O Observatório Político de O Paralelo 13 fez vários alertas e foi insistente que, em caso de derrota nas eleições de ontem, alguns políticos tocantinenses fariam parte “de corpo presente” de um sepultamento coletivo, caso suas candidaturas não terminassem em vitória. E foi exatamente isso que aconteceu.
Por Edson Rodrigues
Ante ao poderio da candidatura do governador Wanderlei Barbosa à reeleição, ao lado da deputada federal Dorinha Seabra ao Senado, alguns dos políticos mais tradicionais – e alguns da nova leva, também – acabaram sucumbindo, tomando decisões errôneas e, a partir de hoje passam a trazer em seus currículos uma derrota acachapante, difícil de ser ignorada pelos eleitores nos próximos pleitos e, principalmente, muito difícil de ser explicada.
Wanderelei Barbos com o pai Fenelon o vice Laurez Moreira e a senadora eleita Professora Dorina Seabra
Wanderlei Barbosa, em uma jogada de mestre, montou uma estrutura de campanha e um grupo político repleto de bons nomes. Juntou-se a Laurez Moreira, seu candidato a vice-governador e à Dorinha Seabra como candidata a senadora. Por trás dessa chapa majoritária, estavam vários bons nomes a deputado federal e estadual, com penetração em todas as regiões do Estado, configurando um aglomerado político muito difícil de ser batido.
O grupo era tão bom, que atraiu a atenção da senadora Kátia Abreu e de seu filho, o também senador Irajá Abreu. Kátia chegou a dar declarações à imprensa elogiando o trabalho de Wanderlei Barbosa, participou de cerimônias e eventos palacianos e, realmente, chegou a ser cogitada pelo grupo político.
MOVIMENTOS ESTRANHOS
Mas, eis que Irajá Abreu, primeiro, resolve apoiar a candidatura do deputado federal Osires Damaso ao governo. Um movimento estranho, que causou um estremecimento no relacionamento de Kátia Abreu com o grupo palaciano.
Kátia Abreu em encontro Político com Osires Damaso
Kátia já não contava com a simpatia unânime dentro do Palácio Araguaia e, quando Irajá Abreu resolveu, em uma convenção partidária realizada em Lavandeira, um dos menores colégios eleitorais do Estado, longe da imprensa e das cúpulas dos partidos, lançar a si próprio como candidato ao governo, deixando Osires Damaso em maus lençóis, Kátia Abreu se viu sem nenhuma “moeda de troca” para barganhar com o grupo palaciano que, de imediato, resolveu apoiar Dorinha Seabra ao Senado.
Os movimentos de Irajá Abreu foram estranhos por dois motivos: primeiro, ele só se elegeu senador por conta do prestígio de sua mãe. Segundo, sem nenhum grupo político definido ou grandes lideranças a apoiá-lo, revelou-se candidato ao governo depois de declarar seu próprio apoio a um candidato.
De uma tacada só, Irajá Abreu prejudicou sua mãe – muitos chamam isso de traição –, praticamente forçou Osires Damaso a desistir de sua candidatura ao governo, e colocou a si próprio em situação delicada, pois claramente não reunia nem experiência política nem um grupo de apoio, com partidos e lideranças políticas, necessários para uma empreitada tão audaciosa.
MAIS MOVIMENTOS ESTRANHOS
Kátia Abreu em fala de apoio a Marcelo Miranda e Dulce Miranda
Depois de ter o caminho de sua derrota política pavimentado pelo seu próprio filho, Kátia Abreu se viu “no mato sem cachorro”, com pouco tempo para mudar suas estratégias e reinventar sua candidatura à reeleição.
Mas, a solução escolhida por ela passava por outro movimento estranho aos eleitores e acabou naufragando, levando junto um dos políticos mais carismáticos do Tocantins e, de lambuja, sua esposa.
A união impensável entre o ex-governador Marcelo Miranda e sua esposa, deputada federal Dulce Miranda com Kátia Abreu surpreendeu a todos no meio político. Primeiro porque Kátia já tinha uma grande rejeição entre os deputados estaduais e, segundo, porque o próprio Marcelo Miranda, por várias e várias vezes, havia afirmado que jamais estaria em um mesmo palanque político que Kátia Abreu.
Não se sabe o quanto a ausência do saudoso Dr. Brito Miranda, que jamais perdeu uma eleição no Tocantins, teve reflexos nos caminhos escolhidos por Marcelo Miranda, mas, certamente, faltou orientação e coerência, e o resultado não poderia ser outra: Kátia Abreu, Marcelo Miranda e Dulce Miranda não se elegeram, e vãos e juntar à “família” Dimas, Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína e candidato a governador, e Tiago Dimas, candidato à reeleição como deputado federal, que também sofreram derrotas desmoralizantes.
