Por Júnior Moreira Bordalo
Grande parte das redes públicas já iniciou ou prevê retomar aulas presenciais nas próximas semanas, mas a variante Ômicron atrasará a volta às escolas em ao menos uma rede estadual (Tocantins) e de todos ou parte dos alunos de quatro capitais (Belo Horizonte, Manaus, Belém, São Luís), além de Teresina, que terá rodízio. No interior e em regiões metropolitanas, há adiamentos do ensino presencial para abril.
Apesar da escalada do coronavírus no País, especialistas apontam que a educação deve ser priorizada – a maioria dos governo não tem adotado restrições mais duras em relação a shows, festas e jogos de futebol, por exemplo. Pesquisas mostram que é possível reduzir o risco de transmissão com protocolos sanitários, como testagem e máscaras reforçadas. O Brasil foi um dos que ficaram mais tempo com colégios fechados, com grandes prejuízos de aprendizagem.
Em São Paulo e no Rio, por exemplo, as aulas presenciais voltam em fevereiro – isso vale para as redes municipal e estadual. Já o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), adiou a volta presencial das redes públicas e privada do dia 3 para o dia 14 nas turmas entre 5 a 11 anos, sob argumento de que é preciso avançar na vacinação e “proteger a saúde de alunos, familiares, professores e funcionários de instituições de ensino”.
O sindicato de trabalhadores da rede municipal havia pedido o adiamento. Já a entidade local de colégios particulares criticou. A prefeitura destacou ainda que vai pagar R$ 100 às crianças da rede pública, que vão ficar sem merenda.
Tocantins adiou do dia 1.º para o dia 14. Além da alta da covid, as enchentes foram apontadas como motivo. Segundo o secretário da Educação, Fábio Vaz, o ensino será prioridade, mas é preciso mais tempo para preparar a estrutura escolar, sobretudo em cidades menores. “Será feito diagnóstico em cada ciclo de ensino para definir o nível que o aluno está e serão oferecidos conteúdos para a recomposição”, diz ele, que descarta adiar de novo.
A diarista Vânia Lopes, de 50 anos, tem sentimento dividido sobre a ida do filho Geovanne, de 16. “A gente fica com medo, porque cada dia é um tipo de variante que está vindo’, conta ela, do Tocantins. “Mas voltar pra escola é melhor, porque aula presencial tem mais rendimento. Em casa, ele olhava na internet, tirava dúvidas e tudo, mas é complicado aprender”, conclui.
Os alunos de Belém retornam de forma gradual e escalonada nas próximas semanas. “A adoção do retorno gradual das aulas é necessária enquanto não se conclui o processo de imunização contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 anos”, escreveu o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) nas redes sociais.
Em Manaus, a rede municipal começa dia 7, no modelo online. No anúncio da decisão, a prefeitura disse seguir orientações dos órgãos de saúde e cuidar da segurança de todos.
São Luís empurrou a volta do dia 1.º para o dia 22, sob justificativa da covid e outras doenças gripais. Segundo informe da capital maranhense, a decisão foi tomada em conjunto com representantes da área da Saúde e do Ministério Público e o ano letivo será cumprido.
Em Teresina, o modelo será híbrido, a partir do dia 7. Segundo a secretaria local, é cedo para o retorno 100% presencial, pois crianças de 5 a 11 anos ainda não estão vacinadas.
Em algumas cidades, o adiamento foi por tempo ainda maior. Jaboatão dos Guararapes – segundo município mais populoso de Pernambuco – passou a volta presencial para abril.
A imunização do grupo de 5 a 11 anos começou quase um mês após o aval da Anvisa, por causa da resistência da gestão Jair Bolsonaro em iniciar a campanha na faixa etária. Júlia Ribeiro, porta-voz de educação da Unicef no Brasil, braço das Nações Unidas, defende que a vacinação não pode condicionar a volta às aulas. “É preciso que as escolas estejam preparadas para ir atrás das crianças que não conseguiram estar ou deixaram a escola na pandemia; que deixaram de aprender”, diz.
A epidemiologista Ethel Maciel diz que é possível pensar em volta escalonada, iniciando por adolescentes para esperar avanço da vacinação infantil, mas critica a falta de planejamento. “Não tivemos investimento, como Estados Unidos e Europa. Aqui o protocolo é verificar temperatura – e no pulso. O valor é quase zero, já que muitas crianças são assintomáticas. Além de estarmos até hoje com professores com máscaras de tecido. Se houvesse distribuição de máscaras melhores e testes, já melhoraria.”
