Por Edson Rodrigues
Conforme noticiado em passado próximo por O Paralelo 13, a previsão de que a cúpula nacional do PSDB iria intervir, de alguma forma, nos Diretórios Estadual e Municipal de Palmas da legenda, se confirmou nesta segunda-feira. O PSDB Tocantins foi notificado pela Executiva Nacional acerca de um pedido de intervenção feito por um dos membros do partido, em Palmas, dentro das normativas previstas no estatuto do partido.
A situação no PSDB tocantinense estava mesmo insustentável. Cinthia Ribeiro é a única mulher do partido, prefeita de uma Capital, mas os Diretórios Estadual e Municipal, comandados pelo ex-senador Ataídes Oliveira e pela deputada estadual Luana Ribeiro, respectivamente, simplesmente não apoiavam a candidatura de Cinthia à reeleição e, o pior, cada um apresentou o próprio nome para concorrer à prefeitura de Palmas e queriam que a decisão fosse tomada em convenção, o que acabou por criar várias vertentes dentro da legenda.
A notificação é assinada pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, e dá um prazo de oito dias para que a defesa seja apresentada.
DE FATO, MAS NÃO DE DIREITO
Apenas a notificação, em si, já configura uma intervenção, pois traz a assinatura do presidente nacional do partido, com o aval de toda a Executiva Nacional. A partir de agora, Ataídes Oliveira e Luana Ribeiro apenas “estão” presidentes dos diretórios estadual e metropolitano do PSDB, ou seja, só estão no cargo “pró-forma”, presidentes de fato, mas, não mais de direito.
A tramitação, a partir de agora, será a formação de uma comissão provisória que emitirá uma decisão, comunicando ao presidente nacional sua decisão, que será, automaticamente, entregue ao TRE, comunicando a intervenção e a nomeação de um novo comando, com poderes para dissolver as comissões provisória estadual e metropolitana.
A partir de então, uma nova comissão será formada por pessoas indicadas por Cinthia Ribeiro, com a chancela da Executiva Nacional.
ÓRFÃOS
A decisão tomada pelo presidente nacional do PSDB deixa os seguidores e apoiadores de Ataídes Oliveira e Luana Ribeiro órfãos de lideranças, mas atinge, de forma mais contundente, aos seguidores da deputada estadual, muitos nutrindo esperanças de pré-candidaturas a prefeito ou a vereador pelo PSDB – alguns até pela reeleição – e, com a “intervenção” a caminho, ficarão “sem pai nem mãe” no meio da caminhada política.
ex-senador Ataides Oliveira e a Deputada Luana Ribeiro
Essa reviravolta – já esperada e alertada por muitos – prejudica direta e imediatamente as bases políticas de Ataídes e de Luana, transformando suas vidas políticas em um verdadeiro inferno, pois passarão de “mandatários” a isolados.
Enfim, estarão colhendo o que plantaram...
Sérgio Côrtes foi secretário na gestão de Sérgio Cabral
Por Vladimir Platonow
O ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes foi condenado a 16 anos e 9 meses de prisão, por crimes de corrupção passiva, lavagem de capitais e evasão de divisas, quando era diretor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e posteriormente na secretaria, durante o governo de Sérgio Cabral. A sentença foi assinada no dia 13 de fevereiro pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, e tornada pública nesta segunda-feira (17). Além de Côrtes, foram condenados sua esposa, Verônica Fernandes Vianna, e os empresários do setor médico Miguel Skin e Gustavo Estellita.
Em sua decisão, Bretas destacou que Côrtes detinha grande poder, tanto como diretor do Into quanto como secretário de Saúde do estado, o que tornava ainda maior seus crimes. Ele recebia, segundo a sentença, propinas milionárias dos dois empresários, para burlar licitações e promover compras de insumos e materiais médicos. O valor das propinas somaria US$ 2,4 milhões, depositados em banco no exterior.
“A culpabilidade do condenado Sérgio Côrtes deve ser valorada de modo extremamente negativo. Isso porque, ao tempo do crime, Côrtes, médico ortopedista de carreira, secretário estadual de Saúde e ex-diretor do Into, mostrava-se para a população como gestor implacável enquanto se valia da posição de poder alcançada para exponenciar os ganhos ilícitos da organização criminosa”, disse Bretas.
O juiz continuou a analisar a atuação de Côrtes e considerou sua atuação como secretário em um dos estados com maior desigualdade social do país. "E, mesmo totalmente consciente dessa realidade e com poderes para alterar para melhor a vida da população, optou por agir contra a moralidade e o patrimônio públicos, devendo ser valorada negativamente”.
Verônica Vianna, esposa de Côrtes, foi condenada a 4 anos e 5 dias de prisão, por lavagem de dinheiro e evasão de dívidas. O empresário Miguel Skin foi condenado à pena total de 24 anos e 7 meses de prisão. Gustavo Estellita, foi condenado a 21 anos e um mês de prisão. Ambos condenados por corrupção ativa e lavagem de ativos. Porém, todos obtiveram a autorização para recorrer em liberdade.
A reportagem não conseguiu contatar as defesas dos condenados.
Ives Gandra Martins Filho afirmou ver "motivação política" e liberou a Petrobras para "sanções disciplinares" aos grevistas
Com Assessoria
Oministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins Filho considerou ilegal e abusiva a greve dos petroleiros, iniciada no primeiro dia de fevereiro, e liberou a Petrobras para aplicar “eventuais sanções disciplinares” – o que inclui corte de ponto e de salários. A decisão liberada nesta segunda-feira (17/02/2020) atende pedido da direção da estatal, com o argumento de que os grevistas não estão cumprindo determinação judicial anterior de que mantenham um contingente mínimo de 90% nas unidades operacionais.
