Por Antonio Coelho de Carvalho

 

O mês de maio começou com os candidatos à presidência da república como pé na estrada e em clima de campanha. No Dia do Trabalho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT), participou na praça Charles Muiler em São Paulo, de atos alusivos primeiro de maio, com apoio de sindicatos, centrais sindicais com shows e discursos, pedindo votos para o PT, o que é proibido pela legislação.

 

Pelo outro lado manifestantes foram às ruas em vários pontos do país em atos a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL). Quase todas as capitais do país e o Distrito Federal registraram manifestações de apoio ao presidente. A única onde não houve manifestação foi Porto Velho, capital de Rondônia. Muitos protestaram contra protestaram contra decisões do STF.

 

Esse ponta pé demostrou como deverá ser a campanha eleitoral, e justamente ela,  a campanha eleitoral que pode mudar ou consolidar no convencimento do eleitor. no embate das pautas, o ex-presidente Lula com o discurso de revogar as reformas trabalhistas, não cumprir o teto de gastos , criar o criará o Ministério da Igualdade Racial, que se eleito, ira trabalhar para a criação de uma moeda única para a região da América Latina. Além defender  o aborto.

 

Já o presidente Jair Bolsonaro alem de contra tudo isso que prega o Lula petismo, elegeu temas que lhes são muito caros entre eles o da liberdade. Ele  vem sistematicamente enfrentando o Judiciário e o STF por suas ações e decisões,  inconstitucionais segundo ele e milhares de apoiadores. Na realidade Bolsonaro herdou uma máquina corrupta e aparelhada para tal, e mudanças culturais e estruturais  não se faz da noite para o dia.

 

Campanha antecipada

Tanto o presidente Jair Bolsonaro como o ex-p residente Lula podem ser acusados de antecipar a campanha. Bolsonaro com seus passeios de motos, que arrasta multidões. Já Lula ele mesmo já pregou abertamente para o eleitor apertar o 13, alem de "cantores" atores que pedem voto abertamente para o ex-presidente. Isso começou em um festival de  musica, Lollapalooza, onde uma bandeira de Lula exibida por Pabllo Vittar. O ato não seria campanha eleitoral antecipada pois não há pedido explícito de voto, diferente do que fez Lula, em Sumaré interior de São Paulo. “Eu queria convocar o povo brasileiro. O povo é soberano, e o Bolsonaro fica colocando medo nas pessoas. ‘Ah, a campanha vai ser suja e agressiva’, ‘vai ter muita mentira’”.  Temos que “convocar o povo” a “votar no 13” .

 

Pega na mentira

 

No ato do primeiro de maio Daniela Mercury disse: “Quero dizer que a agricultura tem 260 bilhões por ano de apoio, de leis de incentivo, e a cultura não tem nenhum, então quem acha que os artistas brasileiros recebem dinheiro, eu nunca trabalhei, nem ganhei dinheiro de governo qualquer”. No mesmo dia centenas de printis mostravam a mentira.

Na realidade é só um jogo de interesse da cantora, ficou feio e vergonhoso mentir tão descaradamente assim para os brasileiro ao dizer  que NUNCA recebeu dinheiro de governo nenhum. Porém, a produtora “Califórnia Produções” da esposa de Daniela Mercury lucrou milhões com a Lei Rouanet, além do Instituto Sol da Liberdade idealizado e produzido por ela que também captou milhões.

 

Com dinheiro publico

 

Como a mentira tem perna curta, no outro dia descobriu que o show da cantora seria pago pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. A cantora Daniela Mercury e ao menos outros quatro artistas receberam um total de R$ 187 mil pela realização de shows. apos o pega na mentira a produtora disse não cobraria mas pelo show. bom ficaram sem o dinheiro publico. A Lei Rouanet foi sancionada pelo então presidente Fernando Collor em 1991, ela instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura, e que maioria dos casos os captadores devolvem  um entretenimento  musical, que sempre é cobrado a entrada, que na maioria da vezes é duvidosos.  Alem dos famosos que captam uma quantidade grande de recursos e devolvem pouco em cultura.

 

As liberdades

Com embates políticos e ideológicos gerados pela polarização entre Direita, Jair Bolsonaro e Esquerda Lula, as liberdades nunca estiveram tão presentes no nó institucional que se tem no momento político brasileiro. De um lado o STF disposto a tomar para si as prerrogativas que não constam na Constituição. como no coso do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado e preso pelo STF por crime de Opinião.  Vários jornalista presos e condenados por crimes de opinião. Outro é senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), que si tornou réu por declarações feitas por ele nas redes sociais contra colegas do Congresso.