Com a Ômicron ainda em alta, serão desafios o cancelamento de aulas das classes onde houver alunos infectados e o afastamento de professores doentes, o que já dificultou a manutenção de escolas abertas no Reino Unido e nos EUA.
No interior de SP, São Roque posterga início em uma semana
No interior paulista, São Roque postergou o início das aulas em uma semana, para 7 de fevereiro. “A data foi adiada a pedido da empresa responsável pela manutenção das escolas”, disse a prefeitura em postagem em canais oficiais no dia 25, atribuindo o adiamento a melhorias e reformas. Como o Estadão mostrou, São Roque era uma das 23 cidades do Estado que ainda não tinham retomado as aulas presenciais em outubro.
Em Brodowski, a 28 km de Ribeirão Preto, a secretária de Educação, Clea Posses, antecipou o recesso de abril, adiando o início das aulas de 1.º para 7 de fevereiro. “Na nossa cidade teve avanço muito grande da covid”, diz. “Nesses dias, tentaremos fazer convencimento dos pais da importância de vacinar.” / COLABORARAM ALINE RESKALLA, EVERTON SYLVESTRE E LAILTON COSTA, ESPECIAIS PARA O ESTADÃO
Outras nove pessoas ficaram feridas e cinco estão desaparecidas, além de 500 famílias desabrigadas
Com Agências
As pesadas chuvas que caíram em São Paulo desde a última sexta-feira deixaram até agora 18 mortos, incluindo sete crianças, de acordo com informações da Defesa Civil do Estado, depois que as tempestades causaram deslizamentos de terra e enchentes.
Outras nove pessoas ficaram feridas e cinco estão desaparecidas, além de 500 famílias desabrigadas.
O governador de São Paulo, João Doria, sobrevoou as áreas afetadas na tarde deste domingo e afirmou que o governo do estado irá liberar 15 milhões de reais para as cidades afetadas.
Na região metropolitana da capital, as cidades de Aruja, Francisco Morato, Embu das Artes e Franco da Rocha foram as mais afetadas pelas chuvas, que também atingiram pesadamente as cidades de Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Jau, Capivari, Montemor and Rafard, no interior do Estado.
Desde dezembro, as chuvas no Brasil já causaram alagamentos, deslizamentos e mortes no Nordeste e no Sudeste do país, especialmente na Bahia e em Minas Gerais, interrompendo estradas e deixando milhares de desabrigados.
As chuvas acima do esperado ameaçam atrasar as colheitas na região centro-oeste e causaram a suspensão das operações de mineração em Minas Gerais.
Em convenção, presidente do PL lembrou o mensalão, no qual foi condenado, e disse que o dirigente do PTB vive do fundo partidário
Com Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro não compareceu à convenção do PL, seu novo partido, realizada na manhã deste sábado, em Brasília. Foi representado pelo seu irmão, Renato Bolsonaro, a principal atração do evento, que tirou fotos com o pessoal do partido que compareceu e ficou sempre ao lado de Valdemar Costa Neto (como na foto acim), o presidente da legenda.
Valdemar disse que Renato foi o “grande responsável” pela filiação de Bolsonaro ao partido.
No discurso na pequena sala da sede do partido, Valdemar falou que não existe terceira via, que Bolsonaro vai herdar os votos de Sergio Moro no segundo turno – na disputa contra Lula – e lembrou sua condenação no mensalão e fez duros ataques a Roberto Jefferson, presidente de honra do PTB. Foi Jefferson quem denunciou aquele esquema de corrupção e que culminou com a condenação e prisão de Valdemar e outros políticos.
Valdemar disse que Jefferson “vive do fundo partidário”, entre outras críticas. Ele discursava em pé, ao lado de Renato Bolsonaro e dirigentes da legenda. Ele disse ainda que Jefferson irá tomar o partido da atual presidente, Graciela Nienov, colocada no comando da legenda pelo próprio dirigente.
O PTB se reaproximou recentemente de Jair Bolsonaro e está filiando bolsonaristas. Jefferson pretende disputar uma vaga no Senado na chapa de apoio a Bolsonaro no Rio.
O presidente do PL criticou também o ex-ministro Joaquim Barbosa, do STF, que relatou o caso do mensalão no tribunal. Valdemar disse que Barbosa articulou para condená-lo.
Na sua fala, Valdemar estimou que o PL deverá fazer 15 senadores e 60 deputados nas eleições e que perderá apenas para o PT na Câmara. Será a segunda maior bancada.