Tudo dentro do que foi previsto pelo nosso Observatório Político.
PROFESSOR DE DEUS
Ex-prefeito Ronaldo Dimas o derrotado
Ronaldo Dimas, aliás, é um caso exemplar de “murro em ponta de faca”. Considerado um dos melhores prefeitos da história de Araguaína, com administrações que trouxeram desenvolvimento e melhores condições de vida à população da cidade – tanto que conseguiu eleger seu sucessor e boa parte da Câmara de Vereadores – Dimas parece que deixou o sucesso subir à cabeça.
Essa é a única explicação plausível para que ele tenha imposto sua candidatura para o governo ao seu grupo político, mesmo que isso significasse contrariar prefeitos dos 11 maiores colégios eleitorais do Tocantins, que queriam o senador Eduardo Gomes como candidato.
Dimas “bateu o pé” e Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, para evitar um “racha’ no grupo político, resolveu não só apoiar, mas coordenar a campanha do ex-prefeito de Araguaína.
Senador Eduardo Gomes com o presidente Jair Bolsonaro
Eduardo Gomes trabalhou ininterruptamente para tentar transferir seu prestígio a Ronaldo Dimas, tanto que conseguiu apoio dos prefeitos de Gurupi, Josi Nunes, e de Paraíso do Tocantins, Celsim Morais, além de colocar uma ótima infraestrutura de campanha à disposição do seu candidato, trazendo, também, diversos bons nomes para as chapas proporcionais e, em um último esforço, o presidente Jair Bolsonaro, que esticou uma motociata do estado do Maranhão até a região do Bico do Papagaio, onde pediu votos para Dimas.
Mas a arrogância de Ronaldo Dimas e seu jeito de “professor de Deus”, não foram bem recebidos nem em seu grupo político nem no eleitorado tocantinense.
Na verdade, a candidatura de Dimas nunca chegou a decolar, ficando presa ao solo pelo peso do seu ego, que acabou tendo reflexos na vida política do seu filho, Tiago Dimas, que não conseguiu se reeleger deputado federal.
ELEITORADO DEU A SENTENÇA
Por fim, como em toda eleição, coube aos eleitores julgar o comportamento, as propostas e as atitudes dos candidatos que concorreram à uma vaga de governador, uma de senador, oito de deputado federal e 24 de deputado estadual.
E a sentença foi dura. Ficou que o povo julgou estar trabalhando direito, entrou que os eleitores acharam que mereciam uma chance e ficaram de fora os que provocaram dúvidas, trouxeram incertezas e demonstraram comportamentos incertos ou estranhos aos seus olhos.
Kátia e Irajá Abreu, Ronaldo Dimas, Tiago Dimas, Marcelo e Dulce Miranda são apenas os nomes mais conhecidos dos derrotados, mas, sabemos, muitos outros nomes tradicionais da política tocantinense também ficaram de fora, engrossando a fila do “sepultamento político coletivo”.
Irajá Abreu e Kátia Abreu mãe e filho - Marcelo Miranda e Dulce Miranda, marido e esposa
Foram derrotas duras e amargas, difíceis de serem digeridas e revertidas, mas todos os que possuem históricos de serviços prestados ao Tocantins, apesar deste sepultamento político, ainda têm condições de se repaginar, se reinventar e recomeçar suas carreiras. Mas, antes disso, precisam calçar as “sandálias da humildade”, repensar suas atitudes e fazer uma profunda reflexão, em busca das respostas sobre o que fizeram ou estão fazendo de errado, que os levou a serem rejeitados pelos eleitores.
Como dizia o saudoso Tancredo Neves, “fazer política tem a ver com amor e servir ao povo, não a si próprio”.
Fica a dica!
O presidente da Assembleia Legislativa foi eleito em primeiro lugar para Câmara dos Deputados com 63.326 votos. A grande surpresa foi a eleição do novato na política tocantinense Alexandre Guimarães, o terceiro mais votado, com 54.359 votos.
Da Redação
Apenas três dos oito deputados federais se reelegeram. Somente os deputados Vicentinho Junior, Carlos Gaguim e Eli Borges conseguiram permanecer na Câmara Federal.
Deputados federais eleitos:
Antonio Andrade REPUBLICANOS 7,67% 63.326
Vicentinho Junior PP 6,68% 55.102
Alexandre Guimarães REPUBLICANOS 6,59% 54.359
Carlos Gaguim UNIÃO 6,30% 51.991
Ricardo Ayres REPUBLICANOS 5,52% 45.553
Filipe Martins PL 4,38% 36.198
Eli Borges PL 4,26 35.125
Lázaro Botelho PP 1,65% 13.606
Resultado das urnas confirma a polarização da disputa eleitoral.No momento em que o TSE confirmou que haverá 2º turno, com 96,93% das urnas apuradas, Lula tinha 47,85% dos votos válidos, e Bolsonaro tinha 43,7%. A disputa ao Planalto será definida no dia 30
Com Agências
A confirmação de que haverá segundo turno foi anunciada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 21h25, quando 96,93% das urnas já tinham sido apuradas. Àquela altura, Lula tinha 47,85% dos votos válidos, e Bolsonaro 43,7% .
