampada na camisa do homem. Veja o vídeo abaixo.
Quantas horas Alexandre de Moraes dará para os produtores se manifestarem sobre discurso de ódio? Ou será que isso pode? Será que instigar outros Adélios pode?
— Eduardo Bolsonaro???? (@BolsonaroSP) July 16, 2022
Tem método… pic.twitter.com/39qA5Xb9dv
A cena é reproduzida em um estúdio, onde há pessoas gravando as imagens com equipamentos aparentemente profissionais, além de efeitos cenográficos e de luz.
Os produtores do vídeo ainda não foram identificados.
Nas redes sociais, apoiadores do presidente se revoltaram com o teor da encenação, e fizeram acusações traçando paralelos entre liberdade de expressão e discurso de ódio.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, cobrou providências do ministro do STF Alexandre de Moraes. Confira:
Ministro da Justiça pede a PF investigação de vídeo que encena atentado contra Bolsonaro
O ministro da Justiça, Anderson Torres, divulgou em suas redes sociais que solicitou à Polícia Federal que abra uma investigação para apurar a divulgação de um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece caracterizado em meio a um atentado durante uma motociata. O conteúdo em questão mostra um vídeo sendo produzido em uma grande produtora, onde um suposto presidente aparece com a faixa presidencial e liderando um grupo de motociclistas para, em seguida, surgir caído no chão, ensanguentado, com uma flecha em seu pescoço. circulou em perfis de apoiadores do chefe do Executivo e chamou a atenção dos agentes de segurança. O vice-presidente Hamilton Mourão comentou o caso em seu Twitter e classificou o episódio como imoral. “Repudio veemente qualquer ato que possa estimular a violência a quem quer que seja. Está circulando nas redes um “filme’ que demonstra o suposto assassinato do nosso presidente. Isso não é arte! Isso é um ato imoral à Nação e ao Governo Federal”, afirmou.
Bolsonaro diz que simulação de atentado “demoniza” sua imagem
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que os vídeos de uma suposta produção audiovisual, que mostra a representação de um atentado contra o chefe do Executivo, demonizam sua imagem. Ele falou neste domingo (17.jul.2022) em conversa com jornalistas em Brasília (DF).
Bolsonaro disse não saber se a intenção do conteúdo é ter repercussão internacional. No sábado (16.jul.), circularam nas redes sociais fotos e vídeos de uma representação do presidente ferido e caído ao lado de uma motocicleta. A cena foi atribuída ao filme “A Fúria”, sob direção do cineasta Ruy Guerra.]
Pesquisas eleitorais e empresas do setor se tornaram alvos preferenciais nas redes sociais da base do presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição. A tática, que ganha força à medida que o pleito se aproxima, passa pela circulação de dados falsos sobre intenções de voto, ataques diretos à credibilidade dos institutos e pela divulgação de enquetes sem valor estatístico e fotos de multidões como forma de medir a popularidade do presidente. Em paralelo, em menor número, políticos de diferentes partidos já começam a exibir resultados distorcidos para favorecer aliados e suas pré-candidaturas.
Jornal O Globo
Um caso recente é o de uma pesquisa falsa atribuída ao Paraná Pesquisas apontando Bolsonaro com mais de 70% das intenções de votos em oito dos 27 estados — os resultados foram desmentidos pelo próprio instituto. A publicação, que se espalhou em aplicativos de mensagem, afirma que Bolsonaro venceria no primeiro turno.
Um levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV), a pedido do GLOBO, aponta que, entre 1º de junho e 5 de julho, a mensagem apareceu 35 vezes em 25 grupos de WhatsApp, em um universo de 172 grupos públicos monitorados. Além disso, 91,4% das aparições ocorreram nas duas últimas semanas de análise.
Diretor de análises públicas da FGV, Marco Aurélio Ruediger alerta para o componente emocional da distorção de dados:
— Os números não estão ali para serem precisos, mas para mexer com a emoção das pessoas. Não é para fazer o eleitor pensar, é para que ele pegue essa informação falsa, acredite e compartilhe com os amigos.