 

Inversão de valores

 

A velocidade com se chegou a um veredicto a respeito do caso do deputada Daniel Silveira não e a mesma  que se vê em outros processos, principalmente os tem como réus políticos tradicionais. Os detentores de mandatos que em praticamente na sua totalidade os processo são extinto por decurso de prazo. Outros têm seus processos anulados. A internet não deu voz somente para os imbecis, como parafraseou  o Ministro  Alexrande de Moraes (Frase de Umberto Eco) ela também deu visibilidades de quem são autoritários e reacionários que não acreditam que o povo possa exercer sua liberdade de expressão como sua liberdade individual de escolha.

 

Jantando

 

Em reunião de bacanas que teve como anfitriã a nossa querida senador Kátia Abreu  (PP-TO), reuniu para um jantinha o  ministro  do Supremo Tribunal Federal  e do Tribunal Superior Eleitoral  Alexandre de Moraes,  Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski , do presidente do senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), senadores Jaques Wagner (PT-BA), ex-ministro da defesa no governo Dilma, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), Marcelo Castro (MDB-PI), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Weverton Rocha (PDT-MA). no cardápio as liberdades, a reclamação foi do canal de TV Jovem Pam, especificamente do programa os pingos nos is. Um programa em que seus comentaristas não tem medo de falar a verdade e ela muitas vezes e necessária e doida para o mentiroso.

 

Os interesse  

Alguém já disse que nem todas as verdades são pra serem ditas, mas foi que fez o comentarista Augusto Nunes no programa os  pingos nos is. presidente do senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é advogado tem  processo milionário no STF, ele advogado do VALE, e o STF, vai julgar caso relacionados com a empresa e Pacheco tem interesse nessa sentenças, são indenizações  milionárias, mas o mais importante são as punições aos responsáveis por centenas de vias perdidas nas bagagens que fora rompidas ... a exemplo de Brumadinho em 2019.

 

As vitimas

 

Não se trata de defender A ou B, se trata de liberdade, de justiça e as seguranças constitucionais dos indivíduos. Entre os diferentes direitos expressos na Constituição, a liberdade de expressão constitui direito especialmente fundamental, pois sua garantia é essencial para a dignidade do indivíduo e, ao mesmo tempo, para a estrutura democrática de  direito. Quando se chamam qualquer manifestação da direita de autoritária e golpista. Chamam o povo nas ruas de ameaça à democracia. Chamam as críticas ao STF de ruptura institucional, isso soa passíveis de processos. Quando um vereador invade uma igreja durante uma missa aos gritos fazendo xingamentos e esbravejando palavras de ordem é liberdade de expressão. Ou como já dizem outros o vereador é vitima de racismo.

 

Muricis

O Murici, um fruto silvestre,  tem seu auge aqui no Tocantins nos três últimos messes do ano.  E coincide com as eleições, como diz o povo em tempo de Murici é cada um por si. Assim caminha as campanhas eleitorais. Onde os candidatos em sua maioria não se importando muito com o coletivo, olhando somente para o umbigo. Temas importantes e caros para toda a sociedade vão ficando para depois. Cabe ao eleitor observar o passado dos candidatados e suas propostas para o futuro, propostas que devem ser realistas e não um amontoado de palavras e propostas que não serão cumpridas, para que depois não ficar ai mais quatro anos comendo na taba como papagaio.

 

Antonio Coelho de Carvalho é Jornalista 

 

Posted On Domingo, 15 Mai 2022 08:59 Escrito por

A parlamentar segue sua agenda municipalista na região do Bico do Papagaio até segunda-feira, 16

 

Com Assessoria

 

A deputada federal e pré-candidata ao Senado, Professora Dorinha visitou na tarde deste sábado, 14, mais dois municípios da região do Bico do Papagaio, Luzinópolis e Angico. Acompanhada do deputado estadual Jair Farias e lideranças políticas da região, a comitiva foi recebida nos municípios pelos prefeitos, líderes e populares locais.

 

Luzinópolis já foi beneficiada com quase R$ 3 milhões em emendas da deputada professora Dorinha. O prefeito do município, João Miguel Margarido, conhecido como João Português, destacou o trabalho da deputada na região. “Professora Dorinha, recebemos com gratidão a sua visita em nossa cidade. Precisamos agradecer todas as emendas destinadas, que trouxe ao nosso município desenvolvimento e qualidade de vida”, concluiu

Já o prefeito de Angico, Cleofan Barbosa Lima, comentou sobre a importância da visita de Dorinha. “Que honra recebê-la em nossa cidade. Sua visita muito nos alegra. Contar com o seu apoio é muito importante. Saiba que Angico é grato e que a senhora tem o nosso apoio massivo para o Senado, conte com todos nós”, enfatizou o prefeito.

