Pandemia contribuiu para aumento do número de casos

 

Por Alana Gandra

Ações de conscientização marcam, neste sábado, a campanha do Dia Mundial do AVC. De acordo com dados do portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, o acidente vascular cerebral já matou 87.518 brasileiros, de 1º de janeiro até 13 de outubro deste ano. O número equivale à média de 12 óbitos por hora, ou 307 por dia, e faz do AVC a principal causa de morte no país.

 

No mesmo período, o infarto vitimou 81.987 pessoas e a covid-19, 59.165 cidadãos.

 

A presidente da Rede Brasil AVC e também da Organização Mundial de AVC, neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins, disse à Agência Brasil que, por mais de 30 anos, o acidente vascular cerebral foi a primeira causa de morte no país. Isso mudou a partir de 2011, quando tomou mais impulso a organização do cuidado agudo do AVC. “O paciente, tendo AVC, tem aonde ir. Ele chega a hospitais preparados. Esse número de hospitais aumentou muito.”

 

A neurologista ressaltou, porém que, com o começo da pandemia de covid-19, os pacientes praticamente desapareceram, ficando mais em casa. Segundo a médica, a partir do final de 2020, o número de casos de AVC aumentou muito. Os pacientes começaram a chegar em estado mais grave, mais jovens e em maior número. “O AVC passou a ser, de novo, a primeira causa de morte no país”. De acordo com Sheila, isso aconteceu provavelmente porque as pessoas ficaram mais tempo sem prevenção, mais tempo sem ir ao médico e deixaram de tomar medicamentos preventivos, o que pode ter contribuído para o aumento de casos mais graves pós-pandemia.

 

Dia Mundial de Combate ao AVC


O sedentarismo e a hipertensão são fatores de risco para o AVC - Arte/EBC

Como as pessoas já voltaram a procurar atendimento médico, a Rede Brasil AVC está com nova campanha de orientação para que as pessoas aprendam a reconhecer os fatores de risco e a se prevenir. “E também para que saibam que o AVC tem tratamento e que, se acontecer, o paciente tem que ir rápido a um hospital preparado para dar o atendimento adequado, porque isso salva vidas e diminui as sequelas do paciente.”

 

Samu

Segundo Sheila, a sigla Samu, criada pela Liga de Estudantes de Neurologia da Bahia, é eficaz para verificar se uma pessoa está sofrendo um AVC. “Pede-se que o paciente dê um sorriso (S) e observa-se se a boca fica torta; pede-se para elevar os braços e dar um abraço (A) e observa-se se um braço cai porque está mais fraco; pede-se para cantar uma música ou dizer uma mensagem (M) para ver se a fala está enrolada. Uma vez identificados esses sinais, deve-se ligar urgente (U) para o 192, porque a cada 1 minuto são quase 2 milhões de neurônios que morrem se o AVC não for tratado”.

Na data de hoje, a conscientização sobre a necessidade de identificação rápida dos sinais do problema e a prevenção ganham mais força na campanha realizada pela Rede Brasil AVC e a World Stroke Organization (WSO, ou Organização Mundial de AVC). As informações devem ser cada vez mais divulgadas, pois as mortes pela doença aumentam a cada ano: em 2020, foram 81.913 óbitos entre janeiro e 13 de outubro e, no ano passado, 84.818.

 

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro e corresponde a 80% ou 85% dos casos; e o hemorrágico, quando um vaso arterial se rompe. O socorro rápido evita o comprometimento mais grave, que pode deixar sequelas permanentes, entre as quais redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala, “além de diminuir de forma drástica o risco de morte”, afirmou a presidente da Rede Brasil AVC.

 

Espasticidade

Pouco conhecida pelo nome técnico, a espasticidade, que se caracteriza pela rigidez muscular dos membros inferiores ou superiores, afeta cerca de 40% dos pacientes pós-AVC. Essa condição deve ser tratada para devolver qualidade de vida aos pacientes, disse o presidente da Associação Brasileira de Fisiatria e Reabilitação Física, Eduardo Melo.

