Dados são de levantamento do MapBiomas divulgado nesta quarta-feira (22/01). Foi o maior registro de área queimada no país desde 2019
Por João Cunha
O MapBiomas, iniciativa que realiza o mapeamento anual da cobertura e uso de terra no Brasil, divulgou nesta quarta-feira (22) um levantamento atualizado sobre as áreas atingidas por queimadas em território nacional entre janeiro e dezembro de 2024. De acordo com os dados do projeto, a área queimada no país apresentou um aumento de 79% em relação ao ano anterior. No total, foram 30,8 milhões de hectares queimados, uma extensão maior que o tamanho da Itália.
Os números são do Monitor do Fogo, plataforma do MapBiomas que, desde 2019, monitora as mudanças no cenário de fogos no país. O quantitativo de área queimada de 2024 é o maior já registrado pelo sistema. Em comparação a 2023, o Brasil teve mais de 13,6 milhões de hectares afetados pelas queimadas.
A coordenadora do MapBiomas Fogo e diretora de Ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), avalia que o ano de 2024 “destacou-se como um período atípico e alarmante do fogo no Brasil, com um aumento expressivo na área queimada em quase todos os biomas, afetando especialmente as áreas florestais, que normalmente não são tão atingidas”.
A equipe do MapBiomas atribui parte desses resultados ao fenômeno do El Niño que, entre 2023 e 2024, influenciou o clima e a temporada seca prolongada no Brasil. A baixa umidade criou condições para a maior propagação do fogo, associada aos incêndios provocados de forma criminosa.
Ane Alencar ressalta também que “os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas e engajamento em todos os níveis para conter uma crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas, mas desencadeada pela ação humana como foi a do ano passado”.
Amazônia foi o bioma mais afetado por queimadas no Brasil em 2024
De acordo com os dados do MapBiomas, quase 75% da área queimada no país no ano passado foi de vegetação nativa, especialmente em formações florestais. Em relação aos biomas, a Amazônia liderou o ranking em milhões de hectares queimados. Em 2024, mais da metade (58%) da área queimada no Brasil estava na Amazônia, o que corresponde a 17,9 milhões de hectares.
“Esse recorde na Amazônia foi impulsionado por um regime de chuvas abaixo da média histórica, agravando as condições ambientais. Um dado preocupante é que a classe de formação florestal foi a mais atingida, superando pela primeira vez as áreas de pastagens, que tradicionalmente eram as mais afetadas. Essa mudança no padrão de queimadas é alarmante, pois as áreas de floresta atingidas pelo fogo tornam-se mais suscetíveis a novos incêndios. Vale destacar que o fogo na Amazônia não é um fenômeno natural e não faz parte de sua dinâmica ecológica, sendo um elemento introduzido por ações humanas”, comenta Felipe Martenexen, da equipe do MapBiomas Fogo.
Instituição financeira cooperativa alcança novo patamar e se consolida como uma das mais importantes IFs do país
Da Assessoria
O Banco Sicoob, integrante do Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil (Sicoob), que reúne mais de 8,5 milhões de cooperados, atingiu um marco significativo ao ser enquadrado no segmento S2, em consonância com a norma estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional - CMN. Essa mudança posiciona o Sicoob entre os maiores grupos financeiros do país, destacando sua importância e solidez no Sistema Financeiro Nacional (SFN).
A classificação, que varia de S5 a S1, organiza as instituições financeiras de acordo com seu porte e relevância sistêmica, aplicando regras regulatórias proporcionais. Para alcançar o S2 é necessário que a instituição tenha porte igual ou superior a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e que atenda aos requisitos exigidos por três semestres consecutivos.
De acordo com Rubens Rodrigues Filho, diretor de Riscos e Controles do Sicoob, o novo enquadramento reflete o avanço do cooperativismo financeiro no Brasil e a força do modelo de negócios do Sicoob. “Alcançar a classificação S2 é um marco importante para o Sicoob e para o cooperativismo financeiro no Brasil. Isso demonstra a solidez do nosso modelo de negócios, o crescimento contínuo da nossa base de cooperados e o reconhecimento da nossa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país”, comenta o executivo.
Com mais de 4,6 mil pontos de atendimento distribuídos por todo o território nacional, o Sicoob tem a maior presença física entre as instituições financeiras do Brasil. Essa ampla rede assegura que os cooperados possam acessar os serviços do Sicoob, independentemente de sua localização, valorizando o relacionamento próximo e personalizado. Além disso, a instituição oferece um portfólio completo de produtos e serviços financeiros, destacando-se pela eficiência operacional, segurança e condições que promovem o melhor custo-benefício.
