Chefe-geral da Informática da Embrapa Agropecuária, Silvia Massruhá, é uma das convidadas
Por Laiane Vilanova
A programação oficial da Feira Agrotecnológica do Tocantins - Agrotins 2021 100% Digital será iniciada nesta terça-feira, 15, a partir das 10 horas com a palestra Tecnologia 5G: A transformação digital no campo, tendo a participação da chefe-geral da Informática Agropecuária da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Maria Massruhá; e do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Tocantins (Fapt), professor Márcio da Silveira.
A chegada da internet 5G promete mais velocidade para baixar e enviar arquivos, redução no tempo de resposta entre diferentes dispositivos e mais estabilidade nas conexões. A palestra abordará como essa nova geração da rede de internet móvel poderá contribuir para ampliar a conectividade e o acesso a tecnologias da agricultura digital, como internet das coisas (IoT) aplicada no campo.
Chefe-geral da Embrapa, Silvia Massruhá, participa de palestra de abertura da Agrotins 2021
Um levantamento da Embrapa apontou que apenas 23% da área rural do país está conectada à internet, e esse é o desafio que a 5G poderá superar, como explica Silvia Massruhá. “O produtor precisa que a internet não chegue apenas na sede da fazenda, mas também no campo, onde estão as lavouras, por exemplo. Podemos fazer isso com a expansão da 3G e 4G também, mas o que a tecnologia 5G pretende trazer de diferente é maior velocidade e precisão no processamento de dados”, enfatiza.
Silvia Massruhá destaca também que há um interesse do produtor em se conectar mais, porém faltam incentivos. “O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, e o produtor saber que aumentar a conectividade é também uma maneira de aumentar a competitividade no mercado. O grande produtor tem seus meios para desenvolver essas tecnologias, mas o médio e pequeno produtor ainda precisam de recursos e desenvolvimento de políticas públicas que melhorem esse acesso às tecnologias. E esse é um dos papéis em que a Embrapa vem atuando, de contribuir nesse fomento às tecnologias", concluiu.
Conectividade e meio ambiente
O presidente da Fapt, professor Márcio da Silveira, destacou que a palestra pretende abordar ainda a contribuição da tecnologia para a preservação do meio ambiente. “Um drone ligado a um banco de dados pode monitorar com eficiência toda uma lavoura de soja, inclusive, ajudando no uso pontual de agrotóxicos e evitando assim um excesso desse produto no solo", informou.
Presidente da Fapt, professor Márcio da Silveira, participa de palestra de abertura da Agrotins 2021
Outra possibilidade dessa revolução digital, apontada pelo professor Márcio da Silveira, é o desenvolvimento de tecnologias 100% brasileiras. "Se mapeamos um quadrado de uma propriedade no Tocantins, a solução tecnológica vai ser desenvolvida com base nas características daquela localidade e isso gera conhecimento, permitindo desenvolver plataformas para resolver os problemas com maior eficiência e sem perder de vista o lucro, o que é fundamental para os produtores”, finalizou.
A palestra ocorrerá ao vivo na plataforma www.agrotins.to.gov.br.
Internet 5G
O governo brasileiro prepara um leilão das radiofrequências, que está previsto para acontecer até o fim do mês de julho. No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo é julho de 2029.
Âncora comenta relação do presidente com a imprensa, ataques a Bonner, fama de ‘direitista’ e pressão do PT
Por Jeff Benício
Boris Casoy é sinônimo de jornalismo e coragem para opinar (e desagradar). Seu bordão "Isso é uma vergonha" - criado quando era âncora do 'TJ Brasil', no SBT, na década de 1980 - continua insuperável e mais oportuno do que nunca.
Isolado em sua casa desde o início da pandemia, o jornalista faz de seu escritório-biblioteca o estúdio onde grava o 'Jornal do Boris', transmitido no YouTube e na TV Gazeta de São Paulo, de segunda a sexta, às 8h45.
