Mensagens obtidas pela Folha da rede interna usada por procuradores da República mostram a insatisfação de integrantes do Ministério Público Federal com a qualidade de um novo telefone celular, cujo preço de mercado oscila de R$ 2.600 a R$ 3.600, que passou a ser fornecido pela instituição.
POR VINICIUS SASSINE - FOLHAPRESS
O aparelho foi chamado de "esmola" por procuradores que recebem, além do salário de R$ 33,6 mil, auxílio-alimentação (R$ 910), abono pecuniário (de até R$ 29,9 mil) ou gratificação por acúmulo de ofício (de até R$ 7,5 mil). Cada integrante do MPF (Ministério Público Federal) tem direito ainda a um notebook no valor de R$ 4.500 --a troca mais recente de aparelho foi feita em 2020-- e a um tablet funcional.
A opção pelo iPhone SE, feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República), foi bombardeada na rede interna de procuradores. Integrantes do MPF querem aparelhos mais modernos e mais caros. Contracheques de um desses procuradores, disponíveis no sistema de transparência do MPF, registram recebimentos brutos de R$ 102 mil em janeiro, levando-se em conta a remuneração básica, 13º salário, um terço de férias e verbas indenizatórias, não sujeitas a abate teto. Integrantes do Judiciário e do Ministério Público têm direito a dois meses de férias.
Um contrato da PGR com a operadora Claro, assinado a partir de licitação concluída no fim de 2020, garante o fornecimento de aparelhos iPhone SE, em regime de comodato, em que não há compra de aparelhos. Estão previstas linhas (a um custo individual de R$ 219,90 mensais) a 1.200 procuradores e a 650 servidores comissionados que usam celulares funcionais.
As mensagens, postadas na rede interna, são dirigidas ao secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação da PGR, Darlan Airton Dias, a quem cabe a gestão dos contratos. Em nota, a PGR disse ter analisado as "ponderações apresentadas" e decidido manter a contratação, "por entender que foi feita a melhor escolha considerando as restrições orçamentárias e legais". Em 9 de fevereiro, o procurador da República Marco Tulio Lustosa Caminha, que atua no Piauí, escreveu: "Darlan e colegas, recebemos aqui no estado um email perguntando se queremos receber somente um chip da claro, ou continuar recebendo um chip com o aparelho, COM O ALERTA QUE SE A OPÇÃO FOR ESTA ÚLTIMA O APARELHO SERÁ UM IPHONE SE!!!"
E prosseguiu: "É isso mesmo, Darlan??!!! Você acha mesmo que depois de mais de três anos com um iphone 7, já ultrapassado, processador lento, bateria ruim, tela pequena, vamos aceitar por mais outros 30 meses um iphone SE?? Acho que ninguém aqui é moleque, Darlan!!" Segundo o procurador Caminha, 40% de seu trabalho é feito pelo celular. "Isso é um insulto!! Não quero esmola! Acho que ninguém aqui quer esmola!! Estamos há quase um ano trabalhando de casa, celular, notebook, internet, energia"¦ Que bagunça é essa?? Estão querendo nos humilhar??!! Não aceito humilhação, Darlan. Acho que devemos ser respeitado!!!"
O procurador finalizou a mensagem perguntando quem vai pagar por esse "gato" e com um pedido "encarecido" aos colegas de MPF: "NÃO ACEITEM ESSA ESMOLA!!" Caminha recebeu abonos pecuniários em janeiro de 2020 e de 2021, cada um no valor de R$ 29,4 mil, segundo os contracheques no serviço de transparência do MPF. Além disso, de fevereiro a dezembro de 2020, recebeu gratificação por acúmulo de ofícios, no valor de R$ 4.800 a R$ 6.100 mensais.
