Recurso destinado à Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO) vai ampliar a realização de cirurgias eletivas, além de reforçar os serviços de urgência e atenção psicossocial
Por Guilherme Lima
O governador do Tocantins, Laurez Moreira, anunciou a liberação de R$ 10 milhões para fortalecer a saúde pública do Estado. Do total de recursos, destinados à Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO), R$ 8,5 milhões serão direcionados à ampliação de cirurgias eletivas e R$ 1,5 milhão para os serviços das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). O anúncio foi feito nessa quarta-feira, 15, na abertura do 3º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins.
O chefe do Executivo destacou que os recursos estarão disponíveis nesta quinta-feira, 16, reforçando o compromisso com a melhoria da assistência à população tocantinense. “Estou liberando R$ 10 milhões para fortalecer a saúde pública do Tocantins. Quero ver a saúde do nosso estado cada vez melhor, especialmente nos municípios e estamos nos preparando para isso”, pontuou o governador Laurez Moreira durante a cerimônia, que reuniu representantes de 90 municípios.

Governador Laurez Moreira no 3º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins - Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins
Com o objetivo de debater inovações, desafios e boas práticas no Sistema Único de Saúde (SUS), o congresso promove a integração das pautas municipais, estaduais e federais. O evento é uma realização do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins (Cosems/TO), com a parceria do Governo do Tocantins, por meio da SES/TO, e ocorrerá até esta sexta-feira, 17, no Parque Agrotecnológico Engenheiro Agrônomo Mauro Mendanha, em Palmas.
O secretário de Estado da Saúde, Vânio Rodrigues, ressaltou que o congresso é um importante momento de integração e que o Governo do Tocantins vai potencializar os trabalhos na saúde, alinhado com todos os municípios. “Quero registrar que este é um espaço de troca de saberes, onde debatemos um SUS fortalecido. Todas as diretrizes e decisões da política estadual de saúde serão construídas com o olhar municipal, pois é nas cidades que tudo realmente acontece”, salientou.

