Fiscalização de retorno acompanhou melhorias, correções e novas implementações nas unidades de saúde
Da Assessoria
A equipe da Coordenadoria de Auditorias Especiais (Coaes) do Tribunal de Contas do Tocantins (TCETO) voltou a Porto Nacional nos dias 13 e 14 de outubro para dar continuidade ao trabalho de monitoramento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município. A visita faz parte do programa TCE de Olho, e teve como objetivo verificar o cumprimento das recomendações feitas no relatório técnico anterior, elaborado após a primeira vistoria realizada neste ano.
O retorno ocorreu para avaliar ponto a ponto do plano de ação elaborado pela gestão municipal, a partir da notificação emitida pela Quarta Relatoria do Tribunal, que tem como titular o conselheiro Severiano Costandrade. A proposta é acompanhar de perto as correções, melhorias e implementações recomendadas, garantindo que as unidades ofereçam condições adequadas de funcionamento e um atendimento digno à população.

Durante a fiscalização, a equipe da Coaes percorreu novamente as duas unidades — UPA Central e UPA de Luzimangues — verificando instalações, equipamentos, estoque de medicamentos, escala de profissionais e registros de atendimento. O objetivo foi analisar ponto a ponto se as determinações do Tribunal foram atendidas.
O que melhorou
Durante o monitoramento, a equipe do TCE constatou melhorias nas duas unidades. Foram adquiridas duas novas máquinas de raio-X — uma já em funcionamento e outra prestes a ser instalada na UPA de Luzimangues. A farmácia passou por uma reorganização que deixou o ambiente mais funcional e seguro para os profissionais. A segurança também foi reforçada com a presença mais constante da Guarda Municipal e o apoio da Polícia Militar. Além disso, foram realizados reparos estruturais na UPA Central e treinamentos com os servidores para aprimorar o atendimento à população.
Por outro lado, algumas recomendações do primeiro relatório ainda estão em andamento, como a aquisição de novas ambulâncias e a implantação do ponto eletrônico nas unidades. O Tribunal segue acompanhando cada etapa do plano de ação até que todas as medidas sejam plenamente executadas.

Segundo o auditor de Controle Externo Hermes Queiroz, o retorno é essencial para avaliar os resultados práticos das recomendações feitas pelo Tribunal. “Nosso trabalho aqui é de acompanhamento. Retornamos às unidades para ver se as recomendações feitas pelo TCE estão sendo cumpridas, se houve avanços e se as medidas adotadas pela gestão realmente melhoraram o serviço oferecido à população”, destacou Hermes.

A secretária municipal de Saúde, Cristiane Nunes, também acompanhou a vistoria e ressaltou a importância do trabalho conjunto entre o Tribunal e o município. “Esse retorno é fundamental. O Tribunal não apenas fiscaliza, mas orienta. E isso nos ajuda a aprimorar processos, corrigir falhas e oferecer um serviço de mais qualidade à nossa população”, afirmou.
O projeto
O TCE de Olho, desenvolvido pelo Tribunal de Contas do Tocantins, tem como propósito fortalecer o controle concomitante e orientativo, promovendo fiscalizações presenciais em todo o Estado. O foco é melhorar a eficiência da gestão pública e garantir que os recursos destinados à saúde resultem em melhores serviços para os cidadãos tocantinenses.
Relator começou o primeiro dia de julgamento no STF do chamado 'núcleo de desinformação' apresentando um resumo detalhado das acusações e das etapas processuais já cumpridas. Grupo possuía "claro objetivo de depor o governo legitimamente eleito"
Com Correio Braziliense
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (14 /10), o julgamento do núcleo 4 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete réus acusados de participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. O caso é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que apresentou um resumo detalhado das acusações e das etapas processuais já cumpridas.
Segundo o relator, a PGR descreve o grupo como parte de uma organização criminosa que teria atuado entre julho de 2021 e janeiro de 2023. A atuação, conforme o órgão, envolveu a disseminação de notícias falsas sobre o processo eleitoral, ataques virtuais a instituições e autoridades públicas, e ações voltadas a impedir o pleno exercício dos Poderes da República. “A organização criminosa foi composta em sua maioria por integrantes do governo federal da época e por militares das Forças Armadas, com o claro objetivo de depor o governo legitimamente eleito”, destacou Moraes.