Com a experiência de quem dirigiu redações, comandou bancadas de telejornais e mediou debates, o veterano comenta a tumultuada relação de Jair Bolsonaro com a mídia e conta uma situação tensa com o então candidato à Presidência nos bastidores da RedeTV, em agosto de 2018.
Ao longo de sua carreira jornalística, o senhor viu outro presidente com relação tão complicada com a imprensa como Bolsonaro?
A relação tensa do presidente Bolsonaro com a imprensa tem sido mais visível do que em outros governos. O presidente tem mostrado gostar do confronto e ele o faz publicamente. Lembra repentes de Jânio Quadros. Na maioria dos governos, as pressões e tensões acontecem nos bastidores. Cito, como exemplo, o governo Lula, que agia por interpostas pessoas. Eu mesmo vivi um episódio desses com corte na publicidade da Rede Record. Esses momentos foram mais acentuados nos casos do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e do Banestado. O PT pressionava para que esses assuntos fossem encerrados. Não se pode esquecer dos governos militares, quando o Estado de Direito está suspenso. Destaco que, no meu caso, Sarney, Collor, Fernando Henrique e Temer sempre agiram de maneira republicana.
Qual a sua opinião sobre os ataques, xingamentos e até palavras de baixo calão usadas pelo presidente contra jornalistas?
Reprovo com veemência. Cabe aos governantes conter seus impulsos. A chamada liturgia do cargo não admite esse tipo de comportamento. Sei que isso é difícil para uma pessoa impulsiva como Bolsonaro, mas ele precisa se esforçar para conter seus impulsos. O governante não pode agir com o fígado.
Os ataques frequentes de Bolsonaro, com ampla repercussão na imprensa e nas redes sociais, enfraquecem ou fortalecem o jornalismo profissional?
Nem enfraquecem, nem fortalecem. A maior parte da imprensa tem apenas relatado os fatos e investigado o que precisa ser investigado. Fazer oposição não é brigar com a notícia. Omitir os fatos é uma traição ao leitor, ouvinte, telespectador ou internauta. É preciso separar propaganda de notícia.
Bolsonaro se diz perseguido pelo Grupo Globo e, especialmente, pelo 'Jornal Nacional' e seu âncora e editor-chefe, William Bonner. O senhor enxerga veracidade nessa acusação?
Não me sinto no direito de julgar o Grupo Globo. O presidente insiste em colocar em xeque a sobrevivência da Globo. Não tenho condições de dizer o que se passa na cabeça do presidente, como ele encara o noticiário dos órgãos das Organizações Globo. Acredito que se sinta injustiçado, mas ele contribui decisivamente com a oposição ao governo. Acusar o Bonner de perseguição demonstra um desconhecimento de como funciona uma empresa de comunicação. Bonner é um excelente profissional, com uma história que mostra toda a sua correção e honestidade.
O senhor sofreu pressão ou intimidação direta de autoridades? Algum presidente chegou a reclamar de seus comentários críticos?
Tenho mais de 60 anos de carreira. Fui editor-chefe da 'Folha' em momentos difíceis do regime militar, perdi a conta das ameaças, mas me orgulho em dizer que em lugar de medo, me deram mais coragem.
Em evidência novamente, o ex-presidente Lula sempre defendeu a regulação dos meios de comunicação. O senhor enxerga esse projeto como positivo ou um risco à liberdade de imprensa com a possível interferência do Estado nas empresas do setor?
Ele chegou a elaborar um projeto sobre o assunto. Chamava essa 'merda' democratização da comunicação. Era uma velha ideia do stalinismo, cuja prática visava estabelecer a censura e intimidar a imprensa. Não se trata de maldade, o PT acredita que esse tipo de 'disciplina' faz bem ao Brasil.
