Nenhum Estado brasileiro publica informações completas sobre destino de emendas parlamentares estaduais, segundo ranking inédito divulgado hoje pela ONG Transparência Internacional–Brasil. Desde o ano passado, o Estadão revela o repasse de recursos públicos no âmbito federal distribuídos por emendas de relator do Orçamento no Congresso, sem critérios técnicos, para garantir apoio de parlamentares ao Palácio do Planalto.
Por Beatriz Bulla
Os dados da Transparência Internacional mostram que, nos Estados, os maiores desafios para garantir transparência e boa governança se concentram justamente na questão financeira e orçamentária.
Além da falta de informação completa sobre as emendas, os Estados brasileiros também falham em informar sobre incentivos fiscais – “áreas de risco mais elevado para corrupção, privilégios e prejuízos aos cofres públicos”, de acordo com a Transparência Internacional.
“Achamos importante focar no aspecto orçamentário e financeiro, especialmente por conta de, nos últimos dois anos, vermos a prática mais exacerbada no Congresso Nacional do orçamento secreto. Tínhamos a preocupação de que essa prática se repetisse em alguns Estados”, disse Michael Mohallem, consultor sênior da Transparência Internacional–Brasil. “Vemos ainda uma falta de transparência grande na forma como os Executivos estaduais lidam com a execução de emendas nos seus orçamentos”, destacou. “É fundamental que a sociedade conheça o beneficiado, a cidade beneficiada (por repasses).”
O Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP) mediu dados de transparência e governança nos 26 Estados e no Distrito Federal. A Transparência Orçamentária e Fiscal é uma das oito dimensões avaliadas, que incluem análise sobre marcos legais, plataformas, administração e governança, transformação digital, comunicação, participação e dados abertos. Cada um dos tópicos se desdobra em várias avaliações, que somam 84 critérios no total.
Espírito Santo
O Estado mais bem avaliado foi o Espírito Santo, com nota geral de 90,4. O pior foi o Acre (26,7 pontos). São Paulo ficou em 12.º lugar, com nota 67,3.
Só cinco Estados disponibilizam dados para acompanhamento de obras públicas, com informações que incluem contratos, responsáveis pela obra e duração prevista. São eles: Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Rondônia.
A ONG também analisa a disponibilização de informações como agenda diária dos governadores, a existência de critérios técnicos para ocupação de cargos comissionados, entre outros. No caso das emendas, o levantamento questiona se o Estado divulga valor, nome do parlamentar e partido, órgão de destino, data de liberação, objeto, beneficiário, entre outros. Nenhum Estado recebeu a nota máxima nesta pergunta e 15 receberam a nota mínima.
Para Mohallem, dez anos após a criação da Lei de Acesso à Informação, a “burocracia estatal internalizou boa parte” das rotinas de transparência dos dados públicos. Segundo le, a análise mostra que há avanços que podem ser feitos por Estados voluntariamente, ainda que não exista lei federal que exija o compromisso.
O consultor citou, por exemplo, o debate sobre transparência das atividades de lobby – projeto em discussão no Congresso. Conforme o levantamento, apenas dois Estados (Espírito Santo e Minas Gerais) têm alguma regulamentação para divulgar a relação entre lobby e governo.
Estado tem mais da metade dos municípios em situação de emergência
Por Alex Rodrigues
As fortes chuvas que voltaram a atingir parte do estado de Alagoas nos últimos dias já deixaram cerca de 56 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas. No primeiro caso, são famílias inteiras cujas residências foram afetadas pela força das águas e que, sem ter para onde ir, viram-se forçadas a buscar abrigo em locais improvisados pelo Poder Público. Desalojadas são as pessoas que se hospedaram com amigos, parentes, vizinhos ou em estabelecimentos pagos com seus próprios recursos.
Nesta tarde, o governador Paulo Dantas informou em sua conta no Twitter que mais da metade das 102 cidades alagoanas está em situação de emergência. “Me reuni com os 56 municípios que entraram no Decreto de Emergência para falar sobre as ações prioritárias”, escreveu Dantas.
Parte dessas cidades decretou situação de emergência antes mesmo das chuvas dos últimos dias, pois o estado já tinha sido atingid0oa por fortes chuvas em maio e junho. Nesta segunda-feira (4), o governo federal, que já havia reconhecido a condição de emergência em 23 municípios anteriormente afetados, reconheceu os decretos de mais 15 localidades que, com isso, poderão pedir recursos federais para ações de socorro e assistência humanitária.