A parlamentar reafirmou seu compromisso de trabalho e reforçou apoio nas demandas em prol da população da região. “Continuarei trabalhando pelo Tocantins. Honrarei cada voto que recebi, a política não tem sentido se não for para transformar a vida das pessoas, contem comigo”, concluiu Dorinha.

 

Luzinópolis

 

O município de Luzinópolis foi beneficiado pela deputada federal Professora Dorinha Seabra com emendas no valor total de R$ 2.809.867,90, valor destinado às áreas de saúde, educação e desenvolvimento da região, além de emenda especial destinada à construção de uma praça pública e quadra escolar coberta. O município teve o valor de R$ 200.000 destinados è área da saúde para custeio do Piso de Assistência Básica.

 

Angico

 

A deputada federal professora Dorinha Seabra destinou recursos no valor de R$ 3.071.999,48 para o município de Angico. A cidade, que conta com a estimativa de 3.475 habitantes, foi beneficiada com um caminhão a diesel com carroceria basculante, caminhão compactador de lixo, construção de uma quadra de esportes e uma quadra escolar coberta e R$ 1 milhão para pavimentação do município.

 

Posted On Domingo, 15 Mai 2022 07:20 Escrito por

Um jantar na casa da senadora Kátia Abreu (PP-TO) na quarta-feira (11), em Brasília, promoveu o encontro de um grupo de senadores críticos ao governo Jair Bolsonaro (PL) e ministros do Supremo Tribunal Federal.

 

Por Guilherme Seto

 

Nessa reunião, parte dos parlamentares presentes avançou em ideia de criar um grupo em defesa da democracia e do STF. Os ministros da corte têm sido alvo constante de ataques de Bolsonaro nos últimos anos.

 

Além da presença dos senadores que lideram a iniciativa, como Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Marcelo Castro (MDB-PI), Jaques Wagner (PT-BA), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e a própria anfitriã, também participaram do jantar os ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski.

 

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), (foto)presidente do Senado, estava presente. Esse grupo de senadores diz que a iniciativa tem que contar com a coordenação institucional de Pacheco, devido à sua posição.

 

"Um grupo de senadores fez conversas com vários ministros do STF e com o presidente do Senado, algumas vezes, sobre a necessidade de institucionalmente defendermos a democracia, a Constituição e a separação dos Poderes", diz o senador Renan Calheiros.

"Continua o terror institucional e não podemos deixar o STF sozinho, já que o presidente da Câmara [Arthur Lira, do PP, seu antagonista em Alagoas] está atrelado ao projeto de poder de Bolsonaro. Esse nosso grupo é suprapartidário e quer ser majoritário", completa.

 

"É uma frente em defesa das urnas e da democracia. O sentimento que percebemos foi o de que pela primeira vez os ministros se sentiram amparados. A ideia é ter uma trincheira comum para que as bravatas de Bolsonaro não se concretizem", afirma Randolfe Rodrigues.

Ele diz que Pacheco fez uma fala muito firme na reunião, dizendo que não deixará o Supremo isolado e que fará cada vez mais manifestações em defesa das urnas eletrônicas.

 

Alexandre de Moraes, (foto) por sua vez, disse que não recuará nas investigações, a despeito dos ataques que tem sofrido.

Segundo Calheiros, os próximos passos do grupo são definir um calendário de conversas e eventos e estabelecer contato com outros parlamentos do mundo.

 

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi relator da CPI da Covid

 

"O grupo não tem nome ainda. Não sabemos quantos somos, sabemos somente desse grupo menor que participou do jantar da Kátia e de outras reuniões anteriores. Tem que ver pelo perfil, quem defende a Constituição e está disposto a se entregar a essas tarefas de fazer a relação com outros parlamentos do mundo, atrair observadores para a eleição, fortalecer o Supremo, que é o poder da vez que está sendo contestado, não deixar o STF solitário", acrescenta Calheiros.

 

O emedebista diz que o grupo já teve encontros individuais com Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, e que os demais ministros do STF serão procurados nas próximas semanas.

 

Por fim, afirma que o grupo já entregou a Pacheco uma proposta de encontros e eventos no Senado com instituições, militares, jornalistas, entre outros.

 

 

Posted On Domingo, 15 Mai 2022 07:05 Escrito por

Brasil tem 41 casos notificados da doença em nove estados

 

Por Pedro Rafael Vilela

 

O Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar casos de hepatite aguda infantil de origem desconhecida. Segundo a pasta, a proposta é apoiar a investigação de casos da doença notificados em todo Brasil, além de levantar evidências para identificar possíveis causas para a enfermidade.

