Revista britânica mostra os dois presidenciáveis com 50% das intenções de votos no segundo turno, marcado para o dia 30 de outubro

Por Aline Brito

A revista britânica The Economist publicou, nesta segunda-feira (10/10), a mais recente atualização do agregador de pesquisas eleitorais, mostrando os candidatos à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) empatados no segundo turno. De acordo com o agregador, Lula e Bolsonaro têm 50% das intenções de votos.

A porcentagem é considerando os votos válidos, que são os atribuídos a um candidato, sem contar com os brancos e nulos. O agregador começou a reunir dados em janeiro deste ano, quando mostrou Lula com 62% das intenções válidas e Bolsonaro com 38%.

 

Em 2 de outubro, dia do primeiro turno das eleições, o agregador, desconsiderando os demais candidatos, apontou Lula com 55% dos votos e Bolsonaro com 45%. Na prática, ao final da apuração das urnas eletrônicas, Lula ficou com 48,43% e Bolsonaro com 43,20%.

Agora, o sistema mostra ambos os candidatos com a mesma porcentagem. É a primeira vez que os presidenciáveis disputando o segundo turno pontuam da mesma forma desde que o agregador começou a reunir os dados dos levantamentos. A ferramenta agrega as pesquisas eleitorais realizadas no Brasil, mas não detalha quais são essas pesquisas, nem como chega à média de intenção de votos.

Bolsonaro se coloca como “salvador do Brasil”

 

Junto à atualização do agregador, o The Economist publicou um resumo do cenário eleitoral brasileiro e afirmou que, durante a campanha, Bolsonaro tem colocado Lula como “um socialista radical” e se auto apresenta como “salvador do Brasil”.

 

“A campanha de Lula está focada em convencer os brasileiros de que eles estavam em melhor situação quando ele era presidente, e que Bolsonaro é uma ameaça à democracia”, disse a revista britânica. Para o resultado do segundo turno, o periódico ainda afirmou que “mulheres, que preferem Lula, e evangélicos, que preferem Bolsonaro, terão papel decisivo”.

 

Posted On Terça, 11 Outubro 2022 06:35 Escrito por

Queda nas coberturas vacinais é motivo de preocupação

 

Por Vinícius Lisboa

 

A vacinação contra a poliomielite foi capaz de erradicar a doença de continentes inteiros, evoluiu com a chegada de tecnologias mais avançadas e já mantém a doença longe das crianças brasileiras há mais de 30 anos. Mesmo assim, a queda das coberturas vacinais têm sido motivo de preocupação de pesquisadores da área, que garantem que o esquema vacinal completo proposto pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) protege as crianças contra a paralisia infantil e praticamente anula a possibilidade de ocorrem eventos adversos graves.

 

No Brasil, todos os bebês devem receber a vacina inativada contra a poliomielite (VIP) aos 2 meses, 4 meses e 6 meses de idade. Essa vacina é aplicada, de forma injetável, desde 2012, e seu uso trouxe mais segurança à imunização contra a pólio, porque o conteúdo da vacina é o vírus "morto", inativado, o que afasta qualquer risco de replicação viral após a vacinação.

 

Já imunizadas com essas três doses, as crianças brasileiras devem receber as famosas gotinhas da vacina oral contra a poliomielite (VOP), aos 15 meses e aos 4 anos de idade, como um reforço na imunização. A praticidade da vacina também faz com que seja a usada nas campanhas de vacinação em massa, como a realizada pelo Ministério da Saúde, entre 8 de agosto e 30 de setembro.

 

Quando a vacina oral é administrada sem que a inativada tenha sido aplicada antes, há um risco extremamente raro de que o vírus atenuado, presente nas gotinhas, cause eventos adversos, como a própria paralisia, explica a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabela Ballalai. A médica lembra que casos como esse também foram erradicados no Brasil desde que o esquema de vacinação passou a contar com as três doses da vacina inativada.

 

"Desde que o Brasil iniciou a vacinação com as três primeiras doses [em 2012], não se viu mais nenhum caso de pólio vacinal. Antes disso, a incidência era de um caso a cada 2,450 milhões de doses aplicadas", explica Isabela Ballalai. "O mais importante é que todas as crianças tenham tomado a VIP, porque elas vão ficar protegidas de vírus vacinal, vão ficar protegidas quando tomarem a VOP e vão ficar protegidas se a gente tiver um surto de qualquer um dos tipos de poliovírus".

