“É claro que a política não é o ofício da bagatela, a pragmática da ninharia. Quem cuida de coisas pequenas, acaba anão” 

 

ULYSSES GUIMARÃES

 

Por Edson Rodrigues

 

O MDB, o maior partido político brasileiro, com a maior bancada no Senado e a segunda maior bancada na Câmara Federal, abriga boa parte das principais lideranças políticas brasileiras, mas se mantém, cautelosamente, em silêncio, diante das circunstâncias atuais.

 

O partido não fala, apena age no momento certo e sempre com muita propriedade, em busca do equilíbrio e do entendimento.

 

Os membros da sua cúpula nacional e seus líderes no Congresso permanecem recolhidos, em silêncio, articulando reservadamente, apenas observando os movimentos do centrão e da “lua de mel” com o Palácio do Planalto.

Rodrigo Maia, Baleia Rossi e Jose Sarney

 

O presidente nacional da legenda, deputado federal Baleia Rossi (SP), foi candidato à presidência da Câmara dos Deputados e acabou derrotado, esmagado e humilhado pela trupe palaciana e, mesmo assim, se mantém em silêncio absoluto.

 

Por sua vez, os próceres do partido, os ex-presidentes da República José Sarney e Michel Temer, além de Renan Calheiros, Eduardo Braga e o senador tocantinense Eduardo Gomes, mantém a mesma linha de ação, do silêncio absoluto, evitando que qualquer ação do partido seja como “a faísca que acende o pavio”.

OPOSIÇÃO

Vale ressaltar que uma das principais características do MDB é saber ser “oposição” –principalmente nos governos militares –, pois já foi “situação” e sabe onde o calo aperta em cada situação vivida pela União, afinal, pelo seu tamanho e importância, é um partido que raramente fica fora da “órbita palaciana” por conta, justamente, da sua força no Congresso Nacional.

 

Formado por homens e mulheres equilibrados e cientes de seu valor na política nacional, o MDB soube fazer a leitura correta deste momento de turbulências e incertezas político-partidárias, em que desavenças internas em todos os partidos foram suscitadas pela ação do Palácio do Planalto, como é o caso extremo do DEM e do PSDB, e se mantém em stand by para evitar os desgastes políticos desnecessários.

 

O MDB tem plena consciência de que seu candidato, Baleia Rossi, só foi “tratorado” pelo governo federal por ser aliado ao grande desafeto do próprio Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia e o Palácio do Planalto não teve alternativa senão usar todas as suas forças para eleger o seu candidato e derrotar Baleia Rossi e evitar a abertura de um hipotético impeachment.

EXEMPLOS

 

O próprio Michel temer chegou a passar por momentos semelhantes e foi salvo por sua composição com o Congresso, por isso, o MDB não vê com tanta surpresa a derrota de Baleia Rossi e vai passar este período de recesso fazendo avaliações de cada lance aplicado nas eleições do Congresso Nacional e definindo sua forma de ação para cada situação, com equilíbrio e habilidade para manter o seu prestígio e não melindrar seu posicionamento no Senado, onde compôs com o Governo Federal e elegeu como primeiro vice-presidente, um de seus quadros.

 

Assim sendo, o tempo será o maior conselheiro e o melhor juiz da situação.

Só nos basta aguardar!

 

Posted On Sábado, 13 Fevereiro 2021 13:11 Escrito por

Os ex-juiz e os procuradores afirmam não reconhecer as conversas reveladas e argumentam que elas foram obtidas por meio de um crime, após hackers invadirem seus telefones

 

Com Estadão

 

Em uma mudança de postura, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 12, que pedirá para ter acesso a mensagens envolvendo o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato que foram vazadas por hackers. O presidente disse ter sido informado que seu nome aparece nas conversas e, por isso, também tem direito a conhecer o que foi tratado. Em 2019, quando o conteúdo começou a ser divulgado e Moro ainda era seu ministro da Justiça, Bolsonaro chegou a colocar em dúvida a veracidade das mensagens, em apoio ao aliado.

 

“Mandei pedir aquela matéria hackeada que está na mão do PT, na mão do (ex-presidente) Lula. Tem meu nome lá. Alguma coisa já passaram para mim. Vocês vão cair para trás”, afirmou Bolsonaro a apoiadores pela manhã no Palácio da Alvorada.

 

“Você vê a perseguição ali, conversas de autoridades falando como é que entravam na minha vida financeira, da minha família. Você pode entrar, mas tem que ter uma ordem judicial. Respeita a lei? Não respeita. Eu quero pegar o cara que vendia informações. Dentro do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), por exemplo. Eu já tenho alguma coisa, que tem chegado para mim, agora vou conseguir. Espero que o Supremo me dê”, disse o presidente.

 

As mensagens hackeadas foram reveladas em junho de 2019 pelo site The Intercept Brasil. Pouco mais de dois meses depois, a Polícia Federal prendeu um grupo de hackers responsáveis pelo vazamento e descobriu que os ataques virtuais também tinham como alvo integrantes da cúpula da República, incluindo Bolsonaro. Nenhuma conversa do presidente, porém, chegou a ser divulgada.