O dirigente do PL disse ainda que o PL terá direito a 40 inserções partidárias em horário nobre, no “intervalo da novela da Globo”, e que usará o espaço para fazer propaganda de ações do governo.
Ele disse que não existe terceira via e que os votos de Sergio Moro seguirão para Bolsonaro no segundo turno, se houver.
“Eleitor do Moro não vota no PT” – disse Valdemar.
Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 vem acompanhando os trabalhos de “tecelagem” das colchas de retalhos para as eleições estaduais de outubro e, como já havíamos falado antes, o clã dos Abreu vem desenvolvendo um trabalho em duas frentes em busca da reeleição da senadora Kátia Abreu, mas que, com o desenrolar dos fatos, acabou incluindo, também, seu filho, senador Irajá Abreu. Ou seja, a colcha dos Abreu será uma das maiores já vistas na história política do Tocantins. Resta saber sobre a resistência e a capacidade de “cobertura” dessa colcha.
Quem entende de costura sabe o que é uma “trama”. A trama é um dos componentes básicos usados na tecelagem, usado para transformar linha ou fio em tecido. Pode referir-se também ao espaçamento entre os fios que constituem o tecido: uma trama menor significa fios menos espaçados entre si; uma trama maior significa fios mais espaçados entre si. Ou seja, a trama é a principal responsável pela força do tecido e do que é feito com ele.
Logo, podemos chamara a confecção da colcha de retalhos do clã dos Abreu de “trama”, com o mesmo sentido de “plano”, “planejamento”. A metáfora, aliás, é perfeita!
A trama do clã dos Abreu envolve duas possibilidades: a formação de uma colcha de retalhos para apoiar o governador em exercício, Wanderlei Barbosa, à reeleição, tendo Kátia Abreu como candidata à reeleição ao Senado, ou a formação de uma chapa com o senador Irajá Abreu candidato ao governo, tendo Kátia como candidata à deputada federal.
Até uma reunião de 15 deputados estaduais já foi realizada para discutir o convite do clã dos Abreu para fazer parte da colcha de retalhos, mas defenderam que a conversa teria que ser com todos juntos, não individualmente, como tem feito Irajá, apesar dessas reuniões ocorrerem sempre de forma cordial, buscando uma aproximação com os deputados estaduais, sem citar composições ou imposições de apoio.
POSSIBILIDADE REAL, CASAMENTO DESFEITO
E desses deputados, os que já conversaram com Irajá confirmaram que ele cogita, sim, se candidatar ao governo, apesar de afirmar que “não está na política para ser plano B”.
Mas, o fato é que a possibilidade do “plano B”, com Irajá para o governo e Kátia para deputada federal está na mesa de discussões e é considerado “plausível”. Afinal, Irajá é um político sério, membro da mesa-diretora do Senado, como primeiro-secretário, discreto, porém astuto.
Em meados de setembro de 2021, por exemplo, Irajá fez um giro pelo Estado, conversando com vereadores de todos os segmentos partidários e com prefeitos de sua base política, sem que nenhuma publicidade tenha sido dada a esses fatos.
Mais para o fim de 2021, o giro de Irajá foi na região do Bico do Papagaio, desta vez, acompanhado pelo pré-candidato ao governo, Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína, que apoiou sua eleição ao Senado, deixando de lado o amigo de longa data, César Halum (ato conhecido na política como “trairagem”, pois Halum passou seu mandato de deputado federal enchendo os cofres de Araguaína com verbas federais, frutos de emendas impositivas de sua autoria, para, no fim, ser “trocado” por Irajá). O apoio de Dimas foi determinante para a eleição de Irajá ao Senado, por isso, Irajá levou para esses encontros o empresário Edson Tabocão que, em algum momento de 2021 foi convencido pelo clã dos Abreu a entrar na vida política e é, hoje, cotado para ser o candidato a vice-governador seja no “plano A”, seja no “plano B”.
A questão é que “pau que dá em Chico, dá em Francisco”. Tudo caminhava bem na trama da aliança entre o clã dos Abreu e Ronaldo Dimas, quando eis que acontece o afastamento do governador Mauro Carlesse pelo STJ.
De imediato, Wanderlei Barbosa assume o governo e o Palácio Araguaia passa a agir como um ímã para os Abreus. Tudo o que já estava “costurado” até Araguaína, foi desfeito e reaproveitado para costurar um “tapete vermelho” até a sede do governo estadual, em Palmas.
Ronaldo Dimas foi “deixado no altar”, e o “noivo” da vez passou a ser Wanderlei Barbosa, afinal, teimar em uma pré-candidatura que, com dois anos de caminhada não decolou, seria muita cegueira política para dois senadores.