 

Investigação no Pará

Ao descartar que o caso de uma criança com paralisia flácida aguda no Pará possa ser de poliomielite ocasionada pelo vírus da cepa selvagem, o Ministério da Saúde indicou a possibilidade de o sintoma ter sido causado por uma vacinação indevida. "Na caderneta de vacinação da criança não consta registro de vacina inativada poliomielite (VIP), que deve ser administrada anteriormente à VOP (das gotinhas). Em geral, a vacina poliomielite oral (VOP) é bem tolerada, e muito raramente está associada a algum evento adverso grave. Destaca-se que o risco de paralisia flácida aguda com a VOP é muito raro e que quando a VOP é aplicada como reforço após o esquema básico com a vacina VIP, esse risco é praticamente nulo", informou o ministério.

 

A pasta também divulgou números que comprovam a segurança do esquema vacinal contra a poliomielite. "De 1989 até 2012, de 764 milhões de doses de VOP aplicadas em crianças de todo país ocorreram somente 50 casos de pólio vacinal. A partir de 2012, com a introdução do esquema sequencial VIP/VOP, não ocorreram mais casos de pólio vacinal no país".

 

O caso de paralisia flácida no Pará ainda está sendo investigado pela Secretaria de Estado de Saúde do Pará e pelo Ministério da Saúde, e outras hipóteses diagnósticas ainda não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré. Segundo o ministério, a criança foi atendida ambulatorialmente, não chegou a ser internada e evolui bem, com recuperação da força muscular. Outro ponto que a pasta frisa é que o tipo de poliovírus detectado não tem caráter transmissível e não altera o cenário epidemiológico no território nacional, onde não há casos confirmados de poliomielite desde o ano de 1989.

 

Isabella Ballalai explicou que a investigação a ser realizada passa também pelo sequenciamento do poliovírus encontrado nas fezes da criança. "O fato de o vírus vacinal ter sido encontrado nas fezes de uma criança que tomou a vacina oral não significa que ela esteja com uma paralisia flácida causada pelo vírus. Para ela ter essa resposta, é preciso investigar outras causas, e identificar o sequenciamento desse vírus para saber se é o vírus daquela vacina", afirma. "Ainda estamos esperando o sequenciamento desse vírus para dar nome e sobrenome a ele".

 

A médica acrescenta que casos de paralisia causada por vírus vacinal normalmente estão associados a situações como desnutrição e imunodepressão, e que não há risco de um surto por conta da detecção do poliovírus. "Não tem nenhuma necessidade de pânico, e o que a gente tem que fazer é vacinar as crianças menores de cinco anos, colocá-las em dia com o calendário".

 

Coberturas vacinais

Para o presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi, independentemente do resultado da investigação do caso no Pará, é preciso deixar claro aos pais e responsáveis por crianças que o calendário vacinal contra a poliomielite é seguro e deve ser cumprido de forma integral.

 

"O recado que tem que ficar para os pais é que o esquema de vacinação que o Brasil adota para poliomielite é isento de qualquer tipo de risco uma vez que seja obedecido", afirmou Sáfadi, que ressaltou a segurança da vacina oral e seu papel na prevenção de dezenas de milhares de casos de paralisia infantil. "Mesmo na época em que a vacinação era feita apenas com essa vacina, [o vírus vacinal] era um evento muito raro, um evento que ocorria uma vez a cada 1 ou 2 milhões de crianças vacinadas. A vacina tanto é segura que contribuiu para eliminar a doença aqui no país há mais de 30 anos".

 

A coordenadora do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Patrícia Boccolini, disse que a vacina oral tem uma contribuição importante para o sistema público de saúde e não deve ser temida pelos responsáveis.

 

"Tanto a VIP quanto a VOP têm um propósito. A VOP é importantíssima para nós, é crucial no nosso calendário", afirma. "Aqui no Brasil, a gente pensa pelo ponto de vista de que a VOP é prática. Não precisa de nenhum profissional com tanta expertise para aplicar, porque são gotinhas. Ela também é de fácil transporte, fácil refrigeração. Ela tem inúmeras vantagens e inúmeros porquês para a gente ainda estar aplicando".

 

A pesquisadora da Fiocruz pede que os pais não deixem de imunizar as crianças com todas as doses previstas no calendário do PNI, porque o Brasil se encontra em uma situação preocupante, com baixas coberturas vacinais para diversas doenças.

 

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta de 95% do público-alvo pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.

