O Movimento Batistas por Princípios criticou líderes religiosos em declarar apoio a 'iniciativas autoritárias e pouco democráticas' de Bolsonaro

 

Por Natasha Werneck

 

O Movimento Batistas por Princípios, um grupo de religiosos, emitiu nota para desconvocar os fiéis para as manifestações do feriado de 7 de Setembro, Dia da Independência. Eles lamentaram o posicionamento de líderes religiosos em declarar apoio a “iniciativas autoritárias e pouco democráticas do atual presidente da República” Jair Bolsonaro (sem partido).

 

Na nota, o grupo demonstrou preocupação com as ameaças de fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), quando as convocações são feitas “em nome da defesa da liberdade”. O movimento também afirmou que o presidente deve satisfações das últimas acusações divulgadas na mídia.

 

Por fim, eles pedem para que fiéis, especialmente batistas “que sempre defenderam

princípios de verdadeira democracia e separação entre Igreja e Estado” a não comparecerem nas manifestações de 7 de Setembro. O movimento afirma que outras atividades podem ser mais “recompensadoras”.

Confira a nota na íntegra:

 

Diante da convocação feita às igrejas evangélicas, por diversas lideranças, para saírem às ruas em apoio às manifestações do próximo dia 7 de setembro, fazemos as seguintes considerações:

 

1. Defendemos e propagamos a liberdade de expressão e opinião, garantidas pela Constituição Brasileira, na convicção de que nenhum cidadão do nosso país está acima das normas constitucionais;

 

2. Estranhamos o lamentável fato de que pastores, embora ensinem em suas igrejas uma eclesiologia democrático-congregacional, expressem sua solidariedade a uma manifestação de claro apoio a iniciativas autoritárias e pouco democráticas do atual Presidente da República;

 

3. Denunciamos, com perplexidade, o evidente caráter contraditório da manifestação, uma vez que — em nome da defesa da liberdade — faz a apologia inconstitucional do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal;

 

4. Expomos nossa desconfiança em relação a um movimento que pretende dar salvo-conduto a um presidente que, juntamente com seus filhos, ainda deve explicações a sérios e graves indícios de corrupção e uso indevido de verbas de gabinete constituídas por dinheiro público — indícios que estão sendo investigados e, por si, revelam situações que parecem desmontar discursos hipócritas contra a corrupção;

 

5. Discordamos de todo e qualquer apoio acrítico ao atual governo — bem como à voluntária submissão ao papel de massa de manobra que se tem visto em vários setores da sociedade, em especial no ambiente evangélico — tendo em vista:

a) o fracasso na condução da crise de saúde no país como resultado da pandemia do Coronavírus;

b) o fracasso da política econômica, que se confirma pelo aumento do desemprego, da fome e da miséria, bem como de outras diversas maneiras, inclusive no crescente abandono do país por multinacionais muito conhecidas e aqui presentes há várias décadas;

c) o fracasso no controle inflacionário, resultando no absurdo e crescente aumento de preços, cujos mais notórios são dos alimentos, gás de cozinha e combustíveis, situação que deixa ainda mais vulneráveis aqueles que, de alguma forma, já se encontram prejudicados pela pandemia;

d) o fracasso no prometido combate à política predatória do chamado Centrão, cujo maior representante está hoje assentado num dos gabinetes do Palácio do Planalto, na qualidade de Ministro da Casa Civil;

e) o fracasso na estabilização política;

f) o fracasso nas políticas educacionais;

g) o fracasso no plano de prevenção à crise hídrica e de energia elétrica que, depois de claros sinais, agora se avizinha.

 

6. Afirmamos com ênfase que a convocação para tal manifestação pública, embora exiba como fachada a defesa da liberdade e da democracia, na verdade se revela como astuta tentativa do atual governo de provocar rupturas institucionais e criar ambiente favorável a instalação de um governo autoritário e personalista.

 

Sendo assim, conclamamos aos irmãos e irmãs, especialmente aos batistas que sempre defenderam princípios de verdadeira democracia e separação entre Igreja e Estado, a não comparecerem às ruas na próxima terça-feira, dia 7 de setembro, aproveitando melhor o seu tempo com outras atividades mais recompensadoras e que, ao fim e ao cabo, demonstrem o autêntico respeito que temos pelo Dia da Independência."