Nos Estados Unidos, as principais redes de TV assumem posição ideológica e partidária, inclusive na campanha presidencial. O senhor acha isso positivo ou vai contra a imparcialidade e isenção imprescindíveis ao jornalismo?
É uma questão cultural. Acho legítimo que isso aconteça, sem amordaçar o adversário. Apenas, opinião não pode nem deve ser confundida com cobertura dos fatos.
No Brasil, a maior parte da imprensa é identificada como defensora da esquerda. O senhor já disse que 'ser liberal ou de direita é quase um crime' no País. A imprensa está contaminada pela militância política?
Já esteve mais. O socialismo era uma promessa que entusiasmou grande parte da intelectualidade, especialmente a juventude. A queda do Muro de Berlim, o fim da União Soviética e todas as suas consequências mostraram a verdade a muita gente, especialmente aos mais jovens. Acho que o debate deve ser estimulado. Mas há uma esquerda saudosista no País que, por exemplo, continua repetindo que a guerrilha no Brasil lutou pela democracia. Lutava sim, por um regime comunista e começou ainda no governo Jango. Isso não justifica a tortura. Aliás, acho que se a anistia fosse revogada, os dois lados precisariam ser julgados.
Nos Estados Unidos, há várias emissoras declaradamente de direita, como a Fox News. O senhor vê Record, RedeTV e SBT, onde trabalhou, como canais direitistas?
Trabalhei com absoluta liberdade em todos os canais. Procurei dar voz e dei a todas as tendências ideológicas, nunca houve restrição. Quando ameaçou haver, estrilei. As redações que dirigi nunca sofreram filtros ideológicos. Mesmo assim, sou visto como um direitista empedernido, caluniado, como se a esquerda tivesse a patente da bondade e democracia.
O senhor foi mediador de vários debates importantes em eleições à Presidência. Cite um momento especial desse tipo de evento na TV.
Dois momentos: quando Lula recusou cumprimentar Collor, ao contrário do que tinha sido combinado, e a ameaça em cima da hora de Bolsonaro de não participar do debate na RedeTV. Ele já estava no camarim e queria impor sua vontade na questão da cadeira vazia para Lula.
O que acha da relutância de Bolsonaro em liderar a campanha de imunização no País?
Ele tem sujas posições. Aparentemente, está caminhando em direção às recomendações da maioria absoluta dos cientistas. Espero que ele seja iluminado e torço para que Bolsonaro faça um bom governo. Sou contra o 'quanto pior melhor'. Se ele afundar, afundamos junto.
O senhor completou 80 anos em fevereiro. Há algo que ainda pretenda fazer no jornalismo?
Atravesso um período de pleno vigor físico e, ao que parece, mental. Estou vivendo uma experiência na internet com o ‘Jornal do Boris’, também transmitido pela TV Gazeta. Assim completo um ciclo do qual me orgulho: fiz rádio, TV, imprensa escrita e agora internet. E estou pronto para novas viagens.
País já imunizou com as duas doses quase metade da população
Por Raquel Landim
Santiago, no Chile, começou um novo lockdown neste sábado (12). Apesar de ser um dos países com o maior índice da população vacinada até agora, os casos de Covid-19 aumentaram nas últimas duas semanas - na região da capital, a ocupação de leitos de UTI chega a 98%.
No último mês, o número de novos casos diários saiu de 5.221 para mais de 7.153, alta de quase 40% - retomando os patamares mais altos registrados em abril deste ano e em junho do ano passado.
Até agora 46,5% dos chilenos já foram totalmente imunizados contra a Covid-19 e 60% receberam pelo menos uma dose de vacina. Ao todo, 79,8% das doses aplicadas no país são Coronavac, fabricadas pela chinesa Sinovac, 18,3% da Pfizer e 1,9% da Astrazeneca.
A hipótese dos especialistas é que a Coronavac não esteja impedindo o contágio, mas consegue evitar mortes. Estudos apontaram uma eficácia de 50% dessa vacina contra a contaminação, mas de 80% contra casos graves.
