Manuela D’Ávila, Paulo Pimenta e Jaques Wagner são algumas das apostas para disputar uma vaga na Casa, que ganhou prioridade com novas regras para pedidos de impeachment de integrantes do STF
Por Hyndara Freitas
Definida como prioridade pelo PT, junto com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa para o Senado em 2026 começa a ganhar definições na esquerda. A decisão recente do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que fixou novas regras para pedidos de impeachment de integrantes da Corte, posteriormente revista, voltou a jogar luz na Casa, que já vinha sendo tratada como carro-chefe pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo diretriz aprovada pela executiva nacional do PT, “o Senado deve ser tratado como prioridade, uma vez que sua composição será determinante para a aprovação de reformas estratégicas”. Para isso, estão na mesa acordos com siglas como PSB, MDB, PSD e PDT. O lançamento de candidaturas próprias vai ser avaliado de acordo com a força dos nomes em cada região, que já vêm sendo testados nas pesquisas.
Entre os bolsonaristas, o discurso de foco no Senado tem como mote um freio às decisões do STF, já que a Casa tem a prerrogativa de aprovar impeachment de ministros da Corte. No início do mês, Gilmar havia determinado, em decisão monocrática, que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia pedir a saída de ministros do Supremo. Após acordo costurado pelo Senado, o magistrado suspendeu pontos da liminar. A Casa encaminhou uma revisão da Lei do Impeachment, de 1950, para o próximo ano.
Aliança com o PSOL
Na esquerda, a situação está mais avançada no Rio Grande do Sul, onde o PT fechou um acordo com o PSOL para tentar eleger o deputado federal Paulo Pimenta (PT) e Manuela D’Ávila (PSOL) ao Senado nas vagas de Paulo Paim (PT), que anunciou aposentadoria, e Luís Carlos Heinze (PP), senador bolsonarista com apelo no agronegócio. No ano que vem, serão renovados dois terços da Casa, ou seja, cada estado vai escolher dois senadores.
Pimenta comandou um ministério extraordinário criado pelo governo federal durante a crise das enchentes no estado, no ano passado, quando disputou protagonismo com o governador Eduardo Leite (PSD). Manuela foi vice em 2018, pelo PCdoB, na chapa de Fernando Haddad (PT) ao Palácio do Planalto. Nesse meio-tempo, concorreu à prefeitura de Porto Alegre, em 2020, mas foi derrotada por Sebastião Melo (MDB).
O candidato do PT ao governo deverá ser o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto. Ele ficou fora do segundo turno na eleição passada por cerca de 2 mil votos, e agora tenta atrair a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT) para a chapa. A neta de Leonel Brizola aparece empatada tecnicamente na liderança das pesquisas com Pretto e o deputado federal Luciano Zucco (PL).
Eduardo Leite tem sinalizado a preferência pelo nome de seu vice, Gabriel Souza (MDB), que já presidiu a Assembleia Legislativa. O próprio governador aparece como adversário mais competitivo ao Senado, mas a candidatura depende da inviabilidade de concorrer, mais uma vez, a presidente da República. Dentro da sigla, o gaúcho concorre contra o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Na direita, os principais nomes para disputar o Senado são os dos deputados federais Marcel Van Hattem (Novo) e Ubiratan Sanderson (PL), além de Heinze, que já reverteu uma situação eleitoral adversa há sete anos para conquistar a vaga.
Na Bahia, a esquerda enfrenta um impasse, que se deve a uma tentativa do PT de emplacar candidatura dupla ao Senado, com o senador Jaques Wagner e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. O problema é que, além de Wagner, outro que terá o cargo em disputa é Ângelo Coronel (PSD), que foi eleito em uma dobradinha lulista em 2018 e faz parte da base do governo.
Caso a estratégia vá adiante, o PSD ameaça fechar apoio ao principal candidato de oposição na Bahia, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), que confirmou sua candidatura ao governo do estado contra Jerônimo Rodrigues (PT), atual chefe do Executivo (leia mais na página 9).
— O nosso partido está na base do governo Lula e não estamos pretendendo fazer nenhuma mudança, a não ser que nos tirem de uma possível união — diz Coronel. — O senador Otto Alencar e o presidente Gilberto Kassab sempre falam que o espaço do PSD deverá ser preservado, então, estou nessa premissa. Não tem por que um partido do nosso tamanho ficar fora de uma chapa majoritária.
