Dívida bruta atinge 89,1% do PIB e deve crescer nos próximos períodos
Por Andreia Verdélio
As contas públicas registraram saldo positivo em março deste ano diante da melhora na arrecadação e redução de despesas. O setor público consolidado, formado por União, estados e municípios, apresentou superávit primário de R$ 4,981 bilhões no mês passado, o melhor resultado para o mês desde março de 2012, quando chegou a R$ 10,4 bilhões.
Os dados foram divulgados hoje (30) pelo Banco Central (BC). O resultado superou o déficit primário de R$ 23,655 bilhões de março de 2020.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destacou que este é o último mês de comparação interanual em que não há impacto das despesas extraordinárias do combate a pandemia. “A partir de abril de 2020, os gastos começaram a aparecer de forma significativa nas estatísticas fiscais. Naquele mês, o resultado foi deficitário em R$ 94 bilhões”, explicou.
Em 12 meses, encerrados em março, as contas acumulam déficit primário de R$ 663,084 bilhões, o que corresponde a 8,79% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Em dezembro, essa porcentagem era de 9,44% (R$ 702,950 bilhões) e, segundo Rocha, deve continuar diminuindo gradualmente à medida que o ano for passando e a janela de 12 meses excluir os meses que concentraram os déficits causados pela pandemia, de abril a dezembro de 2020. Ainda assim, o resultado ainda é elevado.
O déficit primário representa o resultado negativo das contas do setor público (despesas menos receitas) desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. No ano, entretanto, de janeiro a março, há superávit de R$ 51,586 bilhões, em grande parte em razão do superávit primário de R$ 58,375 bilhões de janeiro, que é um mês que tem características sazonais de freio nas despesas públicas. É o melhor resultado para o primeiro trimestre da série histórica do BC, inciada em dezembro de 2001.
A meta para este ano, definida no Orçamento Geral da União, é de déficit primário de R$ 251,1 bilhões para o setor público consolidado. Em 2020, as contas públicas fecharam o ano com déficit primário recorde de R$ 702,950 bilhões, 9,49% do PIB. Foi o sétimo ano consecutivo de resultados negativos nas contas do setor público.
Dados isolados
No mês passado, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou superávit primário de R$ 3,938 bilhões ante o déficit R$ 21,380 bilhões de março de 2020. O montante difere do resultado divulgado ontem (29) pelo Tesouro Nacional, de superávit de R$ 2,101 bilhões em março, porque, além de considerar os governos locais e as estatais, o BC usa uma metodologia diferente, que leva em conta a variação da dívida dos entes públicos.
De acordo com Rocha, houve aumento real na receita líquida do Governo Central, em torno de 20%, e redução real das despesas, em 3%. As receitas, segundo ele, estão disseminadas em rubricas como Imposto de Renda, Cofins e arrecadação previdenciária.
Os governos estaduais também contribuíram para o resultado positivo no mês passado e registraram superávit de R$ 957 milhões, antes déficit de R$ 1,420 bilhão em março de 2020. Os governos municipais também anotaram superávit de R$ 139 milhões em março deste ano. No mesmo mês de 2020, o déficit foi de R$ 1,260 bilhão para esses entes.
Da mesma forma, houve melhora na arrecadação desses, principalmente do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além do aumento nas transferências regulares do governo federal no âmbito do compartilhamento de impostos e outras normas federativas, fruto natural do aumento da arrecadação.
Já as empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, tiveram déficit primário de R$ 53 milhões no mês passado.
Despesas com juros
No caso dos gastos com juros também houve uma melhora e ficaram em R$ 49,510 bilhões em março, contra R$ 56,044 bilhões no mesmo mês de 2020. De acordo com Rocha, essa despesa tende a ser estável e diversos fatores contribuíram para melhorar esse resultado.
Houve crescimento nas despesas influenciado pela elevação dos índices de preços, em especial a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, houve aumento do estoque da dívida, montante sobre o qual incidem os juros.