Secretário de Estado da Saúde-Vânio Rodrigues - Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins
O presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), Big Jow, enfatizou em seu discurso a relevância da parceria entre os poderes para o fortalecimento do sistema de saúde no Tocantins e pediu ao governador que, com sensibilidade e compromisso, abrace a bandeira da saúde. “Cuidar do outro é amor, é desafio. Então, governador, o senhor que assume o Estado agora, pegue essa bandeira da saúde. Ela representa cuidar do outro, é sensibilidade. Quando eu falo de sensibilidade, eu lhe conheço, você é meu conterrâneo, nasceu na minha cidade. Abrace essa causa, nos fortaleça com essa saúde da dignidade, do respeito e do amor ao próximo", declarou.
Ao representar o Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Gestão Interfederativa e Participativa, André Luís Bonifácio de Carvalho, reforçou o apoio do governo federal. “Destaco a importância deste congresso para fortalecer os gestores municipais. É essencial olharmos com atenção para três pilares: o conselho, o plano e o fundo municipal de saúde. Andei o Brasil todo e fui em muitos eventos como esse, e destes, o do Tocantins foi o único que contou com a presença do governador, parabenizo Laurez Moreira pelo compromisso”, expressou.
O presidente do Cosems/TO, Yatha Anderson Pereira Maciel, pontuou que a presença do Estado no evento mostra o compromisso com as políticas públicas voltadas à saúde. “Gostaria de agradecer imensamente a presença do governador Laurez Moreira, que reconhece a importância desse evento e do SUS. Isso nos honra muito e mostra a atenção da sua gestão com a saúde do nosso estado”, concluiu.
Congresso
Com o tema Inovação digital na saúde e os avanços no SUS, o 3º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins reúne gestores municipais, profissionais da rede pública de cidades tocantinenses, pesquisadores e representantes de instituições nacionais e internacionais ligadas ao SUS. Ao longo de três dias, o evento promove palestras, painéis e rodas de conversa sobre regionalização, atenção primária, inovação digital, vigilância, saúde indígena e educação popular.
“Participar do congresso é um ganho imenso para a saúde de Pugmil. Temos a oportunidade de acompanhar palestras, oficinas e momentos importantes para o nosso trabalho. Isso aproxima as secretarias municipais do Estado”, expressou a secretária de Saúde de Pugmil, Aurora Alves Nascimento.
Participações
Também participaram da abertura oficial do congresso a promotora Justiça, Araína Cesárea D' Alessandro; o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Guimarães Junqueira; o superintendente estadual do Ministério da Saúde, Relmivam Milhomem; e demais autoridades.
Marcelo Augusto Xavier da Silva solicitou à PF abertura de investigações contra os funcionários do órgão, segundo o juiz do caso
Com Agência Brasil
A Justiça Federal do Amazonas condenou nesta quarta-feira (15) o ex-presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Marcelo Augusto Xavier da Silva, a dez anos de prisão pelo crime de denunciação caluniosa. Cabe recurso contra a decisão.
Ex-dirigente do órgão no governo de Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Silva foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de perseguir servidores do órgão, integrantes da Associação Waimiri Atroari e outras entidades que atuam em defesa dos indígenas para aprovar a parte da Funai no processo de licenciamento ambiental do Linhão do Tucuruí, linha de transmissão de energia entre Manaus e Boa Vista.
A decisão foi proferida pelo juiz Thadeu José Piragibe Afonso, da 2ª Vara Federal Criminal do Amazonas. O juiz afirmou que o ex-presidente atuou para “intimidar e pressionar” os servidores a aprovar o licenciamento durante o governo Bolsonaro.
Segundo o magistrado, o ex-presidente solicitou à PF (Polícia Federal) abertura de investigações contra os funcionários do órgão.
“O intuito do acusado de conferir celeridade ao processo de licenciamento do Linhão, ignorando formalidades administrativas, apontamentos técnicos e a própria história da população indígena diretamente envolvida, mostra-se patente e delineia a motivação por detrás do pedido de instauração do inquérito: retaliar e pressionar seus subordinados a tocar para frente o licenciamento da obra”, afirmou.
O magistrado também acrescentou que o acusado sabia que as acusações não tinham fundamento.
“As vítimas, além de inocentes, não apresentavam qualquer motivação ou conduta criminosa. Sua inclusão nos procedimentos foi infundada tecnicamente, dolosa subjetivamente e instrumentalizada politicamente, somente porque contrariavam os interesses políticos de que o ex-presidente da Funai nutria devoção", completou.
Em nota enviada à Agência Brasil, o advogado Marcos Soares Júnior disse que recebeu a condenação com “perplexidade e indignação” e reiterou que os atos praticados por Marcelo Augusto Xavier estavam baseados no cumprimento do exercício legal da função.
A defesa acrescentou que vai recorrer da decisão.
“Pode-se afirmar com convicção que não há prova nos autos quanto a alegação de instrumentalização da Polícia Federal e Ministério Público para fins de pressionar ou perseguir servidores, lideranças indígenas e afins”, declarou a defesa.
RECURSO DE WANDERLEI BARBOSA NO STF I

Um olho no peixe, outro no jacaré. Assim está a classe política do Tocantins na expectativa do último recurso do governador afastado Wanderlei Barbosa, protocolado no STF, objetivando o retorno ao mandato ser pautado para ir a julgamento.
De um lado, os aliados de Wanderlei Barbosa intensificam as tratativas e os movimentos jurídicos e políticos. Do outro, o governador em exercício Laurez Moreira, apadrinhado pela “poderosa” ex-senadora Kátia Abreu, temida por todos que a têm como adversária política, e seus apoiadores.
Todos em Brasília nesta quinta-feira, aguardando a decisão do STF.
RECURSO DE WANDERLEI BARBOSA NO STF II