Em Pernambuco, hoje, a prioridade é reeleger o senador Humberto Costa (PT). O partido ainda estuda se vai apoiar o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ou a atual governadora, Raquel Lyra (PSD), para a eleição ao governo estadual. Campos preside o partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
A outra vaga ao Senado será alvo de negociações. Além de PSD e PSB, há conversas com o PSOL. Na semana passada, foi aprovada a criação de um grupo de tática eleitoral pelo PT pernambucano, no qual serão discutidas as propostas do partido para o pleito de 2026, bem como as alianças da legenda.
— A partir de janeiro vamos percorrer todo o estado com plenárias regionais. A eleição ao Senado é importante para barrar a extrema-direita, que quer cassar ministro do Supremo, dar liberdade para os golpistas. É importante ampliar as cadeiras dentro do espectro popular democrático — diz o deputado federal Carlos Veras (PT-PE), presidente do diretório estadual do partido.
Minas Gerais é um dos estados considerados prioritários para Lula, mas por lá o cenário é de indefinição. Em visita ao estado no dia 11, o presidente expôs sua preferência pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD) na disputa ao governo estadual, ainda que o ex-presidente do Senado venha negando a intenção de concorrer.
Na corrida ao Senado, hoje é Marília Campos (PT), prefeita de Contagem, o nome que tem mais simpatia dentro do PT mineiro. Ela tem pontuado bem e até aparecido na liderança em algumas pesquisas recentes divulgadas no estado. Outro nome que o PT estuda apoiar para concorrer a uma cadeira como senador é o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Esse acerto, entretanto, depende das definições para o governo estadual.
Além de Pacheco, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PDT), o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB), e o ex-senador Clésio Andrade (PSB) estão sendo avaliados. Kalil, que enfrenta resistências entre petistas mineiros, também é um nome cotado para ser lançado ao Senado.
Rumo atrelado à direita
Em São Paulo, a definição da esquerda ainda depende dos rumos que a direita irá tomar. Uma ala do PT defende que Alckmin ou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concorra ao Senado, mas os dois também são mencionados para o governo estadual.
Outra opção é apoiar a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), mas neste caso existe uma indefinição sobre como o MDB vai caminhar no ano que vem, já que no âmbito federal o partido é da base de Lula, mas em São Paulo apoia o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No Rio, também há indefinição na esquerda para o Senado. As pré-candidaturas do ex-deputado Alessandro Molon (PSB) e da deputada Benedita da Silva (PT) perderam força após a megaoperação policial que deixou 122 mortos e que teve forte apoio popular, segundo as pesquisas. Em 2019, o PSB fluminense, presidido por Molon, entrou com a ADPF das Favelas no Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a letalidade policial nas comunidades do Rio. Já Benedita subiu à tribuna da Câmara para criticar a megaoperação.
Pesquisa aponta liderança da centro-direita em diversos estados, enquanto o campo governista mantém força no Nordeste; sucessões e disputas acirradas marcam o mapa política
Por Marina Verenicz
As eleições estaduais de 2026 devem provocar uma reorganização relevante do poder político no país. Em ao menos parte dos estados, os atuais governadores estão no segundo mandato e não poderão disputar a reeleição, abrindo sucessões que já aparecem parcialmente desenhadas nas pesquisas. Em outros, os levantamentos indicam vantagem consistente de incumbentes, reduzindo o grau de incerteza do pleito.
Os dados disponíveis há 10 meses das eleições mostram um cenário marcado pela liderança de candidatos do centro-direita e da direita em diversas regiões, enquanto o campo governista mantém posições importantes, sobretudo no Nordeste.
Um país fragmentado no pós-2026

Com base nas pesquisas já divulgadas e considerando apenas a fotografia atual dos cenários apontados, o campo da direita e do centro-direita aparece hoje com vantagem competitiva em cerca de 16 a 18 governos estaduais em 2026.
Nesse grupo estão estados onde candidatos do PL, Republicanos, União Brasil, PP, Novo ou PSD lideram com margem relevante ou disputam a ponta em cenários consistentes, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Tocantins e parte do Nordeste, em estados como Alagoas, Rio Grande do Norte e Maranhão.
