Presidente passa o feriado no Guarujá, passeou de moto sem máscara e promoveu aglomeração
Por Lucas Melo, e Elizabeth Lopes
O presidente Jair Bolsonaro está passando o feriado de Nossa Senhora Aparecida no Guarujá, litoral paulista e, hoje pela manhã, deixou o Hotel de Trânsito, por volta das 10h, e foi de moto até a praia da Enseada, onde encontrou apoiadores, visitou um quiosque e posou para fotos.
Apesar de estar de capacete sem viseira, ele não usava máscara, acessório obrigatório em todo o Estado, para o combate da pandemia do coronavírus e, mais uma vez, promoveu aglomeração, o que também não é recomendado pelas autoridades sanitárias.
Depois de visitar o quiosque, na praia, no canto o Tortuga, ele subiu o morro da Península, permaneceu por 10 minutos em um restaurante local e saiu pilotando a moto.
Ao falar com a imprensa, o mandatário reclamou que no domingo, dia 10, ficou uma hora e meia conversando com os jornalistas sobre questões de estratégia. "E só saiu uma coisa que eu fui barrado na Vila Belmiro. Eu nem passei perto da Vila Belmiro", disse.
Sobre a volta da alta inflacionária, Bolsonaro disse que a culpa é dos governantes que mandaram a população ficar em casa durante a pandemia. "O Brasil foi o país que melhor se saiu economicamente em questão da pandemia. Agora muita gente sofreu com o fique em casa e a economia nós vemos depois. Chegou a conta para pagar."
E continuou: "Quem quebrou a economia foram governadores e prefeitos, pergunta para eles. Querem botar na minha conta a economia? Bateram em mim até não poder mais no ano passado, a economia a gente vê depois. Estou vendo."
Absorventes
Sobre o PL dos absorventes, Bolsonaro justificou novamente o seu veto, sob argumento de que o projeto não prevê a fonte de despesas. E, se ele aprovasse, poderia incorrer em crime de responsabilidade, passível de impeachment. "Eu sou escravo das leis, eu não posso sancionar uma coisa se não tiver uma fonte de recursos com responsabilidade. Estaria respondendo a um impeachment agora. Agora a deputada que apresentou o projeto apresenta para o prefeito este projeto sem apresentar a fonte de custeio. Se derrubarem o meu veto, vão ter que tirar de outras pautas. De onde? Não sei. Não é fácil."
Ainda sobre o tema, o presidente da República disse que, em sua gestão, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) vetou um projeto igualzinho e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) também barrou projeto semelhante quando administrava São Paulo.
"Se não pode apresentar um projeto sem dizer de onde vem o dinheiro. Está na lei isso. Se eu sancionar, estou em curso de crime de responsabilidade. Eu não posso fazer o que eu quero com a minha caneta, um vereador ou deputado pode colocar sim ou não para o que bem entender. Se eu fizer, pronto. O projeto é bom? É bom o projeto, não há dúvidas, mas uma deputada que apresenta isso tem que ser criticada e não elogiada", finalizou.
Após alardear de que o fato a ser exposto seria 'arrasa quarteirão', pastor citou três ministros que teriam se encontrado com o senador
Por Luiz Carlos Pavão
Após o pastor Silas Malafaia ter afirmado nesta segunda, 11, que dois ministros do governo Bolsonaro não tinham mais “condições morais” de continuar nos cargos e que seria "quentíssima" a revelação que traria, agora a tarde, em vídeo publicado em seu canal do youtube, o líder religioso explicou do que se tratava.
No vídeo, o pastor citou informações do jornal Folha de S.Paulo de que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, teria ido a um jantar com o senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid, que, nas palavras de Malafia "é o cara que quer destruir Bolsonaro por interesses políticos".
Malafaia cita ministros que teriam se encontrado com Renan Calheiros
O pastor ainda reiterou que o ministro da Casa Civil 'deveria convocar a imprensa' para afirmar o apoio a indicação de André Mendonça ao STF. "O senhor é obrigado a vir a público dar uma satisfação", disse.
Com base nas mesmas informações, Malafaia também citou que o ministro das Comunicações, Fábio Faria, teria pariticipado do encontro. Porém, no vídeo, ele afirma que Faria negou que estivesse presente. Porém, da mesma forma, o pastor também afirmou que Faria era 'obrigado' a emitir uma nota em apoio ao nome que Malafaia defende à vaga no STF.
Outra a ser citada foi a ministra da Secretaria de Governo, Flavia Arruda. Todos estes, nas palavras do pastor, são considerado 'políticos' e, portanto, deveriam defender a indicação do presidente do nome de André Mendonça.
Para finalizar, Malafaia disparou. "Os ministros (citados acima), que são políticos e do Palácio, são obrigados a defenderem a indicação do presidente Bolsonaro, são obrigados a trabalharem em favor de André Mendonça. Não querem? Caiam fora daí".