 

Depois de 2016, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando 84,19% no ano de 2019. Em 2020, a pandemia da covid-19 impactou as coberturas de diversas vacinas, e esse imunizante chegou a apenas 76,15% dos bebês. Em 2021, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%. No Pará, onde foi registrada a suspeita, o percentual foi ainda menor, de 55,73%.

 

O problema não se limita ao Brasil, e a Organização Pan-Americana de Saúde listou o país e mais sete nações da América Latina como áreas de alto risco para a reintrodução da poliomielite.

 

 

Posted On Terça, 11 Outubro 2022 06:26 Escrito por

Estamos passando por uma nova formatação das forças políticas no Tocantins.  Apesar do resultado das urnas, a trégua política dos eleitos no último dia dois, acaba assim que soubermos os resultados do próximo dia 30 de outubro, pois, qualquer que seja, terá efeitos colaterais em todo o território nacional. Nesta semana que se inicia, começam, efetivamente, as movimentações e acomodações de forças para o segundo turno presidencial entre Bolsonaro e Lula.

 

Por Edson Rodrigues

 

No Tocantins, teremos o senador Eduardo Gomes, seu grupo político formado por dois deputados federais e quatro deputados estaduais, prefeitos, vereadores, empresários do agronegócio, lideranças de outros partidos e simpatizantes do presidente Bolsonaro, trabalhando com 100% de afinco na busca pela permanência do atual ocupante do Palácio do Planalto.

 

Já trabalhando por Lula, teremos, como sempre foi o comportamento da esquerda, que nunca anda unida, dois grupos.  O primeiro é formado pelo ex-candidato a governador, Paulo Mourão, o deputado federal não reeleito Célio Moura e o candidato petista ao senado, José Helder Vilela. Esse grupo foi totalmente alijado pela cúpula nacional do PT nos dias que antecederam a eleição de dois de outubro.  Lula veio ao Norte do País, mas preferiu visitar Belém, capital do Pará, a vir ao Tocantins, prestigiar Mourão. Para piorar, faltando uma semana para a eleição, Lula gravou um vídeo pedindo votos à senadora Kátia Abreu, um verdadeiro “coice de jumento” público na candidatura de Vilela e, por tabela, em Paulo Mourão.

 

PT PASSANDO O COMANDO

Cabe ressaltar que esse grupo político liderado por Paulo Mourão, deve trabalhar pela vitória do PT no segundo turno apenas por sua ligação com o “ex-todo poderoso” José Dirceu.

 

Já o outro grupo que trabalhará pela eleição de Lula, por incrível que pareça, não é parte integrante do PT.  Estamos falando dos senadores Kátia e Irajá Abreu que, se tudo der certo, podem vir a ser novos membros do PT muito em breve, podendo, inclusive, assumir o comando estadual da legenda, sob os auspícios de Lula Inácio Lula da Silva.

 

Essa modificação será típica das “articulações” petistas, em que sempre há uma segunda intenção, pois terá como “motivo”, o fraco desempenho da legenda no Tocantins, que não conseguiu eleger sequer um deputado estadual, mesmo que esse “fraco desempenho” tenha sido provocado pela própria cúpula nacional, ou seja, tudo não passa de uma manobra planejada com antecedência e realizada pelas costas de Paulo Mourão, Célio Moura e Vilela, que não desconfiaram de nada.

 

Não está descartada, inclusive, a possibilidade de Kátia Abreu vir a ser ministra em caso de vitória de Lula, por conta da sua amizade com Dilma Rousseff, que recuperou seu prestígio junto `a cúpula nacional petista, e com a presidente do PT nacional, Gleisi Hoffmann, lembrando que Kátia teve as portas da legenda fechadas, justamente, por Mourão, Moura e Vilela.

 

PALÁCIO ARAGUAIA APENAS OBSERVA

Diante desses conflitos de interesses políticos que podem ter reflexos em todo o Brasil, inclusive e fortemente no Tocantins, o Palácio Araguaia, sabiamente, cuida do futuro governo de Wanderlei Barbosa, fechando todos os pontos e aparando todas as restas da atual gestão, que termina em 31 de dezembro, para que 2023 possa começar com um governo enxuto, com a máquina administrativa azeitada e com as contas equilibradas, sem se envolver em polêmicas.