 

 

Posted On Segunda, 06 Setembro 2021 06:18 Escrito por

A indicação de André Mendonça ao STF foi publicada no Diário Oficial da União no dia 13 de julho pelo presidente Jair Bolsonaro

 

Por Letícia Casado

 

Não é apenas o ex-advogado-geral da União André Mendonça que está incomodado com a longa demora do Senado em apreciar seu nome para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O desconforto com a postura do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), responsável por conduzir o processo de Mendonça na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Casa, também chegou ao STF. Ministros ouvidos reservadamente por VEJA avaliam que o impasse é um desrespeito à própria Corte, que está desfalcada com uma cadeira vaga desde a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho. A indefinição não apenas pode levar a empates em julgamentos sensíveis em andamento, como faz aumentar o volume de processos distribuídos diariamente nos gabinetes do STF.

 

Para um ministro com bom trânsito no Congresso, a postura de Alcolumbre é um “desrespeito à própria Corte”. A resistência do senador amapaense já fez dois integrantes do STF entrarem em contato com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para tentar resolver a situação. “Ele (Alcolumbre) está fazendo crescer o André, ao invés de diminuí-lo. Os senadores estão se chateando com ele”, afirmou um outro magistrado, que pediu para não ser identificado.

 

Uma data-chave que pode estravar o processo é o próximo Sete de Setembro, quando milhares de militantes bolsonaristas são aguardados nas ruas, insuflados pelos discursos beligerantes do chefe do Executivo. Se os protestos não forem explosivos, o ambiente pode ser (temporariamente) distensionado, abrindo caminho para a apreciação do nome de Mendonça.

 

Na avaliação de um aliado de Mendonça, a escolha impacta os três poderes como um todo: o Palácio do Planalto, por se tratar de um indicado do presidente Jair Bolsonaro; o Senado, por impedir que os 81 integrantes da Casa apreciem o nome escolhido pelo chefe do Executivo; e, por fim, o STF, que trabalha desfalcado há mais de um mês.

 

Senadores avaliam que a resistência de Alcolumbre a Mendonça é resultado do crescente desgaste da relação entre o parlamentar e Bolsonaro. Nos dois anos em que presidiu o Senado, até fevereiro, Alcolumbre manteve boa interlocução com o chefe do Executivo. Ao deixar o cargo, Alcolumbre perdeu influência sobre a distribuição de emendas parlamentares, que agora ficam concentradas no Executivo, com os ministros Ciro Nogueira (PP-PI) e Flávia Arruda (PL-DF), e tampouco conseguiu emplacar aliados a cargos que precisam do apoio do Executivo. “Vamos derrotar o governo”, disse Alcolumbre a um senador, ao tratar recentemente de derrubar a indicação de Mendonça.

 

Colegas de Alcolumbre também relatam sua insatisfação com Bolsonaro em dois momentos cruciais no fim do ano passado e que afetaram sua base eleitoral no Amapá. O Estado sofreu uma crise energética por quase um mês. A demora do poder público para resolver o problema local, às vésperas da eleição municipal, afetou a campanha do irmão do senador, Josiel (DEM), para a prefeitura de Macapá, e ele perdeu o pleito.

 

Dono da cadeira que deve ir para Mendonça, o ministro aposentado Marco Aurélio Mello critica a postura de Alcolumbre: “Tempos estranhos. Pouco zelo pela coisa pública que não pertence a este ou àquele cidadão. Sofrida República em que princípios institucionais não são respeitados. O André Mendonça não pode ser utilizado como instrumento de retaliação. Isso não é cristão.”

 

Posted On Segunda, 06 Setembro 2021 06:14 Escrito por

Numa forte defesa do presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou que é preciso respeitar a atuação dos Três Poderes e evitar exacerbações

 

Com  Estadão Conteúdo

 

"Se poderes ficarem em guerra contra poderes, é um acerto de conta antes da hora marcada", disse ele, durante participação em audiência na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado. "A hora marcada são as eleições, que estão chegando em alguns meses", continuou. "Não precisamos derrubar o País antes da eleição."

 

Na avaliação de Guedes, o Brasil vem surpreendendo o mundo com a sua democracia. Principalmente, de acordo com ele, depois de narrativas no Exterior de que o presidente Bolsonaro não manteria um governo democrático em sua gestão. Mais uma vez, ele disse que a democracia brasileira "faz muito barulho", principalmente com a chegada da centro-direta no executivo e no congresso depois de anos com administração de partidos de centro-esquerda.

