Por Ana Gabriela Oliveira Lima
O presidente Lula (PT) é rejeitado por 44% do eleitorado, e o senador Flávio Bolsonaro (PL- RJ), por 38%, mostra pesquisa Datafolha. O parlamentar anunciou ontem que foi indicado por Jair Bolsonaro (PL) para concorrer à Presidência.
O ex-presidente, que cumpre pena em Brasília em razão de condenação por liderar uma trama golpista e está inelegível, tem índice de reprovação similar ao de Lula, de 45%.
O petista lidera as intenções de voto em todos os cenários testados, ficando 15 pontos à frente no cenário em que concorre contra Flávio.
Três homens aparecem em fotos separadas lado a lado. O primeiro, à esquerda, tem cabelo e barba grisalhos, veste terno cinza, camisa azul clara e gravata azul com padrão. O segundo, ao centro, usa óculos, tem cabelo escuro e despenteado, veste terno azul escuro e camisa branca sem gravata, com um broche no paletó. O terceiro, à direita, tem cabelo escuro curto, veste terno azul escuro, camisa branca e gravata azul clara, com expressão séria. O fundo varia entre azul, verde desfocado e céu claro.
O Datafolha ouviu 2.002 pessoas, com 16 anos ou mais, em 113 municípios, de terça (2) até quinta-feira (4). A margem de erro dos dados gerais da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os governadores da direita cotados para a disputa apresentam índices de rejeição menores que os da família Bolsonaro.
São 20% os que dizem que não votariam no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferido do centrão para a corrida ao Planalto. Ele ainda não se pronunciou publicamente sobre o anúncio de Flávio.
Os governadores do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), têm índice de rejeição de 21%, e o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de 18%.
Após a indicação de Flávio, Caiado afirmou seguir pré-candidato, mas dsse que Jair Bolsonaro "tem o direito de buscar viabilizar a candidatura do senador".
Já Zema afirmou fazer sentido a pré-candidatura do parlamentar. "Quando anunciei minha pré-candidatura ao presidente Bolsonaro ele foi claro: múltiplas candidaturas no primeiro turno ajudam a somar forças no segundo. Então, faz todo sentido o Flávio apresentar seu nome à Presidência. É justo e democrático", disse nas redes sociais.
Já na família do ex-presideente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro têm patamar de rejeição semelhantes ao de Flávio, de 37% e 35%, respectivamente.
Os números indicam que, embora sejam herdeiros naturais do voto bolsonarista, membros da família do ex-presidente também herdam a reprovação ao político.
Eduardo é réu na Justiça em razão da atuação no exterior, retratada na denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) como coação ao Supremo.
Atualmente presidente do PL Mulher, Michelle é aventada pela sigla para concorrer ao Senado pelo Distrito Federal nas eleições de 2026.
Ela tem medido forças com os enteados ao expor publicamente diferenças na interpretação sobre quem o partido deveria apoiar no próximo pleito, o que levou a sigla a suspender o apoio ao ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) ao governo do Ceará.
Por Igor Gielow
Anunciado como candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser o rival de Lula (PT) na eleição de 2026, seu filho Flávio ficaria 15 pontos atrás do petista se um eventual segundo turno fosse hoje.
Outros nomes da direita, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr. (PSD-PR), marcam 5 e 6 pontos de desvantagem, respectivamente.
Três homens aparecem em fotos separadas lado a lado. O primeiro, à esquerda, tem cabelo e barba grisalhos, veste terno cinza, camisa azul clara e gravata azul com padrão. O segundo, ao centro, usa óculos, tem cabelo escuro e despenteado, veste terno azul escuro e camisa branca sem gravata, com um broche no paletó. O terceiro, à direita, tem cabelo escuro curto, veste terno azul escuro, camisa branca e gravata azul clara, com expressão séria. O fundo varia entre azul, verde desfocado e céu claro.
O presidente Lula (PT), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) - Evaristo Sá, Jorge Silva e Danilo Verpa/AFP, Reuters e Folhapress
O senador pelo PL do Rio divulgou sua unção pelo pai, condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe após perder o pleito de 2022 para Lula e que só poderá voltar a concorrer com 105 anos de idade, nesta sexta-feira (5).
A indicação foi vista pelo centrão, pelo MDB e pelo PSD, a amálgama que está no governo Lula e também tem nomes para desafiá-lo, com desagrado. Os números da mais recente pesquisa do Datafolha sobre a sucessão do ano que vem colocam mais água nesse moinho.
O instituto ouviu 2.002 eleitores de terça (2) a quinta (4), antes, portanto, do anúncio feito por Flávio. O levantamento foi feito em 113 municípios com maiores de 16 anos. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos.
