Ainda faltam 70 votos para os deputados dos partidos que sustentam a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) ao comando da Câmara dos Deputados declararem individualmente o apoio assegurado por seus líderes, mas o total até agora, de 65%, supera com ampla margem a fidelidade do bloco adversário, liderado por Baleia Rossi (MDB-SP)

 

Com Estadão Conteúdo

 

De acordo com o placar do Estadão, o candidato do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-SP), tem, por enquanto, 39% dos 275 votos prometidos pelos aliados.

 

A enquete revela que o Patriota supera até mesmo PP e MDB quando o assunto é fidelidade partidária. Fechado com Lira, o partido declarou seus seis votos em favor do candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. O Republicanos também avança nos votos públicos para o deputado de Alagoas, assim como o PL, dono da terceira maior bancada da Casa.

 

“Todos vão anunciar que votam nele, pode ter certeza. Essa é a condição natural, não podemos mais ficar nesse marasmo. Nós, do PL, temos noção do que é melhor para o Brasil e para o Parlamento”, afirmou o líder do partido, Wellington Roberto (PB), que repassou aos correligionários o link da enquete publicada sexta para “incentivar” que mais votos em Lira se tornassem públicos – a eleição, marcada para o dia 2, é secreta.

 

Do outro lado da disputa, o mais rigoroso à determinação de apoiar Baleia é o PT. Dos 52 deputados petistas, 35 (67%) aceitaram falar publicamente que votarão no candidato de Maia, seguindo determinação da maioria da bancada.

 

Para o deputado Alencar Santana (PT-SP), o resultado mostra que o partido é coerente e, acima de tudo, partidário. “Nossas posições são frutos de amplo debate e assim vai se construindo a opinião política entre todos”, afirmou, mesmo entre os que perdem a discussão. “Sou um dos parlamentares do PT que defendeu candidatura própria, mas, uma vez vencido, vou acompanhar o partido e votar no Baleia Rossi. Vou votar contra o Bolsonaro”, ressaltou Waldenor Pereira (BA).

 

De acordo com o levantamento, DEM e PSDB são os partidos mais infiéis até aqui, ao menos na declaração de votos. Apesar de terem sido os primeiros a formar o bloco de oposição à candidatura de Lira, mesmo sem o anúncio de um nome para a disputa, ambos atingem só 21% de apoio formal a Baleia. A grande maioria da soma dos parlamentares não quis responder em “on” ao placar do Estadão até as 19h de sexta-feira, 15.

 

Racha

Enquanto parte dos acordos de traição é firmada nos bastidores, nenhuma legenda trouxe fraturas mais explícitas à disputa que o PSL. Formalmente, o partido está com Baleia Rossi, mas a maioria da bancada apoia Arthur Lira.

 

Ao Estadão, 28 deputados disseram que pretendem votar no candidato do Planalto, enquanto apenas quatro disseram que seguirão o caminho oficializado pela legenda de apoio ao emedebista. O número dos parlamentares que não quiseram responder chegou a 21.

 

Ex-líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), articulador da lista dos parlamentares do PSL que apoiam Lira, afirma que a candidatura de Baleia se tornou uma candidatura de oposição. “Eu não quero estar no mesmo bloco que PT, PCdoB, PV. Eu não consigo vislumbrar o PSL, que se elegeu com pautas de direita, liberais, no mesmo bloco que esses partidos”, disse.

 

Já para o vice-presidente da legenda, o deputado federal Bozzella, que defende o nome de Baleia, a disputa não está se desenhando entre os eixos direita e esquerda, mas sim entre um bloco que ele chama de “independente” e um bloco classificado pelo parlamentar como “fisiológico”. “Não deixa de ser uma infração você dar apoio a um candidato apoiado pelo presidente da República que está loteando o Estado para poder interferir nas decisões do Parlamento”, diz, em referência à aliança dos governistas em torno de Lira.

 

Para o cientista político Rafael Cortez, a eleição vai testar a coesão interna dos partidos e a capacidade dos líderes em impor disciplina às suas bancadas diante de uma série de interesses que se cruzam e não necessariamente se alinham. “Eventualmente, interesses locais se contradizem com a política da legenda, e a tendência é que isso dificulte um monitoramento dos votos para os diferentes candidatos, impossibilitando a antecipação do resultado”, afirmou.