 

A atitude adotada pelo governador Wanderlei Barbosa e seu grupo político é a mais correta, afinal, Bolsonaro tinha Ronaldo Dimas como candidato preferencial ao governo, enquanto Lula, mesmo que sem prestigiar, tinha Paulo Mourão levando as cores do PT ao eleitorado do Tocantins.

 

Agora é esperar o resultado do segundo turno e torcer para que quem vencer mantenha o envio de recursos federais acima da média, como vem acontecendo no atual governo de Jair Bolsonaro.

 

A briga, deixa para quem está ”correndo atrás”.

 

Posted On Segunda, 10 Outubro 2022 15:01 Escrito por

Instituto disponibiliza canais

 

Desde 1º de agosto, os recenseadores do IBGE estão coletando informações

em cerca de 75 milhões de domicílios brasileiros.

 

E você, que vai responder ao Censo 2022, sabe qual é o impacto da sua resposta?

 

Ela serve para identificar quem é, como vive o povo brasileiro
e como está distribuído no território, construindo um retrato fiel do nosso país.

 

Há dois tipos de questionários: básico (26 perguntas), aplicado na maioria dos domicílios,
e o da amostra (26 perguntas do básico e 51 perguntas sobre outros temas)
que só será respondido em 11% dos domicílios.

 

Serão investigadas características sobre os moradores e seus domicílios,
além dos temas presentes na amostra: trabalho; rendimento; nupcialidade;
religião; pessoas com deficiência; migração e autismo.

 

Você pode responder ao Censo 2022 de três formas:
presencial, via internet ou pelo telefone e
todas precisam que o recenseador visite antes o seu domicílio.

 

Caso não esteja em casa, o recenseador deixará uma folha de recado
para que você entre em contato e agende o melhor horário para recebê-lo.

 

Em caso de dúvida sobre a identidade do recenseador,
acesse o site Respondendo do IBGE ou ligue para 0800 721 8181.

 

Colabore com o Censo. Sua resposta importa!

 

www.censo2022.ibge.gov.br

 

 

Posted On Segunda, 10 Outubro 2022 14:09 Escrito por

Centrão elegeu mais da metade dos deputados estaduais, 41% a mais que na eleição anterior

 

Por André Shalders, Cecília do Lago, Natália Santos

 

O avanço do Centrão foi além das cadeiras da Câmara e do Senado. O bloco informal de partidos de centro-direita, que hoje dá sustentação ao governo de Jair Bolsonaro (PL), vai controlar, a partir do próximo ano, mais da metade de todas as cadeiras nas Assembleias Legislativas e da Câmara do Distrito Federal. Na comparação com a disputa de 2018, o primeiro turno das eleições deste ano registrou um aumento de 41% da bancada de deputados estaduais e distritais eleitos pelas legendas que dão as cartas na política nacional.

 

Dos 1.059 deputados das 26 Assembleias Legislativas e da Câmara do DF, 537 foram eleitos por legendas do Centrão. Levantamento do Estadão mostra que as siglas do bloco que mais cresceram foram as que formam o chamado “núcleo duro” em Brasília: o PL, do presidente Jair Bolsonaro, o PP, comandado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; e o Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo.

 

Impulsionado pelas verbas do orçamento secreto e tendo Bolsonaro como cabo eleitoral, o bloco foi bem até mesmo em Estados onde a esquerda predominou no primeiro turno da disputa presidencial – PL e PP fizeram os deputados estaduais mais votados no Ceará e em Pernambuco, por exemplo. Além dos três partidos, o levantamento do Estadão também considerou como “Centrão” o União Brasil, o PSD, o PSC, o PROS, o PTB, o Patriota e o Avante.

 

As maiores reduções de bancadas ocorreram no PSDB, Cidadania e Novo. Essas legendas de centro-direita contam hoje com um total de 107 deputados e vão ficar com 76 na próxima legislatura, uma queda de quase 30%. O PSDB teve redução expressiva, de 73 eleitos em 2018 para 55 este ano (24% a menos). A esquerda ficou praticamente igual, passando de 280 eleitos em 2018 para 281 este ano. Mas o PT, maior partido desse campo, e o PSOL cresceram em número de estaduais eleitos (38% e 29%, respectivamente). Por sua vez, PSB, PDT, PV e PCdoB perderam cadeiras nos Legislativos estaduais.

 

‘Lado’

 

Em Pernambuco, um reduto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado estadual mais votado no último dia 2 é do Centrão. O pastor evangélico e vereador do Recife Júnior Tércio, de 36 anos, do PP, obteve 183,7 mil votos na sua primeira eleição para a Assembleia. Há 12 anos, ele atua na recuperação de dependentes químicos no Estado, sua maior marca.