No sentido contrário, houve uma contribuição positiva na conta pela influência das operações do Banco Central no mercado de câmbio (swap cambial, que é a venda de dólares no mercado futuro). Os resultados dessas operações são transferidos para o pagamento dos juros da dívida pública, como receita, quando há ganhos, e como despesa, quando há perdas. Segundo Rocha, em março deste ano, as perdas foram menores com swap, de R$ 16,6 bilhões. Já em março do ano passado, as perdas foram de R$ 31,3 bilhões.
Em março, o déficit nominal, formado pelo resultado primário e os gastos com juros ficou em R$ 44,528 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 79,699 bilhões em igual mês de 2020. Em 12 meses, acumula R$ 973,009 bilhões, ou 12,89% do PIB. O resultado nominal é levado em conta pelas agências de classificação de risco ao analisar o endividamento de um país, indicador levado em consideração por investidores.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 4,622 trilhões em março, o que corresponde 61,3% do PIB. Em fevereiro, o percentual da dívida líquida em relação ao PIB estava em 61,6%.
A diminuição tem como principal fator a desvalorização cambial de 3% que ocorreu no período. A dívida pública cai quando há alta do dólar, porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são feitas de moeda estrangeira. Também houve redução de 1,4 ponto percentual em relação ao resultado de dezembro de 2020, quando a dívida líquida chegou a 62,7% do PIB, o recorde histórico.
Em março de 2021, a dívida bruta do governo geral (DBGG) – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 6,721 trilhões ou 89,1% do PIB, contra 90% (R$ 6,744 trilhões) no mês anterior, quando a dívida bruta chegou no maior percentual da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2006.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas, no caso da DBGG, não há impacto das reservas internacionais, e a desvalorização cambial só faz aumentar os passivos das dívidas dos governos. Assim como o resultado nominal, a dívida bruta é usada para traçar comparações internacionais.
Um dos fatores para a diminuição da dívida bruta do governo geral no mês é a devolução antecipada de R$ 38 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Tesouro Nacional. O chefe do BC explicou que o Tesouro fez empréstimo ao banco e, além de seguir o cronograma de vencimentos, o BNDES também faz a antecipação de pagamentos quando possível.
Outro fator foi a venda de estoques de reservas internacionais, que atingiu R$ 44 bilhões. Segundo Rocha, essas duas operações causarem resgate líquido de dívida que reduziram a divida bruta, entretanto não devem modificar a tendência de aumento da DBGG que ainda vai sofrer com os resultados deficitários das contas nos próximos períodos, em razão dos gastos do setor público.
Ministro Alexandre de Moraes pediu ao TSE que faça um "pente-fino" nas prestações de contas do Partido Trabalhista Brasileiro
Por Rayssa Motta e Rafael Moraes Moura
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal federal (STF), pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que faça um "pente-fino" nas prestações de contas do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) nos últimos cinco anos. O objetivo do levantamento é verificar se houve repasses do fundo partidário a contas ligadas ao ex-deputado federal Roberto Jefferson, que dirige a legenda.
A ordem foi dada no inquérito das fake news, que apura o disparo de notícias falsas, ofensas e ameaças contra ministros do STF e tem Roberto Jefferson como um dos investigados. Moraes, relator das investigações, quer saber se o dinheiro foi usado para financiar "ataques ostensivos e reiterados às instituições democráticas e à própria democracia".
"Exemplos inúmeros relacionados ao agir do representado [Roberto Jefferson], aos quais se somam tantos outros, que extrapolam os limites da liberdade de expressão, prestigiando a desinformação e atacando frontalmente as instituições democráticas e a honorabilidade de seus membros, além de grupos de imprensa", escreveu o ministro em despacho na semana passada.
Roberto Jefferson chegou a ser alvo de mandados de busca e apreensão e teve perfis nas redes sociais suspensos por determinação de Alexandre de Moraes no curso nas investigações. A cada diligência, o ex-deputado reagiu com críticas contundentes: chamou o STF de "Tribunal do Reich", em referência ao regime nazista, e classificou ordens de Moraes como "tirania" e "censura".