 

A associação está promovendo a campanha Tempo É Movimento, com o objetivo de conscientizar a população de que as sequelas do AVC podem e devem ser tratadas. Segundo Eduardo Melo, a rigidez e os espasmos musculares, que são chamados de espasticidade, podem acontecer pós-AVC e devem ser tratados para devolver a mobilidade às pessoas e trazer mais qualidade de vida e independência. “Infelizmente, ainda é muito comum acharmos que é normal o paciente conviver com a sequela pós-AVC. E não deve ser assim", afirmou.

 

O diagnóstico da espasticidade é clínico e depende do grau do tônus muscular e da dificuldade do paciente em alongar o músculo afetado. Em geral, a espasticidade começa a aparecer nos primeiros três meses após a ocorrência do AVC. O tratamento deve ser multidisciplinar, com o acompanhamento por diversos especialistas (fisiatra, neurologista e fisioterapeuta, entre outros), e pode contar com medicamentos orais e injetáveis.

 

A cardiologista e especialista em medicina esportiva Renata Castro lembrou que, como o cérebro é responsável pelo comando de diferentes funções do corpo, as sequelas vão depender de qual área foi acometida pelo AVC. “Quanto antes o atendimento ao paciente com AVC for realizado, maior a chance de sobrevivência sem sequelas. Por isso, é importante que toda a população seja capaz de reconhecer os sinais do AVC, lembrados pela sigla Samu: sorriso, abraço, mensagem, urgência”, completou a cardiologista.

 

Demência vascular

Pequenos infartos múltiplos no cérebro, causados pela interrupção do fluxo sanguíneo, podem causar demência vascular. De acordo com o neurologista Marcus Tulius, do Complexo Hospitalar de Niterói e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, a doença representa cerca de 5% entre todos os tipos de demência e é uma sequela importante do AVC.

 

De acordo com o médico, o problema costuma aparecer em até três meses após o AVC isquêmico e tem evolução rápida e maior que o de outros tipos de demência. “A demência vascular é a segunda causa mais comum que envolve lesões neurológicas em idosos e representa cerca de 5% entre todos os tipos de demência, ficando atrás somente da doença de Alzheimer.”

 

A condição é caracterizada por pequenas interrupções do fluxo sanguíneo, chamadas de infarto, que ocorrem no cérebro ao longo da vida, principalmente, em pessoas que já tiveram AVC. Esses infartos são localizados estrategicamente no sistema nervoso central e dão origem a diversos prejuízos cognitivos. Marcus Tulius ressaltou que esse tipo de demência é irreversível. Apesar disso, a doença pode ser tratada para atrasar a progressão e dar mais qualidade de vida aos pacientes.

 

O diagnóstico da demência vascular é feito por meio de exames neurológicos e de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, além de avaliação médica dos sintomas apresentados pelo paciente e seus hábitos de vida.

 

Sintomas

O acidente vascular cerebral acontece quando se obstruem ou se rompem vasos que levam sangue ao cérebro, provocando paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. A doença acomete mais homens e idosos acima de 65 anos de idade, mas mulheres, quando entram na menopausa, têm risco equivalente ao dos homens, destacou a neurologista Sheila Martins. Os negros têm correm maior risco, devido à pressão alta não controlada. “Mas a maioria dos fatores pode ser identificada precocemente e tratada, porque 90% dos casos de AVC podem ser evitados.”

 

Entre os sintomas, estão fraqueza ou formigamento na face, braço e perna, confusão mental, alteração na visão, no equilíbrio, na coordenação e dor de cabeça súbita e intensa. Os fatores que podem levar ao AVC são pressão alta, colesterol elevado, fumo, abuso de álcool, sedentarismo, obesidade, diabetes, arritmia cardíaca, depressão, ansiedade e alimentação inadequada.

 

Dia Mundial de Combate ao AVC

Jovens e crianças também têm risco de sofrer AVC, mas é um risco menor”, disse Sheila Martins. Segundo a médica, o número vem aumentando porque as pessoas são mais obesas, mais sedentárias, não se alimentam bem e têm hipertensão mais precocemente. Isso tem feito com que as pessoas tenham AVC mais jovens.