 

O ministro enfatizou que é preciso cada um dos representantes dos Três Poderes para que as instituições continuem sendo confiáveis. "É importante que haja imparcialidade, uma respeito à lei, se não se acaba descredenciando sua instituição", disse. Sem citar exemplos, enfatizou que "todo mundo que estiver exagerando, está desrespeitando" sua instituição. "Qualquer um que sair das quatro linhas faz algo nocivo, pois as outras (instituições) têm que reagir para manter o equilíbrio entre os poderes", avaliou.

 

O que tem de ser descartado, conforme Guedes, são ações feitas pelos Poderes que tentam enfraquecer os demais. "De vez em quando tem desrespeito à presidência, às vezes, ao Supremo (Tribunal Federal - STF), às vezes ao Congresso", mencionou. "É importante que todos fiquem no seu quadrado, nas quatro linhas", recomendou.

 

CPI da Covid

 

O ministro da Economia rebateu o conteúdo do Relatório Oxford, que apontou falhas na coordenação da crise da pandemia no Brasil, e disse que cabe à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigar o destino dos recursos enviados a Estados e municípios pelo governo federal.

 

Ponderou, no entanto, que isso seja feito em outro momento, e não durante o combate aos efeitos do surto, que ainda existem. "Cabe à CPI questionar para onde foi o dinheiro (distribuído pelo Executivo). O Congresso é soberano, mas é preciso que a guerra acabe para que não se desvie atenção", recomendou, durante a participação em audiência na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado.

 

Guedes garantiu que o Brasil gastou quase o dobro do que os países emergentes no combate à pandemia e um pouco acima da meta dos países avançados, ficando abaixo da dos Estados Unidos. "Preferimos cuidar das saúde dos brasileiros, transferimos recursos, tivemos desempenho econômico bom e acima de outros países", comparou. "E se na saúde (o resultado) não foi tão bom, é questão da CPI perguntar para onde foi esse dinheiro", continuou acrescentando que, por ser um democrata, pensa que o Congresso é soberano.

 

O ministro reafirmou que não sobe "em cadáveres" para fazer política e sugeriu que, apenas quando a guerra acabar, referindo-se ao combate à pandemia, se distribuam medalhas e punições. "Mas é preciso que a guerra acabe para que não se desvio o foco da atenção. Acho que isso é mais para frente, acho que ainda estamos no combate da pandemia", enfatizou.

 

Atraso nas reformas

 

Guedes disse em participação na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, que é "natural que com esforços da CPI" na Casa haja algum atraso na votação de reformas.

 

A declaração foi dada em resposta ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que disse que não eram justas as críticas do ministro de que o Senado não tem atuado com celeridade. "Concordo inteiramente com a sua observação de que o Senado nos ajudou muito."

 

Guedes ainda disse que faltou ao governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) controlar os gastos. "Aumentou bastante os impostos, não conseguiu crescer muito por isso, mas foi um legítimo governo social democrata."

 

Fonte: Estadão Conteúdo

 

 

Posted On Segunda, 06 Setembro 2021 06:11 Escrito por

Sócio de clube paulistano vai parar na delegacia após insultos contra o ministro Alexandre de Moraes em conversa com amigos

 

Por Pepita Ortega e Fausto Macedo

Ameaças e insultos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por pessoas supostamente embriagadas que estavam no Clube Pinheiros levaram um segurança do magistrado a registrar um boletim de ocorrência por injúria na madrugada da sexta-feira, 3. De acordo com o documento obtido pelo Estadão, um integrante da escolta pessoal do ministro disse ter presenciado um homem chamar Alexandre de "careca ladrão", "advogado do PCC", 'vamos fechar o STF" e "careca filha da puta".

 

O ministro havia chegado de Brasília e estava em seu apartamento, de onde ouviu impropérios a ele dirigidos.

 

O B.O. foi lavrado contra o agente publicitário Alexandre da Nova Forjas, que foi conduzido por policiais militares para a 14º Delegacia de Pinheiros. No local, ele alegou que estava assistindo um jogo de futebol no Clube Pinheiros, afirmando que havia várias mesas insultando o ministro do STF. Forjas disse que não conhecia tais pessoas e, questionado sobre os insultos e ameaças, negou.

 

O segurança de Alexandre de Moraes relatou à polícia que foi acionado por "vigilantes particulares" que lhe informaram sobre as ameaças e injúrias que teriam sido feitas ao ministro do STF no Clube Pinheiros. Ele se dirigiu até o local, disse que "constatou da calçada e por meio da grade do clube quatro indivíduos em uma mesa falando alto e ingerindo bebidas alcoólicas" e pediu para um funcionário do clube que orientasse o grupo que insultava Alexandre para que parasse com as ofensas.