Ex-prefeito de Araguaina Ronaldo Dimas
E eis que surgem, juntos e cheios de “amabilidades”, Kátia, Irajá e Edson Tabocão, em pleno gabinete do governador Wanderlei Barbosa, declarando todo seu “amor” e apoio político ao novo chefe do Executivo estadual que, por acaso, está sem partido para concorrer às eleições de outubro.
Obviamente, a primeira questão a ser resolvida era o fato de Wanderlei Barbosa contar com o apoio da maioria dos deputados estaduais, enquanto que, nos últimos quatro anos, aos Abreus se mantiveram distantes dos parlamentares da Assembleia Legislativa sendo, em sua campanha, Irajá tentou emplacar uma “chapinha” composta só por candidatos sem mandato, ignorando muitos dos atuais deputados estaduais.
A “chapinha” de Irajá não elegeu ninguém, logo, não causou nenhuma baixa nos atuais parlamentares, o que abriu a possibilidade de diálogo entre as partes, como vem acontecendo com cuidado cirúrgico para não melindrar ninguém, pois os bastidores indicam que todos os deputados estaduais estão com o pé atrás com os Abreus, pela desconfiança de que eles já teriam prontas suas chapas de federal e estadual, sobrando pouco espaço para os “novos amigos”.
Ou seja, independente da trama, do tamanho e da cor, resta saber se a colcha de retalho dos Abreus terá a forma de “Titanic” ou de “Arca de Noé”, e será suficientemente forte para dar abrigo a todos os que estão sendo “chamados para o time”.
O FATOR “SE” NO FUTURO POLÍTICO DE KÁTIA ABREU
Paulo Mourão e Katia Abreu
O folclore brasileiro diz que “o ‘se’ não existe”, para avaliar expressões como “ah, se ela gostasse de mim” ou “se eu não tivesse feito aquilo”, ou seja, não adianta “chorar o leite derramado”.
Mas os “ses” que vão se interpor no caminha da senadora Kátia Abreu são muitos e, ao contrário da sabedoria popular, podem, sim, existir, e influenciar muito em seu futuro político, pois se referem a situações que ainda vão acontecer.
E serão muitos, por exemplo, como serão as tratativas dos deputados estaduais com o governador em exercício, Wanderlei Barbosa. SE eles optarem por manter o distanciamento político com o clã dos Abreu, é bem provável que o governador opte por manter os laços com sua base política.
Como será a forma e o modelo com que Kátia Abreu irá conduzir, no Tocantins, a composição do palanque presidencial de Lula, SE o PT viver um imbróglio político com a candidatura natimorta de Paulo Mourão ao governo do Estado, que nunca decolou e que não agrada aos demais membros do diretório estadual. Tudo depende SE Célio Moura vai seguir as orientações da cúpula nacional ou da estadual, SE Paulo Mourão vai renunciar à sua candidatura, aceitando ser candidato, apenas, a deputado federal e SE o diretório estadual aceitará essa hipótese.
Em outra hipótese, o posicionamento de Kátia Abreu dependerá, também, SE o PSD de Irajá Abreu irá compor Federação Partidária com o PT. SE os diretórios estaduais do PSD aceitarão essa composição. SE o PSD decidir ter uma candidatura própria à Presidência da República e, finalmente, o “se” mais importante, pois depende exclusivamente da própria senadora, SE Kátia Abreu aceitaria, nesse “plano B”, com Irajá candidato ao governo, se candidatar apenas à deputada federal.
Certamente, será preciso uma trama muito forte nessa colcha de retalhos em formação pelo clã dos Abreu, pois, no fim, apesar de toda essa composição, todo esse planejamento e toda essa movimentação política que ele pode provocar, essa colcha terá uma única finalidade: manter Kátia Abreu na vida Pública.
O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DOS VOTOS
O grande desafio da senadora Kátia Abreu será, além dessa trama fortíssima para compor a sua colcha de retalhos, conseguir os 170 mil votos que foram colocados como necessários para sua eleição, para os deputados estaduais que estiveram reunidos com Irajá Abreu. Segundo as contas do clã, esse número seria suficiente para elegê-la deputada federal, o que seria suficiente para “levar mais um” do grupo que compuser com eles (note-se que de plano B, a candidatura de Irajá Abreu ao governo do Estado está sendo tratada 100% como plano A).
