Por Edson Rodrigues
O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, anunciou nesta semana uma reforma administrativa profunda, que vai reagrupar dez secretarias, reduzir cargos comissionados e até cortar contratos de aluguel de veículos. A decisão, segundo ele, é uma medida de “medicina financeira preventiva”, tomada em meio à queda real da arrecadação e à necessidade de manter o equilíbrio fiscal da capital tocantinense.
“Não estou mexendo em nenhum centavo de efetivo. O foco é enxugar os cargos que eu mesmo criei, preservando os servidores de carreira”, afirmou o prefeito.
Os números confirmam a gravidade da situação. Mesmo com aumento de R$ 226,5 milhões nas receitas primárias em 2024, Palmas encerrou o exercício com déficit de R$ 72 milhões, conforme relatório do 3º quadrimestre apresentado à Câmara Municipal. A Receita Corrente Líquida chegou a R$ 2,024 bilhões, mas os gastos com pessoal alcançaram R$ 1,027 bilhão, o equivalente a 50,7% da arrecadação, percentual que acende alerta em qualquer administração.
Para 2025, o orçamento aprovado pela Câmara é de R$ 2,7 bilhões, um volume expressivo, mas que esbarra na rigidez das despesas obrigatórias. Só saúde e educação consomem cerca de R$ 806 milhões, segundo estimativas oficiais. Com a folha de pagamento e encargos ocupando metade da receita, sobra pouco espaço para investimentos e manutenção da máquina pública.
Em tempos em que o discurso político costuma se apoiar em promessas populistas e gastos de efeito imediato, Eduardo Siqueira adota a postura de cortar na própria carne. Sua medida reflete responsabilidade fiscal e um senso de realidade diante de um quadro que afeta a maioria dos municípios brasileiros, a frustração de receitas e a dependência crônica dos repasses federais.
Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelou que 25% das cidades brasileiras não geram riqueza suficiente sequer para custear a própria estrutura, dependendo quase integralmente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). No Tocantins, essa dependência é ainda mais acentuada: mais de 70% dos municípios vivem basicamente de repasses federais.
A HERANÇA DA INSTABILIDADE
A reforma de Eduardo Siqueira ocorre também em meio à pressão dos profissionais da educação, que cobram da Prefeitura o cumprimento de direitos e reajustes. A pauta é legítima, mas o momento exige diálogo e equilíbrio, para que nem os servidores, nem os alunos da rede municipal sejam prejudicados.
O Observatório Político de O Paralelo 13 entende que o direito dos professores é inegociável, mas destaca que, em um cenário de retração fiscal, o caminho mais sensato é a negociação civilizada, que preserve tanto o funcionamento da máquina pública quanto a dignidade dos trabalhadores da educação.
GESTÃO COM OS PÉS NO CHÃO
A decisão de reestruturar a administração municipal, reduzir cargos e reorganizar secretarias mostra que Eduardo Siqueira optou por uma gestão técnica e prudente, descolada do imediatismo eleitoral. Palmas, capital de todos os tocantinenses, precisa continuar crescendo sem comprometer seu futuro financeiro.
O gesto do prefeito pode até causar desconforto momentâneo dentro da própria base política, mas demonstra maturidade administrativa em um país onde o dinheiro público ainda é tratado, muitas vezes, como recurso inesgotável.
Num cenário em que mais de mil cidades brasileiras não arrecadam o suficiente para se manter, a reforma de Palmas serve de exemplo e alerta, pois governar é também saber dizer “não” e garantir que o orçamento público não se transforme em um problema maior no amanhã.
ENTREGAS EM 2026
O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, já tem assegurados R$ 200 milhões em recursos provenientes de um empréstimo junto ao Banco do Brasil, com aval do Tesouro Nacional.
Com esse montante, a gestão municipal planeja uma série de entregas nas áreas de infraestrutura, mobilidade urbana, saúde, educação e habitação setores fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população palmense.
