O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira (29) que encomendou 50 mil doses de vacina contra varíola dos macacos. A expectativa é de que cerca de 20 mil doses cheguem em setembro e o restante em outubro
POR THAÍSA OLIVEIRA
O ministério convocou a imprensa para anunciar a medida horas após a confirmação da primeira morte causada pela doença no país. O óbito registrado no Brasil é também o primeiro de que se tem notícia fora do continente africano no surto atual.
A pasta afirma que o objetivo é vacinar os profissionais de saúde que lidam diretamente com amostras biológicas como aqueles que trabalham em laboratórios, e pessoas que tiveram contato com os infectados.
"A OMS [Organização Mundial da Saúde] não recomenda [a vacinação] em larga escala. Basicamente, ela recomenda [a vacinação] dos trabalhadores de saúde, principalmente daqueles que fazem manuseio de amostras biológicas, e os contactantes dos pacientes infectados", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
A encomenda das doses foi feita por meio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) à farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. Existem apenas duas vacinas contra a varíola dos macacos no mundo.
O Ministério da Saúde declarou ainda que vai investigar as condições do paciente que morreu no país. A causa de óbito foi choque séptico agravado por varíola dos macacos.
A vítima é um homem de 41 anos com imunidade baixa e comorbidades, incluindo câncer. Ele estava internado em um hospital público de Belo Horizonte (MG), cidade onde morava.
"Trata-se de um paciente com outras comorbidades relevantes e estamos investigando, no Ministério da Saúde, a preponderância dessas comorbidades para esse desfecho", afirmou o secretário-executivo da pasta, Daniel Pereira.
Pereira ressaltou que a taxa de mortalidade de monkeypox é "baixíssima" e que, segundo a OMS, foram 5 mortes diante de 20 mil casos confirmados em todo o mundo a conta não inclui o óbito no Brasil.
Até esta quinta (28), o país já registrava 1.066 casos de varíola dos macacos em 14 estados e no Distrito Federal. Outros 513 continuam em investigação, enquanto 597 foram descartados.
Segundo o Ministério da Saúde, 95% dos pacientes com diagnóstico confirmado são homens. A média de idade é de 33 anos.
"A transmissão acontece por contato de pele, embora hoje tenhamos o predomínio de transmissibilidade entre homens que fazem sexo com homens", afirmou Medeiros. "Isso não quer dizer que eles sejam o único grupo de risco porque a transmissão se dá pelo contato de pele."
O ministério afirmou que também prepara campanhas de comunicação para explicar à população os sintomas e formas de transmissão.
Os principais sintomas são erupções na pele, febre, calafrios, dor de cabeça e inflamação dos gânglios linfáticos. As lesões na pele podem ser inclusive sutis, com aspecto similar ao de uma espinha.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não participou da entrevista coletiva desta sexta. Medeiros declarou ainda que a pasta vai expandir a capacidade de diagnóstico por meio dos laboratórios centrais de saúde, que são públicos.
Hoje, apenas quatro laboratórios analisam as amostras suspeitas de todo o Brasil: a Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Minas Gerais, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.
O comitê de emergência para varíola dos macacos foi ativado nesta sexta. O grupo é formado por representantes do Ministério da Saúde, das secretarias estaduais e municipais de saúde, da Opas, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.
Especialistas apontam que o registro da primeira morte no Brasil é um indicativo de que o país precisa aumentar os esforços para conter a alta disseminação do vírus.
"[A morte no Brasil] não tem relevância só local. Tem também relevância mundial", afirmou Julio Croda, médico infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
"A monkeypox logo sairá do grupo HSH [homens que fazem sexo com homens] e irá rodar o Brasil pelas rodovias e aeroportos fazendo o mesmo caminho feito pela Covid, pois se trata do caminho das pessoas, vírus não possui pernas e nem cérebro", escreveu em uma rede social nesta quinta (28) o médico Nésio Fernandes, presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).
ALERTA DAS SOCIEDADES DE UROLOGIA E INFECTOLOGIA
A Sociedade Brasileira de Urologia e a Sociedade Brasileira de Infectologia divulgaram uma nota conjunta em que pedem "às autoridades de saúde que capacitem imediatamente os serviços de atendimento" para os casos de varíola dos macacos.
"Como o quadro clínico pode se assemelhar ao de outras afecções, como ISTs [Infecções Sexualmente Transmissíveis] e outras condições e dermatoses, é bem provável que a doença seja subdiagnosticada e, portanto, subnotificada. Por isso, com o crescimento da epidemia é importante levar em consideração as lesões da monkeypox, mantendo um elevado índice de suspeição."
As sociedades afirmam que a região anogenital é uma das mais atingidas com os sinais da doença e que, em caso de qualquer sinal ou sintoma, aconselha-se evitar contatos próximos com outras pessoas e procurar um serviço de atendimento médico.