Em sua primeira candidatura ao Senado, o Ibope publicou pesquisa colocando a senadora com 25 pontos percentuais à frente de Eduardo Gomes, o que representava uma diferença aproximada de 250.000 votos. Com a abertura das urnas o resultado foi uma diferença de 5.932 votos, ou 0,87%: Kátia Abreu - 282.052 - 41,64%; Eduardo Gomes - 276.120 - 40,77%. Diferença: 5.932 - 0,87%.
Em 2018, na primeira eleição sem o apoio de Siqueira Campos ou de Marcelo Miranda, Kátia conheceu seu verdadeiro tamanho político, ficou em quarto lugar na disputa pelo governo do Estado. Carlesse - 174.275; Vicentinho - 127.758; Amastha - 123.103 e Kátia Abreu - 90.033 votos.
Resta saber onde Kátia pretende levantar esses 170 mil votos, após essa avaliação dos eleitores de todo o Estado quanto á sua pretensão de ser governadora. Ou ela vai ter que trabalhar muito para não sofrer uma grande decepção, ou promove, sabe-se lá como, um “milagre da multiplicação dos votos”, coisa que nunca se viu na política nacional, muito menos na tocantinense.
Ou ela tem um ás na manga, ou a informação dos 170 mil votos é a primeira fake news oficial desta sucessão estadual...
Os bastidores da fusão entre o DEM e o PSL estão fervendo em Brasília, conforme apurou o Observatório Político de O Paralelo 13. O União Brasil, como se chamará o novo partido surgido da união das duas legendas e já com parecer favorável do Ministério Público Eleitoral, aguardando para ir a julgamento no Pleno do TSE, provavelmente, até meados de fevereiro.
Por Edson Rodrigues
A questão se concentra na insistência de Luciano Bivar, deputado federal e presidente nacional do PSL, em convidar o ex-juiz Sergio Moro para ser o candidato á presidência da República pelo União Brasil. Moro é filiado ao Podemos e para ser candidato pelo novo partido, formado pela fusão do DEM com o PSL, ou seria necessária uma Federação Partidária entre as legendas.
O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou que o partido não negocia a migração do ex-juiz federal Sergio Moro para o União Brasil. "Não existem conversas entre partidos. O que existe é um convite de um partido", disse o parlamentar em referência às articulações de setores do União para trazer Moro à. O objetivo é ter Moro como candidato à Presidência pelo partido e fortalecê-lo como principal nome da chamada terceira via.
UM QUER, OUTRO NÃO
Enquanto Moro é colocado como solução para a terceira via pelos partidos de centro-direita, o presidente nacional do DEM, ACM Neto, teme rivalizar com Lula e perder para Jaques Wagner o governo da Bahia, enquanto o governador de Goiás, Ronaldo Caiado ainda acredita na reeleição de Jair Bolsonaro.
Ou seja, enquanto o PSL deseja partir para uma terceira via e se desvencilhar de Bolsonaro, o DEM está cheio de questões internas que são desfavoráveis e discordantes em relação a Moro e até ao posicionamento entre Lula e Bolsonaro.
Em conversas internas da União Brasil, Luciano Bivar perdeu a paciência sobre a resistência de ACM Neto e Ronaldo Caiado à filiação de Sergio Moro. O cacique deixou claro que, para ele, o ex-juiz é o único caminho viável em 2022.
“É isso ou filiamos o Geraldo Alckmin para ser vice do Lula?”, ironizou, segundo um interlocutor.
Bivar e outros aliados avaliam que o novo partido, cuja homologação sairá em fevereiro, não pode ficar parado por impasses pontuais em dois estados ou perderá o timing para a disputa nacional.
FUSÃO AMEAÇADA
Segundo o apurado pelo Observatório Político de O Paralelo 13, até mesmo a fusão entre DEM e PSL pode não sair, por conta dessas desavenças.
A avaliação do DEM é que Bivar está insistindo em Moro porque quer ser candidato a vice-presidente. Em relação à filiação de Moro, o presidente da União conta com o apoio de grande parte do PSL, que, diante dos problemas com o DEM, já não vê tanta vantagem na fusão.
Já o DEM não quer passar de partido importante para mera “barriga de aluguel” neste primeiro momento de fusão com o PSL e, segundo informações que chegaram ao nosso Observatório Político, não está descartada uma debandada de deputados federais, governadores, dezenas de deputados estaduais e centenas de prefeitos e vereadores, assim como dos pré-candidatos a governador, deputado federal ou estadual pela primeira vez, caso seja confirmada a chegada de Moro, ou tocar o barco como tudo está, sem fusão com o PSL.
Pode ser a reprise daquele famoso filme “A volta dos que não foram”....
Vamos aguardar!