 

Na última atualização realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério, 44 casos da doença haviam sido notificados no país. Desses, três foram descartados e os demais permanecem em monitoramento. Os casos foram reportados nos estados de São Paulo (14), Minas Gerais (7), Rio de Janeiro (6), Paraná (2), Pernambuco (3), Santa Catarina (3), Rio Grande do Sul (3), Mato Grosso do Sul (2) e Espírito Santo (1).

 

A sala de situação foi aberta nesta sexta-feira (13), vai funcionar todos os dias da semana e conta com a participação de técnicos da pasta, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e de especialistas convidados.

 

Além de monitoramento, a sala vai padronizar informações e orientar os fluxos de notificação e investigação dos casos para todas as secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como para os laboratórios centrais e de referência de saúde pública. "O objetivo também é contribuir para o esforço internacional na busca de identificação do agente etiológico responsável pela ocorrência da hepatite aguda de causa ainda desconhecida", informou o ministério.

 

No último dia 10, a pasta participou de reunião com um grupo de especialista junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e representantes de oito países (Reino Unido, Espanha, Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Colômbia e Argentina) nas áreas técnicas de emergências em saúde pública, infectologia, pediatria e epidemiologia, para discutir evidências disponíveis até o momento.

 

Um dia antes, a pasta publicou uma nota técnica com orientação para secretarias estaduais e municipais de saúde sobre a notificação, a investigação e o fluxo laboratorial de casos prováveis de hepatite aguda de etiologia desconhecida em crianças e adolescentes. Como as evidências sobre a doença ainda são muito dinâmicas, a sala de situação deve atualizar periodicamente as orientações.

 

O que se sabe

A hepatite de origem desconhecida já acometeu crianças em, pelo menos, 20 países. A doença se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus conhecidos da enfermidade. Em cerca de 10% dos casos, foi necessário realizar transplante de fígado.

 

Segundo a OMS, mais de 200 casos, até o último dia 29, haviam sido reportados no mundo, a maioria (163) no Reino Unido. Houve relatos também na Espanha, em Israel, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Irlanda, na Holanda, na Itália, na Noruega, na França, na Romênia, na Bélgica e na Argentina. A doença atinge principalmente crianças com um mês de vida aos 16 anos. Até o momento, foi relatada a morte de um paciente.

 

Em comunicado divulgado no dia 23 de abril, a OMS disse que não há relação entre a doença e as vacinas utilizadas contra a covid-19. “As hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas contra a covid-19 não têm sustentação pois a grande maioria das crianças afetadas não recebeu a vacinação contra a covid-19”.

 

Em nota divulgada no início de abril, a Agência Nacional de Saúde do Reino Unido, país com maior número de casos relatados, também informou que não há evidências de qualquer ligação da doença com a vacina contra o coronavírus. “A maioria das crianças afetadas tem menos de 5 anos, jovens demais para receber a vacina”.

 

Sintomas

De acordo com a Opas, braço da OMS nas Américas e no Caribe, os pacientes com hepatite aguda apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia, vômitos e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Não houve registro de febre.

 

O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento devem ser aprimoradas assim que a origem da infecção for determinada.

 

Os pais devem ficar atentos a sintomas como diarreia ou vômito e a sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.

 

O detalhamento dos sintomas da doença pode ser encontrado no site da Opas.

 

 

Posted On Domingo, 15 Mai 2022 07:03 Escrito por

Decano do MDB, o ex-governador do Rio Grande do Sul, ex-senador e ex-ministro da Agricultura de José Sarney, Pedro Simon, de 92 anos, acumulou sete décadas consecutivas de atuação na vida pública. Com essa bagagem, insurge-se contra a ala lulista de seu partido e se tornou ardoroso defensor da pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República.

 

Por Pedro Venceslau

 

 

Nesta entrevista ao Estadão, Simon afirma que, em caso de polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, votaria, pela primeira vez na vida, em branco. A seguir, os principais trechos da entrevista:

 

Uma ala do MDB defende o apoio do partido a Lula para a Presidência. A sigla é mais antipetista ou lulista?

 

MDB sempre foi um partido complexo. Liderou a campanha das Diretas-Já, a Assembleia Nacional Constituinte e o movimento pelo fim da tortura, mas sempre teve um grupo que ia para o outro lado. O grupo que apoiou o Lula na corrupção que foi feita sempre gostou de mamar nas tetas do governo. Hoje, não tenho dúvida de que nesse drama cruel que estamos vivendo – em que, de certa forma, querem determinar que metade do Brasil seja Lula e metade Bolsonaro –, o MDB reúne condições de dar a grande caminhada para um Brasil realmente democrático. Simone Tebet é um nome espetacular. É uma mulher digna, honesta e competente.