Antes disso, o aliado do governo recomendou ao presidente Jair Bolsonaro demitir todos os ministros do STF, ainda que não exista base legal para isso. Na sequência, postou uma foto no Twitter segurando uma arma e escreveu: "estou me preparando para combater o bom combate. Contra o comunismo, contra a ditadura, contra a tirania, contra os traidores, contra os vendilhões da Pátria. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos".
Também chegou afirmar, em entrevistas à imprensa, que Moraes foi advogado da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) antes de ser nomeado ao STF - o que lhe rendeu condenação em primeira instância por danos morais.
Ainda disse que os ministros do tribunal "não têm moral" e "formaram uma organização criminosa para a prática do crime de abuso de autoridade". "São lobistas ligados a empreiteiras, bancos, televisões, grandes escritórios de advocacia e partidos de esquerda", disse. "Oro todos os dias para que Deus quebre as mãos de Barroso, Fachin e Alexandre de Moraes. Deus me permita assistir sua derrota e execração aos olhos do povo brasileiro."
A decisão de Moraes foi tomada depois que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentou uma petição cobrando providências sobre o que chamou de "sistemática campanha de disseminação de fake news" nos perfis de Roberto Jefferson nas redes socais. Além do ofício ao TSE, o ministro notificou a Corregedoria e a Procuradoria Eleitoral para "adoção das medidas que entenderem cabíveis".
Defesa
A reportagem entrou em contato com a assessoria do partido, mas não teve resposta até o fechamento do texto. O espaço está aberto para manifestação.
A Petrobras anunciou uma redução de cinco centavos nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias
Por Denise Luna
A Petrobrás anunciou nesta sexta-feira, 30, a redução de cerca de 2% nos preços da gasolina e do diesel nas suas refinarias, com queda de R$ 0,0529 e R$ 0,0556 por litro, respectivamente, informou a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O reajuste, válido a partir de sábado, 1.º, acontece no mesmo dia do fim da isenção do PIS/Cofins do diesel e em meio a grande volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional. É a primeira alteração nos preços dos combustíveis desde que o general do Exército Joaquim Silva e Luna tomou posse na presidência da Petrobrás, no lugar de Roberto Castello Branco, no último dia 19.
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, o militar entra na empresa com o desafio de conduzir a política de preços dos combustíveis, motivo do desentendimento entre o ex-presidente da estatal e Bolsonaro. A companhia reajusta os preços dos combustíveis em suas refinarias seguindo a variação da cotação internacional do petróleo.
Preço dos combustíveis nas refinarias terá queda de 2%. © Nilton Fukuda/Estadão Preço dos combustíveis nas refinarias terá queda de 2%.
Até quinta-feira, 29, a commodity ensaiava uma trajetória de alta, cotada a mais de US$ 66 por barril, mas passou a registrar perdas nesta sexta-feira, para US$ 63,53, com preocupações sobre a evolução de casos de covid-19 na Índia e no Brasil.
De acordo com o consultor da StoneX Thadeu da Silva, o consumidor final de diesel não sentirá o efeito da queda, mas ela vai abater parte da volta dos impostos federais. "Agora a grande questão para o consumidor final é a paulada de R$ 0,35 por litro com a volta do PIS/Cofins, amanhã. Mas absorve um pouco da alta", disse Silva.
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) apresentou nesta quinta-feira, 29, denúncia contra o ex-prefeito de Goiatins Vinícius Donnover Gomes e o empresário Raimundo Pinto Botelho, conhecido como “Raio de Luar”, pelo desvio de mais de R$ 10 milhões em recursos públicos do Município de Goiatins, por meio de fraudes na contratação de shows, bandas musicais e estruturas de palco. As investigações são desdobramentos da operação Bragation, da Polícia Federal.