Apoiadores de Lula e Bolsonaro fazem guerra de narrativas sobre adesão popular. Eventos de presidenciáveis na pré-campanha geram disputa sobre quem atrai mais público às ruas
Em outro episódio, o Datafolha apareceu como fonte em uma postagem falsa no WhatsApp que apontava Lula atrás de Bolsonaro no Rio, o oposto do dado oficial. No mês passado, também circularam mensagens enganosas sobre um áudio atribuído a Mauro Paulino, ex-diretor do instituto, no qual ele confessaria um plano para fraudar as urnas eletrônicas. O áudio, na verdade, foi gravado por um canal humorístico. O instituto terá um espaço no próprio site para desmentir casos de desinformação.
Dados da DAPP/FGV revelam também que há alta circulação no Facebook de posts com links de enquetes enviesadas sobre a disputa presidencial. Embora não tenham a proposta de se equiparar a uma pesquisa eleitoral e façam esse alerta em suas páginas, os levantamentos online têm sido divulgados como forma de contestar os institutos. Uma delas, a do site Eleições ao Vivo, já gerou mais de 1 milhão de curtidas, compartilhamentos e comentários desde que foi lançada, em 2020. O resultado da enquete, atualizada em tempo real e compartilhada majoritariamente por apoiadores do presidente, aponta Bolsonaro com 70% dos votos. O Datafolha mais recente mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% das intenções de voto, contra 28% de Bolsonaro.
Com mais de 98 mil inscritos em seu canal no YouTube e 81 mil seguidores no Facebook, o bolsonarista Adonias Soares foi um dos que mais difundiram a enquete. Em uma transmissão ao vivo no dia 4 de julho, ele lançou dúvidas sobre o resultado de um levantamento do Paraná Pesquisas em São Paulo, que mostrou percentual próximo de intenções de voto entre Bolsonaro e Lula, ao mesmo tempo que indicou o Eleições ao Vivo a seus seguidores, ressaltando a dianteira do presidente. A postagem teve 160 mil visualizações só no Facebook.
Outro site de enquete é o Realidade do Povo, que somou 480 mil interações nos últimos dois meses, segundo a DAPP/FGV. Administrador da plataforma, Márcio Santine diz que não é responsável pela circulação tendenciosa nas redes.
— Está bem claro que são enquetes. Sabemos que há todo um estudo científico por trás das pesquisas. Infelizmente, não tem como controlar.
FORMAS DE DESINFORMAÇÃO
ENQUETES SEM VALOR ESTATÍSTICO
A base bolsonarista passou a divulgar enquetes sem valor estatístico para medir a popularidade do presidente. O youtuber Adonias Soares é um dos que compartilharam a enquete “Eleições ao Vivo” a seus seguidores como fonte para medir intenções de voto. Em um vídeo com 160 mil visualizações no Facebook, ele lança dúvida sobre o resultado de uma pesquisa feita pelo Paraná Pesquisas em São Paulo.
Somente entre 1º de maio e 13 de julho, foram contabilizadas mais de 400 mil interações em postagens no Facebook sobre a mesma enquete, segundo levantamento da DAPP/FGV. Outro exemplo é a enquete “Realidade do Povo”, que somou nos últimos meses 480 mil interações na rede.
FAKE NEWS SOBRE RESULTADOS
Uma das mensagens que circulou recentemente foi uma pesquisa falsa atribuída ao Instituto Paraná Pesquisas que apontava Bolsonaro com mais de 70% das intenções de votos em 8 dos 27 estados brasileiros. A Dapp/FGV identificou 35 postagens em 25 grupos com a fake news entre 172 grupos públicos de WhatsApp monitorados entre junho e julho.
ATAQUES A INSTITUTOS E EMPRESAS DE PESQUISA
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem usado suas redes para atacar a Quaest e o Datafolha. Em um vídeo com 224 mil visualizações, ele lançou dúvidas sem fundamento sobre a metodologia da Quaest.