Os ministros do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, e da Cidadania, Ronaldo Bento, visitaram Alagoas nesta segunda-feira. Acompanhados de integrantes da Defesa Civil nacional, os ministros recomendaram atenção aos sinais de perigo, como alta do nível de rios; movimentações do solo encharcado e trincas ou estalos em paredes de imóveis e muros.
“As medidas de autoproteção têm que ser mantidas e as pessoas têm que estar alertas aos comunicados das autoridades locais”, disse Ferreira. “As fortes chuvas [dos últimos dias] arrefeceram, mas ainda há previsão de mais chuvas para as próximas horas. Todos os mananciais estão cheios e ainda há riscos tanto de deslizamentos, quanto de transbordamento de mananciais”, acrescentou o ministro.
De acordo com Ferreira, não faltarão recursos orçamentários para a Defesa Civil nacional auxiliar os municípios que pedirem ajuda. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, só para Alagoas, já foram liberados neste ano R$ 20,4 milhões para investimentos em ações de resposta a desastres naturais.
Já o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, anunciou que o governo federal vai antecipar o pagamento do benefício de prestação continuada (BPC) a 112 mil famílias alagoanas.
Servidores do Ministério da Saúde e membros das Forças Armadas e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram mobilizados para auxiliar os órgãos estaduais a prestar socorro e assistência humanitária às pessoas afetadas. Uma equipe técnica do Ministério da Cidadania, responsável pela coordenação do Sistema Único de Assistência Social, também foi enviada ao estado para ajudar na gestão de alojamentos provisórios para as famílias desabrigadas e na compra de insumos básicos.
De acordo com o órgão, as mudanças abrangem o atendimento presencial e eletrônico em todos os postos do País
Por Wellton Máximo
A partir desta segunda-feira, 4, os trabalhadores, aposentados e pensionistas que forem às agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terão novas regras de atendimento. As mudanças abrangem horários de abertura ao público, tipo de agendamento, o direito a acompanhante, a entrega de documentos e a validade de carteiras de identidade antigas.
As mudanças constam da Portaria 1.027, publicada na última quarta-feira, 29 no Diário Oficial da União. As novas normas oficializam regulamentação feita em agosto de 2021.
As agências deverão funcionar por 12 horas diárias, com o horário de abertura fixado entre as 6h30 e as 10h. No entanto, o horário de atendimento ao público em geral deverá começar entre as 7h e as 8h, funcionando por seis horas diárias ininterruptas. O horário da tarde será dedicado a perícias médicas agendadas e a outros atendimentos internos.
Identificação
A portaria regulamentou a identificação para o público externo entrar na agência. O segurado deve apresentar documento oficial com foto. Doentes e pessoas a partir de 60 anos podem apresentar a carteira de identidade, que deve ser aceita pelo servidor mesmo com rasuras.
A nova norma pretende diminuir o número de acompanhantes nos postos de atendimento. Apenas segurados com deficiência auditiva terão direito de entrar com acompanhante. Nas demais situações, caberá ao servidor responsável pelo atendimento decidir sobre a presença de mais uma pessoa no recinto.
Entrega de documentos
O Artigo 24 da portaria dispensa a exigência de procuração nas entregas simples de documentos nas agências do INSS. No entanto, a procuração (ou algum documento legal que comprove a representação) será pedida caso o representante tiver de se manifestar sobre o cumprimento de alguma exigência.
Nos processos de justificações administrativas, quando o segurado apresenta testemunhas com valor de prova, a agência deverá fornecer um servidor exclusivo para o atendimento. Ao marcar os depoimentos, o funcionário deverá informar se a testemunha depõe por determinação administrativa ou judicial.
Agendamento
A norma reintroduziu o agendamento prévio em quase todas as situações, para atendimento nas agências. O segurado poderá agendar a visita no aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135, recebendo uma senha ao chegar à agência no dia e na hora marcados. Os casos mais complexos ou que não possam ser resolvidos de forma remota podem ser agendados na Central 135 ou excepcionalmente nas agências, na modalidade "atendimento específico".
O atendimento específico será autorizado nas seguintes situações:
Impossibilidade de informação ou de conclusão do pedido pelos canais remotos;
Quando a Central 135 não puder atender à demanda e houver orientação para que o operador mande o interessado a uma agência;
Recursos pedidos por empresas;
Pedido de contestação de Nexos Técnicos Previdenciários (NTEP);
Ciência do cidadão referente à necessidade de inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico);
Reativação do Benefício de Prestação Continuada (BPC), após atualização do CadÚnico;
Desde o início de março, as agências do INSS estavam atendendo o público sem a necessidade de agendamento. Em março de 2020, o atendimento presencial foi suspenso por causa da pandemia de covid-19. No fim de 2020, os postos do INSS voltaram a atender o público, mas com marcação prévia.