Com Assessoria
As práticas ilícitas tiveram início no ano de 2013, durante o mandato de Vinícius Gomes como prefeito municipal. Após a instauração de inquérito policial e a realização de escutas telefônicas, foi possível constatar um esquema de desvio de recursos públicos através da contratação fictícia, ou não, de shows e bandas, bem como aluguéis de palco, a serem realizados na municipalidade.
No dia 16 de julho de 2015, Raimundo Botelho, responsável legal da empresa R. P. Botelho ME, com a qual o município de Goiatins mantinha contrato, transferiu a quantia de R$ 3.086,00 para o então prefeito, como forma de retribuição à “contratação” da referida empresa, conduta configurada como propina.
Outras irregularidades foram constatadas no Procedimento Licitatório nº 009/2013, destinado à realização de eventos para a temporada de praia 2013. Consta nos autos que a licitação ocorreu sem qualquer concorrência com a empresa representada por Raimundo Botelho, em contradição com a ata de julgamento do certame, que mencionou duas empresas licitantes, sendo que apenas uma compareceu ao ato e, inexistindo recursos, resolveram julgar-lhe vencedora.
O promotor de justiça Guilherme Cintra Deleuse, responsável pelo caso, conta que outro ponto importante nas investigações foram as movimentações financeiras atípicas relacionadas a Raimundo Botelho. Há fortes indícios de que a empresa seria de fachada e que existia uma contabilidade paralela na prefeitura em relação a eventos como Cavalgada Goiatins, Goiatins Folia, Vaquejada Goiatins e Verão Goiatins, que poderiam ter sido utilizados como meios para desviar recursos públicos.
“Foram expedidas várias ordens de pagamento, algumas até mesmo sem a devida formalização da contratação com a Prefeitura, para eventos que nem sequer chegaram a ocorrer, como é o caso do aniversário da cidade no ano de 2013, evidenciando uma espécie de esquema criminoso, no qual os denunciados estão envolvidos, não havendo como se negar que foram demonstradas a materialidade e autorias delitivas, em que pese à prática dos crimes de corrupção passiva e ativa”, concluiu o promotor de Justiça.
Desvio de Recursos Públicos
As investigações conduzidas pela Polícia Federal confirmaram, também, a prática de desvio de recursos públicos da Educação. Foram detectadas transações bancárias entre Raimundo Pinto Botelho, o ex-prefeito Vinícius Donnover Gomes e outras duas funcionárias públicas do Município, envolvidas nos processos licitatórios.
Diante dos fatos, foi possível concluir que o ex-prefeito de Goiatins e seus comparsas, incluindo o denunciado Raimundo Botelho, entre os anos de 2013 a 2016, recebiam e ofereciam vantagem indevida, manipulando assim os procedimentos licitatórios ocorridos na municipalidade durante a gestão de Vinícius Gomes.
Por fim, o Ministério Público do Tocantins apresentou denúncia contra Raimundo Botelho pela prática dos crimes de corrupção ativa, desvio de recursos públicos e concurso material de crimes. Já o ex-prefeito, Vinícius Gomes, foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva, desvio de recursos públicos e concurso material de crimes.
CENTRÃO COM O DOMÍNIO NO CONGRESSO NACIONAL
O centrão chegou ao Congresso Nacional com domínio nas duas Casas, transformando o presidente Jair Bolsonaro em seu “refém”, com pouca margem de manobra para resolver as pendências.
Com a instalação da CPI da Covid-19, formada em sua maioria por oposicionistas e agindo com independência, tendo Renan Calheiros (MDB) como relator, Bolsonaro fica, praticamente, dependente dos humores do centrão para sua sobrevivência política.
PACHECO FLERTA COM CANDIDATURA PRESIDENCIAL
Tudo indica que as movimentações do centrão são uma espécie de preparação de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, para ser o candidato do grupo à presidência da República em 2022.
Esse flerte de Pacheco com a presidência ligou alerta máximo na Câmara Federal e no Senado, pois aumenta, em muito, as chances da CPI da Covid-19 ser usada para desestabilizar o governo federal e o nome de consenso da esquerda para a disputa.