A remuneração total em janeiro chegou a R$ 102 mil, conforme os contracheques. Em nota, a Procuradoria no Piauí disse que a fala na rede interna foi retirada de um contexto de ampla discussão sobre a necessidade de troca dos celulares. "O cerne da discussão deu-se em razão da necessidade de trabalho, sobretudo neste período de home office, por celulares com telas maiores e sistema operacional seguro, como bem já recomendou a Secretaria de Tecnologia da PGR." A Apple fornece segurança em seu sistema operacional e, na rede usada pelos procuradores, levantou-se a discussão sobre o contrato da PGR "não atender às necessidades dos membros em razão do tamanho da tela do aparelho iPhone SE, da defasagem em relação às novas tecnologias (5G) e do custo-benefício de um contrato longo, de 30 meses". Segundo a Procuradoria no Piauí, o contrato foi suspenso pela PGR. Já a PGR afirmou que a contratação está mantida: "Trata-se de um modelo intermediário, que atende às necessidades a um custo adequado para a administração, possui sistema operacional reconhecidamente mais seguro, há uma cultura de uso na instituição e tem compatibilidade com outro equipamento (iPad) fornecido pelo MPF." Sobre os abonos pecuniários, a Procuradoria no Piauí disse ser um direito do procurador. É o mesmo caso da gratificação por acúmulo de ofício, desde que o período seja superior a três dias úteis.
Os recebimentos somaram R$ 69 mil em janeiro, não R$ 102 mil, conforme a nota. Na rede interna, a mensagem do procurador Caminha foi corroborada pela procuradora Ana Paula Ribeiro Rodrigues, que atua no Rio. "É incrível essa notícia trazida pelo Marco Tulio. Torcendo para que haja algum equívoco nisso", afirmou. "Eu ia perguntar O QUE ACONTECEU COM ESSA INSTITUIÇÃO. Mas, pensando bem, o que aconteceu eu sei: morreu, acabou, resta-nos agir como burocratas e ir levando e, quem pode, vai se virando ou cai fora. A pergunta é: COMO ISSO ACONTECEU?", prosseguiu. A procuradora afirmou que "em alguns casos, a opção não aceitar a esmola não se coloca". "Essas notícias chegam nessa situação de penúria, em que a gente fica desesperado atrás de acumulações para poder complementar o salário. Isso para os 'privilegiados' que conseguem chances de acumular." Ana Paula Rodrigues recebeu gratificações por acumulações de fevereiro a dezembro, de R$ 5.600 a R$ 7.400 por mês, conforme os contracheques disponíveis. Em nota, o MPF no Rio disse que não comentará "supostas mensagens" enviadas por seus membros em canais internos de comunicação. Sobre o acúmulo de ofícios, o MPF deu a mesma explicação fornecida pela Procuradoria no Piauí.
Outro procurador, José Leão Junior, escreveu logo em seguida: "Existem estudos a mostrar que, quanto mais alguém é maltratado, vilipendiado ou seviciado em relação a um trabalho ou afazer, mais tal pessoa agarrar-se-á a seus escrúpulos para desempenhar com mais desvelo ou elevação tal afazer, de modo a não deixar entrar em colapso (ou processo de dissolução) certa faceta --que lhe é cara-- do self." E finalizou: "Em suma, um jogo pavloviano em ordem de estimulação contraditória. Dizem que a rigor funciona direitinho." Leão recebeu abonos pecuniários em janeiro de 2020 e em janeiro de 2021 (R$ 14,9 mil por mês) e gratificações por acúmulo de ofícios de fevereiro a dezembro (com valores mensais de R$ 3.700 a R$ 7.100). Em nota, a Procuradoria da República em São Paulo afirmou que não comentará "possíveis mensagens privadas vazadas de seus membros".
Os abonos pecuniários são conversões de um terço das férias, previstas em lei, segundo a nota. O acúmulo de ofícios também é uma previsão legal, que permite a continuidade dos processos, com gratificação correspondente a um terço do subsídio do procurador designado, para cada 30 dias de acumulação, ainda conforme a Procuradoria em São Paulo.
Conselho ressalta a necessidade de medidas urgentes para enfrentar o pior momento da pandemia
O Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) divulgou, nesta 2ª feira (1º.mar.2021), uma carta na qual pede a adoção imediata de um toque de recolher nacional.
