Por Edson Rodrigues
Não deu outra.
Na primeira eleição sem o comando do mestre, saudoso Dr. José Edmar de Brito Miranda, o MDB do Tocantins, presidido pelo seu filho, ex-governador Marcelo Miranda, amargou uma derrota vexatória, sem precedentes na história política do Tocantins, levando, de arrastão todos os candidatos do MDB a cargos eletivos neste pleito.
A história poderia ser bem diferente, com o MDB ostentando uma grande representatividade nos parlamentos nacional e estadual, mas, em uma decisão de momento, a cúpula estadual definiu que quem fosse apoiar o governo de Wanderlei Barbosa, deveria se desfiliar do partido.
Dito e feito. Quem saiu do MDB e foi para o Republicanos, partido de Wanderlei Barbosa, conseguiu a reeleição. Elenil da Penha, único que permaneceu no partido, acabou não conseguindo a sua reeleição.
Marcelo Miranda, que até então jamais havia perdido uma eleição na qual participasse, recebeu pouco mais de três mil votos, pondo fim a uma trajetória histórica do MDB no Tocantins, que sempre apareceu como o maior partido do Estado.
EFEITO KÁTIA ABREU
Os principais analistas políticos do Tocantins apontam a união impensável entre os Miranda e os Abreu – leia-se, senadora Kátia Abreu, uma vez que ela foi abandonada e prejudicar pelo seu próprio filho, senador Irajá Abreu que resolveu olhar apenas para os seus interesses políticos, lançando-se de maneira irresponsável como candidato ao governo – como principal motivo da debandada dos eleitores emedebistas.
Nem Dulce Miranda, que se mantinha forte, candidata à reeleição à deputada federal, conseguiu o número de votos necessário, ficando, também, de fora da vida pública a partir de 2023.
A união entre Marcelo Miranda, que cansou de falar que “jamais estaria em um mesmo palanque político em que estivesse Kátia Abreu”, causou espanto até entre os adversários históricos do MDB tocantinense e, assim como o Observatório Político de O Paralelo 13 previu, logo depois do anúncio desse “casamento sem amor”, o movimento se mostrou desastroso para a família Miranda e não conseguiu salvar a candidatura à reeleição de Kátia Abreu ao Senado.
ELEITOR EMPODERADO
Nosso Observatório Político só não esperava que a desconfiança dos eleitores do MDB, após a aproximação entre Marcelo e Kátia, chegaria a um ponto de ruptura com o partido. Nossas análises ainda davam uma margem de credibilidade ao ex-governador, por conta do seu histórico político e a empatia com que era tratado pelo povo tocantinense, acreditando que o MDB fizesse, pelo menos, três deputados estaduais contando, inclusive, com uma sobra de votos, justamente, de Marcelo Miranda, que sempre conseguiu votações expressivas.
Mas, desta vez, o povo resolveu punir, com vontade, quem atentou contra sua inteligência. Nem Marcelo Miranda, nem Dulce Miranda, nem Kátia Abreu, nem ninguém do MDB, partido que sempre foi o maior do Tocantins e que, por decisões impensadas de sua atual cúpula, amarga seu pior momento na história política do Tocantins.
O eleitor não é mais “massa de manobra”. São seres pensantes que, finalmente, descobriram a imensidão do poder que têm em mãos, nos momentos de eleição, com as urnas “gritando” em alto e bom som, que “todo poder emana do povo”.
Como diria nosso saudoso amigo e irmão, Salomão Wenceslau, “é. Pois é”.
O presidente Jair Bolsonaro conseguiu um feito maior que o de 2018, quando interrompeu o ciclo de governos de esquerda, comandados pelo PT e recebeu na eleição deste último dia dois de outubro, uma votação superior à conquistada em sua primeira eleição. O embate ficou indefinido, e a realização do segundo turno, no dia 30 de outubro, entre Bolsonaro e Lula, já coloca os dois “QGs” de campanha em trabalho desde hoje.
Da Redação
É bem verdade que Lula venceu o primeiro turno, recebendo 6 milhões de votos a mais que Bolsonaro e não será uma tarefa fácil bater o petista. Mas a reação do mercado financeiro e a identificação do agronegócio com o plano de governo de Bolsonaro pode fazer o cenário mudar, dando mais quatro anos de governo ao presidente da República.