Na decisão, o ministro afirma que a paralisação liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) “tem motivação política, e desrespeita ostensivamente a lei de greve e as ordens judiciais de atendimento às necessidades inadiáveis da população em seus porcentuais mínimos de manutenção de trabalhadores em atividade”.
O ministro ainda manteve a cobrança de multas diárias de R$ 250 mil a R$ 500 mil aos sindicatos envolvidos na paralisação. Os valores variam de acordo com o porte das entidades. Em sua decisão, Gandra também inclui dois sindicatos entre os passíveis de punição – o que abrange Sergipe e Alagoas, e outro que reúne Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá. A FUP, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que ainda não foi notificada.
Eduardo Gomes é o relator da proposta
Com Agência Senado
Projeto que regulamenta a cobrança por serviços de valor adicionado efetuada por operadoras de celulares é um dos 22 itens que devem ser apreciados na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) nesta quarta-feira (19), a partir das 10h.
Serviços de valor adicionado variam desde dicas de moda até jogos e cursos de idiomas. São prestados sobre os serviços de telecomunicação contratados originalmente, em geral, por meio de mensagens de voz ou de texto.
A maioria das reclamações são em razão da cobrança indevida desses serviços, cuja contratação se dá de maneira inadequada, sem a solicitação dos consumidores.
O texto a ser analisado é um substitutivo do senador Eduardo Gomes (MDB-TO) ao PL 3477/2019, que altera a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) para exigir assinatura presencial em contrato impresso para a contratação de serviços adicionais oferecidos pelas operadoras de celulares. A proposta determina também que a cobrança por esses serviços seja apresentada em faturas distintas, a ser paga independentemente da cobrança pelo serviço de telecomunicações.
O texto original, do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), propõe como principal alteração da legislação em vigor a inversão do ônus da prova para que a prestadora — e não o consumidor — comprove, em casos de demandas judiciais, que o serviço foi contratado com a anuência do usuário.
Se aprovado na CCT, o projeto segue para a análise da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), onde receberá decisão terminativa.
Pesquisas
A CCT também pode analisar o projeto que trata da obrigatoriedade de utilização de parâmetros internacionais nas pesquisas de emprego e desemprego (PL 5.653/2019); o que determina a disponibilidade de acesso à internet para os alunos nas escolas de ensino fundamental e médio das redes pública e privada (PLS 280/2015); e o que regulamenta o Programa e-Cidadania, para estabelecer as hipóteses de bloqueio (PRS 65/2019).
Também estão previstas votações de projetos de decreto legislativo para autorizar ou renovar a autorização para executar serviço de radiodifusão comunitária em municípios do Paraná, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.
Levantamento do TCU aponta que existem mais de 14 mil obras interrompidas em todo o país que totalizam R$ 200 bilhões
Com Assessoria do CNJ
Estabelecer esforço conjunto para dar continuidade às mais de 14 mil obras paralisadas no Brasil, diminuindo a judicialização e possibilitando o desenvolvimento socioeconômico do país. Essas foram as prioridades apontadas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, no lançamento do Programa Integrado para Retomada de Obras (Destrava), nesta segunda-feira (17), em Goiânia. De acordo com o PGR, o intuito do programa é promover uma atuação articulada que possibilite ao Poder Público agir preventivamente, identificando problemas contratuais e legais nos empreendimentos públicos, de modo a diminuir a judicialização e garantir a conclusão de importantes obras para a sociedade atualmente paradas em virtude de ações judiciais, entre outros problemas.
Segundo levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), em 2018, havia 14 mil obras paralisadas em todo o país, somando mais de R$ 200 bilhões. Tais números consideram somente obras que contam com recursos federais, sendo o montante total desconhecido e ainda maior. De acordo com o PGR, dentro dessa amostra se estão encalhadas obras relevantes, que vão desde a construção de creches até grandes empreendimentos de infraestrutura que poderiam contribuir de forma relevante para o desenvolvimento socioeconômico do país. “Essa articulação busca encaminhar uma solução racional e imediata que garanta segurança jurídica e a continuidade de importantes obras para o cidadão e a sociedade como um todo”, ponderou Aras. O PGR se comprometeu a buscar junto aos demais membros do MP brasileiro atuação harmoniosa que visa contribuir na busca de soluções para o problema.
Mesa com autoridades em frente a microfones. O presidente do STF e CNJ ministro Dias Toffoli fala olhando para a plateia
De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, o projeto piloto a ser iniciado no estado de Goiás será útil para estabelecer um protocolo de atuação nacional a ser posto em prática futuramente. Para isso, o primeiro passo será o mapeamento de todas as obras paralisadas no estado. A partir daí, será feito esforço conjunto no âmbito do Comitê Executivo do Destrava para analisar, caso a caso, os fatores que motivaram a paralisação de cada uma delas. A terceira etapa terá como foco a solução consensual dos problemas a fim de possibilitar a retomada dos empreendimentos. “Por meio do diálogo e da colaboração interinstitucional analisaremos cada grande obra pública paralisada a fim de promover sua continuidade e impulsionar a economia, gerando empregos e possibilitando o desenvolvimento econômico e social do país”, afirmou Toffoli.
Programa Destrava – O programa teve início em outubro do ano passado, com a criação do Comitê Executivo Nacional para Apoio à Solução das Obras Paralisadas. Além do CNJ, o Destrava conta com a participação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU), do Ministério da Infraestrutura e do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). O programa tem o objetivo de buscar soluções para a retomada de obras paralisadas no Brasil, por meio da atuação integrada entre os órgãos de controle e o Poder Judiciário.