Já o campo ligado à esquerda e ao governo federal aparece hoje com vantagem mais clara em cerca de 8 a 10 estados, concentrados sobretudo no Nordeste, com destaque para Pernambuco, Piauí, Ceará e Sergipe, além de disputas ainda equilibradas na Bahia e em alguns estados onde governadores do PT tentam a reeleição.
Os demais estados aparecem como cenários abertos ou altamente dependentes da consolidação de candidaturas, com empates técnicos ou pulverização de nomes, o que pode alterar significativamente essa conta ao longo de 2026.
Se confirmada, essa distribuição colocaria a direita e o centro-direita como maioria entre os governadores eleitos, ampliando sua influência sobre bancadas federais e sobre a articulação política nacional a partir de 2027, ainda que sem um domínio homogêneo em todo o país.
Centro-oeste

Onde há sucessão, a direita larga na frente. Nos estados em que o atual governador não poderá disputar a reeleição, as pesquisas indicam, em geral, vantagem de candidaturas associadas ao centro-direita.
É o caso do Distrito Federal, onde a vice-governadora Celina Leão (PP) lidera as pesquisas e aparece como favorita para suceder Ibaneis Rocha (MDB), que não pode disputar a reeleição.
Segundo levantamento Real Time Big Data, divulgado em 9 de dezembro, a vice-governadora está na frente com 37,2% das intenções de voto. Na sequência, aparece o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), com 16%, seguido pelo presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass (PT), com 9,7%.
O favoritismo da atual vice sugere uma sucessão com continuidade política e pouca abertura, neste momento, para o campo da esquerda.
Em Goiás, a saída de Ronaldo Caiado, que se projeta nacionalmente como pré-candidato à Presidência, impulsiona Daniel Vilela (MDB). O vice-governador lidera todos os cenários do levantamento feito pelo Paraná Pesquisas, divulgado em 8 de dezembro, com vantagem confortável sobre concorrentes do PL e do PT, o que aponta para uma transição mais centrista, ainda que distante do governo Lula.
O emedebista registrou 39,3% das intenções de voto, seguido pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), com 24,4%. A deputada federal Adriana Accorsi (PT) marca 12,9%, e o senador Wilder Morais (PL), 9,2%.
A tendência, nesse caso, é de manutenção do estado fora da órbita da esquerda, ainda que com um perfil menos ideológico do que o de Caiado.
Em Mato Grosso, o senador Wellington Fagundes (PL) aparece à frente, indicando força da direita em um estado estratégico para o agronegócio. Na última rodada do levantamento Real Time Big Data, divulgado em 28 de novembro, Fagundes registrava 43% das intenções de voto, contra 17% do atual vice-governador e ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (Republicanos).
Se confirmado, o resultado representaria continuidade do estado no campo da direita, com possível reforço de pautas alinhadas ao bolsonarismo em uma das principais bases do agronegócio do país.
Já no Mato Grosso do Sul, o cenário é menos aberto: Eduardo Riedel (PP) lidera com ampla vantagem e surge como favorito à reeleição. Na pesquisa Real Time Big Data divulgada dia 1º de dezembro, Riedel desponta com 55%, seguido do ex-deputado federal Fábio Trad (PT), que tem 16%. O deputado federal Marcos Pollon (PL) soma 11%.
Nesse cenário, o estado tende a manter o atual alinhamento político, com continuidade de um governo de centro-direita e sem sinal de migração para o campo governista.
Sudeste

No Sudeste, o peso eleitoral e econômico da região torna cada disputa ainda mais sensível. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lidera com ampla margem em todos os cenários em que é testado pelo Real Time Big Data, inclusive contra ministros do governo Lula.
No levantamento divulgado em 2 de dezembro, Tarcísio soma 45% das intenções de voto, contra 26% de Alckmin. Em outra simulação, contra Haddad, o governador aparece com 49%, enquanto o ministro marca 22%. A reeleição de Tarcísio consolidaria a permanência do maior colégio eleitoral do país sob comando da direita.
No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) aparece como favorito isolado, com mais de 55% das intenções de voto, o que indica uma sucessão relativamente previsível caso ele confirme a candidatura.