Mais cedo, em publicação nas redes sociais, Malafaia havia dito que 'seria quentíssima' a revelação e que as autoridades que seriam denunciadas eram “inescrupulosas” e que a divulgação seria um “verdadeiro arrasa quarteirão”.
Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, o pastor já havia postado um vídeo no qual acusa o ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, de indicar nomes de seu interesse pessoal à vaga disponível no Supremo Tribunal Federal (STF).
O pastor tem feito campanha para que o nome de André Mendonça seja pautado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre.
Integração engloba estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins
Por Elisângela Silva
O vice-governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, participou na manhã desta segunda-feira, 11, no estado de Goiás, a convite do governador goiano Ronaldo Caiado (DEM), de evento que homenageou a integração entre as forças de segurança dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
As forças policiais já apreenderam mais de 145 toneladas de drogas entre 2019 e outubro de 2021, o que causou prejuízo de R$ 3,1 bilhões ao narcotráfico. O balanço de produtividade foi apresentado pelo governador Ronaldo Caiado, durante o evento. Parte das operações ocorreu a partir desse trabalho colaborativo.
Outras ações resultantes da integração entre as forças de segurança pública dos diferentes estados da Federação resultaram em prejuízos milionários aos narcotraficantes. No último dia 2 de outubro, por exemplo, uma operação conjunta apreendeu meia tonelada de cocaína na região central de Goiás. Estima-se um prejuízo de R$ 90 milhões para a organização criminosa.
“Esse evento de hoje é fundamental para mostrar à população o quanto vocês são eficientes. São referência em nosso país”, declarou Ronaldo Caiado aos homenageados.
“Não agimos só com bandido pé de chinelo. Bandido grã-fino não se cria no Estado de Goiás. Aqui ele cai também, tenha o status que tiver. Nossa tropa tem total liberdade para agir”, reforçou o governador goiano.
O vice-governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, parabenizou o trabalho das tropas. “Todos vocês têm importância vital na diminuição desses índices de criminalidade, para que possamos desenvolver o trabalho para a segurança social”, ressaltou.
Posteriormente, o vice-governador tocantinense saudou a integração dos Poderes, das forças de Segurança e da sociedade civil organizada, que entendem que a parceria é a melhor maneira para resolver crises e problemas. “Agradeço o convite para que o governo do Tocantins seja inserido nesta parceria que, seguramente, melhora a vida de todos os cidadãos tocantinenses, goianos, mato-grossenses e brasileiros dos mais diversos estados da Federação”, pontuou.
As costuras variam de estado para estado e devem levar em conta a competitividade dos candidatos em nível local e a popularidade dos presidenciáveis em cada região
Por João Pedro Pitombo
Com pré-candidaturas competitivas no Nordeste, PT e PSB devem receber apoio de legendas como o MDB e partidos do centrão como PP, PL e Republicanos.
O PP, por exemplo, deve seguir aliado ao PT na Bahia e ao PSB em Pernambuco. O cenário não deve mudar nem mesmo com a possível filiação de Bolsonaro ao PP, movimento que voltou a ganhar força na última semana.
“Essa [eventual] filiação dele não afeta de forma nenhuma em Pernambuco, porque temos diretórios constituídos nos estados. A direção nacional do PP respeita a autonomia das direções locais”, disse o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE).
Em alguns casos, como o do PSB de Pernambuco, a coalizão deve incluir no mesmo palanque petistas, adeptos da terceira via e até mesmo apoiadores de Bolsonaro.
A lógica de palanques aberto deve guiar as candidaturas do PSD, que deve lançar candidatos nos três maiores colégios eleitorais.
O presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, quer lançar o senador Rodrigo Pacheco (DEM), como candidato a presidente pelo PSD. Mas não haverá portas fechadas nos palanques estaduais.
Em Minas Gerais, por exemplo, o palanque do prefeito de Belo Horizonte e potencial candidato ao governo Alexandre Kalil (PSD) deve ter espaço para o PDT de Ciro Gomes e pode trazer até mesmo o PT de Lula.
O governador de Minas Romeu Zema (Novo), por sua vez, deve apoiar formalmente o candidato a presidente do seu partido, ainda não escolhido, mas terá em seu palanque bolsonaristas e tucanos.
O formato do palanque múltiplo deve se replicar também em São Paulo, onde o PSD quer lançar Geraldo Alckmin e negocia alianças com o MDB de Paulo Skaf e o PSB de Márcio França.
Em estados como Santa Catarina e Paraná, o partido deve ter candidaturas mais próximas ao bolsonarismo, enquanto no Nordeste a tendência é de apoio a candidatos do PT e PSB.
O PDT de Ciro Gomes e a União Brasil, que surgiu após fusão do DEM com o PSL, devem firmar pontes em pelo menos quatro estados: Goiás, Mato Grosso, Bahia e Pernambuco.
Em Goiás e Mato Grosso, estados com economia ancorada no agronegócio, a tendência é de palanques amplos com espaço para Ciro, para nomes da terceira via e bolsonaristas.