Os principais auxiliares de Bolsonaro já vem percebendo o afastamento de muitas lideranças políticas e empresariais do seu grupo político, o que aumenta ainda mais a possibilidade da sobrevivência política de Bolsonaro depender, exclusivamente, da lealdade dos membros do centrão.
AFASTAMENTO EVIDENCIADO
A instalação da CPI da Covid evidenciou o afastamento entre o governo e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Em fevereiro, Pacheco foi eleito presidente da Casa contando com o apoio do Palácio do Planalto.
Antes mesmo da reunião da comissão, na terça de manhã, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, cobrou Pacheco no grupo que senadores mantêm nas redes sociais.
Segundo relatos ao blog, Flávio Bolsonaro demonstrou, nas mensagens, forte contrariedade com o fato de o presidente do Senado ter desconsiderado uma decisão de um juiz federal de Brasília, que havia suspendido a eventual indicação de Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI.
SITUAÇÕES DIFERENTES
Omar Aziz (foto) é o presidente da CPI da Covid
Sobre a decisão de Barroso, referendada pelo plenário do Supremo, Pacheco disse que, apesar de discordar do mérito, a determinação "se impunha", por reconhecer direito "líquido e certo da minoria do Senado para instalar a CPI, invocando precedentes no mesmo sentido".
Rodrigo Pacheco terminou dizendo que "são situações absolutamente distintas e que não revelam incoerência da presidência do Senado".
Flávio Bolsonaro, crítico do isolamento social, assim como o pai, rebateu Pacheco. Disse que a CPI, neste momento, é "desumana" e que esperava que o presidente do Senado não fosse "responsabilizado" após "morrer o primeiro senador, assessor ou funcionário do cafezinho que estivesse trabalhando na CPI".
Em mais uma resposta, Rodrigo Pacheco disse ter "grande preocupação com a saúde dos senadores" e que, por isso, determinou "todas as cautelas para garantir a segurança sanitária dos envolvidos".
GOVERNO CONVOCA MDB PARA REUNIÃO
O governo identificou o MDB como principal responsável pelas dificuldades na CPI da Pandemia e articula uma ampla reunião com toda a bancada do partido no Senado para a semana que vem.
Por ora, não está prevista a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apenas da ministra da Secretaria de Governo, Flavia Arruda, e do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. A ideia é convidar todos os 15 senadores do partido, incluindo Renan Calheiros.
O encontro, se viabilizado, será mais uma tentativa de conter a maioria oposicionista que dominou a CPI da Pandemia. Para o governo, o MDB é um dos principais responsáveis na medida em que indicou para a comissão senadores que não são alinhados ao Planalto, como Renan e Eduardo Braga.
A leitura no Palácio do Planalto é a de que isso ocorreu como retaliação pelo fato de Bolsonaro ter apoiado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na eleição para a presidência do Senado. O MDB foi para a disputa com Simone Tebet.
BOLSONARO DESPREOCUPADO
Com o governo na mira e acumulando derrotas no âmbito da CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira, 29, que não está preocupado com a atuação do colegiado. O presidente destacou que as ações do governo seguem "a todo vapor". "Quinta-feira última desembarcaram no Brasil aqui 14 carretas para o transporte de oxigênio (medicinal). A gente continua trabalhando a todo vapor. Não estamos preocupados com essa CPI. Nós não estamos preocupados", disse em transmissão ao vivo nas redes sociais.
"Num primeiro momento (a CPI) é para investigar omissões e ações do governo, nem tinha fato definido e acabou lá aquele ministro aquele ministro do Supremo (Tribunal Federal) determinando ao Senado que instaurasse, que abrisse, a CPI", declarou.
PRESIDENTE DO CLUBE MILITAR FALA EM GOLPE
Após agenda oficial do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, registrar dois encontros com militares da reserva no Rio, na sexta-feira e no domingo, o presidente do Clube Militar, general Eduardo José Barbosa, publicou na quinta-feira, 28, uma nota com críticas e ameaças aos Poderes Legislativo e Judiciário, à oposição e à imprensa. Ele diz que o Executivo (Jair Bolsonaro) é o único Poder a cumprir a Constituição e crítica a CPI da Covid, no Senado.