Pesquisa do Datafolha mostra que a avaliação do trabalho de deputados e senadores segue baixa mesmo após a recente aprovação do pacote de bondades eleitorais. A rejeição é de 39%, com apenas 12% de aprovação, um dos piores resultados da atual legislatura, iniciada em 2019
POR RANIER BRAGON
Em relação à pesquisa anterior, de dezembro, houve uma oscilação positiva, no limite da margem de erro. Naquela época, o índice dos que classificavam o desempenho do Congresso como ruim ou péssimo era 41%; os que diziam ser ótimo ou bom somavam 10%.
A Câmara é comandada atualmente por Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e um dos principais condutores da aprovação das recentes medidas que resultaram em redução do preço dos combustíveis e ampliação do Auxílio Brasil, entre outros pontos.
Com o intuito de turbinar os benefícios em meio à corrida presidencial, os projetos atropelaram leis eleitorais e que tratam das contas públicas, além de prejudicar a arrecadação de estados.
O antecessor de Lira foi Rodrigo Maia (PSDB-RJ), que em 2019 e 2020 adotou uma linha de independência em relação a Bolsonaro.
O Senado é presidido por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também tem uma linha de independência em relação ao governo. Seu antecessor foi Davi Alcolumbre (União-AP), cuja gestão foi próxima a Bolsonaro.
Se olhada mais a longo prazo, a rejeição ao trabalho do Congresso Nacional observou um leve recuo, de 44% em setembro do ano passado para 39% agora. A aprovação ficou praticamente similar. Era 13%, agora é 12%.
Os números do Datafolha mostram que os eleitores que declaram voto em Bolsonaro têm uma visão levemente mais positiva do trabalho do Congresso do que os que dizem optar por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Levando-se em conta só os eleitores de Bolsonaro, a avaliação positiva dos congressistas é de 15%. Entre os que aprovam a gestão do presidente da República, esse número vai a 21%.
No caso dos eleitores de Lula, apenas 11% disseram ser bom ou ótimo o desempenho de deputados e senadores.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foram realizadas 2.556 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 183 municípios.
O Datafolha também perguntou se o entrevistado se lembra em quem ele votou para deputado federal e senador em 2018 e se acompanha o trabalho do parlamentar.
A grande maioria --64% no caso de deputado e 65% no caso de senador-- diz não se lembrar em quem votou. Dos que se recordam, pouco mais de um terço dizem não acompanhar o trabalho desse parlamentar.
A atual legislatura começou com uma alta expectativa de parte da população (56% dos entrevistados diziam acreditar em um desempenho ótimo ou bom), em meio à onda antipolítica e de direita que elegeu Bolsonaro.
Na ocasião, os eleitores patrocinaram a maior renovação na Câmara desde pelo menos 1998, reduzindo o rol de reeleitos a menos da metade das 513 cadeiras.
O perfil da Câmara mudou, com elevação da representação de militares e líderes evangélicos. A maioria dos novatos, porém, foi engolida ou aderiu ao que muitos deles chamavam de a 'velha política', e submergiram no baixo clero do Congresso, o grupo majoritário de pouca expressão nacional.
Apesar dos números negativos, o atual resultado é melhor do que os picos históricos de rejeição do trabalho do Congresso, em 1993 (56% de rejeição em meio ao ambiente de hiperinflação e escândalo de corrupção) e 2017 (60%, no período em que deputados barraram a destituição do então presidente Michel Temer).
Em toda a série histórica do Datafolha, somente uma vez a avaliação positiva do Congresso esteve numericamente acima da negativa. Foi em dezembro de 2003, primeiro ano da primeira gestão de Lula --24% a 22%, ou seja, em empate técnico dentro da margem de erro.
SOBRE A PESQUISA
A pesquisa Datafolha presencial ouviu 2.556 pessoas com 16 anos ou mais em 183 municípios nos dias 27 e 28 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa, encomendada pela Folha de S.Paulo, está registrada no TSE sob número BR-01192/2022.
O consórcio de veículos de imprensa, formado por g1, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, O Globo, UOL e Valor, farão um debate conjunto no dia 14 de setembro com os candidatos à presidência da República.
Com Yahoo Notícias
Serão convidados apenas quatro candidatos, os melhores colocadas na última pesquisa Ipec (antigo Ibope) ou Datafolha da semana que antecede o evento. Caso haja empate, o critério para escolher o participante será o candidato cuja aliança tenha mais parlamentares no Congresso.
O evento, no entanto, tem uma condicionante: só acontecerá se ao menos três candidatos, entre os quatro primeiros colocados, confirmem presença no debate.
A duração será de aproximadamente duas horas e será transmitido ao vivo nos canais digitais dos veículos envolvidos. O evento acontecerá em São Paulo. O debate terá perguntas de jornalistas e também questionamentos de um candidato para o outro.
O convite a todos os pré-candidatos e candidatos começa nesta sexta-feira (29), para que todos estejam cientes dos detalhes do evento.
“Nos próximos dias, haverá uma reunião das campanhas com o consórcio. Em seguida, os candidatos terão uma semana para firmarem o compromisso de participar do debate”, informou o consórcio.
Outro pool
Na noite de quinta-feira (28), outros veículos de imprensa também se uniram para anunciar outro debate conjunto, em 28 de agosto. O evento reunirá a TV Bandeirantes e Cultura, além do portal Uol e o jornal Folha de S. Paulo.