 

O integrante da escolta pessoal do magistrado disse ainda que permaneceu no local até cerca de uma hora da manhã, quando os "ânimos se acalmaram", e em seguida deixou o Clube. No entanto, antes de chegar na sua base operacional, o segurança foi avisado novamente pelos funcionários que os indivíduos novamente passaram a ameaçar e ofender Alexandre.

 

O segurança afirma que, quando chegou na portaria do Clube Pinheiros, presenciou Forjas xingar o ministro de "careca ladrão", "advogado do PCC", "vamos fechar o STF" e "careca filha da puta". Ainda de acordo com o B.O., uma outra testemunha também presenciou os fatos.

 

 

Posted On Segunda, 06 Setembro 2021 06:09 Escrito por

Quatro argentinos entraram em campo descumprindo regras sanitárias

 

Por Pedro Peduzzi

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) paralisou na tarde deste domingo (5) o jogo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, após 5 minutos do início da partida. Posteriormente, o árbitro decidiu encerrar o jogo. A decisão de paralisar o jogo foi tomada após quatro jogadores argentinos entrarem em campo, mesmo com a determinação da agência de que teriam de cumprir isolamento no hotel para serem deportados para a Argentina.

 

Sem citar os nomes dos jogadores, a agência informou que os jogadores teriam descumprido as regras sanitárias brasileiras segundo as quais “viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia, estão impedidos de ingressar no Brasil”. Diante da situação, há possibilidades de os jogadores serem deportados do país.

 

“Após reunião com as autoridades em saúde, confirmou-se, após consulta dos passaportes dos quatro jogadores envolvidos, que os atletas descumpriram regra para entrada de viajantes em solo brasileiro, prevista na Portaria Interministerial nº 655, de 2021”, informou, em nota, a Anvisa, referindo-se aos viajantes que chegaram ao Brasil em voo de Caracas/Venezuela com destino a Guarulhos.

 

A Anvisa informa que considera a situação “risco sanitário grave”, motivo pelo qual orientou as autoridades em saúde locais “a determinarem a imediata quarentena dos jogadores, que estão impedidos de participar de qualquer atividade e devem ser impedidos de permanecer em território brasileiro”.

 

Apesar das identidades não terem sido reveladas, Emiliano Martinez e Emiliano Buendia, do Aston Villa (Inglaterra), entraram em campo contra o Brentford no dia 28 de agosto, enquanto Lo Celso e Cristian Romero, do Tottenham (Inglaterra) ficaram no banco contra Watford no dia seguinte. Os quatro declararam que não estiveram nos últimos 14 dias no Reino Unido.

 

O jogo estava previsto para começar às 16h na Neo Química Arena, em São Paulo pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. O Brasil lidera a competição de forma isolada com 21 pontos.

 

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) publicou em suas redes sociais que o árbitro encerrou a partida entre Brasil e Argentina e a partida está suspensa. O árbitro e um comissário da partida levarão um relatório à Comissão Disciplinar da Fifa, que determinará quais serão os próximos passos. "Estes procedimentos seguem estritamente as regulamentações vigentes", informou a entidade. "As Eliminatórias da Copa do Mundo são uma competição da Fifa. Todas as decisões que se tratam da sua organização e e o desenvolvimento são poderes exclusivos dessa instituição."

 

Em nota, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamentou profundamente o ocorrido. “A CBF defende a implementação dos mais rigorosos protocolos sanitários e os cumpre na sua integralidade. Porém ressalta que ficou absolutamente surpresa com o momento em que a ação da Agência Nacional da Vigilância Sanitária ocorreu, com a partida já tendo sido iniciada, visto que a Anvisa poderia ter exercido sua atividade de forma muito mais adequada nos vários momentos e dias anteriores ao jogo."

 

Na nota, a CBF informe que que em nenhum momento, o presidente interino da entidade, Ednaldo Rodrigues, ou outro dirigente da confederação, interferiu em qualquer "ponto relativo ao protocolo sanitário estabelecido pelas autoridades brasileiras para a entrada de pessoas no país". "O papel da CBF foi sempre na tentativa de promover o entendimento entre as entidades envolvidas para que os protocolos sanitários pudessem ser cumpridos a contento e o jogo fosse realizado.”

 

 

Posted On Segunda, 06 Setembro 2021 06:07 Escrito por