"O Poder Executivo, único dos três poderes que está sendo obrigado a seguir a Constituição a risca, que utilize o Art 142 da Constituição Federal para restabelecer a Lei e a Ordem. Que as algemas voltem a ser utilizadas, mas não nos trabalhadores que querem ganhar o sustento dos seus lares, e sim nos verdadeiros criminosos que estão a serviço do 'Poder das Trevas'."
Segundo o general as "trevas" são representadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "E como "as trevas" têm poder devastador, no dia 27 de abril de 2021, instalou-se uma CPI no Senado, encabeçada por um senador cuja família foi presa recentemente por acusações de esquema de corrupção no Amazonas."
DIMAS CARECE DE MUSCULATURA POLÍTICA EM PALMAS
O pré-candidato ao governo do Estado, Ronaldo Dimas, precisa ganhar musculatura política em Palmas, caso queira ter alguma chance de ser eleito em 2022.
O presidente do seu partido, o Podemos, em Palmas, Alan Barbiero, teve uma votação vergonhosa na eleição municipal do ano passado, conseguindo menos votos que a presidente da Câmara Municipal, Janad Valcari, ficando apenas com 1,59% dos votos válidos.
Além de sua ligação política como o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, outro vergonhosamente derrotado, junto com seu candidato, Thiago Andrino, sendo ele próprio, Amastha, derrotado consecutivas vezes nas eleições vencidas por Mauro Carlesse para o governo do Estado.
Dimas tem este ano para captar outras lideranças com capacidade para agregar forças políticas na Capital, capazes de respaldar sua pré-candidatura ao governo, pois Palmas é o maior e único colégio eleitoral do Tocantins capaz de decidir as eleições estaduais.
MANTER O BRIO
O MDB de Palmas precisa mostrar que tem brio, orgulho próprio, e entregar, o mais rápido possível, o cargo da secretaria de Ação Social, ocupado pela Coronel Patrícia.
A prefeita, Cinthia Ribeiro passou, há algumas semanas, a ser aliada do Palácio Araguaia, sob os auspícios do governador Mauro Carlesse, o que transforma a permanência do MDB na prefeitura um exercício constante de “óleo de peroba na cara”, a famosa cara de pau.
Na verdade, a secretaria municipal de Ação Social de Palmas já não tinha nenhuma autonomia e, agora, com Cinthia nas hostes palacianas, virou apenas “objeto de decoração”.
DEM NO CONGELADOR DO PAÇO MUNICIPAL
O DEM, da professora Dorinha Seabra, responsável pela indicação da secretária de Educação da prefeitura de Palmas é outro partido que precisa se posicionar em relação á permanência no Paço Municipal.
A situação da secretária da Educação é a mesmíssima da secretária de Ação Social. Sem autonomia antes e muito menos agora, que Cinthia frequenta o Palácio Araguaia.
Dorinha foi a responsável por Mauro Carlesse não ter conseguido a presidência estadual do DEM quando se filiou ao partido, pelas mãos do deputado federal Carlos Gaguim, ficando relegado a um “cargo” que nem existe no estatuto.
Ser aliado de Mauro Carlesse é sinônimo de fidelidade, logo, já começam os boatos de que a secretária da Educação deve deixar o cargo em poucos dias....
CARLOS GAGUIM OU MAURO CARLESSE PARA O SENADO
O deputado federal e vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara Federal, Carlos Gaguim, amigo e apoiador do governador Mauro Carlesse e um dos entusiastas da sua candidatura ao Senado, pode estar se preparando para uma guinada em sua carreira política.
As vozes dos bastidores dizem que, caso Carlesse decida não se candidatar – ou não possa – ao Senado, Gaguim será o nome de consenso no grupo político do Palácio Araguaia para concorrer à vaga, no lugar de Carlesse.
A conferir...