O comunicado (íntegra – 364 KB) pede que a medida seja implementada das 20h às 6h e durante os finais de semana em todos os Estados brasileiros.
Segundo o Conass, a adoção nacional das medidas é necessária devido a “ausência de uma condução nacional unificada e coerente” da pandemia no país.
Os secretários também recomendaram outras ações para reforçar o rigor das medidas de restrição que consideram urgentes para “evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde”.
Eis as recomendações:
proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;
suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;
fechamento das praias e bares;
a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado;
instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;
adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;
ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.
Além do reforço no isolamento social, outras ações foram listadas pelo Conass. Entre elas, está o retorno imediato dos pagamentos do auxílio emergencial à população. Eis a lista:
reconhecimento legal do estado de emergência sanitária e viabilização de recursos extraordinários para o SUS, com aporte imediato aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde para garantir a adoção de todas as medidas assistenciais necessárias ao enfrentamento da crise;
implementação imediata de um Plano Nacional de Comunicação, com o objetivo de reforçar a importância das medidas de prevenção e esclarecer a população;
adequação legislativa das condições contratuais que permitam a compra de todas as vacinas eficazes e seguras disponíveis no mercado mundial;
aprovação de um Plano Nacional de Recuperação Econômica, com retorno imediato do auxílio emergencial.
Na carta, os secretários de Saúde afirmam que as propostas devem ser adotadas por toda a sociedade e englobadas no que descreveram como um “Pacto Nacional pela Vida”.
“Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’ que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional”, dizem.
A carta é assinada por Carlos Lula, presidente do Conass e secretário de Saúde do Estado do Maranhão.
O Poder360 entrou em contato com o Conass para verificar se todos os secretários estaduais de Saúde corroboram as propostas feitas no documento. Até o momento da publicação da reportagem, não houve resposta.
Autoridades se irritaram porque o presidente Jair Bolsonaro divulgou repasses obrigatórios da União aos Estados como se fossem uma verba extra para conter os problemas da pandemia
Por Marcelo de Moraes
Um grupo de 16 governadores divulgou nesta segunda-feira, 1, nota pública na qual criticam a atitude do governo federal de usar dinheiro público "a fim de produzir informação distorcida, gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais". Os governadores estão reagindo ao movimento feito no fim de semana pelo presidente Jair Bolsonaro, que passou a divulgar em público e nas suas redes sociais que a União repassava bilhões aos Estados para que reduzissem os efeitos da pandemia do coronavírus. Isso também foi reproduzido nas redes sociais da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) do governo.
Os governadores se irritaram porque a maior parte desses recursos são repasses obrigatórios e regularmente já previstos pela Constituição, não se tratando de um gesto do presidente para conter os problemas da pandemia. Para o grupo, Bolsonaro decidiu tentar repassar para o colo dos governadores a conta política pela disparada no aumento dos casos de coronavírus.
Na nota, os governadores dizem que o governo parece "priorizar a criação de confrontos".
"Os Governadores dos Estados abaixo assinados manifestam preocupação em face da utilização, pelo Governo Federal, de instrumentos de comunicação oficial, custeados por dinheiro público, a fim de produzir informação distorcida, gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais. Em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história, agravada por uma contundente crise econômica e social, o Governo Federal parece priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população", diz o texto.
"A Constituição Brasileira, Carta maior de nossa sociedade e nossa democracia, estabelece receitas e obrigações para todos os Entes Federados, tal como é feito em qualquer federação organizada do mundo. No modelo federativo brasileiro, boa parte dos impostos federais (como o Imposto de Renda pago por cidadãos e empresas) pertence aos Estados e Municípios, da mesma forma que boa parte dos impostos estaduais (como o ICMS e o IPVA) pertence aos Municípios. Em nenhum desses casos a distribuição tributária se deve a um favor dos ocupantes dos cargos de chefe do respectivo Poder Executivo, e sim a expresso mandamento constitucional", acrescenta a nota.