 

Mas como avalia a força dos emedebistas que apoiam Lula, como Renan Calheiros e Eunício Oliveira?

 

Esse grupo está identificado com a Operação Lava Jato. Está provado e reconhecido, embora os processos não andem porque o Supremo Tribunal Federal deixou na gaveta. A marca que eles deixaram é triste e dolorosa. Lula deveria estar na cadeia e essas pessoas deveriam estar respondendo a seus processos. Esses nomes têm condenações graves e sérias, mas o Supremo fez uma espécie de troca-troca: um não mexe com o outro.

 

Há muitos bolsonaristas no MDB também...

 

Os que querem Bolsonaro estão encantados com os favores, vantagens e emendas do Orçamento. A coisa está tão malparada que lembro de uma frase do doutor Ulysses (Guimarães) quando a gente se queixava do Congresso: “Se esse Congresso é horrível, espera até vir o próximo”. Bolsonaro está muito longe do que é bom para o Brasil. Eu defendi, lá atrás, uma tese de que o MDB deveria apresentar dois candidatos: a Simone e o (Sérgio) Moro (hoje no União Brasil). A ideia era não definir logo quem seria o candidato a presidente e vice. Aí, em agosto, fariam uma grande pesquisa.

 

Por que não deu certo?

 

Porque o Moro levou paulada de todos os jeitos. O Supremo soltou todo mundo, só falta colocar o Moro na cadeia. Então, ele largou e não é mais candidato. A salvação do Brasil se chama Simone. O pai dela (Ramez Tebet) foi presidente do Senado quando afastamos o senhor Jader (Barbalho).

 

O senhor acredita que a chamada terceira via pode sair unida? Ou o MDB deve ter chapa pura?

 

É lamentável que a terceira via não saia unida. Existem todas as condições de unir o PSDB e o velho MDB. O ideal seria eles estabelecerem, juntos, uma reação a essa máquina do lulismo, que quer ganhar a qualquer custo, e ao Bolsonaro, que usa a máquina do governo de maneira irresponsável. Se a Simone for lançada candidata, tenho a convicção de que esses partidos que não sabem o que fazer virão conosco. Os que não sabem o que fazer vão com ela.

 

O ex-governador João Doria (PSDB) seria um bom vice para Simone? Acha possível uma composição?

 

Eu respeito o Doria. Ele foi um bom prefeito e um bom governador. É honesto, decente e foi o grande nome da vacina, mas não sei o que ele fez que não soma. O ideal era ter o Moro de vice. Seria espetacular.

 

Como avalia o nome do ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB)?

 

Tenho respeito e gosto dele. É um homem bem-intencionado, mas foi irresponsável ao deixar o governo. Não devia ter entrado naquela prévias. Foi uma confusão. Acho difícil o Eduardo Leite ser candidato a governador. Ele renunciou e seria estranho voltar atrás. O mais provável é que ele dispute o Senado. Mas é um político que tem um futuro.

 

Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, em quem votaria?

 

É um drama, tchê. Deus não vai permitir isso. É um terror um homem de 92 anos, com 70 anos de cargos públicos, dizer isso, mas eu votaria em branco. Tem muita gente que está vivendo esse drama.

 

Se a senadora Simone Tebet for mesmo candidata ao Planalto, o senhor acredita que o MDB vai estar de fato fechado com ela ou traições serão toleradas nos Estados?

 

Se Simone for a candidata, acredito que sim. Lula não prestou conta dos erros que cometeu e Bolsonaro não sabe o que vai fazer. Eu acredito num milagre. Estou convencido de que o programa de TV vai mostrar quem é quem. Acredito num palanque único com União Brasil, MDB e PSDB. E mais: outros partidos vão fechar com ela. O povo vai se insurgir. Quais interesses levam parte do MDB a apoiar Lula ou Bolsonaro? Está na hora de Deus ser brasileiro.

 

O que é mais forte hoje no Brasil: o antipetismo ou o antibolsonarismo?

 

Dá empate. Fui fã do Lula no início do governo dele. Tomou posições corajosas, mas aí veio a Lava Jato. Lula acabou se comprometendo. E, se o Bolsonaro fizer um teste psicotécnico para tirar carteira de motorista, ele não passa.

 

Posted On Domingo, 15 Mai 2022 06:50 Escrito por O Paralelo 13