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (DEM) é favorito para a reeleição, mas terá que enfrentar candidaturas ainda mais ancoradas no bolsonarismo, caso do empresário Jânio Darrot (Patriota).
Na Bahia e Pernambuco, os candidatos do DEM tentam se distanciar de Bolsonaro, que tem alta rejeição na região.
Pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto tem percorrido o interior do estado fazendo críticas aos 16 anos de governos do PT da Bahia, ao mesmo tempo que tenta mostrar sua desaprovação em relação à forma de governar de Bolsonaro.
Os petistas, por sua vez, fazem o caminho inverso e tentam carimbar ACM Neto como bolsonarista e aliado do presidente.
O cenário é semelhante em Pernambuco, onde o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (DEM), iniciou um movimento de distanciamento do bolsonarismo, mesmo sendo filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra.
Miguel quer abrir espaço no seu palanque para presidenciáveis como Ciro e João Doria ou Eduardo Leite, que disputam as prévias do PSDB.
A aliança com DEM e PDT em Pernambuco, contudo, dependerá do desenho do cenário nacional. Mas tende a se consolidar caso o PSB apoie a Lula na eleição presidencial.
“Da nossa parte, manteremos a parceria com o PSB de Pernambuco caso eles apoiem Ciro. Se decidirem por outro caminho, temos um bom diálogo com Miguel Coelho”, afirma o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Além de se aproximar do DEM, o PDT também deve fazer composições com o PT, mesmo frente às fagulhas entre Lula e Ciro Gomes.
No Ceará, berço político de Ciro, uma nova aliança entre os dois partidos pode resultar no apoio ao ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, do PDT.
A parceria pode se replicar no Maranhão, onde petistas defendem o nome do senador Weverton Rocha (PDT) para a sucessão de Flávio Dino (PSB) em detrimento do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), apoiado pelo governador.
PT e PDT também podem dividir o palanque no Amapá em torno da candidatura do senador Randolfe Rodrigues (Rede) a governador. A composição é defendida pela direção nacional pedetista, mas enfrenta resistência do governador Waldez Góes (PDT).
Candidatos de MDB e PSDB também devem contar com palanques heterodoxos, unindo de ciristas a bolsonaristas.
No Pará, o governador Helder Barbalho (MDB) deve concorrer à reeleição com um dos palanques mais amplos do país, unido o apoio do PT e de aliados de Bolsonaro.
Em Mato Grosso do Sul, o secretário estadual Eduardo Riedel (PSDB), candidato à sucessão do governador Reinaldo Azambuja, trabalha para trazer para o seu palanque bolsonaristas e antibolsonaristas.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), é cotada para ser a candidata ao Senado na chapa. Mas os tucanos também trabalham por uma aliança com PSD do senador Nelsinho Trad, do prefeito Marquinhos Trad e do deputado Fábio Trad, crítico ferrenho de Bolsonaro na Câmara.
Em apenas um estado, o Piauí, a eleição deve ser polarizada entre um candidato petista e uma bolsonarista.
O PT, que governa o estado desde 2015, lançará o secretário da Fazenda, Rafael Fonteles, para a sucessão do governador Wellington Dias. Do outro lado, a candidata do campo bolsonarista será a deputada federal Iracema Portella (PP), ex-mulher do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).
Elton Gomes, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco, destaca que as eleições estaduais seguem lógicas próprias.
“O país é continental, com muitas realidades locais diferentes. E o exercício do poder passa por muitas construções contextuais e factuais distintas, onde em cada estado da federação existe uma competição entre diferentes grupos”, afirma.
O especialista ainda avalia que a próxima eleição deve ser mais descolada das eleições estaduais, ao contrário de 2018, quando parte dos governadores se elegeu na onda bolsonarista.
Indicação para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) depende de sabatina no Senado
Da CNN
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou neste domingo (10) sobre a indicação de André Mendonça a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A confirmação do nome depende da realização de uma sabatina no Senado. Bolsonaro disse que o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) não está permitindo que a sabatina aconteça.
“Três meses lá no forno o nome do André Mendonça. Quem não está permitindo é o Alcolumbre, uma pessoa que eu ajudei na eleição dele. Depois pediu apoio para eleger o (Rodrigo) Pacheco (DEM-MG) (presidente do Senado), e eu ajudei. Teve tudo que foi possível durante dois anos comigo. De repente ele não quer o André Mendonça”, afirmou.
“Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele. Ele pode votar contra. Agora o que ele está fazendo não se faz. A indicação é minha. Se ele quer indicar alguém para o Supremo, ele pode indicar dois. Ele se candidata a presidente no ano que vem. No primeiro semestre de 2023, tem duas vagas para o Supremo, ele pode indicar dois [ministros] para o Supremo”, declarou Bolsonaro.
A CNN entrou em contato com a assessoria de Davi Alcolumbre, que afirmou que o parlamentar não irá se manifestar sobre o assunto.