O segundo candidato com maior intenção de votos no estado, segundo última rodada da Real Time Big Data, divulgada dia 3 de dezembro, é o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil), que somava 14% das menções.
No início de dezembro, Bacellar foi alvo de um pedido de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal, no curso de uma investigação da Polícia Federal que apura o vazamento de informações sigilosas de operações policiais. O parlamentar foi solto mediante imposição de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.
Em Minas Gerais, o cenário é mais volátil. O senador Cleitinho (Republicanos) lidera quando aparece nas simulações, mas sua ausência reorganiza completamente o tabuleiro, abrindo espaço para nomes de centro e da esquerda, como Alexandre Kalil, Rodrigo Pacheco e Marília Campos.
Segundo levantamento do instituto Real Time Big Data divulgado em 10 de dezembro, o senador aparece com 38%, contra 18% do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PDT).
O estado segue como um dos principais pontos de indefinição do mapa político, com possibilidade tanto de manutenção no campo da direita quanto de migração, a depender da consolidação das candidaturas.
Já no Espírito Santo, a disputa aparece mais equilibrada, com Lorenzo Pazolini (Republicanos) e o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) alternando a liderança, o que sugere uma eleição mais disputada e menos polarizada ideologicamente.
Última rodada do levantamento do instituto Real Time Big Data, divulgado nesta 8 de dezembro, Pazolini aparece com 30% das intenções de voto, em empate com Ferraço.
Nordeste
O Nordeste segue como principal reduto do campo governista, mas com sinais de competição mais intensa em alguns estados. Em Pernambuco, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), lidera com folga e pode vencer no primeiro turno, o que indicaria continuidade de um projeto de centro-esquerda no estado.
Pesquisa Real Time Big Data, publicada em 11 de dezembro, mostra que o prefeito do Recife lidera a disputa para o governo com 55% das intenções de voto, enquanto a governadora Raquel Lyra (PSD) aparece em 2º lugar, com 28%.
Se confirmado, o resultado representaria continuidade do estado no campo do centro-esquerda, com fortalecimento de uma liderança jovem alinhada, ainda que de forma autônoma, ao governo federal.

No Ceará, Ciro Gomes aparece com 46%, ante 33,2% de Elmano. Em terceiro lugar, surge o senador Eduardo Girão (Novo) com 9,6%. Os dados são do levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, divulgado em 16 de dezembro.
No Piauí, Rafael Fonteles (PT) aparece com números expressivos e caminha para uma reeleição tranquila. Segundo a pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada em 28 de novembro, o atual governador lidera com 64%, contra 24% do senador Ciro Nogueira (PP). O ex-deputado federal Mainha (Podemos) tem 3%.
Em outros estados, porém, o cenário é mais dividido. Na Bahia, ACM Neto (União) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT) aparecem em empate técnico, repetindo a polarização de 2022.
Dados da pesquisa do instituto Real Time Big Data, divulgada em 26 de novembro, mostram ACM Neto com 44% das intenções de voto, seguido do atual governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), com 35%.
Diferentemente de outros estados, o resultado na Bahia pode significar ou manutenção do alinhamento ao governo Lula ou migração para o campo da direita, tornando o estado uma das disputas mais estratégicas de 2026.
Em Alagoas, o embate entre Renan Filho (MDB), ministro do governo Lula, e JHC (PL) desenha uma disputa direta entre governo e oposição. Levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas em 12 de dezembro mostra que JHC tem 47,6% das intenções de voto, contra 40,9% de Renan Filho.
Nesse caso, o estado está claramente diante de uma disputa entre manutenção do alinhamento ao governo federal ou migração para a oposição, com potencial impacto nacional no desenho do Nordeste.
No Maranhão, Eduardo Braide (PSD) lidera, mas enfrenta concorrentes de diferentes campos políticos, o que aponta para uma eleição ainda aberta. No cenário testado pela Real Time Big Data, divulgado em 1º de dezembro, Eduardo Braide tem 35% das intenções de voto, contra 25% de Orleans Brandão (MDB), secretário estadual de Assuntos Municipalistas. Na sequência, aparece Lahesio Bonfim (Novo), ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, com 19%.
Se Braide vencer, o estado passará por migração para um campo mais centrista, reduzindo a influência direta do grupo atualmente alinhado ao governo federal, embora sem uma guinada clara à direita ideológica.
