Apoiado por um bloco formado por 11 partidos, Lira prometeu neutralidade e diálogo
Com Câmara dos Deputados
O deputado Arthur Lira (PP-AL) é o novo presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2021-2022. O deputado alagoano foi eleito na noite desta segunda-feira (1º) em primeiro turno, com 302 votos.
Arthur Lira foi apoiado por um bloco formado por 11 partidos (PSL, PP, PSD, PL, Republicanos, Podemos, PTB, Patriota, PSC, Pros e Avante) e tomou posse do cargo logo em seguida à divulgação do resultado.
Como ele obteve a maioria absoluta (metade mais um) de votos dos presentes, não houve um segundo turno.
Neutralidade
Ao fazer seu discurso de posse, Lira o fez de pé. “Faço questão de iniciar esta jornada como os senhores estão vendo, de pé, em homenagem a todos os presentes, a todos os partidos, aos que votaram e não votaram em mim”, declarou. Ele prometeu respeitar “as forças vivas desta Casa Legislativa e a proporcionalidade”.
Lira disse que a política tem uma dívida com o povo brasileiro, conclamando os partidos a buscar pontos mínimos e comuns para ajudar os brasileiros a enfrentar a pandemia. Ele também defendeu a vacinação.
O novo presidente da Câmara dos Deputados prometeu ainda ouvir todos os lados e destacou o simbolismo da arquitetura da mesa dos trabalhos, que se encontra no meio das duas tribunas de oradores, destacando a natureza coletiva do trabalho.
Sobre as reformas econômicas, Lira afirmou que é preciso ouvir os empresários sobre o que é possível pactuar politicamente e de forma transparente. “Qual reforma fazer e qual sua profundidade não é uma resposta que cabe ao presidente da Câmara dar, mas sim uma pergunta a fazer aos empresários, aos sindicatos e aos governantes”, disse.
Demais candidatos
Em segundo lugar na eleição, ficou o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), com 145 votos. Em seguida, aparecem Fábio Ramalho (MDB-MG), com 21 votos; Luiza Erundina (Psol-SP), com 16 votos; Marcel van Hattem (Novo-RS), com 13 votos; André Janones (Avante-MG), com 3 votos; Kim Kataguiri (DEM-SP), com 2 votos; e General Peternelli (PSL-SP), com 1 voto. Também foram registrados 2 votos em branco.
Cargos na Mesa
Em seu primeiro ato como presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira revogou o bloco partidário de Baleia Rossi, marcando para esta terça-feira (2), às 16 horas, uma nova eleição para os dois vice-presidentes; os quatro secretários; e os quatro suplentes de secretários.
Lira considerou fora do prazo o pedido do PT, do PDT e do PSB para adesão e formalização do bloco de Rossi (PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede). Esses partidos haviam argumentado que tiveram problemas técnicos para enviar o pedido pouco antes do prazo final, ao meio-dia desta segunda-feira.
A formação dos blocos parlamentares influencia a distribuição dos cargos da Mesa. Quanto maior o bloco, a mais cargos tem direito na Mesa. Como o bloco de Rossi passou ser considerado não existente, Lira determinou à Secretaria-Geral da Mesa o recálculo da distribuição dos cargos, desconsiderando as candidaturas para os demais cargos que foram indicadas por esse bloco.
Eleição nesta terça vai definir vice-presidentes, secretários e suplentes
Perfil
Arthur Lira tem 51 anos e está no terceiro mandato de deputado federal. Empresário, agropecuarista e bacharel em Direito, Lira iniciou a vida pública em 1993, quando se elegeu vereador em Maceió. Antes de chegar à Câmara, também foi deputado estadual em Alagoas. É filho do atual prefeito de Barra de São Miguel (AL), o ex-senador Benedito de Lira.
Filiado ao PP desde 2009, assumiu a liderança do partido pela primeira vez em 2012, cargo que voltou a ocupar de 2018 em diante. Arthur Lira foi eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados em 2015 e comandou os trabalhos da Comissão Mista de Orçamento em 2016.
Lira é autor de seis propostas que viraram leis. Uma delas é a mudança no crime de denunciação caluniosa. É autor ainda de duas leis que fizeram alterações nas regras eleitorais e coautor do rateio dos recursos do pré-sal de 2019 com os estados – a chamada cessão onerosa.
No lançamento de sua candidatura, ele exaltou o papel dos partidos de centro e prometeu diálogo com todos os partidos – inclusive da oposição – na definição da pauta de votações da Câmara dos Deputados. Afirmou ainda que pretende instaurar o critério da proporcionalidade partidária na definição dos relatores.
Novo presidente do Senado defende reformas e assistência aos mais pobres
Com Agência Senado
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) assumiu a Presidência do Senado Federal nesta segunda-feira (1º) e prometeu trabalhar em prol da saúde pública, do crescimento econômico e do desenvolvimento social. Eleito como o 68º presidente da Casa, defendeu a atuação parlamentar imediata no enfrentamento à covid-19 com garantia de vacinas para todos os brasileiros. O senador afirmou também que buscará diálogo com a equipe econômica do governo federal para socorrer os mais pobres, atingidos pela pandemia, respeitando o teto de gastos.
