O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), vai ao Palácio do Planalto na quinta-feira (5) se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para declarar seu apoio
POR JULIA CHAIB E MARIANNA HOLANDA
Questionado pela reportagem se compareceria a Brasília para o encontro, disse: "Sim, com todo o partido União Brasil e Deputados".
Bolsonaro está numa maratona de anúncios de apoios políticos. Entre terça e quarta-feira, ele recebeu apoio oficial de Claudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG) e Rodrigo Garcia (PSDB-SP).
Na quinta-feira, ele receberá governadores e deputados federais. Caiado estará nesse encontro.
O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, fará anúncio às 19h30 para declarar como o partido vai se posicionar.
Cobiçados tanto por Bolsonaro como pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dirigentes do partido divergem sobre o rumo a seguir no segundo turno.
A maioria dos estados -segundo líderes do partido- tende a apoiar Bolsonaro, mas o respaldo ao chefe do Executivo esbarra em duas figuras-chave do partido: Luciano Bivar, que preside a União Brasil, e ACM Neto, secretário-geral.
De acordo com aliados, Bivar gostaria de declarar apoio a Lula, mas não tem condições políticas de fazer uma articulação interna que leve a sigla para esse caminho.
Outros integrantes da União, como Mauro Mendes, governador reeleito de Mato Grosso, querem empurrar a legenda para o campo de Bolsonaro.
Nesta eleição, a União Brasil elegeu 59 deputados, a terceira maior bancada da Câmara. O partido teve ainda uma candidata ao Planalto, Soraya Thronicke, que recebeu 0,51% dos votos.
Reduções variam de 2,89% a 3,68%
Por Wellton Máximo
Os transportadores de carga pagarão menos pelo frete rodoviário. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) a nova tabela de preços mínimos dos fretes rodoviários, que considera a queda recente no diesel.
Os fretes terão reduções médias de 2,89% a 3,68%, dependendo do tipo de carregamento. Em nota, a ANTT informou que cumpriu a Lei 14.445/2022, que determina a correção da tabela sempre que o valor do diesel oscilar mais de 5% para baixo ou para cima.
“Para o reajuste, a ANTT analisou a tabela de índice de preços divulgada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Entre o período de 28 de setembro a 1 de outubro, o preço médio do Diesel S10 ao consumidor ficou em R$ 6,73 por litro, o que resultou em um percentual de variação acumulado, desde a publicação da Portaria Suroc nº 214, de 22 de agosto, de -5,61% – quando ocorreu o último reajuste na tabela frete”, informou a ANTT em nota.
Categorias
Cada tabela teve um tipo de redução. Na tabela A, de transporte rodoviário de carga lotação, o frete ficou 2,89% mais barato, em média. Na tabela B, de operações com a contratação apenas do veículo de cargas, a retração média chegou a 3,21%.
Para a tabela C, de transporte rodoviário de carga lotação de alto desempenho, o valor do frete caiu 3,37% em média. Para a Tabela D, que engloba operações apenas com veículo de cargas de alto desempenho, a redução média chegou a 3,68%.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou em suas redes sociais, nesta 3ª feira (4.out.2022), uma série de críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou ter “o melhor caminho para tornar realidade o sonho” do Brasil de ser “uma nação grande e próspera”.
No início das publicações, Bolsonaro fala que ele e Lula têm caminhos bem distintos. “Sempre existirá alguém que não gosta de você ou que você não gosta, é impossível agradar a todos. Agora, quando se trata de decidir os rumos de uma nação, é preciso ir além dessas questões. A disputa não é entre palavras duras e palavras doces, é entre caminhos bem distintos”.
“No caminho de Lula, as estatais davam prejuízos, porque eram saqueadas para alimentar esquema de corrupção de seu bando. No caminho de Jair Bolsonaro, as estatais são lideradas por técnicos e dão lucros, que são usados em investimentos, como o pagamento do Auxilio Brasil”, publicou.