O número de óbitos por covid no chile, no entanto, tem se mantido estável em torno de 100 por dia. Com as novas restrições, bares e restaurantes não podem atender clientes, as escolas não terão aulas presenciais e está valendo um toque de recolher entre 22h e 5h.
A alta nos preços de bens e serviços monitorados pelo governo, como energia elétrica, gás, combustíveis e medicamentos, fez a inflação dos brasileiros mais pobres encerrar o mês de maio quase duas vezes maior que a dos mais ricos, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Com Estadão Conteúdo
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda registrou uma aceleração da pressão inflacionária na passagem de abril para maio em todas as faixas de renda. No entanto, a pressão foi maior entre as famílias mais pobres, com renda domiciliar inferior a R$ 1.650,50: a variação dos preços passou de 0,45% em abril para 0,92% em maio.
Entre as famílias de renda mais alta, que recebem mais de R$ 16.509,66 mensais, a inflação saiu de 0,23% em abril para 0,49% em maio. Entre os de renda média alta, com rendimento domiciliar mensal entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66, a inflação acelerou de 0,20% para 0,75% no período.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, encerrou o mês de maio com avanço de 0,83%, ante uma elevação de 0,31% em abril.
Os reajustes na energia elétrica (5,4%), tarifa de água e esgoto (1,6%), gás de botijão (1,2%) e gás encanado (4,6%) pressionaram especialmente o orçamento das famílias mais pobres. O avanço nos custos da habitação gerou uma contribuição de 0,42 ponto porcentual para a inflação da mais baixa renda, o equivalente a 46% de todo o aumento de preços percebido por esse segmento de renda em maio.
Também houve pressão dos aumentos da gasolina (2,9%), etanol (12,9%) e gás veicular (23,8%). Porém, entre as famílias mais ricas, o impacto dos reajustes dos combustíveis foi atenuado pela queda de 28,3% no preço das passagens aéreas.
"Ainda que em menor intensidade, o grupo saúde e cuidados pessoais também exerceu uma influência positiva sobre a inflação em maio. Se, para as famílias de renda mais baixa, a alta de 1,3% dos medicamentos foi o principal ponto de pressão, para as classes mais ricas esse papel coube ao reajuste de 0,67% do plano de saúde", apontou a técnica do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura divulgada nesta segunda-feira, 14.
A inflação acumulada em 12 meses até maio foi de 8,91% para as famílias mais pobres, patamar bem acima dos 6,33% observados no segmento mais rico da população.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.650,50 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 16.509,66, no caso da renda mais alta.
O maior patrimônio político de qualquer partido, é o mandato de deputado federal que, na legislação eleitoral, pertence à legenda e, não ao eleito. É vinculado aos mandatos de deputado federal que estão o Fundo Partidário e o Horário Eleitoral Gratuito de Rádio e TV.
Por Edson Rodrigues
Já os cargos de governador e senador pertencem aos que, para eles, se elegeram, podendo esses políticos mudar de partido sem nenhum risco de ficar sem o mandato.
Sem a definição das regras das eleições de 2022, os partidos estão de pés e mãos atados, principalmente os nanicos, pois se acostumaram a deixar que o TSE legislasse quando essa prerrogativa é dos parlamentares. O TSE baixa as famosas resoluções de cota por sexo e cor, e a divisão dos recursos para custear campanhas. Desde então, o feitiço virou contra o feiticeiro e a omissão dos parlamentares, que não se preocuparam em aprovar as regras para as eleições nos estados, envolvendo o pleito proporcional para a Câmara dos |Deputados e para as Assembleias Legislativas, e acabaram reféns do Poder Judiciário.
O tempo passa e o afunilamento para a formação das chapas proporcionais segue ainda sem regras definidas ou publicadas no Diário Oficial da União, impossibilitando as direções estaduais dos partidos de traçar um planejamento para a realização das convenções.