O pastor Silas Malafaia também usou suas redes para mirar a medição do voto evangélico pelo Datafolha. Foram 183 mil visualizações só no Facebook.
O ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, pré-candidato ao Senado em Minas, patrocinou um post em que diz que "pesquisa é uma mentirada" e reproduz resultados da Quaest.
FOTOS DE MULTIDÕES PARA CONTESTAR PESQUISAS
Entre 1º e 13 de julho, foram registradas 54.100 publicações no Twitter e 10.928 no Facebook com menções a "datapovo". O termo, que começou com a direita, passou a ser usado também pela esquerda para marcar apoio popular.
No mês passado, o senador Flávio Bolsonaro usou imagens de multidões a favor de Bolsonaro para atacar o Datafolha. A postagem teve 121 mil curtidas no Instagram.
DISTORÇÃO DE RESULTADOS
Parlamentares e pré-candidatos de diferentes espectros também passaram divulgar dados de pesquisa de forma equivocada.
O senador Humberto Costa (PT) e o ex-deputado federal Marco Maia (PT) compartilharam números da Genial/Quaest dizendo que Lula "disparou" e "cresceu" em Minas Gerais ao marcar 46% de intenções de votos. Os dados da pesquisa, no entanto, mostram que não houve variação fora da margem de erro.
Outro caso é do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). Em um post que chegou a ser patrocinado no Facebook, ele compara resultados de cenários diferentes, com e sem Márcio França, para dar impressão de que suas intenções de voto dobraram segundo o Datafolha, quando na verdade passaram de 11% para 13%.
"Mentirada danada"
Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), Duilio Novaes diz que a pesquisa é a “bola da vez” entre as redes de fake news. Ele explica que, no caso das enquetes, não há preocupação com a representatividade da amostra, ou seja, sobre o perfil de quem responde à consulta online e, por isso, ela não tem validade estatística.
O uso de imagens também faz parte da narrativa de desconstrução dos levantamentos. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por exemplo, comparou fotos de atos a favor do presidente e de Lula, reproduzindo ironicamente os percentuais da última pesquisa do instituto. “Datafolha? Pode confiar!”, escreveu.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez há duas semanas uma live na qual mirou a pesquisa Genial/Quaest. Na publicação, ele faz críticas sem fundamentos à metodologia da empresa, argumentando que foram escolhidos locais do Maranhão em que Bolsonaro não venceu nas eleições de 2018 para fazer as entrevistas. Os dados sobre a amostra da pesquisa, no entanto, revelam que as votações no conjunto de cidades escolhidas para o levantamento refletem os resultados da eleição passada: em 70% dos municípios visitados pela Quaest, Bolsonaro venceu em 2018.
Outro caso que chama a atenção é o do ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, nome do presidente ao Senado em Minas. Ele patrocinou em 12 de julho três postagens no Facebook, com gastos entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil, segundo a biblioteca de anúncios da plataforma, dizendo “que pesquisa é uma mentirada danada”, em referência ao levantamento da Genial/Quaest em que aparece atrás do candidato apoiado por Lula. O anúncio foi exposto até 60 mil vezes na rede social.
Na oposição, também há registro de distorções na divulgação de resultados de pesquisa, embora não haja ataques aos institutos e empresas do setor, como no campo bolsonarista. O senador Humberto Costa (PT) e o ex-deputado federal Marco Maia (PT) compartilharam uma pesquisa Genial/Quaest com a afirmação de que Lula “disparou” e “cresceu” em Minas Gerais ao marcar 46% de intenções de votos. Os dados do levantamento, no entanto, mostram que não houve variação fora da margem de erro entre as últimas pesquisas.
Outro caso é do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). Em um post que chegou a ser patrocinado no Facebook, ele compara resultados de cenários diferentes do Datafolha, com e sem Márcio França (PSB), para dar impressão de que suas intenções de voto dobraram. Em nota, Garcia afirmou que os números divulgados “retratam a verdade em dois momentos”. Humberto Costa não respondeu.