 

A médica destacou que a campanha Salve o Tempo Precioso, da Rede, lembra sempre que o AVC tem prevenção e que cada minuto conta. “Salvando minutos, a gente salva vidas.”. Quanto mais rápido o paciente com sinais de AVC receber o tratamento adequado, mais se reduzem as chances de sequelas.

 

A Rede Brasil AVC é uma organização não governamental criada em 2008 com a finalidade de melhorar a assistência multidisciplinar a pacientes com acidente vascular cerebral em todo o país.

 

 

 

Posted On Domingo, 30 Outubro 2022 04:46 Escrito por O Paralelo 13

Camisa 9 brilha na vitória por 1 a 0 sobre Athletico-PR no Equador 

Por Lincoln Chaves

O Clube de Regatas do Flamengo é tricampeão da Libertadores. Neste sábado (29), o Rubro-Negro carioca derrotou o Athletico Paranaense por 1 a 0, para alegria da maior parte dos torcedores presentes no Estádio Monumental de Guayaquil (Equador).

Campeão em 1981, 2019 e (agora) 2022, o time carioca se igualou a São Paulo (1992, 1993 e 2005), Santos (1962, 1963 e 2005), Grêmio (1983, 1995 e 2017) e Palmeiras (1999, 2020 e 2021) como maior vencedor brasileiro no mais importante torneio de futebol do continente sul-americano. Tornou-se, ainda, o terceiro clube do Brasil com mais conquistas internacionais relevantes:ao todo sete, empatando com o Cruzeiro, e atrás de Peixe (oito) e do Tricolor paulista (12).

 

O atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, por sua vez, reforçou a fama de "predestinado". O camisa 9 balançou as redes nas três finais de Libertadores que disputou pelo Flamengo. Foram dele os gols da vitória por 2 a 1 sobre o River Plate (Argentina), em Lima (Peru), há quatro anos. Em 2021, o astro empatou o jogo com o Palmeiras, que acabaria levando a taça em Montevidéu (Uruguai), ao ganhar por 2 a 1. Em Guayaquil, foi Gabigol quem fez o gol do título do Rubro-Negro carioca.

 

O título coroa uma campanha quase perfeita. O Flamengo encerrou a Libertadores com 12 vitórias e um empate em 13 jogos, marcando 33 gols e sofrendo apenas oito. Desde o Corinthians, em 2012, que uma equipe não levava a Libertadores de forma invicta. O atacante Pedro, com 12 gols, terminou a edição deste ano como artilheiro da competição sul-americana.

O Rubro-Negro carioca será o representante da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) no próximo Mundial de Clubes, que ainda não foi marcado, nem tem local definido. A previsão é que o torneio ocorra em fevereiro do ano que vem. Real Madrid (Espanha), Wydad Casablanca (Marrocos), Seattle Sounders (Estados Unidos) e Auckland City (Nova Zelândia), campeões de Europa, África, Américas Central e do Norte e Oceania, respectivamente, são os outros clubes com vaga.

 

O Furacão, por sua vez, viveu nova frustração em uma final de Libertadores. Em 2005, o time paranaense chegou lá pela primeira vez, mas perdeu do São Paulo. Após empatar por 1 a 1 no Beira-Rio, em Porto Alegre (na ocasião, a Arena da Baixada, em Curitiba, não tinha a capacidade mínima exigida para a decisão), o Athletico foi goleado por 4 a 0 no Morumbi, na capital paulista. O volante Fernandinho também fez parte daquele elenco.

 

Foi a décima vez que Flamengo e Athletico se enfrentaram em um mata-mata, sendo a terceira decisão entre eles. Os cariocas chegaram à sétima vitória no confronto e mantiveram 100% de aproveitamento em finais. Em 2013, o Rubro-Negro da Gávea conquistou a Copa do Brasil em cima do Furacão, repetindo a dose em 2020, na Supercopa do Brasil.