Começando pelo segundo turno, dado que a pulverização e a rejeição dos principais nomes na praça indicam que a fatura não deverá ser encerrada na primeira rodada, o que se vê é uma ampliação marginal do domínio de Lula ante o levantamento anterior, do fim de julho.
No cenário contra Flávio, Lula marca 51% ante 36%; antes, ganhava de 48% a 37%. O sobrenome Bolsonaro é pesado no contexto.
Irmão do senador, o deputado Eduardo (PL-SP) passou de 37% para 35%, enquanto no embate Lula foi de 49% para 52%, dentro da margem de erro.
Já a ex-primeira-dama Michelle (PL-DF), que bateu de frente com os filhos do marido preso, perde de 50% a 39% nesta aferição de cenário.
Os governadores da direita no páreo se saem melhor. Tarcísio perde na simulação para Lula por 47% a 42%; em julho, o placar era 45% a 41%.
Já Ratinho Jr. mantém a competitividade já vista quando perdia por 45% a 40%, marcando agora 41% contra 47% do atual mandatário.
O Datafolha também testou o eventual nome do ex-presidente contra o sucessor, dado que até ter sua candidatura rejeitada pela Justiça Eleitoral Bolsonaro pode fazer campanha, como Lula então preso e inelegível fez em 2018 até lançar seu vice, Fernando Haddad (PT). O instituto procedeu da mesma forma naquele ano.
A vantagem de Bolsonaro caiu no período, que coincidiu com sua condenação e prisão. Perdia por 47% a 43%, e agora por 49% a 40%. Mas as chances de ele disputar a eleição são, no horizonte visível, nulas.
Já no mais pulverizado primeiro turno, Lula manteve sua vantagem, usual para quem busca a reeleição. O Datafolha testou cinco cenários, um deles com Jair Bolsonaro. Nos quatro que são factíveis hoje, Flávio e seu irmão têm o pior desempenho no embate familiar contra Lula.
O presidente marca 41% das preferências, ante 18% do senador, 12% de Ratinho Jr., 7% do governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e 6% do chefe do Executivo de Minas, Romeu Zema (Novo).
Na simulação em que Flávio dá lugar a Eduardo, que está nos Estados Unidos em ora minguante campanha contra as instituições brasileiras no que chama de perseguição ao pai, o resultado é idêntico.
Já quando a madrasta deles entra em campo, há uma melhora para a família: Lula segue com 41%, ante 24% de Michelle, 10% de Ratinho Jr., 6% de Caiado e 5% de Zema.
Na configuração com Tarcísio candidato, Lula novamente tem 41%, enquanto o governador chega a 23%. Ratinho Jr. tem 11%, Caiado, 6%, e Zema, 3%. Por óbvio esses cenários pressupõem uma desunião total da direita contra o nome óbvio do Planalto, sendo assim factível assumir que desistências possam ser incorporadas a candidaturas mais viáveis.
Ocorre que a lógica política não prevê isso, e sim esperar o segundo turno para vender caras alianças. Nesse sentido, o que salta aos olhos é a toxicidade do sobrenome Bolsonaro nas opções para a rodada final.
Rejeição
Ela também fica explicitada na rejeição aferida dos candidatos, o segundo item mais importante na composição do índice de viabilidade de um projeto eleitoral.
O patriarca do clã pontifica com 45% de eleitores que dizem que nunca votariam nele, empatado com Lula, 44%, considerando a margem de erro. Sem nunca ter disputado uma eleição nacional, contudo, já registram taxas altíssimas de rejeição o senador Flávio, com 38%, o deputado Eduardo, com 37%, e Michelle, com 35%.
Bem mais abaixo vêm os governadores da direita, em sua maioria com avaliações de razoáveis a boas em seus estados, mas desconhecidos no nível federal. Zema e Ratinho Jr. têm 21% de rejeição, Tarcísio registra 20% e Caiado, 18%.
Isso tudo coloca em perspectiva a escolha de Bolsonaro, vista como uma forma de buscar manter seu sobrenome relevante como o mais fote da direita, algo duvidoso dia após dia.
Ainda há muito a ser jogado, mas por ora o cenário favorece Lula, embora sua alta rejeição e reprovação de 38%, ante 32% de uma aprovação estagnada nesta rodada do Datafolha, sejam motivos mais do que suficientes para acender alertas no Planalto para o tira-teima de 25 de outubro de 2026.
Governador de Goiás afirmou estar 'convicto' de que, em 2026, o povo brasileiro vai 'tirar o PT do poder' e 'devolver o Brasil aos brasileiros
Por Hariane Bittencourt
O governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato à Presidência, se manifestou nesta sexta-feira (5) após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) oficializar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como seu escolhido para disputar o Planalto em 2026. Nas redes sociais, ele afirmou respeitar a decisão, mas deixou claro que seguirá na corrida eleitoral.