A inovação tecnológica é outro pilar estratégico do Sicoob. A instituição investe em soluções modernas como a concessão de crédito automático diretamente pelos canais digitais, a assinatura eletrônica de contratos via aplicativo e o uso de inteligência artificial (IA) para personalizar ofertas e otimizar o atendimento. No agronegócio, a tecnologia digital tem permitido a concessão de crédito de forma ágil e especializada, contribuindo diretamente para o fortalecimento do setor. Reconhecido como uma das melhores soluções do mercado, o Super App Sicoob é um exemplo de como a inovação pode aliar eficiência e acessibilidade aos valores do cooperativismo.
“Essa conquista marca um ponto de inflexão na trajetória do Sicoob, impulsionando nosso compromisso de investir continuamente em soluções inovadoras que aprimorem a experiência dos cooperados. Ela reafirma nosso papel no fortalecimento do cooperativismo financeiro, consolidando-o como um modelo essencial para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Nosso foco permanece em promover a prosperidade dos cooperados, gerar valor econômico e social, e ampliar nossa relevância no cenário financeiro nacional”, acrescenta o executivo.
Governo de Trump revogou a política do ex-presidente Joe Biden, onde restringia fiscalização de imigração ilegal em igrejas e escolas
Por Giovana Alves
No governo de Donald Trump, as autoridades federais da imigração dos Estados Unidos terão autorização de prender imigrantes ilegais e realizar operações nas chamadas “áreas sensíveis”. Segundo as diretrizes anunciadas nesta terça-feira (21/1) pelo secretário interino de Segurança Interna, Benjamine Huffman, locais como igrejas e escolas não impedirão a prisão dos imigrantes.
Donald Trump, logo após a posse, assinou decretos que autorizam a deportação de imigrantes não documentados.
Política do governo Biden foi revogada nesta terça-feira pelo secretário interino de Segurança Interna, Benjamine Huffman.
Autoridades federais da imigração dos Estados Unidos terão autorização de prender imigrantes ilegais e realizar operações em escolas e igrejas.
“Os criminosos não poderão mais se esconder nas escolas e igrejas dos Estados Unidos para evitar a prisão. O governo Trump não amarrará as mãos de nossa corajosa polícia e, em vez disso, confia que eles usarão o bom senso”, diz o comunicado.
Huffman revogou a política do governo do agora ex-presidente Joe Biden que restringia a fiscalização da imigração dentro e ao redor de escolas, instalações de saúde, igrejas e prédios que fornecem assistência a desastres, entre outros locais.
Em seu discurso de posse, o presidente Donald Trump declarou emergência nacional na fronteira com o México e anunciou uma série de medidas contra a imigração.
“Toda entrada ilegal será imediatamente interrompida e se iniciará um processo de devolução de milhões e milhões de imigrantes criminosos aos lugares de onde vieram”, disse o presidente.
Fornecedor do Ministério da Saúde cita escassez mundial de insumos usados na produção do medicamento
Com SBT - TV
A cabeleireira Tatiane Souza, moradora de Campos Novos, em Santa Catarina, enfrenta desafios crescentes para manter o tratamento do diabetes tipo 1, diagnosticado há nove anos. Antes, ela conseguia adquirir insulina nas farmácias locais ou com a ajuda de familiares na capital Florianópolis. Hoje, a realidade é outra.
"Minha mãe mandava de Florianópolis, mas agora já não consegue em lugar nenhum, nem pagando caro. A gente vive na angústia e até com medo de comer", lamenta Tatiane.
Vanessa Pirolo, presidente da Federação Vozes do Advocacy - que engloba associações em defesa de quem tem diabetes - afirma que a falta de medicamentos afeta ao menos três estados: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Segundo Vanessa, um dos principais fornecedores alertou o Ministério da Saúde ainda em 2024 sobre a falta de insumos para produção de insulina, um problema mundial.
Os relatos de falta do medicamento também chegam de São Paulo. A Secretaria de Saúde do estado confirma que a quantidade de insulina regular em frascos enviada pelo governo federal está abaixo do solicitado, afetando principalmente pacientes do programa Farmácia Popular.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 70 milhões de doses de insulina foram distribuídas no último ano, com previsão de envio de mais 26 mil frascos para a rede do SUS. No entanto, ainda não há prazo definido para normalizar a distribuição.
O corpo humano produz naturalmente a insulina, hormônio responsável pela regulação da glicose em nosso sangue. Quem tem diabetes não produz insulina suficiente ou tem má absorção do hormônio. A doença afeta mais de 20 milhões de pessoas no Brasil.