Paralelamente, a Prefeitura também trabalha em outros projetos em fase de estruturação e planejamento, com o objetivo de obter aprovação e financiamento de organismos nacionais e internacionais. Esses projetos buscam consolidar políticas públicas voltadas à industrialização do Parque Industrial de Palmas, promovendo o desenvolvimento econômico, a geração de milhares de empregos e o aumento da arrecadação municipal.
Por várias vezes, Eduardo tem demonstrado estar focado na gestão pública, sem politização, sem atritos e sem confusões. Seu foco é a administração eficiente, com ênfase em resultados concretos e na entrega de benefícios reais à população de Palmas.
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
Um novo mapa político começa a se desenhar no Tocantins após a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que assegurou a permanência do governador interino Laurez Moreira (PSD) no comando do Estado até o julgamento do recurso do governador afastado Wanderlei Barbosa.
Os próximos dias e meses prometem movimentar intensamente a classe política e partidária, com dirigentes, lideranças e pré-candidatos majoritários se reorganizando diante desse novo cenário. O tabuleiro sucessório ganha temperos novos, e seus efeitos colaterais certamente se estenderão até as eleições estaduais de 2026.
GOVERNO EM ALERTA, OPOSIÇÃO EM RECONSTRUÇÃO
Não há, neste momento, motivos para euforia entre os governistas, tampouco espaço para desalento nas oposições. A base política do governador em exercício, Laurez Moreira, candidato natural à reeleição, busca consolidar sua posição enquanto as forças oposicionistas tentam se reorganizar.
Se quiserem ter competitividade real em 2026, os opositores precisam olhar para o futuro e transformar-se em uma oposição com representatividade efetiva nas câmaras municipais, nas prefeituras dos principais colégios eleitorais, na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Goste-se ou não, o governador afastado Wanderlei Barbosa continua sendo uma liderança consolidada. Cabe a ele, agora, concentrar-se em sua defesa jurídica em Brasília e, ao mesmo tempo, reconectar-se com a população tocantinense, que conhece seu estilo simples e direto de governar.
DORINHA SEABRA GANHA TERRENO
A senadora Professora Dorinha Seabra (União Brasil), pré-candidata ao Governo do Estado, desponta como nome forte da oposição. De acordo com as pesquisas mais recentes de intenção de voto divulgadas no Estado, a pré-candidata aparece na liderança entre o eleitorado tocantinense. Além disso, conta com o apoio de inúmeros prefeitos e prefeitas dos 139 municípios, além de respaldo político do chamado G-5, formado pelos prefeitos dos cinco maiores colégios eleitorais do Tocantins: Eduardo Siqueira (Palmas), Wagner Rodrigues (Araguaína), Josi Nunes (Gurupi), Ronivon Maciel (Porto Nacional) e Celso Morais (Paraíso do Tocantins).
A decisão do STF que manteve Laurez no cargo, paradoxalmente, força a oposição a agir com mais rapidez. A candidatura de Dorinha não pode mais “esperar o tempo do tempo”. É hora de construir uma frente ampla, com calendário e estratégia política definidos. Se não houver união, a oposição corre o risco de ser atropelada pela máquina política e administrativa de um governo que já demonstrou saber fazer política com eficiência.
DESAFIOS DA GESTÃO LAUREZ MOREIRA
O governador em exercício tem pela frente o desafio de consolidar sua autoridade, evitar perseguições políticas e manter a gestão sob seu comando, sem interferências externas. Também precisa deixar claro à população o papel de seus aliados nas diretrizes do atual governo.
Mais do que promessas, o momento exige entregas concretas de interesse público com a marca e o DNA do próprio Laurez. Ele precisa plantar administrativamente agora para colher politicamente em 2026. O perfil de seriedade e foco no futuro, característico do governador interino, será essencial para dar credibilidade à sua gestão e à sua candidatura.
O QUE SE ESPERA DA CLASSE POLÍTICA
O cenário atual pede equilíbrio. Espera-se da classe política, governistas e oposicionistas, respeito às famílias tocantinenses, ao erário público e à própria política. O processo ainda está em curso e não há, neste momento, vencedores ou derrotados.