O debate está programado para acontecer na Band e será uma parceria com o Google e com o YouTube.
Sugestão de Lula
A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sugerido que fosse feita uma unificação de debates, para evitar uma lotação da agenda do candidato.
“O PT, através do comando da campanha, fez um ofício para os meios de comunicação, dizendo que gostaríamos de três debates, que fossem um pool entre todas as redes de televisão, para que a gente pudesse não ficar refém de 50 debates. Ou seja, eu preciso viajar o Brasil. Se a gente for fazer todo dia um debate, não dá para ficar atendendo tudo, se não, você não faz outra coisa”, afirmou Lula, em entrevista ao portal Uol.
A Caixa informou nesta sexta-feira, 29, que realizou, até esta quinta-feira (28), R$ 1,5 bilhão em operações de crédito pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Com Agência Br
Nesta nova etapa, foram firmados mais de 15 mil contratos com micro e pequenas empresas. O diferencial deste ano é que, pela primeira vez, o programa inclui o Microempreendedor Individual (MEI).
Em nota, a vice-presidente de Negócios de Varejo da Caixa, Thays Cintra, reforça o compromisso do banco com as micro e pequenas empresas. "A Caixa tem histórico de destaque na operacionalização do Pronampe com 37% de share em 2020 e 2021. Esse ano, no primeiro dia de contratações, o banco superou em 104% o realizado em relação ao ano passado. O desempenho é resultado do reforço nas ações de relacionamento com os clientes para oferta da linha às empresas e da maior velocidade na análise de crédito", ressalta a vice-presidente.
A Caixa diz que poderá operacionalizar até R$ 19,8 bilhões do programa. O banco tem, ainda, em seu cadastro 121 mil clientes pré-aprovados, com potencial de contratação de R$ 11,5 bilhões.
O programa é destinado às empresas com receita bruta anual de até R$ 4,8 milhões no ano de referência 2021. O prazo total da operação é de 48 meses, sendo 11 de carência e 37 parcelas de amortização. A taxa de juros é Selic + 6% ao ano.
O valor máximo da operação é de R$ 150 mil por empresa e, nesse limite, não serão considerados os valores contratados em outros anos. O empréstimo pode ser utilizado para investimentos e capital de giro isolado ou associado ao investimento. É possível também realizar reformas e adquirir máquinas e equipamentos, utilizar os recursos para despesas operacionais, como pagamento de salários, compra de matérias-primas, mercadorias, entre outros.
Número resulta de 1.898.876 de contratações e 1.620.932 desligamentos
Por Luciano Nascimento
O Brasil fechou o mês de junho com um saldo de 277.944 empregos formais (com carteira assinada), segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) apresentado hoje (28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O saldo de junho foi resultado de 1.898.876 de contratações e 1.620.932 desligamentos.
Já o estoque total de trabalhadores celetistas aumentou 0,67% em relação ao resultado de maio deste ano, passando de 41.729.858 para 42.0.13.146.
Na média nacional, os salários iniciais pagos a quem foi admitido em um novo emprego em maio foi de R$ 1.922,77. Comparado ao mês anterior, houve acréscimo real de R$ 12,99 no salário médio de admissão, uma variação em torno de 0,68%.
No acumulado do ano, foi registrado saldo de 1.334.791 empregos, decorrente de 11.633.347 admissões e de 10.298.556 desligamentos (com ajustes até junho de 2022).
Atividades
Os números mostram que, no mês de junho, os cinco grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo, com destaque para o setor de serviços, com a geração de 124.534 novos postos de trabalho formais, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e administrativas (65.827 postos).
O Comércio fechou o mês com 47.176 novos postos, a Indústria geral criou 41.517 postos, concentrados especialmente na Indústria de transformação, que gerou 37.986 postos. Na sequência vêm o setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que gerou 34.460 postos. A Construção fechou o mês com 30.257 novos postos.
Trabalho intermitente e em regime parcial Em junho, o Novo Caged registrou 23.483 admissões e 16.093 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 7.390 empregos criados.
No mês, 5.640 estabelecimentos contratantes e 242 empregados celebraram mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente.
Em relação ao trabalho em regime de tempo parcial, foram registradas 19.040 admissões e 16.398 desligamentos, um saldo de 2.642 empregos. Foram registrados 8.773 estabelecimentos contratantes e 48 empregados celebraram mais de um contrato em regime de tempo parcial.
Regiões
Em junho, as 27 unidades federativas fecharam o mês com saldo positivo de empregos. Os destaques são: São Paulo, com 80.267 postos; Minas Gerais, com 31.092; e Rio de Janeiro, com 22.922 postos.
Os estados com menor saldo registrado foram o Amapá, que apresentou um saldo positivo de 869 postos; depois vêm Sergipe e Roraima que apresentaram saldo positivo de 848 postos e 529 postos, respectivamente.
Entre as regiões, a Sudeste fechou fevereiro com 137.228 novos postos. Na sequência vem o Nordeste, com 52.122 postos; Centro-Oeste, 34.263 postos; o Sul, com 31.774 postos; e a Região Norte, com 21.780 postos.