As plataformas dos três tabuleiros sucessórios das eleições estaduais de 2026 já estão postas. Porém, ainda dependem de ajustes delicados no fechamento das composições da chapa majoritária como a definição do vice-governador, das duas vagas de senador e dos respectivos suplentes. Essa costura só deve entrar na pauta das mesas de negociação a partir de abril de 2026
Por: Edson Rodrigues
Com experiência e vivência no campo político tocantinense, posso afirmar que o governador Wanderlei Barbosa, com sua longa trajetória pública, de vereador em Porto Nacional, vereador por vários mandatos em Palmas, presidente da Câmara Municipal da Capital por duas vezes, deputado estadual, vice-governador e governador reeleito, sabe como poucos interpretar o cenário.
Wanderlei conhece a lógica do poder onde boa parte dos aliados de hoje só permanece enquanto o Diário Oficial estiver ativo, a caneta tiver tinta e as benesses do poder em funcionamento. Depois disso, a base se desfaz. Isso é fato, e os ex-governadores também viveram essa realidade. Ninguém é de ninguém.
Diante disso, o governador tem consciência de que precisará contar com uma meia dúzia de deputados e deputadas leais, tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara dos Deputados e até no Senado, que possam ser chamados de verdadeiros amigos, defensores de sua história e de seus dois mandatos. Esses nomes serão fundamentais para garantir que seu legado não seja apagado e que não repita o destino do ostracismo vivido por muitos de seus antecessores.
Ao abrir mão de disputar o Senado em 2026, Wanderlei renuncia a oito anos de mandato. Sua decisão de permanecer no governo até 31 de dezembro de 2026 demonstra desprendimento e a postura de um líder que optou por dar continuidade à gestão e oferecer ao grupo político do Palácio Araguaia um guarda-chuva de estabilidade. Esse movimento garante que a articulação estadual e federal se fortaleça nas urnas, mas não elimina a necessidade de aliados verdadeiramente fiéis, que estarão na trincheira para defender sua trajetória a partir de 2027.
A história mostra que, no Tocantins, apenas José Wilson Siqueira Campos conseguiu se manter como referência política até o fim da vida, amado, idolatrado, odiado, mas sempre respeitado. A lição é clara e sem sustentação no Legislativo estadual, federal e no Senado, até o mais popular dos governadores pode cair no esquecimento.
Está chegando a hora da onça beber água.
Partidos da federação União Progressista determina que filiados deixem cargos federais e ameaçam punições em caso de descumprimento
Por Paulo Sabbadin
A Federação União Progressista, formada pelos partidos União Brasil e Progressistas (PP), oficializou nesta terça-feira (2), a saída do governo do Lula.
Em nota, a federação determinou que todos os filiados que ocupam cargos no governo federal devem entregar suas funções.
A decisão prevê sanções para quem descumprir a determinação. “Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no estatuto”, diz o comunicado.
Segundo a federação, a medida “representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes”.
O movimento afeta diretamente os ministros Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, e André Fufuca (Esportes), do Progressistas.
Em nota, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que "ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair".
"Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional", completou Gleisi.
A movimentação acontece em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e em um momento de pressão do presidente Lula sobre os aliados.
Desafio do governo
Nos bastidores, inclusive na última reunião ministerial, Lula vinha cobrando maior fidelidade do União Brasil e do PP, especialmente em votações no Congresso e em atos públicos em que os partidos optaram por não se contrapor à oposição.
Com o desembarque, o Palácio do Planalto terá de redesenhar a Esplanada e negociar novos apoios para recompor a base.
A saída de duas pastas da Esplanada expõe um desafio adicional para Lula: reorganizar espaços de poder de modo a preservar a governabilidade sem abrir mão da articulação com partidos que ainda se mantêm próximos ao governo.
Da Assessoria
Itaguatins, Alvorada e Miracema recebem reforço de recursos federais graças à atuação do vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes. Os repasses, realizados por meio do Programa Calha Norte, vão fortalecer obras de infraestrutura e a aquisição de equipamentos essenciais para o dia a dia das cidades.