Na Paraíba, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, lidera os cenários testados, com disputa pelo segundo lugar entre o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e o senador Efraim Filho (União). É o que mostra a pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada em 2 de dezembro.
O prefeito da capital paraibana lidera com 31%, contra 16% do atual vice-governador do estado, Lucas Ribeiro (PP). Na sequência, o senador Efraim Fiho (União) e o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD) empatam em 13%.
A vitória de Lucena indicaria manutenção de um perfil político pragmático e centrista, sem alinhamento automático nem ao governo federal nem à oposição bolsonarista.
No Rio Grande do Norte, Allyson Bezerra (União) e Rogério Marinho (PL) aparecem tecnicamente empatados, indicando uma possível inclinação do estado para a oposição, embora sem definição clara até aqui.
Em pesquisa para governo, divulgada pelo instituto Real Time Big Data em 13 de dezembro, o atual prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, aparece com 36%, enquanto Marinho surge logo atrás, com 34%.
Em Sergipe, o governador Fábio Mitidieri (PSD) lidera com folga todos os cenários testados pelo instituto Real Time Big Data, divulgado em 27 de novembro. O atual governador lidera com 46%, contra 22% do prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL).
A reeleição manteria o estado em um campo centrista, com perfil de diálogo institucional e sem deslocamento significativo em direção ao governo federal ou à direita ideológica.
Sul

No Sul, as pesquisas reforçam uma inclinação ao centro-direita e à direita, ainda que com nuances. No Paraná, Sergio Moro (União) lidera com vantagem significativa, consolidando um campo oposicionista forte.
Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostram o senador com 47,5% das intenções de voto, seguido pelo deputado estadual Requião Filho (PDT), com 28,8%, e o secretário das Cidades do Paraná, Guto Silva (PSD), com 7,8%.
Se confirmado, o resultado representaria manutenção do estado no campo da direita, com reforço de uma liderança de oposição ao governo federal.
Em Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) aparece como favorito à reeleição, mantendo o estado alinhado à direita. É o que mostra o último levantamento feito pelo Real Time Big Data, divulgado em 4 de dezembro, onde o senador desponta com 48% das intenções de voto, contra 22% de João Rodrigues (PSD) e 14% registrado por Décio Lima (PT).
O Rio Grande do Sul foge um pouco desse padrão. Juliana Brizola (PDT) liderava a disputa, mas agora aparece com uma desvantagem ampla para Luciano Zucco (PL).
Dados do levantamento do Real Time Big Data, de 3 de dezembro, apontam Zucco registra 28% das intenções de voto, seguido por Juliana Brizola, que aparece com 22% em ambas as simulações. Logo atrás vem Edegar Pretto (PT), com 21%.
O estado segue em zona de indefinição, com possibilidade tanto de manutenção em um campo mais ao centro-esquerda quanto de migração para a direita, a depender da consolidação das candidaturas.
Norte

No Norte, o desenho também aponta para um avanço do centro-direita, mas com forte peso de lideranças regionais. No Acre, Alan Rick (União) lidera com folga todos os cenários em uma eventual disputa ao governo em 2026, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada em 15 de dezembro.
Alan lidera com 40%, contra 24% do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL). A atual vice-governadora Mailza Assis (PP) soma 15% e o médico e pré-candidato ao governo, Thor Dantas (PSB), 5%.
No Amapá, o prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), aparece muito à frente do atual governador, indicando uma provável troca de comando, conforme dados trazidos pelo Paraná Pesquisas, do dia 1º de novembro.
De acordo com a pesquisa, Dr. Furlan tem 65,6% das intenções de voto, superando o atual governador, Clécio Luís (Solidariedade), que aparece com 25,4%.
O resultado indicaria migração para um campo centrista, com perda de espaço do atual grupo político no comando do estado.
No Amazonas, Omar Aziz (PSD) lidera as simulações, mantendo o estado em um campo mais centrista. É o que mostra a pesquisa Real Time Big Data, divulgada em 15 de dezembro.
No cenário principal do levantamento, com Maria do Carmo Seffair (PL) e Tadeu de Souza (Avante) como concorrentes, Aziz aparece com 42% das intenções de voto, seguido por Seffair com 25% e Souza com 11%.