"Nesse sentido, a postagem hoje veiculada nas redes sociais da União e do Presidente da República contabiliza majoritariamente os valores pertencentes por obrigação constitucional aos Estados e Municípios, como os relativos ao FPE, FPM, FUNDEB, SUS, royalties, tratando-os como uma concessão política do atual Governo Federal. Situação absurda similar seria se cada Governador publicasse valores de ICMS e IPVA pertencentes a cada cidade, tratando-os como uma aplicação de recursos nos Municípios a critério de decisão individual".
Os governadores reclamam que o dinheiro repassado pelo auxílio emergencial também entra no bolo dessa ajuda.
"São mencionados também os valores repassados aos brasileiros para o auxílio emergencial, iniciativa do Congresso Nacional, a qual foi indispensável para evitar a fome de milhões de pessoas. Suspensões de pagamentos de dívida federal por acordos e decisões judiciais muito anteriores à COVID-19, e em nada relacionadas à pandemia, são ali também listadas. Já as reposições das perdas de arrecadação estadual e municipal, iniciativas também lideradas pelo Congresso Nacional, foram amplamente praticadas em outros países, pelo simples fato de que apenas o Governo Federal apresenta meios de extensão extraordinária de seu orçamento pela via da dívida pública ou dos mecanismos monetários e, sem esses suportes, as atividades corriqueiras dos Estados e Municípios (como educação, segurança, estruturas de atendimento da saúde, justiça, entre outras) ficariam inviabilizadas", afirma a nota.
Dez municípios receberam retroescavadeiras, pás carregadeiras, tratores e ônibus nesta segunda
Por Brener Nunes
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, iniciou nesta segunda-feira, 1º de março, a entrega gradual de máquinas pesadas e ônibus escolares a 10 municípios da região do Vale Araguaia. A ação visa melhorar a infraestrutura, impulsionando obras de recuperação de estradas urbanas e vicinais, e também gerar qualidade de vida aos alunos da zona rural.
Neste primeiro momento, os 10 municípios que foram contemplados com retroescavadeiras, pás carregadeiras, tratores, ônibus e outras máquinas foram: Abreulândia, Araguacema, Caseara, Chapada de Areia, Divinópolis, Dois Irmãos, Marianópolis, Monte Santo, Pium e Rio da Conceição. Os recursos para aquisição das máquinas pesadas e dos ônibus escolares são da bancada federal do Tocantins no Congresso Nacional.
O governador Carlesse afirmou que as entregas das máquinas são mais do que um incentivo ao desenvolvimento, já que com o apoio do Governo do Tocantins, os municípios terão condições de atender a população com mais obras e serviços essenciais. “Essas máquinas são um esforço do deputado Carlos Henrique Gaguim e do senador Eduardo Gomes para alavancar o desenvolvimento dos municípios tocantinenses. Eu só tenho que agradecer. Ano passado fizemos a entrega de máquinas pesadas e de ônibus escolar para as prefeituras e é uma satisfação poder continuar com essas ações que contribuem para uma melhor qualidade de vida da nossa população”, afirmou.
O vice-governador Wanderlei Barbosa, durante seu discurso, destacou o trabalho a Gestão Municipalista do governador Carlesse. “O Estado está focado nesse projeto municipalista. Estamos olhando para as dificuldades dos nossos municípios, principalmente neste período de chuvas. Recebi telefonemas de pessoas de diversas regiões do Estado. Tenho visto cidadãos que moram em Dois Irmãos e Araguacema, e todos estão com dificuldades. E o Governo está fazendo esse acompanhamento”, assegurou.

O prefeito de Abreulândia, Manoel Moura, recebeu dois tratores que irão auxiliar os agricultores da região
O prefeito de Abreulândia, Manoel Moura, contou que recebeu dois tratores que irão auxiliar os agricultores da região. “Viemos receber dois tratores. Já vamos retirar um hoje daqui. Eles são de muita importância, pois darão suporte à agricultura familiar, e isso vai trazer desenvolvimento a esse segmento em Abreulândia. No final do ano passado, recebemos uma Pá Mecânica, e uma retroescavadeira”, afirmou.