 

Tércio se apresenta como um político conservador e de direita e apoia Bolsonaro. Ele teve como puxadora de votos a mulher, a deputada estadual Clarissa Tércio, eleita agora para a Câmara dos Deputados com 240 mil sufrágios.

 

Bolsonarista, o pastor evangélico Júnior Tércio (PP) foi o candidato a deputado estadual mais votado em Pernambuco, em 2022. Ele teve como puxadora de votos a mulher, a deputada federal eleita Clarissa Tércio (PP)

 

Bolsonarista, o pastor evangélico Júnior Tércio (PP) foi o candidato a deputado estadual mais votado em Pernambuco, em 2022. Ele teve como puxadora de votos a mulher, a deputada federal eleita Clarissa Tércio (PP)

Apesar de a maioria dos pernambucanos ter votado em Lula no primeiro turno da disputa, o deputado eleito avalia que há muitos conservadores no Estado. “Grande parte do povo pernambucano se identifica com as pautas conservadoras, com a preservação, o fortalecimento da família e seus valores. Eu defendo tudo isso”, disse ele ao Estadão. “Outro fator que também influenciou muito é o fato de eu ter posicionamento, ter um lado. Porque, na política, você precisa ter um lado. Eu represento a direita em Pernambuco.”

 

Nos Estados e no Distrito Federal, o Centrão costuma ser conservador em temas da chamada “pauta de costumes”. Nestas eleições, a capital federal elegeu para o Senado a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos).

 

Mas, ao menos para a Câmara Distrital, a onda conservadora que derrotou o antigo clã Arruda para o Senado elegeu apenas três deputados de pautas religiosas e de costumes. A maior bancada costuma ser a de sempre em Brasília: a dos servidores públicos, que terá oito cadeiras na Câmara Distrital, sendo quatro de partidos do Centrão. O bloco se mostrou diversificado em Brasília. Um deputado eleito pelo PL, por exemplo, defendeu motoristas de aplicativos e outro, pessoas com deficiência física.

 

 Base

 

Em uma eleição marcada pela continuidade e não pela renovação, o perfil médio do deputado eleito para a Assembleia Legislativa de São Paulo é semelhante ao de Edmir Chedid (União Brasil). Ele garantiu este ano mais um mandato em sequência – está na Casa desde 1995. Defende pautas de economia e infraestrutura e procura direcionar verbas para seu reduto: região Bragantina e Circuito das Águas. Integrante da base do governador Rodrigo Garcia (PSDB), ele manteria a posição num possível governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Se o resultado for favorável a Fernando Haddad (PT), porém, Chedid evitaria se colocar prontamente na oposição. “Iria analisar cada um dos projetos que vêm à Alesp, como faço atualmente.”

 

 

 

Assim como acontece em Brasília, o Centrão nos Estados costuma ter como marca o apoio ao chefe do Executivo – independentemente da cor ideológica do governante de turno. Em Goiás, Bruno Peixoto (União Brasil) conseguiu um quarto mandato na Assembleia Legislativa. A função de líder do governo Ronaldo Caiado (União Brasil) garantiu que obtivesse o maior número de votos da história da Casa, 73.692. Nas vitórias anteriores, ele estava na oposição. O recorde nas urnas era do tucano Mané de Oliveira, eleito em 2014 com 62.655 votos.

 

Na Bahia, o PP pode voltar a apoiar o PT, caso o candidato do partido, Jerônimo Rodrigues, saia vencedor contra ACM Neto (União Brasil) no segundo turno. Na semana passada, o ex-governador baiano Rui Costa (PT) admitiu estar negociando com o PP, que é aliado ao governo Bolsonaro no âmbito federal.

 

Dobradinha

 

O cientista político Danilo Medeiros observou que há poucas pesquisas sobre quais fatores afetam a eleição dos deputados estaduais, mas a literatura existente sugere que a velha dobradinha entre candidatos a deputado estadual e federal ainda tem um peso grande.

 

Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), ele afirmou que pesquisas tentam fazer uma inferência no nível da urna. Estudos mostram que “santinhos” conjuntos de um estadual e um federal têm mais impacto, porque na urna em que um determinado federal é bem votado, o estadual ligado a ele costuma ter boa votação.

 

 

Posted On Segunda, 10 Outubro 2022 14:04 Escrito por