Com o recurso de Wanderlei Barbosa a ser julgado de forma colegiada, o quadro definitivo só será conhecido nos próximos meses. Até lá, o Observatório Político de O Paralelo 13 continuará acompanhando de perto os bastidores da sucessão estadual, trazendo análises e previsões sobre os movimentos que moldarão o futuro político do Tocantins.
Saudações, Família O Paralelo 13!
Por meio de parceria com a Secretaria Municipal de Finanças, empreendedores da Capital contam com atendimento mais ágil e centralizado
Por Tainara Saraiva
A Casa do Empreendedor de Palmas, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo (Sedeem), passa a oferecer novos serviços em parceria com a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), ampliando o suporte prestado aos empreendedores da Capital. O espaço agora realiza atendimentos relacionados à Inscrição Municipal e ao Cartão de Inscrição Municipal, etapas essenciais para o funcionamento regular de empresas no município.
A ampliação permite ao empreendedor um atendimento mais ágil e centralizado, evitando deslocamentos e facilitando o processo de abertura e regularização de negócios. “A ideia é facilitar a vida do contribuinte. Ele vem até a Casa do Empreendedor, faz o cadastro, gera as taxas, realiza o pagamento e já sai com tudo regularizado”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, Henrique Nesello.
“Essa parceria é um grande avanço de desburocratização para os pequenos empresários de Palmas, que terão mais facilidade ao regularizar suas atividades. A Inscrição Municipal e o Cartão de Inscrição Municipal são ferramentas essenciais para garantir que os negócios atuem de forma legal e organizada, e agora com a proximidade do atendimento, conseguimos oferecer mais apoio e eficiência”, disse o secretário da Sefin, Glauber Santana.
Atendimento
Além da Inscrição Municipal, o novo ponto de atendimento também será responsável pela emissão do Cartão de Inscrição Municipal, documento destinado a empresas ou profissionais que atuam sem um estabelecimento fixo, mas que precisam estar devidamente regularizados junto ao município.
O atendimento poderá ser feito de forma presencial na Casa do Empreendedor, sendo possível também tirar dúvidas, acompanhar processos e realizar alterações cadastrais de forma simples e rápida pelo WhatsApp: (63) 3212-7076 ou (63) 992479649.
Aplicação das provas ocorre de 20 a 31 de outubro e envolve estudantes do ensino fundamental e ensino médio da rede pública estadual e municipal
Por Ana Luiza Dias
Entre os dias 20 e 31 de outubro, estudantes da rede pública estadual e municipal do Tocantins participarão do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), uma das mais importantes ferramentas para o diagnóstico e o aprimoramento da educação brasileira. Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Saeb mede o nível de aprendizagem dos alunos e oferece subsídios para que as escolas e os governos planejem políticas públicas baseadas em evidências.
Por meio de provas e questionários, o Saeb avalia o desempenho dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática, além de reunir informações sobre o contexto escolar, social e econômico das redes de ensino. Os resultados ajudam a compreender como os alunos estão aprendendo e orientam estratégias para fortalecer o processo de ensino-aprendizagem nas escolas.
O secretário de Estado da Educação, Hercules Jackson, destaca que a participação das escolas é essencial para o fortalecimento da rede pública de ensino.
“O Saeb é um instrumento de grande relevância para todo o país, e aqui no Tocantins ele tem sido um aliado na construção de políticas públicas mais assertivas. É fundamental que cada estudante participe com dedicação, pois os resultados refletem diretamente no Ideb e ajudam a garantir mais investimentos em infraestrutura, formação docente e novos projetos educacionais”, afirmou o secretário.
O que é o Saeb
Criado em 1990 e aplicado a cada dois anos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é uma avaliação em larga escala que mede o quanto os alunos estão aprendendo nas escolas públicas e privadas do Brasil.
As informações coletadas permitem um diagnóstico da educação básica e ajudam a identificar fatores que influenciam o desempenho dos estudantes.
Quem participa
Ensino Fundamental: estudantes do 5º e 9º anos realizam as provas de forma censitária, ou seja, praticamente todas as escolas públicas participam.