A disputa é de gigantes, com emplumados do Congresso Nacional tomando partido e usando suas influências.
Kátia Abreu tem seu patrimônio político e atua, junto com seu filho, senador Irajá Abreu, e com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, junto ao Poder Judiciário e ao Palácio do Planalto.
Já Wanderlei tem o vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o relator da emenda da Anistia, deputado Federal Paulinho da Força.
Pelo sim e pelo não, a instabilidade política voltou a fazer sala no Palácio Araguaia.
A qualquer momento o STF pode emitir sua decisão sobre o recurso de Wanderlei.
Todo mundo roendo unha....
HORA DE REFLEXÃO SOBRE O FUTURO POLÍTICO DO TOCANTINS

Enquanto o caldeirão político ferve em Brasília na expectativa de uma decisão colegiada do STF quanto ao recurso de Wanderlei Barbosa, a única certeza que os bastidores políticos têm é de que, dependendo da decisão, o Tocantins passará por uma calmaria política e administrativa ou por uma explosão de efeitos catastróficos.
Tudo isso em um momento em que as receitas diminuem drasticamente e o Estado enfrenta um déficit de mais de 370 milhões de reais nas contas públicas, enquanto a maioria dos detentores de mandato transformou seus cargos em verdadeiras empresas milionárias.
É bom que todos reflitam bem como serão suas atuações ante as possibilidades abertas pela decisão que o STF está para tomar, e que pode sair nas próximas horas, dias ou semanas.
Quem terá paz? Governistas ou oposicionistas?
A tensão é tão forte que quase pode ser tocada com as mãos!
CRISE NAS GESTÕES MUNICIPAIS TOCANTINENSES I

A maioria dos 139 municípios do Tocantins entrou em crise financeira com a diminuição de mais de 79% do Fundo de Participação dos Municípios – FPM – assim como todos os municípios brasileiros, cada um com suas peculiaridades.
A questão é que essa maioria depende exclusivamente do FPM para pagar o funcionalismo, investir em obras e manter a máquina administrativa funcionando.
Todos terão que cortar, no mínimo, 59% dos gastos para se adequar à nova realidade financeira. Não há milagre que impeça os municípios de fechar as contas no vermelho, fazer exonerações e se endividar junto a fornecedores.
CRISE NAS GESTÕES MUNICIPAIS TOCANTINENSES II
Os municípios que por falta de planejamento e responsabilidade gastaram milhões de reais com festas shows, cavalgadas e outros “circos”, vivem a realidade de não ter como pagar sequer na folha salarial dos servidores, considerado o compromisso sagrado das gestões municipais.
Infelizmente, com membros dos legislativos municipais omissos, coniventes, surdos, mudos ou, simplesmente, acovardados, como é o caso de Porto Nacional, essa será a realidade que as prefeituras passarão a vivenciar daqui pra frente.
TSUNAME AVISTA EM TERRAS TOCANTINENSES

Sob sigilo e muita reserva, os mais sábios e bem-informados analistas políticos da Capital da República, dão como certo um tsunami que irá varrer o território tocantinense, com efeitos devastadores sobre carreiras políticas e patrimônios políticos e pessoais.
Não estão descartadas prisões e afastamentos de cargo, mas, segundo os analistas, ainda dá tempo para dar uma pescada, fazer um churrasco em família e, até mesmo, uma esticada para ver o mar.
O tsunami deve se formar apenas depois da decisão sobre o recurso de Wanderlei Barbosa no STF, que pode ser pautado a qualquer momento.
PORTO NACIONAL ACUSA O “GOLPE” COM REDUÇÃO DO FPM