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Fernando Valente, destaca que a insulina é essencial para esses pacientes. "Ela é como oxigênio ou água, as pessoas não podem viver sem a insulina. É muito importante abastecer essas pessoas com insulina porque elas não podem ficar nem um dia sequer sem o medicamento sob o risco de terem mal estar, sofrerem coma ou ate morte".
Objetivos da agenda econômica para 2025 e 2026 foram detalhados durante reunião ministerial desta segunda, 20
Guilherme Mazieiro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou ao presidente Lula (PT) 25 objetivos da agenda econômica para 2025 e 2026. A apresentação foi impressa e entregue durante a reunião ministerial desta segunda, 20. As prioridades da pasta miram em três pontos centrais: a estabilidade macroeconômica (política fiscal e justiça tributária), melhoria no ambiente de negócios e plano de transformação ecológica.
A lista tem projetos que já estão no radar do governo, como a isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês, tributação sobre milionários, a limitação de supersalários e a reforma da previdência de militares. Essas propostas foram discutidas e anunciadas pelo governo Lula ainda em dezembro do ano passado, em meio às discussões sobre o pacote de ajuste fiscal, aprovado no Congresso.
O ministro citou também propostas para avançar com a Nova Lei de Falências, a consolidação legal das infraestruturas do mercado financeiro, fortalecimento da proteção a investidores no mercado de capitais, regulamentação das big techs e permissão para beneficiários do Pé-de-Meia investirem os recursos em poupança ou títulos do Tesouro.
Na metas de transformação ecológica foram destacados o avanço na implementação do mercado de carbono (governança e decreto regulamentador), a estruturação do Fundo Internacional de Florestas, além de aprimoramentos dos critérios de sustentabilidade nos Plano Safra e Renovagro.
Há um mês, em 20 de dezembro, o governo divulgou uma peça pubicitária em que afirmava que há muitos números bons para mostrar na economia, mas reconhece que não são suficientes e que trabalharia para fazer essa melhora chegar à população.
Lula fez nesta segunda a primeira reunião ministerial na tentativa de melhorar o desempenho de seus ministros e as entregas do governo. Na fala inicial veiculada pela Presidência, o mandatário, sem citar diretamente Haddad, reclamou de medidas que são publicadas sem uma análise mais detalhada da Casa Civil. Na semana passada, a gestão Lula 3 teve uma de suas maiores derrotas políticas com o recuo sobre a medida da Receita Federal em relação ao Pix.
Veja as 25 metas da agenda econômica do ministro Haddad para 2025 e 2026:
Estabilidade macroeconômica: política fiscal e justiça tributária
Fortalecimento do arcabouço fiscal, para assegurar a expansão do PIB. Desemprego e inflação baixos e estabilidade da dívida
Início da implantação da reforma tributária sobre o consumo
Regulamentação da reforma tributária: lei de gestão e administração do IBS, fundos e imposto seletivo
Limitação dos supersalários
Reforma da previdência dos militares
Projeto de lei da conformidade tributária e aduaneira, com valorização do bom contribuinte e responsabilização do devedor contumaz
Reforma tributária sobre a renda com isenção para quem ganha até R$ 5.000 e tributação sobre o milionários
Melhoria do ambiente de negócios
Nova Lei de Falências
Fortalecimento da proteção a investidores no mercado de capitais
Consolidação legal das infraestruturas do mercado financeiro
Resolução bancária
Mercado de crédito: execução extrajudicial, consignado do E-social, uso de pagamentos eletrônicos como garantia para empresas e ampliação de garantias em operações de crédito (open asset)
Regulamentação das big techs
Modernização do marco legal de preços de medicamentos
Pé-de-Meia: permissão ao aluno investir em poupança ou títulos do Tesouro
Modernização do regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos e das parcerias público-privadas
Novo Brasil: Plano de transformação Ecológica
Nova emissão de títulos sustentáveis, trazendo recursos do fundo clima
Avanço na implementação do mercado de carbono (governança e decreto regulamentador)
Novos leilões do Ecoinvest
Compra pública com conteúdo nacional programa de desafios tecnológicos para a transformação ecológica
Estruturação do Fundo Internacional de Florestas
Conclusão da taxonomia sustentável brasileira
Política de atração de datacenter e marco legal da inteligência artificial
Plano safra e Renovagro: aprimoramento dos critérios de sustentabilidade
Concluir o mapa e investimentos sustentáveis na BIP (Plataforma de Investimentos para a transformação Ecológica no Brasil)