Antes de entrar no cerne da questão, temos que separar o joio do trigo. As regras para as eleições 2022 terão que ser definidas, aprovadas e sancionadas até o dia dois de outubro próximo, exatamente um ano antes das eleições que decidirão quem serão os eleitos para presidente da república, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. As regras novas, ainda não definidas, serão aplicadas apenas para os deputados federais e estaduais, já estando acertadas para presidente, governador e senador.
TOCANTINS
Governador Carlesse
Os dirigentes partidários e os detentores de mandatos no Legislativos estadual e federal, começam a intensificar as articulações para a formação de suas chapas. Mas, entre um partido e outro há diferenças astronômicas. Os de grande porte contam com um Horário Eleitoral Gratuito e um Fundo Partidários “gordos”, o que significa menos problemas.
Lideranças do MDB
Os principais partidos políticos do Tocantins, com representatividade na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, trabalham nos bastidores para, no mínimo, manter a presença numérica que já possuem. Um desses partidos é o MDB, com excelente musculatura, com cinco deputados estaduais, dezenas de prefeitos e uma deputada federal, graças ao êxito conseguido nas eleições municipais de 2020, em que teve um aumento considerável no número de vereadores e prefeitos eleitos e tem Comissões Provisórias nos 139 municípios do Estado, já ocupou o governo com Moisés Avelino e Marcelo Miranda.
Lideranças politicas
Dentre as oito principais lideranças políticas do Tocantins, o MDB conta com o senador Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, e o mais votado nas últimas eleições, e o ex-governador Marcelo Miranda, que sempre demonstrou muita popularidade e força política.
No interior, são milhares os simpatizantes e filiados do MDB que, pela primeira vez parece vir com todos juntos para o embate eleitoral, o que torna suas chances de vitória bem maiores.
O único senão nas possibilidades do MDB reside na situação de Eduardo Gomes, que terá que decidir entre o Palácio do Planalto e o MDB, já que as duas linhas não irão caminhas juntas nas eleições presidenciais.
PSL
Ainda engatinhando, mas com tudo planejado pelo seu presidente estadual, Mauro Carlesse, o partido vem apostando tudo no patrimônio político pessoal do governador do Estado. O partido conta com outro diferencial de peso, que são o Horário Eleitoral Gratuito e o Fundo Partidário, que serão os maiores durante a campanha para 2022.
Para que se tenha uma dimensão do que isso representa, o PSL destinou recursos para a eleição da deputada estadual Vania Monteiro, na casa dos cinco milhões de reais. Quanto o partido não estará disposto a gastar para eleger deputados federais, um senador e uma bancada de deputados estaduais?
Sobre a candidatura a governador, pelo andar da carruagem, Mauro Carlesse está mais interessado em aplacar os efeitos da pandemia nas famílias de baixa renda, com a distribuição de cestas básicas, para, só depois, definir qual será o nome que o partido irá ungir com suas bênçãos.
Segundo informações de bastidores, o PSL deve receber filiações de políticos em pleno gozo do mandato, eleitos por legendas que hoje são oposição a Mauro Carlesse, com assento na Assembleia Legislativa. A intenção é mudar de partido para continuar na base de apoio.
Ao que tudo indica, Carlesse está com o PSL de portas abertas para esses “reforços” políticos que, segundo informações de bastidores, tem em seu bojo, pelo menos, dois deputados federais, que esperam apenas a abertura da “janela” eleitoral que permite a transição entre partidos sem o risco de perda do mandato.
PT E “AMIGOS”
O Partido dos Trabalhadores, comandado por Célio Moura e Zé Roberto, animado com a possibilidade de ter o ex-presidente Lula de volta ao páreo pela presidência da República, deve formar palanque conjunto com o PSB, de Carlos Amastha, o PP de Kátia Abreu e o PSD de Irajá Abreu, sonhando em juntar-se a eles o ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão – hipótese bastante improvável – para construir uma candidatura oposicionista não só a Mauro Carlesse, mas, principalmente, ao presidente Jair Bolsonaro, apostando todas as fichas na elegibilidade de Lula.