 

Jogo

No Flamengo, o técnico Dorival Júnior mandou a campo a formação regularmente escalada em jogos de mata-mata, com Santos; Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Everton Ribeiro e Giorgian de Arrascaeta; Gabriel Barbosa e Pedro. No Athletico, Luiz Felipe Scolari surpreendeu, ao iniciar a partida com Vitor Bueno e Vitor Roque, deixando o meia David Terans e o atacante Pablo no banco. O Furacão alinhou com Bento; Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Hugo Moura, Fernandinho, Alex Santana e Vitor Bueno; Vitinho e Vitor Roque.

 

Apesar de o Flamengo controlar a posse da bola, o Athletico conseguiu neutralizar as primeiras ações ofensivas do rival e foi mais perigoso no início da partida. Aos 11, o atacante Vitinho desarmou o zagueiro David Luiz na direita e bateu cruzado, dentro da área, para defesa do goleiro Santos. Na sequência, após a cobrança do escanteio, o meia Alex Santana dominou perto da pequena área e arriscou um voleio, mas pegou mal e mandou por cima do travessão.

 

O Rubro-Negro carioca se viu obrigado a trocar peças aos 19 minutos, por conta da lesão de Filipe Luís. Quis o destino que o duelo, de poucas emoções no primeiro tempo, mudasse justamente em uma falta cometida em Ayrton Lucas, substituto do veterano. Aos 42, o lateral disparou pela esquerda e sofreu dura pancada de Pedro Henrique. O zagueiro, que fazia boa partida, mas já estava amarelado devido a uma infração 14 minutos antes, acabou expulso pelo segundo cartão.

Para complicar a missão paranaense e a estratégia armada por Felipão, o Flamengo chegou ao gol. Aos 48 minutos, o meia Everton Ribeiro, na sequência de ótima jogada e de tabela com o lateral Rodinei, cruzou pela direita e Gabriel Barbosa completou para as redes. Coincidentemente, foi em cima dele que Pedro Henrique fez a falta que rendeu o primeiro amarelo na partida.

 

O Athletico voltou do intervalo com o zagueiro Matheus Felipe no lugar de Alex Santana, reconstruindo a linha defensiva com quatro jogadores. Felipão recuou Vitinho e Vitor Bueno (logo substituídos por Rômulo e Agustín Canobbio, respectivamente) para compor a marcação sem bola no meio-campo, com Vitor Roque (depois Pablo, aos 20 minutos) isolado à frente.

 

No Flamengo, Dorival manteve a formação do primeiro tempo. Com mais liberdade, o Rubro-Negro carioca comandou as ações, girando a bola e forçando o Furacão, com um a menos, a correr. Aos seis minutos, Gabriel Barbosa teve a chance de aumentar a vantagem, frente a frente com Bento, mas o goleiro bloqueou a finalização. Outra boa oportunidade foi aos 15, com Pedro. O centroavante dominou na entrada da área, girou e chutou com desvio, próximo ao travessão athleticano.

 

Para manter a equipe mais inteira fisicamente, Dorival sacou Thiago Maia, Gabriel Barbosa e Arrascaeta para entradas de Arturo Vidal (cuja entrada atiçou a torcida da casa, que o provocou devido à polêmica entre Chile e Equador por um lugar na Copa do Mundo), Victor Hugo e Éverton Cebolinha. Os paranaenses, apesar das condições adversas, não desistiram do empate, apostando na bola parada. Aos 39 minutos, Pablo cabeceou para fora. Aos 45, Terans cobrou falta com perigo, próximo à entrada da área, para ótima defesa de Santos. Os cariocas seguraram a pressão e comemoraram o título.

 

 

Posted On Domingo, 30 Outubro 2022 04:43 Escrito por O Paralelo 13

O recurso está na página “fato ou boato” do tribunal

 

Por Agência Brasil

 

As eleições de 2022 estão sendo marcadas pela grande quantidade de boatos e mentiras espalhados nas redes sociais para confundir o eleitor. As chamadas fake news tiveram aparição maciça no pleito de 2018 e agora continuam disputando espaço nas redes e nos noticiários com fatos e notícias verdadeiras. Para auxiliar o eleitor na identificação do que é verdade ou mentira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou espaços para checagem de fatos em tempo real.