 

O deputado Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO) tem o seu próprio placar. Ao lado de Lira, diz que a votação será definida em primeiro turno e que o DEM ajudará o opositor de Maia a se eleger com ao menos 20 votos. “Essa é a nossa previsão.”

 

 

Posted On Sábado, 16 Janeiro 2021 15:00 Escrito por

“Tudo o que realmente importa é se as pessoas que você ama estão felizes e saudáveis” 

PAUL WILLIAM WALKER IV

 

 

Por Edson Rodrigues

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (15) que a saída do Brasil do avião da companhia aérea Azul destacado para buscar na Índia 2 milhões de doses adquiridas do laboratório indiano Serum vai atrasar até três dias.

 

A partida do avião que iria buscar ois milhões de doses compradas ao governo indiano estava programada para as 23h desta sexta-feira (15), de Recife. A aeronave deixou o aeroporto de Viracopos, em Campinas no final tarde desta quinta e chegou à noite à capital pernambucana, de onde deve rumar para Mumbai, na Índia.

Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro falou em "pressões políticas" na Índia que, segundo ele, retardaram a partida do avião brasileiro.

 

"Foi tudo acertado para disponibilizar 2 milhões de doses. Só que hoje, neste exato momento, está começando a vacinação na Índia. É um país com 1,3 bilhão de habitantes. Então, resolveu-se — aí não foi decisão nossa — atrasar um ou dois dias, até que o povo comece a ser vacinado lá", declarou Bolsonaro.

 

"Que fique claro, somos 210 milhões de habitantes, e 2 milhões de doses equivalem a 1%. É muito pouco e não tem disponibilizado no mercado. Vamos procurar fazer, como está sendo muito bem tratado pelo Pazuello (Eduardo Pazuello, ministro da Saúde) junto ao Butantan, nós fazermos nossa vacina aqui", disse Bolsonaro.

 

“GENOCÍDIO”

A palavra ”genocídio” é muito forte, mas já começa a ser associada ao descaso e à falta de atitude das autoridades de Saúde desde o começo da pandemia, que, inclusive, chamou de gripezinha, mas a falência do sistema de saúde pública do Amazonas com a segunda onda da pandemia é o exemplo mais claro de que as ações precisam ser tomadas de imediato e a Covid-19 ser levada a sério pelo governo brasileiro, sob o risco de ser criado um “efeito cascata” e o caos se espalhar para os demais estados da federação e acabe manchando ainda mais a imagem do Brasil no cenário mundial.

 

CORRUPÇÃO

Vale ressaltar que no Amazonas, soma-se a inépcia das autoridades federais à corrupção dos gestores do estado e dos municípios, que já resultaram em dezenas de operações de busca e apreensão, e em bloqueio de bens, além das prisões da secretária estadual da Saúde, do vice-governador e investigações que já chegaram ao espantoso valor de 100 milhões de reais só em recursos destinados ao combate à pandemia.

 

DISPUTA COM DÓRIA

Mais de 152 países já iniciaram suas campanhas de vacinação contra a Covid-19.  Enquanto isso, aqui no Brasil, a vacinação virou politicagem, em que Jair Bolsonaro só age para tentar ofuscar o governador de São Paulo, João Dória que, trabalhando com seriedade, fomentou as pesquisas do Instituto Butantan, sediado em São Paulo, que já desenvolveu e testou sua vacina e já está fabricando doses suficientes para iniciar uma vacinação em massa.

 

Pois essa mesma vacina do Butantan, que foi ironizada por Bolsonaro por apresentar 50,38% de eficácia, está acima da média de eficácia exigida pela OMS – Organização Mundial da Saúde – e será comprada, também pelo governo brasileiro.

 

A questão é que Dória é o principal adversário de Bolsonaro naS eleições presidenciais de 2022 e |Bolsonaro está fazendo de tudo para evitar que Dória fique com os créditos de iniciar uma vacinação em São Paulo antes que ele o faça no Brasil.

 

A FOTO DA VACINAÇÃO

A disputa entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente Jair Bolsonaro em torno da foto da vacinação contra a Covid-19 só ganhou corpo agora, quando o governo federal percebeu o tamanho do estrago que a inércia fez em sua imagem.

 

O problema para o governo federal é que o estrago já está feito. Bolsonaro passou a pandemia (que ainda não acabou, diga-se de passagem) minimizando os efeitos do vírus nos brasileiros enquanto os corpos se empilhavam.