 

“O que conseguiram contra eu, Jair Bolsonaro? Não tem nada, pô. Agora ficam em cima de filho, em cima de esposa, de parente, amigo, advogado que advogava para mim”, afirmou o presidente, citando decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que considerou irregular um relatório do Coaf sobre Frederick Wasseff, ex-defensor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

 

Foi com base em um outro relatório do Coaf, sobre movimentações atípicas do ex-assessor Fabrício Queiróz, que o Ministério Público iniciou a investigação em qual acusa Flávio de comandar um esquema de “rachadinha” quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. O documento foi revelado pelo Estadão em dezembro de 2018.

 

Operação Lava Jato

As mensagens hackeadas de Moro e procuradores indicam possível interferência do então magistrado nas investigações da Lava Jato, orientando os procuradores sobre estratégias ao longo da operação que levou à prisão de Lula e outras dezenas de políticos e empresários. Os ex-juiz e os procuradores afirmam não reconhecer as conversas reveladas e argumentam que elas foram obtidas por meio de um crime, após hackers invadirem seus telefones.

 

Parte do conteúdo, que soma cerca de 7 terabytes de informação, está sob sigilo. Na terça-feira, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal garantiu à defesa de Lula o acesso às mensagens relacionadas à Lava Jato. O julgamento foi considerado uma espécie de "prévia" de outro julgamento que deve ocorrer ainda no primeiro semestre, de um recurso em que o ex-presidente acusa Moro de parcialidade ao condená-lo.

 

Posted On Sexta, 12 Fevereiro 2021 17:05 Escrito por

“Se o governo comprar um circo, o anão começa a crescer” 

 

ANTÔNIO DELFIM NETTO

Por Edson Rodrigues

 

O presidente Jair Bolsonaro deu um banho na oposição no quesito articulação em relação às eleições das Mesas-Diretoras da Câmara Federal e do Senado, garantindo as vitórias de Arthur Lira e Eduardo Pacheco nas duas Casas de Lei, respectivamente.

 

Bolsonaro, que todos dizem ser um “presidente às avessas”, mostrou que conhece o beabá da política, pois fez valer a máxima do saudoso Antônio Carlos Magalhães, que certa feita afirmou que “presidente da República que deixar de ganhar uma eleição na Câmara ou no Senado, com o Diário Oficial e as chaves do cofre nas mãos, não é digno do cargo”.

 

Centrão e Bolsonaro juntos pelo Brasil (?)

 

Olhando para um passado recente, a ex-presidente Dilma Rousseff por não ter ouvido os conselhos de Lula quando foi acuada pelo centrão, que buscava um governo de coalizão, com direto a todas as benesses que o poder faculta.

 

Aconselhada por seu “criador” a sentar à mesa com os líderes do centrão, Dilma mandou os ensinamentos às favas, peitou a oposição e acabou sofrendo um impeachment.

 

PRÁTICA E TEORIA

 

Bolsonaro partiu para a composição com o centrão com o único objetivo de vencer as eleições no Congresso Nacional e garantir governabilidade para aprovar seus projetos e as reformas que poderão recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, gerando empregos, reaquecendo a economia e tornando o seu governo digno de reeleição em 2022.

 

Mas, neste caso específico, existe um grande espaço entre a teoria e a prática, pois trata-se de política em seu mais puro estado e, como se sabe, a política não é uma ciência exata.
O centrão fez um pacto com o governo, e já está “cobrando a fatura”, por meio de nomeações de seus apadrinhados em vários cargos de direção nos órgãos do governo, incluindo ministérios – entre quatro e cinco – e a liberação de três bilhões de reais em emendas impositivas.

 


Até onde se sabe, alguém da cúpula do governo federal chancelou esse pacto com o centrão, talvez até mesmo o próprio Jair Bolsonaro o tenha feito, mas ninguém sabe quem bateu o martelo.
Agora que cumpriu 100% com o combinado, o centrão está cobrando a conta com toda a voracidade, mas em todas as entrevistas que concedeu a vários veículos de comunicação, Bolsonaro negou que vá fazer adequações em seu governo e que a única mudança será Onyx Lorenzoni, atual chefe do Ministério da Cidadania, que deixará o comando da pasta para assumir a Secretaria-Geral da Presidência.

 

Os membros da oposição e a mídia nacional propalaram a “negociação’ de cargos e de recursos federais em troca das vitórias na Câmara Federal e no Senado. Bolsonaro continua negando o movimento e, até agora, realmente, não se viu a enxurrada de nomeações que se esperava.

A pergunta que fica é: afinal, quem está falando a verdade?

BOMBA RELÓGIO

A verdade é que se o presidente Jair Bolsonaro estiver tentando “dar uma volta” no centrão e não entregar o que, supostamente, prometeu, as vitórias de Lira e Pacheco se transformarão em “vitórias de Pirro”, em que ao ônus é muito maior que o bônus.