No Pará, a vice-governadora Hana Ghassan (MDB), apoiada por Helder Barbalho, lidera a corrida e aparece como favorita inclusive em cenários de segundo turno, o que indica continuidade política. Segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data, de 8 de dezembro, a vice-governadora chega a 24%, seguida por Dr. Daniel, que marca 20%.
Rondônia e Tocantins surgem como os estados mais imprevisíveis da região, com empates técnicos e disputas pulverizadas entre nomes do PL, União Brasil, PP e PSD.
Em Rondônia, o senador Marcos Rogério (PL), o deputado Fernando Máximo (União) e o ex-senador Ivo Cassol (PP) despontam nos cenários em uma eventual disputa em 2026, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada em 17 de dezembro.
No cenário principal, Marcos Rogério apresenta 23% das intenções de voto, enquanto Máximo marca 21%. Na sequência, o prefeito de Cacoal, Adaílton Fúria (PSD), marca 19%.
Independentemente do vencedor, o cenário aponta para manutenção do estado no campo da direita, sem perspectiva de migração para o campo governista.
Em Roraima, o prefeito Arthur Henrique (MDB) e a ex-prefeita Teresa Surita (MDB) lideram os cenários testados pela pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada em 15 de outubro.
Os dados do levantamento mostram que Teresa aparece com 36% contra 23% de Edilson Damião (Republicanos), atual vice-governador de Roraima.
A vitória de qualquer um dos dois indicaria manutenção de um campo centrista, com continuidade política no estado.


No Tocantins, os senadores Professora Dorinha (União) e Eduardo Gomes (PL) lideram a disputa para 2026. É o que mostra a pesquisa do instituto Real Time Big Data, divulgada em 16 de dezembro. Dorinha e Gomes aparecem empatados com 29%. Na sequência, o vice governador Laurez Moreira (PSD), tem 20% e o ex-senador Ataídes de Oliveira (DC), 7%.
O cenário aponta para manutenção do estado no campo da direita, ainda que com perfis distintos entre um conservadorismo mais institucional e outro mais ideológico.
Da Assessoria
Famílias atendidas pelo Projeto Trajetória de Evolução e Autonomia agradeceram publicamente o apoio do vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes, à iniciativa de equoterapia que atende gratuitamente crianças com deficiência em Gurupi. Os depoimentos integram um vídeo divulgado nas redes sociais do parlamentar.
O projeto é executado pela Ande-Brasil, atende atualmente 40 crianças em Gurupi e recebeu investimentos superiores a R$ 1,5 milhão viabilizados por Eduardo Gomes. A iniciativa promove inclusão, autonomia e desenvolvimento por meio da equoterapia, com acompanhamento especializado.
Mãe da Raabi Costa, Alessandra Costa afirmou que o projeto representa inclusão e autonomia. “Minha filha tem paralisia cerebral e autismo. O apoio do senador Eduardo Gomes tem sido de muita valia. Ela é atendida de forma gratuita, com todo o suporte e assistência. É um projeto maravilhoso, e sou muito grata por esse apoio”, relatou.
Liliane Martins, mãe do Anthony, também ressaltou os avanços percebidos após a participação no projeto. “Aqui ele está aprendendo muitas coisas. Perdeu o medo dos animais e hoje ama cavalo. Foi muito importante ele ter entrado no projeto. O senador está ajudando muitas pessoas, o que tem grande valia para as crianças e para as famílias”, destacou.
A coordenadora do projeto, Dra. Laiza Araújo, reforçou que os resultados são reconhecidos diariamente pelos pais. “A evolução é muito clara, especialmente na comunicação e na interação das crianças. O retorno das famílias mostra o quanto esse trabalho faz diferença dentro e fora do atendimento”, afirmou.
Ao comentar os depoimentos, Eduardo Gomes destacou que o projeto tem um significado pessoal. Pai de Sarah Gomes, que tinha Síndrome de Down e faleceu há dez anos, o senador afirmou conhecer de perto os desafios enfrentados pelas famílias. “Eu sei o que é essa luta. Vivi isso dentro de casa e sei o quanto o apoio certo faz diferença. Por isso, trabalhar para garantir atendimento, inclusão e dignidade às crianças e às famílias é uma missão que carrego com muita responsabilidade”, declarou.