 

Agora, aos 45 do segundo tempo, o governo federal quer disputar com o governo de São Paulo quem dará a primeira vacina. O Palácio do Planalto pensa em fazer a cerimônia da vacinação no dia 19, e Doria busca adiantar para o dia 17, assim que a Anvisa liberar a Coronavac.

 

Nada disso é por acaso. A imagem do início da vacinação será um espólio importante para 2022, quando os efeitos da pandemia ainda serão levados à urna eletrônica, para desespero do governo Bolsonaro e de seus satélites. Uma das mais importantes perguntas do eleitor em 2022, ou a mais fundamental delas, será: o que você fez por mim durante a epidemia? Bolsonaro desdenhou, Doria tratou com seriedade. E isso poderá ser, sim, um fator determinante na hora do voto.

 

A foto da vacina será essencial.

 

Parece que, desta vez, Bolsonaro não terá a menor chance de sair bem na foto.

 

TOCANTINS

O governo do Tocantins e os prefeitos municipais precisam desencadear, de forma conjunta, uma força tarefa nos principais municípios e nos pontos turísticos do Estado, para evitar aglomerações.  Mesmo com os prefeitos de Palmas, Araguaína, porto Nacional, Gurupi e Miracema já terem baixado decretos nesse sentido, os resultados práticos são quase inócuos, pois a população não respeita se não houver a presença da polícia.

 

Outra força tarefa precisa ser montada e planejada para quando chegarem as vacinas, venham de onde vierem, pois, no início, não haverá vacina para todos.  O primeiro lote da vacina indiana que chegará ao Brasil corresponde a apenas 1% da população do país e, em caso de uma segunda onda tão severa quanto a que atingiu o Amazonas, os municípios tocantinenses não dispõem de estrutura hospitalar suficiente, muito menos leitos de UTI. 

 

Como diz uma máxima da medicina, é muito mais barato prevenir que remediar e, nesse caso, estar preparado significa muito mais vidas salvas e muito mais credibilidade.

 

Posted On Sábado, 16 Janeiro 2021 06:54 Escrito por

Governador criticou presidente no combate à covid-19 no AM

 

Por Vinícius Valfré

O presidente Jair Bolsonaro reagiu nesta nesta sexta-feira, 15, a declarações de autoridades que o responsabilizam pela crise causada pela pandemia de covid-19 no País. Em entrevista ao apresentador José Luis Datena, da TV Band, o presidente atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a quem chamou de "moleque", e disse que ele se aliou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o tirar do cargo.

 

"Eles querem essa cadeira (de presidente) para roubar, para fazer o que sempre fizeram. Estamos dois anos sem corrupção, isso incomoda Maia e Doria", afirmou Bolsonaro. "Esse inferno que querem impor na minha vida não vai colar. E eu vou continuar fazendo meu trabalho. Não tem do que me acusar. Tem 40 a 50 processos de impeachment, não valem nada."

 

Mais cedo, em entrevista após almoço com Maia em São Paulo, Doria responsabilizou o governo federal pelo cenário de falta de tubo de oxigênio em Manaus, em que pacientes estão morrendo por asfixia. Segundo o governador de São Paulo, a postura do presidente é de "genocida". Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem minimizado a doença, adotado posições contrárias a recomendações de autoridades sanitárias e já disse que não irá se vacinar.

 

Ao rebater a declaração de Doria, Bolsonaro voltou a distorcer uma decisão do Supremo que reconheceu a autonomia de Estados e municípios para adotar medidas de enfrentamento contra a doença, em parceria com o governo federal. Na versão do presidente, no entanto, a Corte o "proibiu" de fazer qualquer coisa.

 

"O Supremo me tirou esse direito em abril do ano passado. Eu não posso fazer nada no tocante ao combate ao coronavírus, segundo decisão do STF", afirmou Bolsonaro.

 

O presidente voltou a negar atraso da vacinação no País, o que só deve ocorrer a partir do próximo dia 20, enquanto os principais países do mundo já vacinam há semanas.

 

"E se daqui 10 a 15 dias tivermos problemas? Eu vou ser responsabilizado? Temos que ter responsabilidade", disse ele. Após dizer que o governo já fez a sua parte no enfrentamento à crise em Manaus (AM), o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 15, em entrevista ao Brasil Urgente, da Band, que as ações não estão restritas a discurso.

 

"Mais do que discurso, o nosso governo está em Manaus, está no Amazonas para ajudar o povo. Mesmo proibidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) temos levado alento", disse.