 

O recurso está na página “fato ou boato”, do TSE. Logo ao abrir a página, o eleitor já encontra vários boatos desmentidos. Mas há também o espaço para busca de alguma checagem específica. Além disso, o tribunal conta com o chatbot, um assistente virtual da Justiça Eleitoral criado em parceria com o WhatsApp Business. Para consultar se uma mensagem recebida é fato ou boato via chatbot, é só acessar o menu “Consulta de Informações” e enviar o assunto (texto, imagem, áudio, vídeo ou link) para receber imediatamente conteúdos verificados.

 

Caso o eleitor deseje conversar com o assistente virtual, basta adicionar o telefone +55 61 9637-1078 à sua lista de contatos do WhatsApp ou clicar no link wa.me/556196371078. Aí é só mandar uma mensagem e começar a conversa.

 

Denúncias

Existe ainda a possibilidade de o cidadão realizar uma denúncia de notícia falsa recebida. Caso isso ocorra, é possível denunciar pelo Sistema de Alerta de Desinformação, criado pelo TSE e em funcionamento desde junho de 2022. Pela ferramenta, cidadãs e cidadãos podem comunicar à Justiça Eleitoral o recebimento de notícias falsas, descontextualizadas ou manipuladas sobre o processo eleitoral. Também é possível denunciar números de telefone suspeito de disparo de mensagens em massa.

 

Uma série de informações mentirosas – e consideradas absurdas por muita gente – já circularam durante estas eleições com o objetivo de interferir no resultado das urnas. Mesmo assim, o TSE tem desmentido informações como a de que eleitores do Espírito Santo não votaram antecipadamente para o segundo turno; que sistema do Tribunal Superior Eleitoral não foi invadido por hacker russos; e que é mentira que eleitor deve votar em determinado candidato à Presidência para validar prova de vida junto ao INSS.

 

“É hora de tomar bastante cautela antes de compartilhar qualquer conteúdo, mesmo que acredite seja verdadeiro. As fake news estão cada vez mais sofisticadas e com mais potencial de gerar grandes danos, já que a disseminação de desinformação tem impacto direto no ambiente democrático, aumentando a intolerância e a animosidade entre as pessoas”, alerta Vitor Monteiro, da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação e Fortalecimento Institucional do TSE.

 

 

 

Posted On Domingo, 30 Outubro 2022 04:32 Escrito por O Paralelo 13

No último embate antes do segundo turno, candidatos à Presidência deixaram propostas de lado e chamaram um ao outro de ‘mentiroso’ diversas vezes

 

Por Jovem Pan 
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram nesta sexta-feira, 28, no último debate para candidatos do segundo turno à Presidência da República, promovido pela TV Globo. A dois dias da eleições de 2022, o encontro era muito aguardado por aliados e opositores de ambos concorrentes, especialmente pela polarização que marca o pleito deste ano e o acirramento da disputa no segundo turno. Entretanto, a termos de discussões de propostas, planos de governos e mudanças para o Brasil, as expectativas foram frustradas por um embate truncado, com respostas vazias e sobreposição de assuntos.

 

Durante as duas horas de confronto direto, os concorrentes protagonizaram uma série de trocas de farpas, mútuas acusações de mentiras e momentos de tensão, com falas acaloradas sobre temas como salário mínimo, corrupção, auxílios sociais, aborto e gestão da pandemia. Em linhas gerais, ambos candidatos evitaram responder perguntas do oponente e focaram suas colocações em falas ensaiadas. O petista explorou, principalmente, o plano da equipe econômica do atual governo sobre a desindexação do salário mínimo e a gestão da pandemia, enquanto Bolsonaro voltou a focar na corrupção e a chamar o oponente de ladrão.

A primeira parte do confronto foi dominada por discussões acaloradas a respeito do reajuste do salário mínimo, aposentadorias e pensões. O atual presidente começou questionando Lula sobre as falas da campanha petista que afirmam que, se reeleito, Bolsonaro iria cancelar o pagamento do 13º salário, das férias e das horas extras. Nas entrelinhas, o mandatário queria que Lula assumisse a desinformação – o que não aconteceu. “O salário mínimo do seu governo é menor do que quando entrou. No meu governo, aumentei o salário mínimo em 74%. É muito fácil chegar perto das eleições e prometer [aumento].