Apesar dos pesares, não podemos deixar de salientar que Bolsonaro conseguiu, pelo menos, bagunçar com as cúpulas dos partidos que abrigam seus maiores opositores, que são o PSDB, do governador de São Paulo, João Dória, pré-candidato à presidência em 2022, e o DEM, do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia e que abriga o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também pré-candidato à presidência.


A captação ativa de votos de membros das duas legendas em seu favor, rachou os dois partidos. O DEM ficou dividido entre o presidente nacional da legenda, ACM Neto e Rodrigo Maia. Já o PSDB foi fissurado entre Dória e Aécio Neves, com direito a agressões verbais públicas e momentos de tensão.

Enquanto isso, Bolsonaro e o centrão permanecem em uma estranha “lua de mel”.

FINALIZANDO

Estranha, pois os presidentes eleitos da Câmara Federal e do Senado, eleitos com total apoio do centrão, estarão reunidos esta manhã com todos os governadores para debater as prioridades de cada unidade da federação, o que está soando como uma “intervenção branca”, pois quem deveria estar realizando era o Palácio do Planalto.

Resta saber se essa reunião será séria ou trata-se apenas de teatro para a mídia, pois quem continua com o Diário Oficial e a chave do cofre é o Presidente Jair Bolsonaro e, não os presidentes das Casas de Lei.

A não ser que o Planalto esteja “terceirizando” o governo e, isso, só o tempo dirá!

Estamos de olho!

Pelos próximos dez dias, é só!

 

 

Posted On Sexta, 12 Fevereiro 2021 08:09 Escrito por

Do Antagonista

 

Alçado a pré-candidato à Presidência por uma ala do PSDB que se rebelou contra João Doria, Eduardo Leite afirmou nesta quinta-feira, 11, que “o Brasil não se resume a São Paulo”, registra o Estadão.

 

A declaração foi dada em um encontro no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, com a presença de 11 deputados federais e um senador —nenhum paulista.

 

“O governador Doria exerce uma liderança que respeitamos, assim como o PSDB de São Paulo, que também respeitamos. Mas o Brasil não se resume a São Paulo”, disse o governador gaúcho.

 

A articulação do grupo é uma resposta à ofensiva de Doria para que a bancada tucana adote uma postura mais incisiva de oposição a Jair Bolsonaro e à movimentação de aliados para que o governador paulista assuma a presidência do PSDB.

 

“Com todas as diferenças que temos com o governo Bolsonaro, não podemos boicotar o país para ter uma facilidade eleitoral”, declarou Leite.

 

Posted On Sexta, 12 Fevereiro 2021 06:04 Escrito por

Por Congresso Em Foco

 

Comitês do PSDB em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal apresentaram um ofício conjunto, nesta quarta-feira (10), pedindo que o atual presidente do partido, Bruno Araújo, permaneça no cargo.

 

O pedido de prorrogação do mandato valeria também para toda a executiva nacional, e pode atrapalhar os planos do governador de São Paulo, João Doria, se eleger presidente do partido.

 

Na carta, os presidentes de diretórios do PSDB alegam que, como a pandemia não arrefece no Brasil, não se é prudente proceder com as eleições para os cargos nacionais – a eleição, planejada para o início deste ano, poderia gerar alta movimentação de pessoal e exposição a riscos.

 

"Nos preocupa muito o início em breve do período de realização das convenções para renovação dos mandatos dos dirigentes do partido em todo o país", afirmam os autores. "A impossibilidade de encontros presenciais provocará grande prejuízo à mobilização da nossa militância e consequentemente ao exercício da democracia interna."

 

Por isso a necessidade de prorrogação de mandato da executiva comandada pelo ex-deputado federal. Os autores da representação também pedem para que haja a prorrogação em escalas estaduais, municipais e regionais, onde não houver segurança sanitária para a realização das assembleias.

 

O único estado a não assinar a nota é o Amazonas. Se aceita, a proposta pode melar os planos de João Doria para presidir o partido, e gerenciar a máquina partidária para uma campanha presidencial sua em 2022. Uma ala do partido aposta no governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para barrar o paulista. "As decisões sobre condução e rumos do partido não dependem de uma pessoa, mas de articulação e debate interno", disse Leite.

 

Já o presidente nacional do Democratas, ACM Neto, disse que está disposto a promover o diálogo entre as legendas. "Deixei claro que neste momento o Democratas não podia avançar em qualquer assunto relativo a 2022, tínhamos estabelecido como compromisso interno não tratar de 2022 agora, porém, no momento que nós fossemos tratar, que as portas estariam abertas para um diálogo com o PSDB", disse ACM Neto ao Congresso em Foco, referindo-se a uma conversa que teve com Doria na última terça-feira (9).

 

 

 

Posted On Quinta, 11 Fevereiro 2021 13:05 Escrito por
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