VITÓRIA NO SENADO
O presidente Jair Bolsonaro saiu vitorioso das eleições do Senado e com a perspectiva de corrigir uma de suas maiores fragilidades no Congresso nos últimos anos — a ausência de uma base aliada de senadores. De 27 vagas no Senado, foram 14 eleitos com o endosso de Bolsonaro, turbinando especialmente a bancada do PL, seu partido. O ex-presidente Lula (PT), por sua vez, conseguiu eleger oito aliados, pouco mais de metade de seu adversário.
A eleição de oito senadores do PL faz com que a bancada do partido do presidente fique, até o momento, com 13 senadores, e se consagre como o maior partido do Senado. Essa é a primeira eleição desde a redemocratização em que o MDB saiu de uma eleição sem a maior bancada. O partido conseguia garantir sua hegemonia na Casa desde as eleições de 1986.
O presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, foi o grande vencedor na disputa ao Senado neste domingo. Dos 27 candidatos eleitos, 14 são apoiados pelo presidente, sendo quatro deles ex-ministros do governo — Rogério Marinho (RN), Marcos Pontes (SP), Tereza Cristina (MT) e Damares Alves (DF), um, ex-secretário, Jorge Seif (PL-SC) e outro, o vice-presidente, Hamilton Mourão (RS).
MINAS GERAIS
Apoiador de Bolsonaro o recordista, Nikolas Ferreira manda recado: 'Vai ter que engolir'. Com 1,4 milhão de votos, o vereador de BH Nikolas Ferreira (PL) foi o deputado federal mais votado em todo o país
Outro foco da campanha de Bolsonaro pela reeleição neste segundo turno será o estado de Minas Gerais, onde venceu em 2018, mas foi derrotado por Lula nesta eleição. A questão é que o governador Romeu Zema, do Novo, reeleito com 56,18% dos votos, já anunciou que não apoiará o PT “em hipótese alguma” e que já está conversando com o PL, partido de Bolsonaro, que conseguiu eleger nove deputados estaduais no estado, inclusive o mais bem votado.
Logo, conseguindo reverter a derrota em Minas Gerais, Bolsonaro pode bater Lula no segundo turno, uma vez que Romeu Zema conquistou pouco mais de seis milhões de votos, justamente a diferença entre Bolsonaro e Lula no primeiro turno pela presidência da República, e seus eleitores são, exatamente como ele, antipetistas.
MERCADO FINANCEIRO ALIVIADO
O resultado surpreendente do primeiro turno das eleições presidenciais — com a votação acima do esperado de Jair Bolsonaro (PL) na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — deve ser positivo para a bolsa e para os mercados. A visão é de analistas e gestores ouvidos na noite deste domingo pelo site “Seu Dinheiro”.
Embora esperada, a disputa do segundo turno entre o ex-presidente e o atual ocupante do Palácio do Planalto deve forçar ambos os candidatos a uma maior moderação e a adotar um discurso ainda mais próximo ao centro.
Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Investimentos, Bolsonaro chega competitivo ao segundo turno.
Desta forma, o petista terá de fazer mais acenos à centro-direita para liquidar a fatura no dia 30 de outubro, ainda mais depois do resultado das eleições para o Congresso e nos Estados. “As eleições foram boas para o Brasil, inclusive para a bolsa”, afirmou Spiess.
Com o desempenho de Bolsonaro, o mercado deve colocar no preço uma possibilidade um pouco maior de reeleição do atual presidente.
Nesse cenário, as ações das empresas estatais devem reagir positivamente ao resultado do primeiro turno, de acordo com um experiente gestor. É o caso, por exemplo de Petrobras e do Banco do Brasil.
AGRONEGÓCIO
Em seu programa de governo, Bolsonaro dá vez ao agronegócio. O termo “agropecuária” aparece 16 vezes no plano enviado ao TSE. “Agricultura” se faz presente em sete trechos. Por sua vez, “agronegócio” é mencionado em três oportunidades. “Reforma agrária” é grafada em dois momentos. Enquanto isso, “pecuária” e “agricultores familiares” são citados uma vez cada.
Entre as propostas para o setor do agro, Bolsonaro defende a possibilidade de aumentar a produtividade rural, mas sem aumentar a área de plantio. O programa ainda cita o plano de estimular a sustentabilidade, apoiando empresas, cooperativas e os pequenos produtores do campo.
Em outro trecho do programa, o candidato do PL fala sobre a necessidade de se levar recursos tecnológicos, como o 5G, e segurança para as famílias que vivem e trabalham no campo. “O governo federal deverá buscar soluções específicas para a proteção de áreas fora dos núcleos urbanos, protegendo não só a família do campo, mas os equipamentos e insumos de uma forma geral, cujo valor agregado altíssimo tem levado parcela de criminosos a se voltar para esse público”.