 

Por que durante quatro anos você não aumentou o salário mínimo?”, questionou o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), que prometeu, se eleito, isentar todos o Imposto de Renda de todos trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. Em resposta, Jair Bolsonaro argumentou que o governo enfrentou a pandemia, quando “todo o mundo sofreu”. “Mesmo com pandemia, com falta de água, concedemos reajustes e majoramos o salário mínimo. Acertamos a economia e posso anunciar o novo salário mínimo de R$ 1400”, afirmou o atual chefe do Executivo, que também priorizou falas a respeito de realizações de seu mandato, citando o Auxílio Brasil de R$ 600 mensais e o auxílio emergencial.

Em meio a suas colocações, Jair Bolsonaro se colocou como “vítima do sistema”, citando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a imprensa e mencionando também as supostas irregularidades nas inserções da sua campanha em rádios do Norte e do Nordeste. “Grandes redes de televisão, uma aqui [em referência à Globo], o TSE. Quase todas as queixas dão ao seu favor, inclusive a questão das inserções nas rádios. (…) Você quer roubar a nossa democracia através dessas inserções. Lula, para de mentir, está ficando feio”, disse o presidente. Em outro momento, o mandatário chamou o adversário de “bandido”, ao citar casos de corrupção dos governos do PT e questionou: “Cadê os seus ministros? Você quer escondê-los.”

 

Pela primeira vez desde o início dos debates entre candidatos à Presidência, Lula rebateu as falas, citando o escândalo de desvios de recursos no Ministério da Educação, as suspeitas de rachadinhas e acusou o atual presidente de tentar esconder o ex-deputado federal Roberto Jefferson, preso por disparos contra policiais federais.

 

Em outro momento de tensão, um bloco que deveria ser usado para discutir respeito à Constituição foi tomado pelas trocas de farpas, mútuas acusações e brigas de baixo nível. Luiz Inácio acusou o adversário de ter prejudicado os aposentados com a reforma da previdência, pediu postura e recuperou uma declaração do oponente, feita há 30 anos, em que Jair Bolsonaro supostamente defendia pílulas para aborto. Em resposta, o atual presidente achou o petista de “abortista convicto” e defensor da legalização das drogas e da ideologia de gênero, o que já foi desmentido. “Você é um abortista convicto e você sempre trabalhou com isso. Assuma que você é abortista e não tem qualquer respeito com a vida humana”, disse Bolsonaro e Lula rebateu: “Sou contra o aborto e as minhas mulheres eram contra o aborto.

 

Respeito a vida porque tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Se quiser jogar a culpa do aborto em alguém, jogue em você mesmo”, acrescentou. Lula também questionou o oponente a respeito da pandemia, disse que Bolsonaro fez “pouco caso das pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus” e atrasou a compra de vacinas contra a Covid-19: “Quando foi comprar, São Paulo e vários países do mundo já estavam dando vacina”. “Por que negligenciar a saúde? Por que passar 45 dias negando a vacina? Por que esconder o cartão de vacinação? Por que tirar recursos do Farmácia Popular? Por que não atender com rapidez a questão da covid? Bolsonaro não responde sobre a pandemia porque deve pesar na consciência dele”, finalizou.

 

Bolsonaro afirma que Jovem Pan foi “calada” por decisão do TSE

Em uma das suas colocações ao longo do debate, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Jovem Pan foi “calada” por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), citando determinação que proibiu a emissora de mencionar sobre os fatos envolvendo a condenação do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. “Liberdade de expressão, a Jovem Pan foi calada pelo ministro Alexandre de Moraes e o TSE. Mas quem entrou com ação contra a Jovem Pan foi o teu partido. Foi o teu partido que entrou com ação no TSE para calar a rádio Jovem Pan e você vive falando em regulamentar a mídia, em amordaçá-la. Repita aqui, Lula, o que você tem dito”, afirmou Bolsonaro.