"É uma decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, juntamente com sua família, e cabe a todos nós respeitá-la. Ele tem o direito de buscar viabilizar a candidatura do senador Flávio Bolsonaro", escreveu. "Da minha parte, sigo pré-candidato a presidente e estou convicto de que no próximo ano vamos tirar o PT do poder e devolver o Brasil aos brasileiros."
A declaração veio após Flávio confirmar publicamente que recebeu de Jair a missão de dar continuidade ao "projeto de nação" da família Bolsonaro. Em suas redes sociais, o senador se referiu ao pai como "a maior liderança política e moral do Brasil", disse que o país caminha "por um tempo de instabilidade, segurança e desânimo", algo com o que ele não iria se "conformar", e evocou discurso religioso.
Outros políticos alinhados à direita se posicionaram contra e favor à decisão. A vereadora Janaína Paschoal (PP-SP), que foi grande aliada de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e depois se distanciou do ex-presidente, rejeitou o nome de Flávio. "Não queremos votar no senhor", disse, acrescentando que o pai dele estaria "prejudicando o país novamente". Já nomes da extrema direita, como a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e o ex-vereador Fernando Holiday (PL-SP), demonstraram apoio ao senador.
Para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), decisão reflete o sentimento de abandono de Jair Bolsonaro
Por Amanda Klein
Para o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é um recado para a centro-direita e reflete o sentimento de abandono de Jair Bolsonaro. “Se o centro estava achando que iria abandonar Bolsonaro e colocar o Tarcísio (governador de SP), a candidatura de Flávio é um xeque-mate”, afirmou à coluna o deputado.
Sóstenes Cavalcante se ressente principalmente do projeto da anistia, que continua parado na Câmara, apesar da prisão do ex-presidente da República. “Ciro Nogueira (PP-PI) levou Hugo Motta (Republicanos-PB) para apertar a mão de Bolsonaro. Alcolumbre, idem. Todos concordaram em votar a anistia. Mas agora Jair Bolsonaro está preso e jogado às traças. O Ciro está viajando e não pressiona o Hugo. Se o centrão fala que apoia Bolsonaro, é um bom momento para separar o joio do trigo”, afirma.
Desde que visitou o pai essa semana e recebeu a incumbência de representar a família na cabeça de chapa em 2026, Flávio falou com pouquíssimas pessoas. Entre elas, um aliado próximo do agronegócio para angariar apoio. A candidatura do primogênito do clã teve um efeito imediato: unir a direita, ou pelo menos a direita, entendida como PL e família Bolsonaro. Aliados e a ex-primeira dama, Michelle, publicaram mensagens de apoio nas redes sociais.
No último fim de semana, a madrasta e os filhos do ex-presidente protagonizaram uma briga pública. A ex-primeira dama apoiou a candidatura do senador Eduardo Girão (NOVO-CE) ao governo do Ceará. Já os filhos revelaram que o pai havia prometido apoiar Ciro Gomes (PSDB-CE). Prevaleceu a opinião de Michelle. O custo foi um imenso desgaste e a demonstração pública de desunião.
Embora muitos aliados do PL tenham corrido para endossar o nome de Flávio nas redes sociais, o ceticismo é grande. Nos bastidores, a visão é de que pode ser um balão de ensaio.
“A família ficou muito desgastada essa semana. Essa ‘rifa’ em torno de um nome estava desgastando muito. O próprio Tarcísio (governador de SP) estava desgastado”, disse um auxiliar próximo do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Nesse sentido, a candidatura de Flávio é um freio de arrumação.
Mas se a intenção é unir a direita, o efeito pode ser inverso. O presidente de um importante partido de centro avaliou à coluna que o “PL vai ficar isolado”. Por outro lado, faz uma reflexão que traduz o movimento político: “Se os Bolsonaro não tiverem um nome na urna, o bolsonarismo acaba”. E sobre o futuro? “Muito cedo ainda para dizer o que será feito”, conclui o cacique do centrão.
A decisão do Supremo Tribunal Federal que autoriza o retorno do governador Wanderlei Barbosa ao cargo encerra um período de incertezas e abre a oportunidade para que o Tocantins reencontre o caminho da estabilidade institucional. Em momentos como este, é fundamental que as instituições funcionem com transparência e responsabilidade, assegurando que a população tenha confiança na condução do Estado e na continuidade das políticas públicas.
O Tocantins precisa de serenidade política para avançar. A instabilidade prejudica o planejamento, afeta os municípios e compromete serviços essenciais. Reafirmo meu compromisso com o equilíbrio, o diálogo e o respeito às instituições, sempre em defesa de um Tocantins que coloque as pessoas em primeiro lugar e garanta segurança jurídica e governabilidade para seguir avançando.
Senadora Professora Dorinha