Esse posicionamento firme a respeito do agronegócio agrada ao setor e deve trazer para Bolsonaro os votos que Simone Tebet, do MDB, diretamente ligada ao setor, levou para si no primeiro turno.
Desta forma, se conseguir unir todos esses pontos positivos e capitalizá-los em votos, Bolsonaro pode, sim, derrotar Lula no segundo turno.
Gestor visa continuar com reformas e obras de escolas, hospitais e rodovias, além de trabalhar em novos concursos públicos e na valorização do agronegócio e da industrialização do Tocantins
Com Assessoria
Dar andamento à realização de concursos para o quadro de servidores e garantir a continuidade de obras importantes serão as primeiras ações do governador Wanderlei Barbosa para os próximos anos. Reeleito para mais quatro anos de mandato, de 2023 a 2026, o gestor destaca que todas as ações realizadas pelo Governo do Tocantins seguem um criterioso planejamento. "O nosso Governo será de resultados”, afirmou Wanderlei Barbosa após vitória expressiva nas urnas, em primeiro turno, neste domingo, 3 de outubro.
O Governador eleito afirma que o desafio é grande, mas que é preciso ter consciência de trabalhar de forma simples e ouvir a comunidade. “Temos a responsabilidade com mais de 1,6 milhão de tocantinenses. Formatar um Governo que vem ao encontro com o que as pessoas precisam. Nossa marca é uma gestão de realização. Temos que cuidar da saúde, da educação, das nossas estradas, que já começamos, mas vamos seguir dando atenção. Nosso novo mandato já começou hoje”, enfatizou.
Saúde
Wanderlei Barbosa reitera que entre os principais desafios da administração pública está a saúde, que precisa de cuidados redobrados. “Por mais que trabalhemos pela melhora, ainda temos dificuldade. Neste momento, estamos ampliando o Hospital Geral de Palmas (HGP), com mais de 38 mil metros de área construída para aumentar o número de leitos intensivos e clínicos”, ressaltou o Governador.
O gestor reeleito também fez ponderações sobre a construção de uma nova unidade hospitalar para os serviços pediátricos e outras especialidades, além da reforma do prédio atual do Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, e da construção dos Hospitais Gerais em Araguaína e Gurupi. “Vamos monitorar de perto situações com a presença de pacientes nos corredores. Queremos entregar logo o hospital de Araguaína e o de Gurupi. Esse segundo precisa de novas licitações de coisas que ficaram pelo caminho”, destacou.
Educação
Para a educação, o plano do Governador é seguir com as reformas em unidades escolares. “Temos que dar uma nova infraestrutura para a educação. Vamos reformar escolas que há anos estavam sem reforma. São 122 unidades em reforma, muitas delas em comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas. Investimento em educação é prioridade para nosso Governo. A auto estima é importante para o povo”, elencou Wanderlei Barbosa.
Economia e arrecadação
Também faz parte do planejamento do Governo do Tocantins aumentar os percentuais da economia e da arrecadação com o fortalecimento do agronegócio e da industrialização. “Seremos um Governo sem aumento de tributos. O aumento de arrecadação não será com o aumento da alíquota, mas com volume de vendas, favorecendo o empresário, que gera emprego e renda”, afirmou.
Concursos
Ainda para os próximos dias, Wanderlei Barbosa se reunirá com sua equipe administrativa para discutir as previsões orçamentárias e a situação dos concursos públicos. “Vamos discutir e votar as leis orçamentárias visando fazer uma boa distribuição desse orçamento, contemplando todas as regiões e vertentes do serviço público, com a segurança pública, que estamos com edital pronto para o concurso ano que vem”, enfatizou.
Além da Segurança Pública, com o concurso da Polícia Civil e o chamamento de mais aprovados da Polícia Militar, o Governador também falou da realização de certames para a Educação e a Saúde. “Na educação e na saúde, fazemos contratos com profissionais que estão em sala de aula e não podemos tirar. Estamos há 12 anos sem concursos em algumas áreas. Temos trabalhado para a realização dos concursos para dar segurança jurídica e regularizar a carreira desses professores e de profissionais da saúde, que esperam por essa oportunidade”, reiterou o Governador.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o segundo balanço da coleta do Censo Demográfico 2022. Desde o início da operação, em 1º de agosto, até a manhã desta segunda-feira, 3, foram recenseadas 755.504 pessoas, em 249.901 domicílios no Tocantins. Destas, 49,6% são homens e 50,4% mulheres. Esse total de pessoas entrevistadas corresponde a 47% da população estimada do estado. Conforme os dados, já foram contados 13.832 indígenas (1,61% da população recenseada no estado) e 8.113 quilombolas (1,09%).