A Prefeitura de Porto Nacional anunciou que irá promover 200 exonerações, entre comissionados e contratos temporários. Conforme informações, este número pode chegar a 300, a depender do cenário.
O Diário Oficial publicado na noite desta quarta-feira, 15, já trouxe a saída de 48 servidores. O município admite estar em uma situação financeira complicada e já tem dificuldades em honrar com o salário do funcionalismo. O Poder Executivo já tinha iniciado medidas de contenção em julho, após identificar queda de R$ 7 milhões na receita de janeiro a maio, comparado ao ano passado.
Além das exonerações, o prefeito Ronivon Maciel prepara uma fusão de secretarias e autarquias municipais a ser anunciada nos próximos dias, bem como cortes de despesas de custeio. Atualmente, o município está operando com um déficit mensal superior a R$ 3 milhões. Com os novos cortes, a expectativa é que o este valor caia para no máximo R$ 1 milhão para, depois, chegar a zero.
LAUREZ DEFINE MAIS DOIS NOMES DO SEU GOVERNO

O governador em exercício Laurez Moreira (PSD) definiu no Diário Oficial desta terça-feira, 14, o titular da Secretaria do Turismo (Setur). A solução foi caseira. O nome escolhido foi Romildo Santos Barbosa, que deixa a presidência do Departamento de Trânsito (Detran). A pasta passa a ter secretário após negativas do vereador Carlos Amastha (PSB), de Palmas; e do vice-prefeito Ubiratan Carvalho, o Bira (PL), de Paraíso do Tocantins.
O mesmo Diário Oficial já traz o substituto de Romildo Santos no Detran. O órgão de trânsito agora tem José Wilson Saboia Neto, o Saboinha Júnior, como presidente. O gestor é ex-vereador de Guaraí e já passou pelo comando da Secretaria Extraordinária de Ações Estratégicas na gestão de Wanderlei Barbosa, a qual deixou para disputar a prefeitura no ano passado.
WANDERLEI LIDERA PESQUISA PARA O SENADO

O governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), lidera os cenários em uma eventual disputa ao Senado pelo estado, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada nesta quinta-feira (16).
Ao todo, dois cenários foram testados. Foram ouvidas 1.200 pessoas, entre os dias 14 e 15 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
No primeiro deles, Wanderlei aparece com 28%, contra 19% do senador Eduardo Gomes (PL).
Os deputados Carlos Gaguim (União) e Alexandre Guimarães (MDB) empatam em 12%. Além disso, o também deputado federal Vicentinho Jr. (PP) e o senador Irajá (PSD) também aparecem empatados com 11%.
EDUARDO GOMES E DORINHA LIDERAM PARA O GOVERNO

Os senadores Professora Dorinha (União) e Eduardo Gomes (PL) lideram um dos cenários em uma eventual disputa ao governo do Tocantins em 2026, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada nesta quinta-feira (16).
Ao todo, dois cenários foram testados. A pesquisa ouviu 1.200 pessoas, entre os dias 14 e 15 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
No primeiro deles, Dorinha e Gomes aparecem empatados com 29%. Na sequência, o governador em exercício, Laurez Moreira (PSD), tem 20% e o ex-senador Ataídes de Oliveira (DC), 7%.
Em um segundo panorama, sem o senador Eduardo Gomes, Dorinha lidera com larga vantagem, somando 40%, contra 24% de Laurez. Já o presidente da Aleto (Assembleia Legislativa do Tocantins), Amelio Caytes (Republicanos), aparece com 16%.
COTADO PARA VAGA NO STF DEFENDE EMENDAS IMPOSITIVAS