 

Na manhã desta sexta-feira, em conversa com apoiadores, Bolsonaro declarou que "o problema em Manaus é terrível. Fizemos a nossa parte, com recursos e meios".

 

 

Posted On Sábado, 16 Janeiro 2021 05:52 Escrito por

A cúpula do MDB no Senado vê a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) como competitiva e crê que há chances de ela reverter o atual cenário desfavorável

 

Por Lauriberto Pompeu

 

A avaliação é que a campanha ainda está no início, pois Simone lançou a candidatura há três dias, e que até o dia da eleição ela terá tempo para provar que tem desempenho. Os partidos que a apoiam somam 27 senadores, desconsideradas as possíveis dissidências.

 

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apadrinhado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já tem o apoio formal de nove partidos, que representam um bloco de 41 senadores, o suficiente para ser eleito se forem desconsideradas as traições.

 

Na visão de um importante emedebista ouvido pelo Congresso em Foco, a candidatura de Pacheco representa uma ameaça ao MDB e ao critério da proporcionalidade, que diz que a maior bancada deve presidir a Casa. O MDB tem 15 senadores e o DEM de Pacheco tem cinco.

 

"O jogo do outro lado é contra a proporcionalidade, jogo contra o MDB, na prática é contra o MDB, que é o maior partido. Vira um estado de necessidade", disse um senador do MDB sob reserva.

 

Apesar disso, o site apurou que pelo menos um dos emedebistas no Senado apoia Pacheco. O senador Luiz do Carmo (MDB-GO) se comprometeu com o governador Ronaldo Caiado (DEM-MG) a votar no mineiro. Aliados de Davi Alcolumbre creem que entre quatro a seis emedebistas podem trair Simone.

 

MDB pode desembarcar caso não veja chance de vitória

A avaliação dentro do MDB no Senado é que Simone tem hoje o apoio da maior parte da bancada, mas que para segurar a unidade no partido terá de se movimentar nos próximos dias para ter um bom desempenho.

O Congresso em Foco ouviu um senador do MDB, que declarou que a disputa pelo comando da Casa ainda está no início e que falar em desembarque do partido da campanha de Simone é especulação. No entanto, para ele, as dissidências não são descartadas caso seja demonstrado que Simone não consegue fazer frente ao líder do DEM.

 

Isso, de acordo com o senador, valeria para os dois lados, se Simone conseguir ampliar o arco de alianças e demonstrar ser viável, é ela quem pode atrair os congressistas que hoje estão com Pacheco.

 

Outro senador do MDB considera natural que a candidatura de Pacheco, por ter um grande bloco de partidos, tente criar um "fato consumado" de que já ganhou.

 

"O jogo está sendo jogado, mas ela tem muita chance de ganhar, eu acho. Faltam 16 dias longos. Ainda faltam partidos, ainda falta o PSL definir".

 

Em 2019, o MDB rachou na disputa pelo comando do Senado. O partido tenta neste ano desfazer essa imagem e nomes distantes de Simone chancelaram o apoio a ela como Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e os líderes do governo Eduardo Gomes (MDB-TO) e Fernando Bezerra (MDB-PE).

 

Sem contar com as dissidências, o bloco (MDB, Podemos e Cidadania) de Simone tem 27 senadores. Há também três senadores tucanos que a apoiam.

 

O Podemos anunciou que apoia a candidatura de Simone. Apesar disso, dois senadores vão votar em Rodrigo Pacheco. São eles Romário (Podemos-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES).

 

Já o grupo partidário (DEM, PSD, PP, PT, PDT, Pros, Republicanos, PSC e PL) que apoia Pacheco é formado por 41 congressistas, o que em tese já o tornaria eleito, mas pode haver dissidências nos outros partidos. No PSDB, o mineiro tem apoio de mais quatro senadores.

 

Da mesma forma que Simone sofre com as divergências no Podemos, senadores de partidos que estão com o mineiro também podem apoiar Simone. Um caso já confirmado é o do senador Esperidião Amin (PP-SC), que vai votar na emedebista em detrimento da decisão do partido.

 

Considerando as traições esperadas, a emedebista tem hoje o apoio de 28 senadores e o líder do DEM tem o de 46.

