A instabilidade econômica das últimas semanas e o recorde do dólar na Argentina paralisaram as operações no ramo de venda de carros, que já passava por um cenário complicado devido à falta de oferta de veículos.
Por Mariana Braga
Os preços dos carros novos em pesos subiram de 10 a 15% no início de julho, após a saída de Martín Guzmán do Ministério da Economia. Esse aumento também foi repassado para carros usados, em diferentes proporções. Diante de tamanha insegurança, os industriais e donos de lojas decidiram parar as vendas.
"Eles estocam produtos porque sabem que, se vendem hoje, amanhã ou depois podem ter problemas para comprar insumos com o dinheiro que conseguiram nas vendas de seus produtos", explica Flavio Gonzalez, advogado e professor da Universidade de Buenos Aires.
Segundo o noticiário Infobae, fontes das concessionárias apontam que o diferencial cambial, neste caso, ao contrário de anos anteriores, não gera uma oportunidade para a compra de veículos. Antecipando um aumento maior de preços, comerciantes tentam se proteger.
“Quem vende cuida do estoque. O setor continua com um grande problema de abastecimento, principalmente de modelos de fora do Mercosul. Os carros produzidos internamente são os mais procurados. Por enquanto, o comprador espera o valor do dólar se estabilizar”, disse Alejandro Lamas, secretário da Câmara de Comércio Automotiva (CCA).
De acordo com os números divulgados pela Associação de Concessionários Automotivos da República Argentina (Acara), em junho de 2022 foram registradas 34.906 unidades de veículos, o que representa uma queda de 1,3% em relação ao mês anterior e de 8,7% em relação a junho de 2021.
“Pode ser que você entre em contato com um vendedor e ele diga que não vende hoje. Não é fanfarronice ou especulação, é uma forma de se proteger em tempos de incerteza. Hoje as pessoas querem se livrar dos pesos, preferem ter o carro ou os dólares e o mercado está paralisado”, conclui Lamas.
O professor Gonzalez ressalta que esse fenômeno não atinge somente o setor automobilístico na Argentina. "As indústrias estão estocando produtos e isso não acontece apenas nas fábricas de automóveis, mas também em outros setores, inclusive os de alimentos", aponta.
Petista foi citado em um site criado por Kiev
Com MSN notícias
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo PT, foi incluído pelo governo ucraniano em uma lista de “oradores que promovem narrativas consonantes com a propaganda russa”. Ele é o único brasileiro que integra o relatório feito pelo Centro de Combate à Desinformação do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia. Ao todo, Kiev citou frases de 78 pessoas de vários países.
A publicação atribui duas narrativas pró-Russia ao petista: "A Rússia deve LIDERAR a "Nova Ordem Mundial” e “ Zelensky é o culpado pela guerra assim como Putin”. O governo ucraniano não especificou quando nem em que contextos as frases teriam sido ditas. Não há registro de quando a primeira declaração teria sido feita por Lula.
Sobre a segunda, a declaração foi dada pelo petista em maio de 2022 à revista americana Time. O ex-presidente disse que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é tão responsável pela guerra na Ucrânia quanto o líder russo, Vladimir Putin. "Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin", afirmou Lula à jornalista Ciara Nugent. "Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação". Lula ainda afirmou que Zelensky "quis a guerra".
À Time, Lula ainda ponderou que Putin não deveria ter invadido a Ucrânia, mas disse que os Estados Unidos e os países da União Europeia também são culpados pelo conflito. Na visão de Lula, esses atores poderiam ter "resolvido o problema" se tivessem negado a entrada da Ucrânia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e na União Europeia. "Os europeus poderiam ter resolvido e dito: ‘Não, não é o momento de a Ucrânia entrar na União Europeia, vamos esperar’. Eles não precisariam fomentar o confronto!".
Ainda comentando a guerra, Lula disse que "as pessoas estão estimulando o ódio a Putin" e que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, poderia ter ido a Moscou negociar com o líder russo.
O que Lula disse sobre a lista do governo ucraniano
Ao jornal Folha de S. Paulo, a assessoria de Lula afirmou que o petista condenou a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e considerou que houve “má vontade” por parte do governo ucraniano ao incluir falas do ex-presidente brasileiro na lista.
Ao comentar sobre o mesmo assunto, a assessoria do petista disse à CNN Brasil que a primeira frase está “completamente descontextualizada” e que a segunda “nunca foi dita por Lula”.
O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) e o Instituto FSB divulgaram nesta segunda-feira, 25, novas sondagens sobre intenção de voto para a corrida presidencial de outubro de 2022
Por Manoela Bonaldo
A previsão do Instituto Datafolha é o lançamento de duas pesquisas nesta semana: na quarta-feira, 27, será divulgado levantamento realizado com jovens de 15 e 29 anos e na quinta-feira, 28, outro cujo público é o eleitorado brasileiro convencional. Ainda na quinta-feira, outra pesquisa será lançada, a pesquisa da Modalmais/Futura Inteligência.
Na sondagem realizada pela FSB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém tendência e segue na liderança. Ele aparece com 44% das intenções de voto, contra 31% do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). A margem de erro da pesquisa, encomendada pelo banco BTG Pactual, foi de 2 pontos percentuais.
Já o Ipespe apontou nesta segunda-feira uma menor distância entre Lula e Bolsonaro nos últimos meses. Lula recebeu 44% das intenções de voto, contra 35% de Bolsonaro.
Contratada pela XP Investimentos, a pesquisa Ipespe é a primeira a ser divulgada após a XP ter, no início de junho, cancelado um levantamento e alterado a periodicidade da coleta e divulgação de dados, mudando a frequência semanal para mensal.