Cotado para preencher a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado-geral da União, Jorge Messias, manifestou-se na quarta-feira (15) pela constitucionalidade das emendas impositivas, incluindo as chamadas “emendas pix”.
O parecer foi enviado ao Supremo a pedido do ministro Flávio Dino, que é relator das ações sobre emendas.
No documento, Messias afirma que a execução das emendas impositivas teve grande avanço após as determinações do Supremo.
Ele destacou o aprimoramento da transparência e rastreabilidade dos recursos e a implementação de medidas que assegurem a participação do governo federal na definição de prioridades de alocação da verba.
LULA INCOMODADO COM PRESSÃO POR PACHECO NO STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem manifestado incômodo com a pressão para que ele escolha o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para compor o STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente já indicou que prefere que Pacheco dispute o governo mineiro nas eleições de 2026 e defende que ele pode ser indicado para uma futura vaga na Suprema Corte, como diante da aposentadoria de Luiz Fux.
A sucessão estadual no Tocantins se desenha em um cenário de indefinições, vaidades e disputas internas que ameaçam fragmentar a oposição ao Palácio Araguaia. O afastamento do governador Wanderlei Barbosa não apenas desmontou o núcleo de poder que sustentava sua base política, mas também expôs a fragilidade das articulações daqueles que, outrora, orbitavam em torno de sua liderança e das benesses do governo
Por Edson Rodrigues
As chamadas “viúvas do governador afastado” como vêm sendo apelidados nos bastidores alguns ex-aliados inconformados com a perda de espaço, cargos e influência agora buscam construir uma alternativa política própria. Tentam dar corpo à ideia de uma “terceira via”, mas essa articulação, segundo observadores, tem se mostrado mais movida pelo ressentimento e pela busca de sobrevivência política do que por um projeto sólido para o Estado.
O comportamento de parte desse grupo tem sido comparado ao de um “Eduardo Bolsonaro tocantinense”, promovendo divisões internas, rompimentos desnecessários e discursos inflamados que, na prática, acabam favorecendo o atual governo. A fragmentação das oposições abre espaço para que o governador em exercício, Laurez Moreira, avance com tranquilidade, costurando alianças, consolidando obras e conquistando apoios municipais em um ambiente que, por ora, lhe é favorável.
A ILUSÃO DA TERCEIRA VIA

O sonho de uma candidatura alternativa, que não esteja nem com o Palácio Araguaia nem diretamente alinhada à senadora Professora Dorinha Seabra, encontra na realidade um obstáculo intransponível: falta de base, de estrutura e de nome competitivo. Não há clima político nem musculatura partidária para viabilizar uma terceira via capaz de romper a polarização entre governo e oposição consolidada.
A essa altura, o que as oposições mais necessitam é maturidade e unidade. As divergências internas e o comportamento errático de algumas lideranças podem custar caro. Experiências recentes demonstram que “brincar de fazer política com coisa séria”, como alertam alguns analistas resulta em derrotas previsíveis e perda de credibilidade junto à população.

A oposição precisa de uma estratégia comum, um discurso unificado e, principalmente, respeito à força de articulação da senadora Dorinha Seabra, nome que hoje desponta como a mais qualificada e com maior densidade política para enfrentar o governo nas urnas. Dividir o campo oposicionista em múltiplas candidaturas é repetir erros históricos e enfraquecer, mais uma vez, a possibilidade de alternância de poder no Tocantins.
O MDB EM CRISE DE IDENTIDADE

Entre os partidos que enfrentam turbulências internas, o MDB ocupa lugar de destaque. Sob a presidência do deputado federal Alexandre Guimarães, a legenda vive uma crise de representatividade sem precedentes. De gigante político que já comandou o Estado e teve presença marcante na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, o MDB se transformou em um coelho de estimação no tabuleiro político tocantinense sem voz, sem estrutura e com diretórios municipais desarticulados.
Alexandre Guimarães, eleito em 2022 pelo Republicanos, legenda então presidida por Wanderlei Barbosa, tenta agora reerguer o MDB e transformá-lo em uma força capaz de disputar de igual para igual com as grandes siglas. No entanto, enfrenta um desafio hercúleo de reorganizar comissões provisórias, renovar lideranças locais e montar chapas proporcionais competitivas para 2026.
A dificuldade é tamanha que, em muitos municípios, o MDB sequer tem diretórios válidos. Em 2022, a então deputada federal Dulce Miranda, candidata à reeleição, obteve expressivos 47 mil votos, mas não conseguiu manter o mandato. Hoje, Dulce e seu marido, o ex-governador Marcelo Miranda, estão alinhados à base da senadora Dorinha Seabra e devem se desfiliar do MDB, reforçando o esvaziamento do partido.
Guimarães, político de trato fácil e perfil conciliador, precisa reorganizar o MDB, mas também dar-lhe uma identidade política clara, capaz de atrair novas lideranças e devolver relevância à legenda nos 139 municípios tocantinenses. Caso contrário, o partido corre o risco de permanecer na irrelevância, dependendo de coligações majoritárias para sobreviver eleitoralmente.
O CLIMA EM BRASÍLIA