Ensino Médio: alunos da 3ª série (e, no caso das escolas integradas, também da 4ª série).
2º ano do Ensino Fundamental: participa por amostragem, em escolas sorteadas.
Algumas escolas do 5º e 9º anos também realizam testes de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, de forma amostral.
Não participam da avaliação:
Escolas com menos de 10 alunos por etapa;
Turmas multisseriadas, de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de Ensino Médio Normal/Magistério;
Escolas indígenas que não ensinam em Língua Portuguesa como primeira língua;
Escolas ou classes exclusivas de Educação Especial.
O que é avaliado
As provas do Saeb medem habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico, com foco na compreensão e na aplicação prática do conhecimento.
O conteúdo é alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às matrizes de referência do Inep, que orientam quais competências e habilidades serão avaliadas em cada etapa da Educação Básica.
Como é feita a aplicação
Confirmação das turmas participantes pelas escolas;
Distribuição dos materiais de prova pela Fundação Getúlio Vargas - FGV;
Formação dos aplicadores, profissionais externos treinados pela FGV;
Realização das provas nas escolas, sob supervisão da gestão escolar;
Aplicação de questionários para estudantes, professores e gestores, que ajudam a entender o contexto da aprendizagem.
Uso dos resultados
Os resultados do Saeb, somados aos dados do Censo Escolar, formam o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino no Brasil.
Esses dados servem para:
Planejar ações pedagógicas;
Definir metas educacionais;
Direcionar investimentos e políticas públicas;
Identificar boas práticas e desafios das escolas.
A superintendente de Educação Básica da Seduc, Celestina Maria de Souza, ressalta o papel do Saeb como instrumento de melhoria contínua. “O Saeb nos permite enxergar, com base em dados concretos, onde estamos acertando e onde precisamos melhorar. A partir desses resultados, conseguimos direcionar ações pedagógicas, fortalecer a formação dos professores e aprimorar as práticas de ensino”, destacou.
Importância para as escolas
Os dados obtidos pelo Saeb ajudam cada unidade escolar a compreender o próprio desempenho e a comparar resultados com as edições anteriores, bem como outras unidades escolares das redes municipais, estaduais e nacionais. Essa análise contribui para o desenvolvimento de planos de ação, aprimoramento de metodologias de ensino e acompanhamento mais próximo da aprendizagem dos estudantes.
“A avaliação é um momento de diagnóstico, não de punição. Ela nos mostra o que nossos alunos já dominam e o que ainda precisa ser trabalhado. Com esse conhecimento, conseguimos avançar com responsabilidade e planejamento”, reforçou Celestina Maria de Souza.
Mobilização nas escolas
Em todo o Tocantins, a Secretaria de Estado da Educação está mobilizando as escolas da rede estadual para o Saeb 2025. As equipes escolares têm promovido ações motivacionais e pedagógicas que envolvem estudantes, professores e famílias, criando um clima de engajamento e entusiasmo em torno da avaliação.
Entre as iniciativas estão mutirões de estudos, gincanas do conhecimento, sorvetadas, aulões especiais, competições interativas e jogos educativos. Essas atividades têm o objetivo de revisar conteúdos, reforçar aprendizagens e, principalmente, mostrar aos alunos a importância de participar com empenho das provas.
Cronograma
Provas: 20 a 31 de outubro de 2025
Resultados preliminares: julho de 2026
Resultados finais: agosto de 2026
Os arquivos da ATI – Associação Tocantinense de Imprensa já registravam, em 1959, em papel-jornal, folhas mimeografadas e manuscritos históricos — hoje amarelados pelo tempo e quase indecifráveis — que seus principais fundadores, Fabrício César Freire, Oswaldo Ayres e Feliciano Braga Machado, defendiam que o Estado do Tocantins deveria ser criado com base nos princípios da probidade administrativa, da moral, da dignidade, do desenvolvimento qualitativo e, principalmente, da responsabilidade para com as pessoas.