PSDB
O PSDB tem, no Tocantins, a prefeita da Capital, Palmas, reeleita, com muitas obras em andamento, uma ótima visibilidade política, que vem demonstrando total controle do seu governo, sem nenhum escândalo e sem nenhuma mácula.
Nos últimos meses, Cinthia, que é presidente estadual do PSDB, promoveu uma reforma silenciosa em sua equipe de assessores, para adequá-la ao que pode chamar de seu governo, já que, desta vez, foi ela quem se elegeu prefeita.
Seu partido passa por uma grande turbulência em nível nacional, por conta das controvérsias em relação à prévia para a escolha do candidato à presidência da república, em que um dos seus principais líderes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se manifestou simpatizante da candidatura de Lula à presidência.
Cinthia pode estar apenas aguardando definições da cúpula nacional para, no segundo semestre iniciar as articulações para 2022. O agravamento dos casos de Covid-19 em todo o Tocantins pode, também, ser um dos motivos pelos quais ela ainda não iniciou as tratativas acerca das eleições majoritárias.
Bancada do Tocantins em Brasília
Resta, então, saber quais os rumos que tomarão os detentores de mandatos na Câmara Federal, os deputados Osires Dmaso, Eli Borges, Dorinha Seabra e Carlos Gaguim, se eles irão em bloco para o PSL assim que abrir a “janela”, no início de 2022, ou se algum deles vai preferir continuar no partido pelo qual foram eleitos e trabalhar o triplo do necessário para continuar em seus cargos, enfrentando não só os adversários diretos, mas uma pandemia interminável, uma inflação em alta, o desemprego monstruoso, o recorde diário de empresas sendo fechadas, deixando muitas famílias sem possibilidade de lutar pelo pão de cada dia, enquanto assistem as operações da Polícia Federal desvendando políticos inescrupulosos, desviando dinheiro do combate à Covid-19 para resolver assuntos de interesse pessoal, muitos deles em solo tocantinense.
A tendência é que os atuais detentores de mandato na Câmara Federal sigam para os braços do governador Mauro Carlesse, engrossando as fileiras do PSL e, uma vez com a estrutura garantida, tentar um fazer melhor que o outro e fechar o maior número de apoios possível, pois será cada um por si e Deus para todos.
“CHAPINHAS”, A SALVAÇÃO
Outro ponto que continua sem resolução é que rumo tomarão os partidos nanicos, sem representatividade, sem tempo no Horário Eleitoral Gratuito e sem Fundo de Campanha.
Se não for por intermédio do sistema de “chapinhas”, que reúne candidatos a deputado estadual com potencial de três a cinco mil votos e candidatos a deputado federal com mais de cinco mil votos, sem nenhum detentor de mandato integrando o grupo, o que possibilitaria a eleição de, pelo menos, três ou quatro deputados estaduais e dois federais, não haverá saída para essas legendas.
Recomenda-se aos integrantes desses partidos, tentar triplicar o fechamento de acordos, por meio de um ótimo trabalho de bastidores, enquanto aguarda as regras que regerão as eleições de 2022 serem divulgadas e virar Lei.
Depois, rezar muito, mas muito, mesmo, para a pandemia acabar até dezembro, caso contrário, a abstenção será recorde.
Quem conseguir se eleger será rei ou rainha, com todas as possibilidades de emplacar uma vida política duradoura.
Esta é a perspectiva de momento, por nós vista, com grandes possibilidades de se tornarem reais, pois sabe-se que a pressão para que as legendas sigam, nos estados, o que definir a cúpula nacional, será muito grande.
Esse é o jogo. Resta saber quem vai querer jogar!