Em Itaguatins, Eduardo Gomes assegurou a última parcela do convênio de R$ 600 mil, concluindo o repasse de R$ 1,5 milhão para pavimentação asfáltica. Em Alvorada, o senador garantiu R$ 900 mil, possibilitando a compra de uma retroescavadeira e uma pá carregadeira para reforçar a manutenção urbana. Já em Miracema, o convênio no valor de R$ 535.940, vai permitir a aquisição de um caminhão a diesel com carroceria basculante de 6 m³ e tração 4x2.
“Quando conseguimos liberar esses recursos, quem ganha é a população. Investir em infraestrutura e equipamentos significa melhorar a qualidade de vida de cada cidadão e impulsionar o desenvolvimento das nossas cidades”, afirmou Eduardo Gomes.
Oposição ao Palácio Araguaia, o vice-governador Laurez Moreira surge como candidato ao governo com apoio da família Abreu Silvestre, inaugurando de forma oficial o campo oposicionista que tentará enfrentar a força da máquina governista
Por: Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
De um lado, está o governador Wanderlei Barbosa, que soma quase 80% de aprovação popular e não esconde a confiança em sua capacidade de conduzir o processo político. Com muito recurso em caixa e inúmeras obras para entregar nos próximos nove meses, o governador tem tudo para sair vitorioso nestas eleições estaduais, apostando em levar para o segundo turno o seu candidato ou candidata. Wanderlei Barbosa tem deixado as duas candidaturas da base governista, senadora Dorinha Seabra e o deputado estadual Amélio Cayres, trabalharem para a viabilização de suas pré-candidaturas. Somente o governador Wanderlei Barbosa saberá a hora de sentarem à mesa para discutir a união da base em torno de uma só candidatura palaciana. É natural e até democrático que cada um faça sua parte na visibilidade real para tornar-se competitivo.
Governador Wanderlei Barbosa e o senador Eduardo Gomes
A verdade é que Wanderlei Barbosa tem repetido em diversas ocasiões que 2026 será o ano de fazer escolhas e manifestar suas preferências eleitorais. Até lá, o governador parece disposto a administrar o tempo e evitar movimentos precipitados. Em nenhum momento, aliás, ele esticou a corda com o senador Eduardo Gomes, vice-presidente do Senado e seu aliado de primeira hora. Muito pelo contrário não impôs prazos nem pressionou seu amigo a definir se estaria ao lado de Dorinha ou de Amélio. Ambos, aliás, já se mostraram vacinados contra intrigas e fuxicos, maduros o suficiente para manterem a união em torno do projeto governista em 2026. O que não falta, porém, são figuras sem bússola e sem porto, tentando pegar carona e sentar à força na boleia da disputa majoritária dentro da base, mesmo sem a legitimidade para isso.
O desafio do Palácio é evidente: não permitir que duas candidaturas governistas fragilizem o projeto de continuidade e abram caminho para a oposição. A base é ampla e reúne deputados estaduais e federais, dois senadores, prefeitos, vereadores, dirigentes de classe e novos pré-candidatos que aguardam o comando político do governador. Mas, neste cenário, não há espaço para duas candidaturas governistas avançarem ao mesmo tempo até o segundo turno. Ou a base se une, ou Laurez Moreira ganha terreno e pode surpreender.
Gilberto Kassab presidente nacional do PSD senador Irajá Abreu e o vice governador Laurez Moreira
A oposição, por sua vez, não pode ser subestimada. Laurez tem peso político, articulação e já se consolidou como nome competitivo, especialmente em um quadro em que 71% dos eleitores ainda não definiram seu candidato ao governo. Some-se a isso o apoio do PT, de Irajá Silvestre e de Kátia Abreu, que trabalham para oferecer um palanque robusto ao presidente Lula no Tocantins. O cenário se torna ainda mais delicado para o governo quando se observa a relação próxima de ministros do STF com o governo petista, reforçando a possibilidade de uma ofensiva nacional em favor da oposição no Estado.
Chegou, portanto, o momento de o governador Wanderlei Barbosa refletir sobre seu futuro político e sobre os rumos da sua base. Se houver unidade no primeiro turno, as chances são reais de um xeque-mate contra a oposição, com vitória já de saída e a conquista das duas vagas ao Senado, além da maioria na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Se, no entanto, a base rachar, as chances de vitória no primeiro turno desaparecem e Laurez Moreira praticamente assegura presença no segundo, carregando consigo os descontentes e derrotados dentro do grupo governista. E se Laurez for para o segundo turno, pode tornar-se governador do Tocantins.