Transporte até hospital particular do DF será feita pela Polícia Federal na quarta-feira (24); cirurgia será no Natal
Por Rafaela Soares
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a realização de uma cirurgia no ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (25).
A Polícia Federal deve transportar o ex-chefe do Executivo até um hospital particular na quarta-feira (24), conforme solicitado pela defesa.
A decisão também autoriza que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhe o marido durante o período de internação, mas negou a presença dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro e ex-vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. Segundo o documento, novas visitas terão que ter autorização judicial.
Além disso, fica proibido uso o de computadores, telefones celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos, salvo, obviamente, os equipamentos médicos, devendo a Polícia Federal assegurar o cumprimento da restrição.
Nesta manhã, a defesa de Bolsonaro pediu ao STF que a internação do ex-presidente seja feita na quarta-feira (24) e a cirurgia na quinta-feira (25). O procedimento para tratar uma hérnia inguinal bilateral foi autorizado pela Corte na sexta-feira (19).
No documento, o ministro Alexandre de Moraes cita que o laudo da Polícia Federal, após Bolsonaro passar por perícia, indicou a necessidade da cirurgia.
Segundo a perícia, “apesar de existir uma possibilidade segura de tratamento não operatório (conservador/ “espera vigilante”), a maioria dos cirurgiões recomenda a intervenção cirúrgica quando da descoberta de uma hérnia inguinal”.
O quarto do Bolsonaro deve ser vigiado 24 horas por dia, mantendo, no mínimo, dois policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital
O procedimento
O procedimento cirúrgico será voltado para tratar uma hérnia inguinal bilateral, na região da virilha. A situação costuma ter sintomas de inchaço, dores e desconfortos, principalmente quando há movimentação, e só pode ser corrigida por cirurgia.
Presidente planeja um evento para relembrar a invasão às sedes dos Três Poderes, em 2023, com ministros do governo e presidentes da Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal
Com O Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende fazer do veto à projeto de lei de dosimetria das penas dos condenados na trama golpista um ato político para marcar os dois anos do 8 de janeiro. Os planos de Lula foram revelados pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). O presidente está planejando um evento para relembrar a invasão às sedes dos Três Poderes, em 2023, com ministros do governo e presidentes da Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal.
— Dia 8 de janeiro o presidente Lula vai fazer um ato para que a gente não deixe passar a lembrança daquele dia triste que foram afrontar a democracia. E não sei que dia que ele vai assinar o veto, mas ele vai assinar o veto daqui até o dia 8 de janeiro — disse o senador entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia.
Lula já afirmou que vai vetar o texto reduz penas de condenados pela trama golpista e beneficiaria inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente também avisou aos ministros para que estivessem em Brasília em 8 de janeiro.
Em café da manhã com jornalistas na última quinta-feira, o presidente defendeu punição para os envolvidos na trama golpista e disse que é preciso esperar o fim da ação penal. O projeto de lei da dosimetria foi aprovado na Câmara e no Senado e agora foi para sanção ou veto de Lula. Lula tem 15 dias para encaminhar sua decisão, a contar desta segunda-feira.
As pessoas que cometeram crime contra a democracia brasileira terão de pagar pelos atos cometidos contra o país. (…) Com todo o respeito que eu tenho pelo Congresso Nacional, quando chegar na minha mesa, eu vetarei. Isso não é segredo para ninguém. Ainda não chegamos no fim do processo (da trama golpista), precisamos saber quem são os financiadores — afirmou Lula na última quinta-feira.
Na última reunião ministerial de 2025, Lula pediu aos ministros que estivessem em Brasília em 8 de janeiro para participarem do evento:
Cada ministro aqui tem que saber que dia 8 de janeiro a gente vai ter o ato simbólico contra o 8 de janeiro aqui em Brasília. Portanto, os ministros que querem tirar férias, tirem férias, mas estejam no dia 8 aqui. Porque não adianta o presidente convocar e os ministros não vierem — disse Lula —Eles querem que o 8 de janeiro caia no esquecimento, e nós queremos que a sociedade não se esqueça nunca que um dia este país teve alguém que não soube perder a eleição e resolveu pela forma mais cretina continuar governando este país.