A mudança foi feita após fortes protestos de grupos bolsonaristas, que fizeram críticas questionando a precisão dos resultados, ainda que pesquisas realizadas por telefone demonstrem tendência de desempenho melhor do presidente, Jair Bolsonaro (PL) quando comparadas com questionários face a face.
A nova pesquisa realizou 2 mil entrevistas por telefone, entre os dias 20 e 22 de julho, a partir de uma amostra que representa o eleitorado brasileiro com acesso à rede telefônica fixa e telefone celular. O levantamento está registrado no TSE pelo o número BR-08220/2022.
Nesta semana, novos levantamentos que apontam tendências sobre cenário eleitoral em outubro de 2022 serão lançados; Datafolha aponta como votam os jovens no Brasil. Foto: Ricardo Stucker, Clauber Caetano/PR, Reprodução e Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Uma novidade do Datafolha é o levantamento que busca compreender como vota o eleitorado jovem no Brasil. Foram entrevistados 1000 eleitores nos dias 20 e 21 de julho. As perguntas foram realizadas face a face em 12 capitais brasileiras - São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Brasília (DF), Manaus (AM) e Belém (PA) - e está registrada sob o número BR-05688/2022.
No dia seguinte, o Datafolha lança sua pesquisa convencional, desta vez com entrevistas que pretende realizar entre os dias 27 e 28 de julho, presencialmente, aplicando questionário com 2.556 eleitores. O levantamento está registrado no TSE sob o número BR-01192/2022.
Na quinta-feira ainda há o lançamento da pesquisa da Modalmais/Futura Inteligência, cuja previsão é realizar 2 mil entrevistas entre os dias 21 e 25 de julho, por telefone. Ela está registrada sob o número BR-07639/2022 no TSE.
Corrente de comércio, que serve como termômetro para a atividade econômica, avançou 22,6% ante junho de 2021
Por Anna Russida
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,813 bilhões em junho. O número é 15,4% menor que o saldo do mesmo mês do ano passado.
Os números foram divulgados pelo Ministério da Economia apenas nesta sexta-feira (1º). A corrente de comércio, que serve como termômetro para a atividade econômica, avançou 22,6% ante junho de 2021. No total, a soma das exportações e importações brasileiros foi US$ 56,536 bilhões.
As exportações brasileiras avançaram 15,6%, totalizando US$ 32,675 bilhões em junho. Esse resultado foi puxado, principalmente, por uma alta de 38,5% na exportação de produtos da Indústria de Transformação brasileira. O setor da Agropecuária avançou 30,4%. Já a venda de produtos da Indústrias Extrativa recuou 24,3% no mês.
Ao mesmo tempo, as importações somaram US$ 23,861 bilhões, valor 22,7% maior que o resultado do mesmo mês do ano passado. O destaque foi na importação de produtos da Indústria Extrativa, que, no mês, subiu 144,4%. A compra de bens da Indústria de Transformação estrangeira subiu 27,9%, enquanto a importação de produtos da Agropecuária cresceu 22,8%.
No acumulado do ano, o saldo da balança comercial totalizou superávit de US$ 34,246 bilhões. O valor representa baixa de 8,2% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O resultado foi puxado por altas de 19,5% e 29,8% nas exportações e importações, respectivamente.
A reação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que chamou Michel Temer (MDB) de "golpista" após ele descrevê-la como "honestíssima", incomodou o emedebista e deteriorou o clima entre ele e o PT
Com Estadão
O ex-presidente é peça fundamental nas negociações para que seu partido apoie Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Foi com ele que a ala pró-Lula do MDB, encabeçada pelo senador Renan Calheiros, se reuniu para tentar adiar a convenção nacional da legenda e, consequentemente, a formalização da candidatura de Simone Tebet.
O incômodo de Temer com a resposta de Dilma foi noticiado pelo blog da jornalista Andreia Sadi e confirmado pelo Estadão. O ex-presidente considerou a manifestação da petista "grosseira e violenta". Um interlocutor do emedebista afirmou que a declaração soou como a "incompetência e a grosseria" se apresentando novamente.
Para o ex-presidente, a dificuldade nas negociações é anterior à declaração de Dilma. Ele vê comprometimento do MDB nacional com a candidatura da senadora e já fez declarações públicas defendendo levá-la até o fim. Não escondeu, contudo, o descontentamento com a forma como é tratado pelo PT. "Querem apoio e me chamam de golpista?", disse ao blog da jornalista.
Dias atrás, Temer afirmou que o impeachment de 2016 teve razões "extremamente técnicas", afastando a possibilidade de ter havido corrupção no governo de Dilma. "Ela é honesta, honestíssima", disse, em entrevista ao UOL. Em resposta, a petista publicou uma carta em seu blog afirmando que o emedebista articulou "uma das maiores traições políticas dos tempos recentes".
Nos próximos dias, as conversas entre PT e MDB podem selar o destino da pré-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB). Ela enfrenta resistência dentro do próprio partido devido à divisão histórica da sigla e vê diretórios estaduais do PSDB, cujo plano nacional é apoiá-la, desembarcando de seu palanque, a exemplo do candidato tucano em Minas, Marcus Pestana.
Na semana passada, a ala pró-Lula do MDB se reuniu com Temer na tentativa de adiar a convenção do partido, prevista para a próxima quarta-feira, 27, na qual o nome da senadora deve ser formalizado na disputa. Calheiros argumenta que os recursos da legenda deveriam ser usados para fortalecer a presença no Congresso e defende apoio ao candidato do PT já no primeiro turno. Ele ameaça ainda ir à Justiça para impedir a escolha do partido esta semana.