Publicitário alegou que foi procurado pela legenda para entregar R$ 6 milhões a empresário que chantageava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Da CNN Brasil
O publicitário Marcos Valério declarou em sua delação à Polícia Federal (PF) que era administrador de um caixa clandestino com R$ 100 milhões que pertencia ao Partido dos Trabalhadores (PT). As informações foram publicadas neste domingo (3) pela site da revista “Veja”.
Em 2005, Valério teria sido procurado pela legenda para entregar R$ 6 milhões do montante ao empresário Ronan Maria Pinto, que chantageava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para contar detalhes sobre a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), em 2002.
“Eu simplesmente, eu tinha muito mais que os seis milhões na mão deles, eu tinha umas dez vezes mais que isso na mão, então, pagar os 6 milhões não era o problema”, alegou Valério.
“Se eu não tivesse rastreado tudo isso, e não tivesse chegado a essa conclusão, eu teria feito, gente. Por que que eu não ia fazer? Eu tinha mais de 100 milhões deles na mão”, continuou Valério.
O PT foi procurado pela CNN, que aguarda posicionamento.
Na última sexta-feira (1º), a “Veja” também realizou uma reportagem sobre uma suposta relação de petistas com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A autenticidade do depoimento à Polícia Federal foi confirmada pela CNN.
O caso em questão é o mesmo noticiado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” em 2018. A delação premiada foi homologada pelo ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.
O processo foi enviado na sexta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF e está sob responsabilidade do ministro Nunes Marques.
No depoimento, Valério afirmou que o ex-secretário-geral Sílvio Pereira lhe disse que Ronan Maria Pinto ameaçava revelar que o PT recebia dinheiro de empresas ônibus, de operadores de transporte clandestino e de bingos, que lavavam dinheiro para o PCC. O dinheiro financiaria campanhas do PT ilegalmente.
Valério proferiu que Celso Daniel havia montado um dossiê com os nomes de petistas que estavam recebendo financiamentos ilegais, que não teria sido encontrado após sua morte.
Ainda de acordo com o publicitário, após o assassinato de Daniel, o PT fez uma “limpa” e afastou integrantes que tinham ligações com o crime organizado.
Valério foi condenado a 37 anos de prisão no processo do mensalão. De acordo com a Justiça, ele atuou como operador de pagamentos a parlamentares que teriam negociado apoio ao governo Lula no Congresso durante o primeiro mandato do ex-presidente.
Cinco procedimentos de amigdalectomias foram feitas no último fim de semana
Por Laiany Alves
O serviço de Otorrinolaringologia é retomado no Hospital Regional de Augustinópolis (HRAUG), no Bico do Papagaio. A população da região passa a contar com consultas e cirurgias nesta especialidade. Cinco cirurgias de amigdalectomia foram realizadas de 1 a 3 de julho, com pacientes regulados pela Central Estadual de Regulação, obedecendo a fila de espera por estes procedimentos eletivos.
Segundo a diretora geral do HRAUG, Cristiane Uchoa, “o serviço estava suspenso por falta de profissional especialista, que recentemente, foi contratado, graças ao esforço da Gestão Estadual em manter e reabrir serviços especializados. A inclusão desse profissional no rol de nossa unidade garante a prestação de assistência especializada aos usuários na região Bico do Papagaio, melhorando o atendimento dos nossos usuários”, disse.
Uma das pacientes beneficiadas é Ludemilla Santos Almeida, 23 anos, moradora de Ananás, que disse passar bem após o procedimento cirúrgico e está agradecida por todo atendimento recebido no hospital. “Estou feliz em ter sido atendida e agora é só ir pra casa para a recuperação total”, afirmou.
Dados
O Estado do Tocantins encerrou o primeiro semestre de 2022 com 4.111 cirurgias eletivas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O número expressivo supera a produção total de 2021 (2.729), 2020 (2.626) e 2018 (4.110). A média de produção prevê a superação também de 2019, quando se iniciou o Programa de Aprimoramento da Gestão Hospitalar (PAGH-Cirúrgico), conhecido como 'Opera Tocantins', e foram realizadas 5.844.
Dados da Central Estadual de Regulação, por meio do Sistema de Gerenciamento de Fila de Espera (SIGLE), apontam ainda que nos últimos nove meses, foram realizadas 5.303 cirurgias eletivas, média recorde dos últimos seis anos.