Edinalva Oliveira, prefeita a frente de Rio da Conceição, agradeceu ao Governador pela gestão municipalista e destacou que recebeu dois tratores e uma retroescavadeira
Edinalva Oliveira, prefeita a frente de Rio da Conceição, agradeceu ao Governador pela Gestão Municipalista e destacou que recebeu dois tratores e uma retroescavadeira. “Primeiramente, gostaria de agradecer ao governador Mauro Carlesse por essa oportunidade de estar olhando os municípios e fazer essa Gestão Municipalista. Esse maquinário vai contribuir para o desenvolvimento. Nossas estradas vicinais precisam de recuperação, além disso, essas máquinas vão colaborar na agricultura familiar, os produtores já estão nos cobrando. Isso é uma ajuda fundamental. Pegamos o município sucateado, então, vamos melhorar bastante a qualidade de vida da população”, ponderou.
A prefeita de Caseara, Ildislene Santana, recebeu dois ônibus escolares e um trator. “Por ser uma região produtiva, principalmente, na área rural, nós temos apenas que agradecer. A nossa demanda é muito grande e não conseguimos atender aquela região com a estrutura que nós temos. São dez assentamentos e essas famílias dependem destas máquinas. A gente tem tido essa dificuldade. Então, receber esse trator também significa mais esperança aos nossos pequenos agricultores que estão na espera e na expectativa de poder produzir seu alimento”, explicou a prefeita sobre as dificuldades dos assentados no município.
Medidas de segurança
As entregas das máquinas e ônibus estão sendo realizadas gradativamente, seguindo todos os protocolos de segurança e higiene do Ministério da Saúde, sendo limitada a apenas dez prefeituras, a fim de evitar aglomerações.
Presenças
No momento estavam presentes o prefeito de Araguacema, Marcus Vinicius (Marquinho); o prefeito de Chapada de Areia, Adauto Mendes; o prefeito de Divinópolis, Flávio Rodrigues (Flavão); o prefeito de Dois Irmãos, João Carlos; o prefeito de Marianópolis, Isaías Piagem; a prefeita de Monte Santo, Nezita Martins (Enfermeira Nezita); e o prefeito de Pium, Valdemir Barros.
Também estavam presentes o presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Renato Jayme; a secretária da Infraestrutura, Cidades e Habitação e presidente da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), Juliana Passarin; o secretário da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café; a secretária da Educação, Esporte e Juventude, Adriana Aguiar, e o secretário da Cidadania e Justiça, Heber Fidelis, além do deputado federal Carlos Henrique Gaguim, e dos deputados estaduais Vanda Monteiro, Ricardo Ayres, Ivory de Lira, Issam Saado, Leo Barbosa, o deputado Antônio Andrade (presidente da Assembleia Legislativa), e o representante da Codevasf no Tocantins, Homero Barreto.
“O segredo mais difícil de ser guardado por um homem é a opinião que tem de si mesmo”
MARCEL PAGNOL
Por Edson Rodrigues
Infelizmente estamos em meio a um caos sem precedente – e sem presidente – na área da Saúde Pública brasileira, em pleno pico da pandemia de Covid-19. Jair Bolsonaro está mostrando que não basta apenas não ser corrupto para ser um bom gestor. É preciso ter agilidade, atitude e preparo, ingrediente sem os quais está levando o a Saúde Pública a viver seus piores dias na história do País.
E pensar que tudo começou com uma crise de ciúmes de Bolsonaro em relação ao então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que com uma gestão ousada e prática, vinha contrapondo suas ideias de ação pragmática ao negacionismo do presidente em relação à pandemia, angariando uma credibilidade e uma popularidade que deixaram Bolsonaro e seu “núcleo duro” indignados e enciumados.

Mandetta mantinha contato diário com a imprensa, em entrevistas coletivas concorridas, em que demonstrava alinhamento com as orientações da OMS e bons resultados no trabalho brasileiro no acompanhamento do desenvolvimento de vacinas e um planejamento consistente em relação a estados e municípios.