Entre os acusados estão Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicole, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques Almeida, Marcelo Araújo Bormevete e Reginaldo Vieira de Abreu. De acordo com a denúncia, Barros teria recebido orientações do general Walter Braga Netto para disseminar informações falsas e promover ataques virtuais contra autoridades que não aderiram ao projeto golpista. Já Denicole é apontado como responsável pela elaboração de documentos inverídicos sobre supostas fraudes eleitorais.
Outros réus, como Moretzsohn Rocha, teriam atuado na produção de relatórios falsos para dar respaldo jurídico a representações eleitorais apresentadas por Jair Bolsonaro e Braga Netto. Já Marcelo Bormevete e Giancarlo Rodrigues são citados por suposta participação em uma célula clandestina da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), dedicada ao monitoramento ilegal de autoridades, inclusive ministros do Supremo.
Moraes também destacou que Guilherme Marques Almeida, militar das Forças Armadas, teria se empenhado em difundir desinformação para gerar instabilidade política e social. O réu Reginaldo Vieira de Abreu, ex-chefe de gabinete da Secretaria-Geral da Presidência, é acusado de colaborar na estruturação e coordenação de ações criminosas voltadas à tentativa de golpe.
Em maio deste ano, a Primeira Turma do STF recebeu integralmente a denúncia por unanimidade. Moraes relatou ainda que todos os réus foram citados e apresentaram defesa. “Rejeitei as preliminares e a absolvição sumária, bem como a alegação de improcedência da denúncia”, afirmou. O julgamento segue em andamento.
Nome indicado pelo presidente Lula deverá ser aprovado pela CCJ e pelo plenário do Senado
Por Davi Vittorazzi
O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) participou de uma reunião na tarde desta segunda-feira (13) com os presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O encontro ocorreu na residência oficial da presidência do Senado, em Brasília. Também participou da reunião o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Herman Benjamin.
O tema central do encontro foi o PL (Projeto de Lei) que trata sobre atualizações das custas processuais. No entanto, existe a possibilidade de que tenha ocorrido a discussão em torno da vaga aberta no Supremo, com a saída do ministro Luís Roberto Barroso.
Em uma postagem no Instagram, Alcolumbre disse que a reunião teve a presença de Pacheco por ele ser autor do projeto de atualização do Código Civil e também presidente da comissão temporária criada para debater o tema. "Conversamos sobre questões importantes para o Brasil e que vêm sendo debatidas desde a gestão de Pacheco à frente do Senado", disse.
"De toda forma, o encontro de hoje reafirma nosso respeito e reconhecimento à importância do Poder Judiciário para o país. O diálogo permanente e a união de esforços são fundamentais para fortalecer as instituições e construir um Brasil mais justo e equilibrado", completou Davi Alcolumbre.
Pacheco é um dos nomes cotados para a escolha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), junto com o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Outros nomes de destaque são do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas, e da presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Maria Elizabeth Rocha.
A reunião da residência oficial do Senado durou cerca de uma hora. Nenhuma das autoridades falou com a imprensa após o encontro.
Embora a indicação do nome para STF seja exclusiva do presidente da República, diferentes alas da política e de instituições podem exercer influência sobre até a pessoa a ser escolhida, como a própria preferência dos ministros do Supremo e dos senadores.
Gilmar Mendes, por exemplo, já chegou a defender publicamente a escolha de Pacheco, antes do anúncio da saída de Barroso, em entrevista à Folha de S.Paulo. O senador é próximo de Lula e também é cotado para disputar o governo de Minas Gerais em 2026.
Barroso anunciou na última semana, após o fim de uma sessão plenária do Supremo, que vai deixar o tribunal nos próximos dias. A saída deve ser oficializada nesta semana.
Indicado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT), o magistrado ficou por 12 anos na Corte.
Por meio de ações civis públicas, Ministério Público busca garantir condições dignas e seguras para pessoas idosas acolhidas
Da Assessoria do MP
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) identificou indícios de irregularidades em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) localizadas em Palmas e em Porto Nacional. Eles foram identificados durante inspeções realizadas, nas últimas semanas, em conjunto com diversos órgãos, a exemplo da Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social, dos Conselhos Estadual e Municipal da Pessoa Idosa e do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins.
As medidas propostas pelo MPTO têm o objetivo de fazer com que as entidades privadas regularizem o funcionamento e cumpram as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, buscam assegurar o atendimento integral à saúde, à segurança e ao bem-estar das pessoas idosas acolhidas.