O candidato eleito em segundo turno toma posse no cargo no próximo dia 1º de janeiro, em cerimônia no Congresso Nacional. Desta vez, o mandato presidencial terá quatro dias a mais: uma reforma eleitoral aprovada em 2021 definiu que, em 2027, a posse presidencial será em 5 de janeiro.
A eleição presidencial de 2022 será decidida em segundo turno, disputado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) — após um primeiro turno com uma diferença mais apertada do que previam as principais pesquisas de intenção de voto.
No primeiro turno, com 96,93% das urnas apuradas, Lula (PT) estava em primeiro com 54.887.668 votos (47,85% do total dos votos válidos) e Bolsonaro, em segundo, tinha 50.117.086 votos (43,70%dos válidos) — o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já considerava, então, a eleição matematicamente encaminhada para um segundo turno.
Bolsonaro chega ao segundo turno com uma tarefa inédita na história eleitoral brasileira: ultrapassar o primeiro colocado e vencer a disputa.
Serão quase quatro semanas até a próxima votação, em 30/10.
Em entrevista coletiva realizada na noite deste domingo (2/10), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, comemorou o que classificou como uma eleição segura e transparente.
"Houve intercorrências, mas como houve em qualquer outra eleição. Chegamos ao final desse dia com a certeza de que a Justiça Eleitoral cumpriu sua missão constitucional de garantir segurança e transparência nas eleições", afirmou.
O ministro também disse que poderá haver acirramento político no segundo turno das eleições presidenciais, mas disse acreditar que "a era de ataque" à Justiça Eleitoral é coisa do "passado".
"O acirramento das candidaturas, das campanhas no segundo turno é o acirramento político e sendo assim não acredito que haja ataques maiores à justiça eleitoral já que a justiça eleitoral mostrou sua competência e transparência na apuração [...] acredito que a era de ataque à justiça eleitoral é passado", disse Alexandre de Moraes.
Há desafios para Bolsonaro, como a vantagem numérica de Lula no primeiro turno, alta rejeição do eleitorado, baixo potencial de atrair eleitores de outros candidatos, verba restrita para campanha e lenta recuperação da economia.
Por outro lado, especialistas afirmam que Bolsonaro deve conseguir atrair o apoio de diversos setores da direita que estavam pulverizados nos Estados e na disputa presidencial. E também ampliar a campanha negativa contra Lula e o PT baseada nos casos de corrupção e na pauta de costumes.
Casa tradicionalmente encarada como mais comedida, menos radicalizada e de perfil mais conciliador, o Senado terá feições mais bolsonaristas na próxima legislatura, apontam números já apurados pela Justiça Eleitoral neste domingo, dada a onda de candidatos eleitos tendo como principal cabo eleitoral o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que levou mais da metade das 27 vagas em jogo.
Por Maria Carolina Marcello e Eduardo Simões
A eleição de ex-ministros do atual governo para o Senado, como Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS), Damares Alves (Republicanos-DF) e Marcos Pontes (SP), além do vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e do ex-secretário de Bolsonaro, Jorge Seif (PL-SC), oferece, mais do que uma demonstração de força, uma constatação de que o bolsonarismo se consolida e cria raízes na política nacional.
"Extrema-direita muito forte no Brasil todo, surpreendeu sobretudo no Sudeste do país. O Senado, por exemplo, será bem conservador. Para o segundo turno, a eleição de Lula já não é mais tão provável. Bolsonaro chegará com muita força para a reeleição", avaliou o cientista político e professor do Insper, Carlos Melo.
Outros aliados do presidente conquistaram cadeiras no Senado. Esse é o caso de Magno Malta (PL-ES), Wilder Morais (PL-GO) e Hiran Gonçalves (PP-RR), além de Wellington Fagundes (PL-MT), Romário (PL-RJ) e Cleitinho (PSC-MG).
Há ainda os que não se identificam como apoiadores de Bolsonaro, mas alinham-se com bandeiras do presidente, caso do ex-aliado e hoje desafeto Sergio Moro (União-PR), eleito para o Senado.