Enquanto as movimentações locais se intensificam, Brasília volta a ser o epicentro das atenções políticas tocantinenses. Nas últimas 24 horas, cresceu a expectativa em torno do pedido de habeas corpus do governador afastado Wanderlei Barbosa, que aguarda julgamento pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
A composição atual da Turma, com apenas quatro ministros, e a aposentadoria iminente do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, abrem espaço para especulações sobre uma possível decisão monocrática que poderia beneficiar o ex-governador. Fontes em Brasília relatam intensa movimentação política e jurídica em torno do caso, com familiares, amigos e ex-integrantes da gestão Wanderlei circulando pelos corredores do poder, na esperança de uma decisão favorável.

Em contrapartida, interlocutores próximos ao governo em exercício afirmam, que “a Justiça já sabe o suficiente para não permitir o retorno de Wanderlei Barbosa”. Para eles, a volta do ex-governador ao cargo seria politicamente insustentável diante das investigações em curso e do desgaste causado pelos episódios que marcaram o fim de sua gestão.
Esse clima de expectativa e tensão institucional faz com que tanto governistas quanto opositores mantenham cautela. Todos sabem que uma eventual reviravolta no STF poderia mudar o rumo da sucessão estadual e embaralhar completamente as cartas do jogo político tocantinense.
TEMPESTADE À VISTA
O cenário político do Tocantins, portanto, é de instabilidade e incerteza. O amadurecimento das oposições é não apenas desejável, mas fundamental para a consolidação de uma alternativa real de poder. O que se vê, contudo, é um campo oposicionista dividido, vulnerável e ainda sem capacidade de apresentar um projeto coeso para o Estado.

Enquanto isso, o Palácio Araguaia observa com serenidade. Laurez Moreira aproveita o tempo e o espaço político disponíveis para avançar em agendas administrativas, fortalecer parcerias com prefeitos e construir uma narrativa de estabilidade e gestão eficiente.
Mas há sinais de alerta. Nos bastidores, fala-se em operações policiais iminentes, com possíveis bloqueios de bens, prisões e novas medidas judiciais que podem atingir figuras de destaque do cenário político estadual. O ambiente é de desconfiança e apreensão.
Como diria o saudoso Pedro Ludovico, “a decisão será cumprida, e todos devem se desarmar”. No entanto, até lá, o tempo político no Tocantins segue fechado, com ventos fortes, trovoadas e risco de tempestades institucionais.
O Observatório Político de O Paralelo 13 permanece atento. E alerta: sem unidade, ética e responsabilidade, as oposições correm o risco de perder não apenas a eleição, mas também o respeito do eleitorado tocantinense.
Por Edson Rodrigues
Em um momento delicado em que a política e a economia passam a andar de mãos dadas, uma influenciando a outra, com causas e consequências de amplo impacto entre elas, o Observatório Político de O Paralelo13 realiza um sobrevoo analítico sobre o território tocantinense, com atenção especial à capital, Palmas. O cenário é de sirenes ligadas — um chamado de atenção vindo do governador em exercício, do prefeito da Capital, que deve ser ouvido e seguido pelos gestores dos demais 138 municípios do Estado.
CAUTELA E CONTENÇÃO
Em conversas reservadas com gestores públicos e empresários, o tom é uníssono: cautela. A recomendação dos especialistas em gestão pública é clara — enxugar a máquina, cortar gastos, evitar riscos. A economia mundial vive uma ressaca inflacionária e de juros elevados, e o Tocantins não está imune.
DESAFIOS DO GOVERNO DO ESTADO