Assim também pensava, durante toda a sua vida de luta, JOSÉ CARLOS LEITÃO, que faleceu no último dia 10 de outubro, aos 76 anos, sem ter alcançado esse sonho — mesmo 37 anos depois da emancipação política do sofrido e abandonado norte goiano.
Por Edivaldo Rodrigues e Edson Rodrigues
JOSÉ CARLOS LEITÃO era um cidadão do mundo, forjado a ferro e fogo nas áridas terras de um Novo Acordo aguerrido — um dos campos de batalha da luta libertária do povo tocantinense. Foi nesse berço, de família simples e honrada, que se consolidou o idealismo desse jovem tocantinense que, tempos depois, abriu as portas do mundo para se consagrar como um respeitado publicitário, jornalista renomado e empresário de sucesso no universo mágico da comunicação.
Comprometido que era com a luta secular de sua gente, abraçou como bandeira de vida o ideário da divisão de Goiás para criar o Estado do Tocantins, levantando a voz na organização dos movimentos separatistas. Sua luta pela emancipação do povo do norte nasceu na juventude e ganhou força no seio da CONORTE – Comissão de Estudos dos Problemas do Norte, entidade formada por intelectuais libertos das correntes personalísticas e por milhares de jovens idealistas que defendiam um Estado do Tocantins sem os vícios que sempre afligiram um Brasil atolado em questões não republicanas.
JOSÉ CARLOS LEITÃO, por meio da CONORTE — entidade que presidiu até os últimos instantes de sua vida — mostrou os caminhos que o Tocantins deveria seguir após sua criação, para se constituir em um Estado forte, desenvolvido, probo e livre das amarras das conveniências e do lamaçal putrefato da corrupção e da política que se alimenta do poder pelo poder. Suas ideias e ações, no decorrer de sua luta libertária, desenhavam um Tocantins de direitos, de sonhos realizados e, sobretudo, um Tocantins de cidadania plena — acolhedor e consciente de sua existência como ato e resultado de um querer coletivo.
Por ser um intelectual liberto e por pensar um Tocantins criado por todos nós, ele pagou caro por suas contestações. Na companhia de outras figuras gigantes nas batalhas entrincheiradas de verdades e sonhos — como Totó Cavalcante, Zeza Maia, Goianyr Barbosa, entre outros de alma e sangue tocantinense — JOSÉ CARLOS LEITÃO foi lançado à margem do processo de implantação e governança da nova Unidade Federativa do Brasil.
Nessas últimas três décadas de governos tocantinenses, esses líderes que estudaram, pensaram e arquitetaram um Tocantins moderno — distante de conchavos e acertos nos calabouços do poder — foram removidos da história oficial, esquecidos no subsolo do que deveria ser uma conquista retratada como ato e ação de toda a coletividade.
Esse cidadão do mundo, que dedicou sua vida à causa tocantinense, não carregava mágoas por ter sido preterido, ao lado de tantos outros criadores do Estado do Tocantins. Isso porque possuía uma alma leve, carregava no peito um coração amoroso e sensível, e, ao abrir e fechar os braços, acolhia a todos, exalando a suavidade de quem cumpria os mandamentos da civilidade, do companheirismo e, acima de tudo, os preceitos daqueles que lideram uma causa cujo fundamento principal é a alegria do seu povo pela liberdade conquistada.
Ele, que deixa um legado extraordinário presente em todos os capítulos que descrevem a secular história de liberdade do Tocantins, jamais abandonou a trincheira da luta, contribuindo diuturnamente para que o Estado retomasse o caminho idealizado por muitos que tombaram imortais ao longo desse percurso.
JOSÉ CARLOS LEITÃO, homem de luta e de bravura ímpar, também tomba agora como um gigante — saindo da vida para ser exemplo de dignidade e cidadania. E, assim como todos nós que criamos o Tocantins, carrega abraçada ao corpo a imorredoura amargura da convivência com a política nefasta que degrada o Estado que tanto amamos.
Descanse em paz, amigo e irmão!
Essa é uma homenagem da Família Paralelo 13.