Rodrigo Pacheco apontou como prioridades na pauta do Congresso Nacional, as reformas e as “proposições necessárias e imprescindíveis” para o desenvolvimento do país com geração de emprego e renda e ressaltou que o "Brasil tem pressa".
— A votação de reformas que dividem opiniões, como a reforma tributária e a reforma administrativa proposta pelo governo federal, deverão ser enfrentadas com urgência, mas sem atropelo. O ritmo dessas e de outras reformas importantes será sempre definido em conjunto com os líderes e com o Plenário desta Casa — disse.
Oposição
Nesse sentido, o senador também prometeu se empenhar sempre para que as diversas proposições sejam “amplamente debatidas, discutidas, emendadas”.
— Comprometo-me desde logo a pautar o projeto de resolução que cria a liderança da oposição, já existente na Câmara dos Deputados, e que equilibra as forças neste Plenário. Aqui já possuíamos as lideranças do governo, da Maioria e da Minoria, mas o Senado ainda pendia do espaço adequado de articulação para aquelas bancadas que não se identificam com as políticas do Poder Executivo, não necessariamente deste governo, mas igualmente daqueles naturalmente o sucederão — anunciou.
Entre outras propostas apresentadas pelo candidato estão a criação de uma comissão de segurança pública, a modernização do Regimento Interno do Senado e mais representação feminina no colégio de líderes.
Pacificação
O senador defendeu ainda a união das instituições em torno da “pacificação da sociedade brasileira” pelo diálogo, na busca do consenso e com “independência harmônica” entre os Poderes.
— A independência do Senado Federal é premissa fundamental para a tomada de decisões políticas livres e autônomas que sejam de interesse da nação e dos brasileiros — destacou o presidente, também prometendo manter as prerrogativas dos parlamentares para o “livre e eficiente exercício de seus mandatos”.
Minas Gerais
Rodrigo Pacheco também se dirigiu especialmente ao povo de Minas Gerais, na qualidade de primeiro presidente do Senado oriundo daquele estado desde a redemocratização do Brasil. Ele prometeu ficar atento às necessidades dos 853 municípios mineiros e também se desdobrar para destinar igual atenção aos outros 25 estados e ao Distrito Federal.
Estabilidade
O senador encerrou seu pronunciamento de posse reforçando a necessidade de estabilidade política, social e econômica no país, com segurança jurídica. E mais uma vez, prometeu protagonismo do Senado e do Congresso.
— Não faltarão temas para deliberar, assim como não faltará disposição desta presidência para fazer face a todos esses compromissos assumidos que, reunidos, são um só compromisso: o de trabalhar incansavelmente pelo Brasil — concluiu.
Por: Edson Rodrigues
A cúpula do DEM acabou abandonando Rodrigo Maia com a candidatura de Baleia Rossi à presidência da câmara dos deputados. O clima ficou explosivo e o presidente do DEM nacional, ACM Neto, foi claro em não acompanhar e apoiar a candidatura de Baleia Rossi à presidência da câmara dos deputados.
Esta decisão, tomada na madrugada de domingo, pela cúpula nacional do Democratas, comandada por ACM Neto de "liberar" a bancada para cada um votar como quiser, ferveu os bastidores da política. Militantes dão como certo que pelo menos 21 votos do DEM já estão fechados com o candidato do palácio do planalto, Artur Lira.
O DEM no Tocantins
No Tocantins, o DEM é presidido pela deputada federal professora Dorinha Seabra e não possui um diretório constituído, mas uma comissão provisória presidida pela parlamentar. Dentre os filiados estão o governador Mauro Carlesse e o também deputado federal Carlos Gaguim, eleitor declarado de Lira e vice-líder do presidente Jair Bolsonaro na câmara dos deputados.
Mauro Carlesse e Carlos Gaguim
Tanto Carlos Gaguim, como o governador Mauro Carlesse não têm nenhuma convivência político partidária com a deputada Dorinha, inclusive Carlos Gaguim já tentou assumir o comando do DEM no estado e foi derrotado pela deputada federal, junto a cúpula do DEM que contou com o apoio do presidente da câmara dos deputados Rodrigo Maia.
Vale ainda esclarecer que a deputada Dorinha não faz parte da base política de Mauro Carlesse, muito pelo contrário, há tempos vem fazendo oposição ao governo estadual. Uma desavença que vem desde quando o governador se filiou ao Democratas Nacional, com tudo acertado para ele (Mauro Carlesse) ser o presidente da comissão provisória do partido no Estado, porém ficou apenas como um dos vices. Um cargo meramente decorativo.
E agora com o racha na cupula...?
Com o abandono de Rodrigo Maia, pela cúpula nacional do DEM, orquestrada por seu presidente nacional ACM Neto e tendo o deputado Carlos Gaguim como vice-líder do governo Bolsonaro, na câmara dos deputados e aliado do governador Mauro Carlesse, é possível que após as eleições da Câmara e do Senado, o comando do DEM no estado corra o risco de ter um ‘revestrés’, não descartando uma futura candidatura de Mauro Carlesse ao senado federal, pelo DEM, com apoio da cúpula nacional e do Palácio Araguaia.