Capital
Em Palmas, a 15ª Promotoria de Justiça da Capital (15ª PJC) ajuizou cinco ações civis públicas (ACP) para assegurar condições adequadas, seguras e dignas aos residentes das unidades de acolhimento. Os relatórios do MPTO apontaram: falta de licenciamento sanitário; instalações precárias; ausências de pessoal qualificado, acompanhamento médico e práticas terapêuticas; alimentação inadequada; e descumprimento de termos de ajustamento de conduta (TACs) firmados anteriormente com o Ministério Público. Ainda de acordo com as apurações, as ILPIs fiscalizadas apresentam padrões semelhantes de irregularidades.
Entre outros problemas, estão o funcionamento sem licenças obrigatórias, a inexistência de plano individual de cuidados aos idosos e a presença de pessoas com menos de 60 anos em locais destinados exclusivamente a idosos. Em algumas instituições, foram registradas denúncias de negligência, má alimentação e risco à integridade física de residentes. As famílias chegam a pagar mais de 5 mil reais de mensalidade, além de outras taxas, pelos serviços.
Para o titular da 15ª PJC, promotor de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira, é preciso garantir atendimento adequado à pessoa idosa, especialmente numa fase de extrema dependência. “As pessoas idosas acolhidas devem ter garantido o direito a um ambiente seguro e digno. O MPTO atua para corrigir falhas estruturais e assegurar que cada idosa e cada idoso recebam o cuidado e o respeito previstos em lei”, afirmou. As ações também solicitam que haja pagamentos de indenizações coletivas, e que o município de Palmas implante uma ILPI pública municipal com capacidade mínima de atendimento a 300 idosos.
Porto
Em Porto Nacional, a 6ª Promotoria de Justiça (6ª PJPN) conseguiu tutela de urgência para interdição de uma instituição localizada na cidade. Segundo o promotor de Justiça Rui Gomes Pereira da Silva Neto, a atuação do MPTO busca assegurar o respeito à dignidade da pessoa idosa, a correção de falhas graves e a responsabilização das entidades que descumprirem as normas legais. “Nossa atividade em conjunto com a rede de proteção busca a garantia dos direitos das pessoas idosas. Na Justiça, conseguimos a interdição parcial do local, além da necessidade do cumprimento de várias obrigações em prol do bem-estar de idosas e idosos”, explicou. Pela sensibilidade dos casos, os procedimentos tramitam em segredo de justiça.
Novas denúncias
Na capital, o MPTO também acompanha a situação de pessoas idosas acolhidas em um residencial localizado em Taquaruçu, na região sul de Palmas. A instituição foi recentemente denunciada e tem funcionamento considerado irregular. Por essa razão, o Ministério Público solicitou atuação urgente de toda a rede de proteção no local para ajuizamento de ação.
Em caso de denúncias, a sociedade pode procurar as unidades do Ministério Público distribuídas por todas as regiões do Tocantins. O atendimento presencial regular é realizado em dias úteis, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Também é possível entrar em contato por meio do aplicativo MPTO Cidadão ou do telefone da Ouvidoria, pelo 127. Outra forma de realizar denúncias é pelo WhatsApp, no número (63) 991002720. Mais informações em https://www.mpto.mp.br/ouvidoria/.
Julgamento reconheceu a ilegalidade na alteração unilateral de um contrato para aquisição de veículo
Da Assessoria
Após determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Justiça do Tocantins condenou uma administradora de consórcios a reparar um cliente idoso por danos morais e materiais. A decisão atendeu pedido da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), que reverteu um julgamento anterior ao reconhecer a ilegalidade na alteração unilateral de um contrato para aquisição de veículo.
Conforme a linha de defesa do consumidor, a financeira, após o assistido ser contemplado, substituiu o modelo do veículo contratado — que saíra de circulação — por outro com o dobro do valor. A troca teria sido efetuada sem comprovação da deliberação em assembleia e sem notificação prévia ao consumidor, violando o Código de Defesa do Consumidor.
Em razão da inadimplência do consumidor, a financeira moveu uma ação de busca e apreensão contra o consumidor, e o veículo foi apreendido de imediato. Após, o feito foi sentenciado procedente em favor da financeira, sem apreciação do pedido de reconvenção. Em recurso de apelação, o TJ/TO manteve a sentença. Em recurso especial, o STJ determinou a reanálise do feito com apreciação da reconvenção.
Em nova decisão, o TJTO determinou que a empresa restitua o veículo ou pague o valor equivalente, além de fixar uma indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil em favor do consumidor.
Atuaram no presente feito, em primeira instância, o defensor público de 1ª Classe Edivan de Carvalho Miranda, e em 2ª instância, o defensor público de Classe Especial Neuton Jardim dos Santos. (Com informações da Dicom/TJTO)