Depois que foi solto, em novembro de 2019, Lula já falou ao menos 9 vezes em regular a mídia. “No caminho de Bolsonaro, a garantia de que, apesar de críticas, a mídia jamais será controlada pelo governo, assim como a Internet. No caminho de Lula, a sanha pelo controle de todos os meios de comunicação, aos moldes do que fez a Venezuela e outras ditaduras amigas do PT”, afirma o presidente.
No fim das publicações, Bolsonaro reforçou que “nenhum opositor foi perseguido” em seu governo.
O presidente Jair Bolsonaro conseguiu um feito maior que o de 2018, quando interrompeu o ciclo de governos de esquerda, comandados pelo PT e recebeu na eleição deste último dia dois de outubro, uma votação superior à conquistada em sua primeira eleição. O embate ficou indefinido, e a realização do segundo turno, no dia 30 de outubro, entre Bolsonaro e Lula, já coloca os dois “QGs” de campanha em trabalho desde hoje.
Da Redação
É bem verdade que Lula venceu o primeiro turno, recebendo 6 milhões de votos a mais que Bolsonaro e não será uma tarefa fácil bater o petista. Mas a reação do mercado financeiro e a identificação do agronegócio com o plano de governo de Bolsonaro pode fazer o cenário mudar, dando mais quatro anos de governo ao presidente da República.
VITÓRIA NO SENADO
O presidente Jair Bolsonaro saiu vitorioso das eleições do Senado e com a perspectiva de corrigir uma de suas maiores fragilidades no Congresso nos últimos anos — a ausência de uma base aliada de senadores. De 27 vagas no Senado, foram 14 eleitos com o endosso de Bolsonaro, turbinando especialmente a bancada do PL, seu partido. O ex-presidente Lula (PT), por sua vez, conseguiu eleger oito aliados, pouco mais de metade de seu adversário.
A eleição de oito senadores do PL faz com que a bancada do partido do presidente fique, até o momento, com 13 senadores, e se consagre como o maior partido do Senado. Essa é a primeira eleição desde a redemocratização em que o MDB saiu de uma eleição sem a maior bancada. O partido conseguia garantir sua hegemonia na Casa desde as eleições de 1986.
O presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, foi o grande vencedor na disputa ao Senado neste domingo. Dos 27 candidatos eleitos, 14 são apoiados pelo presidente, sendo quatro deles ex-ministros do governo — Rogério Marinho (RN), Marcos Pontes (SP), Tereza Cristina (MT) e Damares Alves (DF), um, ex-secretário, Jorge Seif (PL-SC) e outro, o vice-presidente, Hamilton Mourão (RS).
MINAS GERAIS
Apoiador de Bolsonaro o recordista, Nikolas Ferreira manda recado: 'Vai ter que engolir'. Com 1,4 milhão de votos, o vereador de BH Nikolas Ferreira (PL) foi o deputado federal mais votado em todo o país
Outro foco da campanha de Bolsonaro pela reeleição neste segundo turno será o estado de Minas Gerais, onde venceu em 2018, mas foi derrotado por Lula nesta eleição. A questão é que o governador Romeu Zema, do Novo, reeleito com 56,18% dos votos, já anunciou que não apoiará o PT “em hipótese alguma” e que já está conversando com o PL, partido de Bolsonaro, que conseguiu eleger nove deputados estaduais no estado, inclusive o mais bem votado.
Logo, conseguindo reverter a derrota em Minas Gerais, Bolsonaro pode bater Lula no segundo turno, uma vez que Romeu Zema conquistou pouco mais de seis milhões de votos, justamente a diferença entre Bolsonaro e Lula no primeiro turno pela presidência da República, e seus eleitores são, exatamente como ele, antipetistas.
MERCADO FINANCEIRO ALIVIADO
O resultado surpreendente do primeiro turno das eleições presidenciais — com a votação acima do esperado de Jair Bolsonaro (PL) na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — deve ser positivo para a bolsa e para os mercados. A visão é de analistas e gestores ouvidos na noite deste domingo pelo site “Seu Dinheiro”.
Embora esperada, a disputa do segundo turno entre o ex-presidente e o atual ocupante do Palácio do Planalto deve forçar ambos os candidatos a uma maior moderação e a adotar um discurso ainda mais próximo ao centro.
Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Investimentos, Bolsonaro chega competitivo ao segundo turno.
Desta forma, o petista terá de fazer mais acenos à centro-direita para liquidar a fatura no dia 30 de outubro, ainda mais depois do resultado das eleições para o Congresso e nos Estados. “As eleições foram boas para o Brasil, inclusive para a bolsa”, afirmou Spiess.
Com o desempenho de Bolsonaro, o mercado deve colocar no preço uma possibilidade um pouco maior de reeleição do atual presidente.
Nesse cenário, as ações das empresas estatais devem reagir positivamente ao resultado do primeiro turno, de acordo com um experiente gestor. É o caso, por exemplo de Petrobras e do Banco do Brasil.
AGRONEGÓCIO
Em seu programa de governo, Bolsonaro dá vez ao agronegócio. O termo “agropecuária” aparece 16 vezes no plano enviado ao TSE. “Agricultura” se faz presente em sete trechos. Por sua vez, “agronegócio” é mencionado em três oportunidades. “Reforma agrária” é grafada em dois momentos. Enquanto isso, “pecuária” e “agricultores familiares” são citados uma vez cada.
Entre as propostas para o setor do agro, Bolsonaro defende a possibilidade de aumentar a produtividade rural, mas sem aumentar a área de plantio. O programa ainda cita o plano de estimular a sustentabilidade, apoiando empresas, cooperativas e os pequenos produtores do campo.
Em outro trecho do programa, o candidato do PL fala sobre a necessidade de se levar recursos tecnológicos, como o 5G, e segurança para as famílias que vivem e trabalham no campo. “O governo federal deverá buscar soluções específicas para a proteção de áreas fora dos núcleos urbanos, protegendo não só a família do campo, mas os equipamentos e insumos de uma forma geral, cujo valor agregado altíssimo tem levado parcela de criminosos a se voltar para esse público”.
Esse posicionamento firme a respeito do agronegócio agrada ao setor e deve trazer para Bolsonaro os votos que Simone Tebet, do MDB, diretamente ligada ao setor, levou para si no primeiro turno.
Desta forma, se conseguir unir todos esses pontos positivos e capitalizá-los em votos, Bolsonaro pode, sim, derrotar Lula no segundo turno.
Mauro Paulino lança algumas hipóteses para explicar as divergências entre os números dos institutos e a votação
Por Jeff Benício
Em clima de ressaca, a 'Central das Eleições' da GloboNews debateu a surpreendente nova onda bolsonarista na eleição.
Ex- diretor do Datafolha e agora comentarista do canal, Mauro Paulino tentou ajudar os colegas de emissora a compreender os equívocos das pesquisas, bem além da margem de erro.
"Temos que relativizar os resultados das pesquisas", disse. "Os institutos precisam rever suas metodologias."
A Globo contrata o Datafolha e o Ipec (comandado por ex-funcionários do Ibope) para realizar levantamentos divulgados em primeira mão em seus telejornais.
"Neste momento, as pesquisas estão na berlinda e os pesquisadores precisam dar respostas", afirmou Paulino.
Ele concluiu que os institutos não conseguiram "captar a força da direita no Brasil" e precisam buscar "outras fontes de informação".
Citou a influência do conteúdo propagado por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, na definição do voto de muitos brasileiros.
O comentarista acredita que a defasagem dos dados do Censo (o último foi em 2010) pode explicar parte dos erros dos institutos, que tentam atualizar o perfil do País ao escolher quem entrevistar.
Mauro Paulino disse que as pesquisas de 2º turno são historicamente mais precisas, com maior chance de acerto no resultado das urnas.
Esse choque de realidade vai fazer os jornalistas da Globo e GloboNews analisarem a nova etapa da eleição sob um novo aspecto, sem se apegar tanto aos números.
A imprensa precisa se voltar às ruas, ao invés de ficar tão dependente dos dados dos institutos. Ouvir mais o povo. Sob pressão, o jornalismo também precisa dar respostas.