É por isso que o saudoso Tancredo Neves falava: "política é igual nuvens, você olha está de um jeito, torna a olhar já está de outro jeito”. A liderança de maia pode evaporar após os resultados da eleição da mesa da câmara dos deputados hoje anoite e pode ofuscar sua aliada professora Dorinha. A não ser que ela siga ACM Neto.
“Perder nosso nome é como perder nossa sombra; ser somente nosso nome é reduzirmo-nos a ser sombra”
OCTAVIO PAZ
Por Edson Rodrigues
O jogo sucessório para 2022 já começou a ser jogado. Enquanto o ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas saiu de Brasília, onde se reuniu com parlamentares tocantinenses e já está com o “pé na estrada” buscando formar seu grupo político, realizando reuniões e encontros pelo interior do Tocantins, o Palácio Araguaia acendeu a “luz de alerta” visando o posicionamento de Mauro Carlesse rumo ao Senado e também iniciou os “trabalhos”.
O governo do Estado deve lançar várias obras em diversos municípios, em consonância com o apoio recebido por parte dos deputados estaduais. A ordem é traduzir o recado deixado pelas urnas em favor dos planos palacianos. Já se sabe que a oposição, dividida, não é páreo para bons candidatos, mas, unida, pode causar sérios problemas, com chances de vitória ou, pelo menos, de campanhas desgastantes e pleito decidido voto a voto.
O governo do Estado não vai se furtar em se utilizar da caneta no Diário Oficial e os recursos para parcerias em obras nos municípios de maior interesse, pois não pode se dar ao luxo de ignorar a vontade do povo, que renovou, em média, 75% dos legislativos municipais e elegeu muitos prefeitos novatos, impondo uma fragorosa derrota aos que agem apenas em benefício dos interesses próprios, encaminhando-os para a vala do sepultamento político coletivo.
SILÊNCIO ENSURDECEDOR
Diante do quadro exposto acima, podemos afirmar que a eleição para o governo do Estado será quase que plebiscitária. Dificilmente surgirá uma terceira via com capacidade de enfrentar de forma equilibrada os candidatos do governo, Wanderlei Barbosa, e do grupo oposicionista em formação por Ronaldo Dimas. A única certeza é a candidatura de Mauro Carlesse à única vaga que se abrirá para o Senado, que só mudará se algo muito grave vier a acontecer até o momento do registro dessa candidatura.
Há, ainda, um elemento-chave nessa corrida sucessória, que tem cargo, nome e sobrenome: senador Eduardo Gomes. Gomes vem mantendo um silêncio “ensurdecedor” em relação ao processo sucessório estadual.
Líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, político tocantinense de maior projeção no País, com grande influência nas decisões políticas no governo federal, Gomes é “amigo irmão” de Ronaldo Dimas, e estará junto com ele nos palanques da sucessão estadual, não estando descartada uma composição em que o próprio senador pode vir a ser o candidato ao governo, com Dimas como vice, ou, até mesmo um “chapão”, unindo Gomes, Dimas e Carlesse, cada um nos três cargos mais importantes do Estado.
Isso soaria impossível, hoje, mas não está, de forma alguma, descartado para 2022.
PRINCIPAIS COLÉGIOS ELEITORAIS
Os prefeitos dos 15 principais colégios eleitorais do Tocantins, incluindo Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, paraíso, Guaraí e colinas, também são peças importantíssimas nesse tabuleiro sucessório de 2022. Serão eles que, com administrações boas ou ruins, vão direcionar o voto dos eleitores das suas cidades. Essa situação também coloca no jogo os ex-prefeitos desses colégios eleitorais, que, em caso de um mau governo dos seus sucessores, passam a ser o objeto de desejo dos candidatos ao governo do Estado, pois ganham força eleitoral.
Serão essas peças que farão parte das “costuras” para a construção das bases dos principais candidatos ao governo e ao Senado, juntamente com os representantes das classes empresariais e dos servidores públicos.
Por enquanto, tudo não passa de especulações, pois ainda há muita “água para passar embaixo da ponte”.
Por Bela Megale
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), comunicou a integrantes da cúpula do DEM, entre eles o presidente do partido, ACM Neto, que pretende deixar a sigla. O deputado argumentou que não pode ficar em uma legenda aliada ao bolsonarismo.
Na reunião realizada na noite de domingo (31), o DEM, partido de Maia, decidiu deixar o bloco do candidato apoiado por ele, Baleia Rossi (MDB-SP), na disputa pela presidência da Casa. A sigla anunciou que os deputados estão liberados para votar em quem quiser. O desembarque do DEM foi decisivo para que Maia sinalizasse com sua saída.
Correligionários do DEM ouvidos pela coluna afirmaram que veem poucas chances de o presidente da Câmara mudar de ideia. Procurado, Maia não retornou os contatos da coluna.