O governador em exercício, Laurez Moreira, enfrenta um desafio político e administrativo de grandes proporções. O Estado acumula dívidas com o plano de saúde dos servidores (Servir), fornecedores e prestadores de serviços. Além disso, há o compromisso de manter a máquina pública funcionando com quatro folhas salariais a serem quitadas até 31 de dezembro de 2025 — sem margem para atrasos.
Laurez terá que tomar medidas impopulares: cortar gastos, controlar despesas e manter a governança firme. O desgaste político é inevitável, mas a responsabilidade fiscal exige decisões duras.
PALMAS: REFORMA ADMINISTRATIVA E CORTE NA PRÓPRIA CARNE

Na Capital, o prefeito Eduardo Siqueira Campos adotou uma postura firme diante do arrocho financeiro. Sem ceder ao populismo, promoveu uma ampla reforma administrativa, extinguindo 12 órgãos e fundações da prefeitura. As competências foram redistribuídas entre novas secretarias, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a eficiência nas ações da gestão.
Entidades e órgãos extintos:
* Fundação Escola de Saúde Pública (FespPalmas)
* Agência de Tecnologia da Informação (Agtec)
* Fundação de Esportes e Lazer (Fundesportes)
* Fundação da Juventude (FJP)
* Agência de Turismo (Agtur)
* Secretarias de Habitação, Região Metropolitana, Administração e Modernização, Planejamento Urbano, Governo, Mobilidade Urbana e da Mulher
Novas estruturas e redistribuições:
* Criação da Secretaria Municipal de Turismo, Juventude e Esportes
* Reestruturação da Secretaria Municipal da Fazenda, Infraestrutura e Habitação, Planejamento e Gestão, entre outras
* Exoneração de 17 titulares de pastas e nomeação de novos gestores
A medida foi oficializada por Medida Provisória publicada no Diário Oficial de Palmas em 14 de outubro.
CLIMA DE INCERTEZA E INVESTIGAÇÕES
Para dificultar ainda mais a situação, o clima político no Estado é de apreensão. Investigações da Polícia Federal pairam sobre diversos detentores de mandatos legislativos, sob suspeita de práticas não republicanas. Até o momento, nenhum dos investigados teve acesso aos autos, e a população aguarda com ansiedade a divulgação do andamento dessas investigações e espera celeridade na condução dos processos pelos órgãos federais, para que os justos não paguem pelos que sucumbiram à ganância e sujaram suas carreiras na lama da corrupção, pois na atual situação, ninguém sabe em quem confiar.
Mas, é necessário que se faça a divulgação dos fatos de forma correta e imparcial, evitando os vazamentos seletivos e informações incompletas, pois são carreiras políticas e reputações que estão em jogo e, quer queira, quer não, tratam-se de parlamentares eleitos pelo voto, escolhidos pelo povo. Ou seja, no fim das contas é a escolha popular que, a vontade do povo que está sob investigação. E o povo é soberano e merece respeito.
O Observatório Político de O Paralelo 13 adota postura de cautela, lembrando que os atos sob investigação tiveram início ainda na gestão do ex-governador Mauro Carlesse, que não é investigado. O então vice-governador Wanderlei Barbosa, hoje afastado, também não era ordenador de despesas à época e, mesmo assim, os dois foram afetados pela condução da investigação.
As operações envolvem quebras de sigilo telefônico e coleta de provas já concluídas pela Polícia Federal. O desfecho pode vir a público nas próximas semanas — ou até nas próximas horas, mas que venha da forma correta.
Nosso compromisso é com a verdade, mas, antes der tudo, com o povo tocantinense.
Em breve voltaremos com mais fatos do interesse do nosso povo tocantinense.
Aguardem!