Simone Tebet:

MDB - 14 votos

Cidadania - 3 votos

Podemos - 7 votos

PSDB - 3 votos

PP - 1 voto

 

Rodrigo Pacheco:

DEM - 5 votos

PSD - 11 votos

PP - 6 votos

PT- 6 votos

PSDB - 4 votos

PDT - 3 votos

Pros - 3 votos

PL - 3 votos

Republicanos - 2 votos

Podemos - 2 votos

MDB - 1 voto

Posted On Sexta, 15 Janeiro 2021 12:37 Escrito por

O Tesouro Nacional realizou novo leilão de títulos públicos, nesta quinta-feira (14/01), e arrecadou R$ 28,9 bilhões, conforme dados divulgados pelo órgão subordinado ao Ministério da Economia. Esse montante, somado aos R$ 9,9 bilhões contabilizados no leilão do último dia 12, resulta em R$ 38,8 bilhões na segunda semana de emissões do ano.

 

POR ROSANA HESSEL

 

Os lotes de títulos prefixados, conhecidos como LTNs, foram vendidos integralmente, mas os papéis pagaram juros acima das taxas negociadas no leilão anterior para o mesmo vencimento. O Tesouro ofertou 25 milhões de LTNs com três vencimentos: 01/10/2021, 01/01/2023 e 01/07/2024. Todos os lotes foram vendidos integralmente por serem de curto e de médio prazos, arrecadando R$ 23,4 bilhões.

 

O maior volume, de 15 milhões, foi de papéis para outubro deste ano e pagou juros de 2,9% anuais, acima dos 2,8% contratados em 10 de dezembro de 2020. Outros 7 milhões de unidades para 2023 foram negociados com taxas de 5,25%. E, o último lote, de 3 milhões com vencimento em 2024, pagou 6,57%.

 

A oferta de títulos prefixados com juros semestrais, NTN-F, com prazos mais longos, foi bem-sucedida, porque o volume foi bem pequeno. Foram arrecadados R$ 1,1 bilhão com a emissão desses papeis com dois vencimentos pagando juros acima de 7%, ou seja, três vezes e meia acima da Selic, atualmente em 2% ao ano, o menor patamar da história.

 

Foram vendidas 500 mil unidades de NTN-F, com vencimento em 01/01/2027, pagando juros de 7% ao ano. Em 17 dezembro de 2020, o Tesouro vendeu esse mesmo papel com juros anuais de 6,5%, o que reflete bem o aumento da desconfiança do mercado sobre a capacidade do governo conseguir controlar a trajetória de explosão da dívida pública, que está próxima de 100% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar insustentável para países emergentes. Outros 500 mil unidades de NTN-F, com vencimento em 01/01/2029, pagaram juros de 7,39%. Não foi possível comparar o mesmo vencimento na lista dos últimos leilões do órgão.

 

Os lotes de títulos indexados à taxa básica de juros (Selic), as chamadas LFTs, não tiveram a mesma procura dos prefixados. Da oferta de até 500 mil unidades com vencimento em 01/03/2022, o Tesouro vendeu 153,7 mil unidades, ou seja, 30,7%, pagando deságio de 0,11%. Enquanto isso, o lote de LFTs com vencimento em 01/03/2027 tiveram demanda de 51,5%, pagando 0,33% de deságio. As taxas são parecidas com as contratadas nos últimos leilões desse papel. O total arrecadado com esses lotes foi de R$ 4,4 bilhões.

 

A remuneração desses papéis indexados à Selic estão perdendo para a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que encerrou 2020 com alta de 4,52%.

 

No último dia 12, o Tesouro ofertou 2,45 milhões de títulos indexados ao IPCA, as chamadas NTN-Bs, com três vencimentos: 15/08/2024, 15/08/2028 e 15/08/2040. Desse total, o órgão e vendeu 2,41 milhões de unidades, ou seja, 98,4%, em duas rodadas, arrecadando R$ 9,9 bilhões. Os juros negociados variaram de 2,9% a 6,57% ao ano acima do IPCA, dependendo do vencimento.

 

Para conseguir fazer frente ao volume em torno de R$ 1 trilhão de títulos da dívida pública que vence até janeiro de 2022, o Tesouro precisará emitir R$ 130 bilhões por mês para não queimar integralmente o colchão de liquidez, em torno de R$ 800 bilhões, Ou seja, serão necessárias emissões em torno de R$ 32,5 bilhões por semana, pelas estimativas de especialistas do mercado.

 

Posted On Sexta, 15 Janeiro 2021 05:40 Escrito por
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