 

O atual mandatário já havia saído em defesa da Jovem Pan durante comício em Guarulhos, no último sábado, 22. Em discurso a apoiadores, Jair afirmou que “não podemos admitir censura em nosso país” e disse que todos os veículos de imprensa correm riscos. ““Há dois anos eu venho falando a palavra liberdade. Como se tivesse pregando no deserto. Hoje, a água bateu na cintura de toda a imprensa brasileira. Não podemos deixar que isso continue. Imprensa tem que ter liberdade, até para errar. Imprensa calada é o que pior pode acontecer para uma democracia”, afirmou o presidente, que ainda completou: “Censura jamais. Brasil, um país livre”, finalizou.

 

 

Posted On Sábado, 29 Outubro 2022 08:45 Escrito por O Paralelo 13

Bermuda, chinelo, bandeiras e broches de candidatos estão liberados; celular na cabine é proibido

 

Por: Rafaela Vivas

 

Para garantir o direito constitucional ao voto, neste domingo (30.out), o eleitor precisa estar atento a algumas regras da Justiça Eleitoral. De roupas a manifestações ideológicas, passando pelo uso das colas com os nomes dos candidatos, as dúvidas dos eleitores ainda são inúmeras.

 

Este ano também traz novidades em relação ao uso do telefone celular na cabine de votação e ao horário do voto, que foi unificado em todo o país seguindo o horário de Brasília. As medidas foram alteradas em resoluções recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Mas o que pode e o que não pode? Quais são as novas regras? Confira abaixo.

 

Posso votar de bermuda?

Pode. Não existe uma roupa específica exigida pela Justiça Eleitoral. Portanto bermudas, camisetas e chinelos são permitidos. No entanto, é proibido entrar nas zonas eleitorais sem camisa ou trajando roupas de banho, como biquíni, maiô ou sunga.

 

Posso usar a camisa do meu candidato?

Pode. É permitido o uso de bandeiras, broches, adesivos e camisas do candidato. O eleitor está autorizado a manifestar a sua convicção política-ideológica de forma individual e silenciosa. Inclusive, é permitido votar com a camisa da Seleção Brasileira de Futebol.

 

Boca de urna

Para não configurar boca de urna ou caracterizar propaganda, não se pode formar aglomeração com pessoas uniformizadas com identificação de um candidato. Também é proibida a distribuição de panfletos (conhecidos por santinhos) e outros materiais, abordagem ou mesmo aglomeração de simpatizantes.

 

Posso levar a cola para não errar?

Pode. Nas eleições de domingo, cada eleitor terá que digitar nas urnas os números de cinco candidatos. Para evitar erros, a Justiça Eleitoral inclusive disponibilizou na internet um modelo de cédula para o eleitor imprimir, preencher e levar no dia da votação. É a cola eleitoral. O link para a impressão é este aqui: https://www.justicaeleitoral.jus.br/cola-eleitoral-eleicoes-2022/

 

O voto é obrigatório?

Depende. O voto é obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para analfabetos, maiores de 70 anos e pessoas com 16 e 17 anos.

 

Celulares não entram na cabine
Ao contrário dos anos anteriores, no pleito de 2022 o uso de celulares na cabine de votação foi proibido pelo Tribunal Superior Eleitoral no início de setembro. O aparelho, no entanto, pode ser levado até o local de voto para mostrar o e-Título, mas não poderá ficar no bolso do eleitor, por exemplo. O aparelho deve ficar sob a guarda dos mesários. Após votar, o eleitor pega o celular de volta.

 

A medida foi editada para reprimir a violação do sigilo do voto, coação do eleitor e tentativa de gravar a votação para difundir tese de fraude nas urnas eletrônicas.

 

Porte de armas

 

Também estão proibidos neste ano, o transporte e a posse de armas pelos Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) na véspera, no dia e no pós-eleição.

 

O novo texto do TSE proíbe que pessoas portando armas de fogo -- sejam elas civis (ainda que tenham porte de arma) ou integrantes das forças de segurança que não estejam em serviço junto à Justiça Eleitoral -- se aproximem a menos de 100 metros das seções eleitorais. A exceção é apenas para quando agentes de segurança (em atividade geral de policiamento no dia das eleições) forem votar.

 

 

Posted On Sábado, 29 Outubro 2022 08:34 Escrito por O Paralelo 13