Se antes a Casa era encarada como um freio de arrumação para pautas radicalizadas --sobretudo as relacionadas a pautas de costume, a flexibilizações ambientais, ou a grandes guinadas liberais-- é possível que seu perfil sofra alterações, dada a eleição, por ora, de mais de 15 nomes alinhados ao campo da direita, e três ligados à esquerda --Camilo Santana (PT-CE), Teresa Leitão (PT-PE) e Beto Faro (PT-PA)-- e um de centro-esquerda, o senador Otto Alencar (PSD-BA).
Ainda que o número de nomes ligados a Bolsonaro tenha ultrapassado o de candidatos defendidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a projeção é de que haja uma diluição em parte dessa onda na correlação de forças do Senado, uma vez que nas eleições deste ano apenas 1/3 das 81 cadeiras da Casa estava em jogo.
Ainda não é possível avaliar que nomes de fato irão ocupar a Câmara dos Deputados, mas a perspectiva é que a Casa mantenha seu perfil conservador, liberal, reformista, a partir de uma expectativa de baixa renovação.
"Vergonha", escreveu o ministro das Comunicações Fábio Faria ao compartilhar uma imagem com resultados de pesquisas eleitorais que mostravam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com cerca de 10 pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por Por BBC Brasil
A publicação de Faria foi feita pouco após o resultado do primeiro turno da eleição, realizado no domingo (02/10) — Lula obteve 48,4% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro teve 43,2%. A diferença menor do que a apontada por muitas pesquisas foi ressaltada por aliados de Bolsonaro e até pelo próprio presidente ao comentar o resultado da disputa.
Eles têm atacado institutos como Datafolha, Ipec e Quaest. "Onde será o velório dos institutos de pesquisa?", diz um tuíte compartilhado por Fabio Wajngarten, membro da campanha de Bolsonaro, pouco antes do fim da apuração.
Bolsonaro teve 43% dos votos válidos na eleição presidencial, enquanto a pesquisa do Datafolha divulgada na véspera da eleição, com 12,8 mil entrevistados em 310 municípios brasileiros, captava 36% — uma diferença fora da margem de erro de dois pontos percentuais.
Já a pesquisa Genial/Quaest apontava o atual presidente com 38% dos votos válidos, disparidade também fora da margem de erro em relação ao resultado das urnas.
Em entrevista coletiva na noite de domingo, Bolsonaro afirmou, quando questionado pelos jornalistas, que o resultado da eleição "desmoralizou de vez os institutos de pesquisa" por prever votação menor do que recebeu. "Isso vai deixar de existir, até porque acho que não vão continuar fazendo as pesquisas, esse pessoal", afirmou.
Derrota dos institutos
Uma das principais lideranças religiosas ligadas a Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia afirma que o resultado deste domingo é a "derrota" de institutos de pesquisas que, segundo ele, "influenciam o voto do povo mais pobre".
"Cadê São Paulo em que o Haddad (candidato ao governo, que aparecia em primeiro nas pesquisas, mas ficou em segundo lugar neste domingo) estava em primeiro? Isso é uma bandidagem, é uma vergonha. Isso induz, isso influencia, isso é uma covardia", diz Malafaia à BBC News Brasil.
"Eu cansei de avisar a imprensa que nem Datafolha e nem IPEC conseguem mensurar o voto evangélico. não estão computando o voto evangélico que é muito grande", acrescentou o líder religioso.
O discurso de aliados de Bolsonaro contra os institutos de pesquisa tem sido reforçado por muitos outros apoiadores do presidente nas redes sociais. Para eles, que acreditam na vitória do presidente, o resultado diferente daquele apontado por muitos institutos de pesquisa é o grande destaque do primeiro turno.
Possibilidades para os resultados das pesquisas
A diferença no resultado da disputa presidencial neste ano, além de uma série de resultados surpreendentes nos Estados nas corridas para governador e senador, aumentam a pressão sobre o trabalho dos institutos de opinião, disse o professor de gestão de políticas públicas na USP e pesquisador do eleitorado bolsonarista Pablo Ortellado em entrevista à BBC News Brasil neste domingo.
"Tem muitas coisas que podem ter acontecido. Vai ser necessário olhar com calma para entender. Mas não houve nenhum fato novo [nos últimos dias de campanha] para explicar esse salto na diferença. Não acho que o eleitor tenha mudado o voto de última hora, porque tudo estava muito consolidado", disse Ortellado.
"Essa explicação não é suficiente. Pode ser que um pedaço do voto indeciso tenha ido para o Bolsonaro, mas um pedaço que certamente não explica o que aconteceu. Pode ter sido o voto envergonhado. Pode ter havido boicote dos bolsonaristas na participação das pesquisas, havia uma campanha muito dura contra os institutos de opinião", acrescentou.
Para Ortellado, será necessário "rever métodos e fazer discussões entre especialistas para ver o que aconteceu". Ele afirmou que "alguma coisa aconteceu e é preciso descobrir".
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63113290