Nesse contexto, a candidatura de Irajá Silvestre ao Senado pode ganhar ainda mais força, somando-se ao palanque de Laurez e Lula. Isso atrairia ministros e lideranças nacionais ao Tocantins, fortalecendo a oposição e aumentando as dificuldades do Palácio Araguaia.
É fato, é realidade: a eleição de 2026 no Tocantins já está em curso, e o jogo será decidido entre a capacidade de Wanderlei Barbosa em manter sua base unida e a habilidade da oposição em explorar cada fissura aberta dentro do governo.
Da Assessoria
O PL Mulher Tocantins abriu, nesta sexta-feira, 29, em Palmas, um dos eventos políticos mais aguardados do calendário partidário. A solenidade, realizada no Girassol Plaza, reuniu lideranças femininas de todo o estado sob a condução da presidente do PL Mulher, Nilmar Ruiz, e contou com a presença do vice-presidente do Senado e presidente estadual do partido, Eduardo Gomes.
O encontro teve como objetivo fortalecer a presença das mulheres na política, com painéis voltados a valores partidários, estratégias de comunicação, marca pessoal e posicionamento digital. Durante a abertura, Nilmar destacou que a iniciativa representa um marco para o movimento no Tocantins. “Queremos incentivar e capacitar cada vez mais mulheres para que ocupem espaços de liderança, contribuindo com a política e fortalecendo nossas bandeiras”, afirmou.
A programação incluiu palestra de Nilmar sobre fundamentos e valores do PL, além de painéis com a jornalista Maju Cotrim e a especialista Graziela Guardiola. O encerramento, previsto para o fim da tarde, trouxe uma roda de conversa sobre a participação feminina na política.
Presenças e filiações
O evento também foi marcado pela participação da presidente de honra do PL Mulher, Gilda Gomes, da esposa do senador Eduardo Gomes, Arlinda Carla, da deputada estadual Janad Valcari, da vice-presidente estadual do movimento, Ivoneide Barreto, além de representantes de vereadoras, vice-prefeitas e dirigentes municipais. Um grupo de senhoras da Universidade da Melhor Idade (UMA/UFT) esteve presente para assinar a ficha de filiação ao PL 60+, ampliando a rede de apoio do partido.
Diálogo, equilíbrio e preparação para 2026
Em seu discurso, o senador Eduardo Gomes ressaltou a importância da liderança feminina dentro do PL e anunciou que o encontro abre uma série de mais de 15 eventos que serão realizados em todas as regiões do Tocantins. “Esse evento marca o início de uma programação extensa, que vai até o calendário do ano que vem, preparando as convenções do partido”, afirmou.
Ao reforçar a atuação das mulheres no cenário político, Eduardo Gomes destacou o papel de Nilmar Ruiz e citou a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro como referência nacional. “Quando a mulher trabalha, não precisa de cota, ela vai lá e conquista o mandato”, afirmou.
O senador defendeu a necessidade de paz política e diálogo, lembrando que antecipar o calendário eleitoral pode tirar o foco das prioridades do estado. “Nosso Estado precisa de paz política. Quando dedicamos muita energia à disputa fora do tempo, esquecemos da ferrovia, da regularização fundiária e dos problemas da saúde da população”, alertou.
Rota 22
O senador Eduardo Gomes também anunciou o programa “Rota 22”, caravana que percorrerá o Tocantins a partir de outubro até março de 2026. A iniciativa, segundo ele, servirá tanto como prestação de contas de seu mandato quanto como preparação do PL para as eleições. “Vamos rodar o estado inteiro com essa caravana. É uma forma de mostrar o que foi feito e também preparar o partido para as eleições de 2026”, afirmou.
Protagonismo feminino e fortalecimento do PL
Ao final do evento, Eduardo Gomes projetou otimismo quanto ao futuro do partido e reforçou a importância da participação das mulheres. “Se estivermos organizados, vamos eleger mais deputadas, mais mulheres e fortalecer ainda mais o nosso campo político”, concluiu.