Enquanto isso, o ministro da Saúde era fritado em óleo morno pelo seu chefe, o presidente da república que, ao contrário dos cuidados que Mandetta pregava, teimava em promover aglomerações, seguido por um bando de puxa-sacos e assessores, todos sem máscaras, usando uma caixa de cloroquina, um medicamento sem nenhum eficácia comprovada contra a Covid-19, como a solução – simplista – para os males da Covida-19.
Veio a queda de Mandetta, substituído por um ministro que poderia entender de tudo, menos de ações em meio à uma pandemia, que nem chegou a “esquentar a cadeira”, e foi logo substituído por um general do Exército, que se submente às ordens d presidente, que é apenas capitão.
E assim o Brasil segue até hoje, sem um ministro que entenda da área da Saúde e com um presidente que teima em acreditar em suas próprias opiniões, relevando as orientações, avisos e recomendações das maiores autoridades médicas nacionais e mundiais,
LOCKDOWN EM PALMAS
A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, percebeu – como qualquer gestor brasileiro com um mínimo de bom senso – a gravidade da situação provocada pela pandemia de Covid-19 e os riscos para a população de Palmas que, além de ser a cidade mais populosa do Estado, recebe, diariamente, pessoas vindas de todos os estados do País.

Cinthia foi adequando as ações da Saúde Municipal gradativamente, de acordo com os protocolos da Organização Mundial da Saúde e conseguiu resultados certeiros na contenção do avanço do vírus em Palmas, com o fechamento de parte do comércio formada por estabelecimentos que ofereciam serviços não essenciais à população,
Suas ações, porém, foram malvistas pelos politiqueiros de plantão, que abusaram das críticas, agindo tal qual o negacionismo do presidente da república, mais preocupados com a economia que com as vidas que estavam em risco.
Mas, foram essas ações que salvaram milhares de vidas e mantiveram o sistema de saúde pública da Capital em um patamar controlável de ocupação.
Os ataques que Cinthia sofreu – e vem sofrendo – por conta das providências tomadas para evitar aglomerações, o chamado distanciamento social, são injustas e, apenas observando a origem dessas críticas – os aliados do Palácio Araguaia -, pode-se perceber a politicagem por trás de cada uma.
INJUSTIÇA
Afirmar que Cinthia Ribeiro erra ou errou no combate à Covida-19 em Palmas é uma enorme injustiça. Quem critica são pessoas que não conseguiram enxergar a estratégia adotada pela prefeita de diminuir ao máximo a possibilidade de circulação do vírus pela Capital, uma vez que o sistema de Saúde está completamente comprometido, sem vagas para mais internações, sejam ambulatoriais, sejam de UTI, sobrecarregado por uma doença invisível que veio para ficar, de difícil diagnóstico e de proliferação rápida, que desgasta e oprime a saúde pública e privada em todo o mundo, não apenas na Capital tocantinense.
Hoje, no brasil, são mais de 20 estados enfrentando o caos nos seus sistemas de Saúde Pública. Palmas, por ser a Capital do Tocantins, concentra a maioria dos servidores estaduais, que se juntam aos municipais, aos comerciantes, aos executivos de empresas de todo o Brasil e, o mais importante, com a maior população periférica do Estado.

Logo, é simplesmente impossível acompanhar a demanda enfrentada pela Saúde Pública Municipal de Palmas, que tenta se moldar à urgência exigida pela Covid-19 com ações pontuais e enérgicas pois, como já demonstraram as autoridades mundiais em relação à pandemia, é melhor pecar pelo excesso que pela inércia e é necessário que sempre se esteja fazendo algo quando o objetivo é impedir a proliferação desse vírus maldito.
Logo, ao contrário do negacionismo do principal gestor do País, temos em Palmas uma gestora que não se furta a agir, em tentar e em trabalhar.
Londres, capital da Inglaterra, mostrou que o lockdown foi primordial para salvar milhares, talvez milhões de vidas. É um exemplo que, se for necessário, pode e deve ser usado em Palmas e ser seguido pelos demais gestores tocantinenses. Pelo menos pelos que priorizam salvar vidas em detrimento da economia.
Economia se recupera. Uma vida perdida, não.