Da Assessoria
“O IBGE vai prorrogar o término da coleta do Censo. São Paulo e Mato Grosso, por exemplo, são estados que vão demorar mais tempo. Mas o Nordeste, com certeza, vai terminar no final de outubro até início de novembro. A expectativa é que a gente encerre a coleta na primeira semana de dezembro nesses que estão mais graves, para poder fazer a divulgação no último dia do ano”, informou o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. No hotsite do Censo 2022 (https://censo2022.ibge.gov.br/acompanhamento-de-coleta.html), é possível acompanhar diariamente o total da população recenseada no país e a evolução do trabalho por unidades da federação.
Os questionários no Tocantins foram respondidos majoritariamente (86%) de forma presencial, sendo que 0,11% optaram por responder pela internet e 0,18% pelo telefone. Em 11,68% dos domicílios os moradores estavam ausentes. Já em cerca de 1,64% os moradores se recusaram a responder o Censo. Em comparação com a recusa da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do 2º trimestre deste ano (3,06%), o índice é bem menor. De toda forma, o Instituto espera reduzir esse percentual até o final da operação, após aplicados todos os protocolos de insistência. Frente ao primeiro balanço (1,78%), já houve uma ligeira redução.
Em relação ao tipo de questionário, 79,7% dos domicílios responderam ao questionário básico e 20,3% ao ampliado, percentual consistente com a amostra definida pelo Instituto. O tempo mediano de preenchimento tem sido de 6 minutos para o questionário básico e de 16 minutos para o questionário ampliado.
Municípios tocantinenses
Nos principais municípios do estado, a população contabilizada pelo IBGE até esta manhã foi de 104.212 moradores em Palmas, 65.239 em Araguaína, 35.938 em Gurupi, 29.613 em Porto Nacional e 23.209 em Paraíso do Tocantins.
Recenseadores
O Instituto está enfrentando dificuldades relativas à falta de pessoal para atuar como recenseador em determinados locais. Em todo o país, o IBGE conta com 95.448 recenseadores em ação, 52,2% do total de vagas disponíveis. O estado com maior déficit de recenseadores é o Mato Grosso, com 36,8% do número de vagas ocupadas. Já Sergipe está com 68,8% dos postos ocupados.
O IBGE ressalta que os recenseadores estão sempre uniformizados com o colete, boné do Censo, crachá de identificação e o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC). Além disso, é possível confirmar a identidade no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. Ambos constam no crachá do entrevistador, que também traz um QR code que leva à área de identificação no site. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.
Cenário nacional
No Brasil, desde o início da operação, foram recenseadas 104.445.750 pessoas, em 36.567.808 domicílios no país. Destas, 42,0% estavam na Região Sudeste; 27,0% no Nordeste; 14,3% no Sul; 8,9% no Norte e 7,8% no Centro-Oeste. Até o momento, 48% da população recenseada eram homens e 52% eram mulheres. O percentual de recusa do país é de 2,27%. O total de pessoas entrevistadas corresponde a 49% da população estimada.
Após a apuração das urnas, o União Brasil passou a superar o PP em quantidade de deputados e, portanto, de fundos partidário e eleitoral
Por Paulo Cappelli
Após a apuração das urnas, o União Brasil superou o PP em quantidade de deputados e, consequentemente, de fundos partidário e eleitoral. Isso será colocado na mesa por Antônio Rueda na negociação com Arthur Lira para a fusão dos partidos.
Quando os dois dirigentes se reuniram, na semana passada, o PP de Lira tinha, em Brasília, mais deputados que o União Brasil. A partir de janeiro de 2023, porém, o cenário será outro. O União Brasil de Rueda terá uma bancada de 59 parlamentares, e o PP, de 47.
Com isso, o União ganha força para pleitear, por exemplo, a presidência do novo partido que seria criado a partir da fusão. E, também, o comando de diretórios estaduais estratégicos.
Quando houve a fusão do PSL com o DEM, que originou o União, Rueda, então no PSL, negociou para que a presidência da nova legenda ficasse com o aliado Luciano Bivar, então presidente do PSL. A soma dos recursos do PSL e do DEM ajudou a fazer com que o União superasse o PP na eleição deste ano.
A ideia com a fusão é criar um superpartido que seria o mais numeroso na Câmara, superando o PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, que terá 99 deputados a partir de 2023.