Homem de 61 anos que viajou a trabalho para a Itália poderá ser primeiro caso confirmado no Brasil; teste foi para contraprova
Por iG Saúde
Um morador de São Paulo de 61 anos que esteve recentemente na região da Lombardia (Itália) foi testado como positivo para o coronavírus no Hospital Albert Einstein. Com supervisão das secretarias de saúde do estado e município, o caso será encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz para contraprova.
O homem esteve no norte da Itália , um dos centros da doença em solo europeu, entre os dias 9 e 21 de fevereiro, sozinho e à trabalho. De acordo com os médicos, ele chegou ao Brasil apresentando sinais claros da doença originada na China.
O Ministério da Saúde divulgou uma nota, informando que coletou amostras e realizou testes para vírus respiratórios comuns, conforme orientado pela Organização Mundial da Saúde. Com os resultados preliminares confirmados para o Covid-19, será necessária outra avaliação do Instituto Adolfo Lutz.
Paciente está bem
A nota do Ministério da Saúde também informa que o paciente está bem e com sinais brandos, apesar da tosse seca, dor na garganta e coriza (sintomas compatíveis com o Covid-19). Ele foi orientado com as precauções necessárias. A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo já está em contato com domicílio, hospital e a companhia aérea, com apoio da Anvisa, para buscar outros eventuais casos.
Itália é região mais afetada na Europa
Espanha
Espanha registrou primeiros casos do coronavírus nesta semana
Na manhã de hoje, a Itália confirmou mais 4 mortes pelo coronavírus, totalizando 11 óbitos. Ao todo, o país tem 322 casos confirmados da doença. Também pela manhã, Espanha, Suíça, Croácia e Áustria confirmaram os primeiros casos.
Segundo informações do jornal britânico Daily Mail, os dois casos na Áustria foram registrados na cidade de Innsbruck. Um dos jovens vem da Lombardia, uma das regiões da Itália que foi mais afetada pela epidemia do coronavírus. Ainda de acordo com a publicação, os dois pacientes devem permanecer em quarentena.
Já na Croácia, a confirmação foi feita pelo primeiro-ministro Andrej Plenkovic e disse que o paciente, que não teve a idade informada, tem sintomas leves e esteve em Milão entre os dias 19 e 21 de fevereiro. Por fim, na Suíça, o caso foi registrado no cantão de Ticino, região que fica na fronteira com a Itália e que teve suas fronteiras vigiadas.
Canção de 1989 foi usada em vídeo de convocação para um ato a favor do governo postado em rede social do escritor (veja o vídeo)
Com iG
Os cantores Arnaldo Antunes e Nando Reis e a banda Titãs se manifestaram em redes sociais contra o uso da música O Pulso pelo escritor Olavo de Carvalho, apontado como guru do governo Jair Bolsonaro. Olavo utilizou a canção em uma postagem de convocação para um ato a favor do governo, marcado para 15 de março.
— Roger Rocha Moreira (@roxmo) February 25, 2020
Enquanto toca O Pulso, música que os Titãs, banda da qual Arnaldo e Nando fizeram parte, gravaram em 1989, o vídeo mostra ao fundo imagens de nomes como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, entre outros políticos considerados contrários ao governo.
Em vídeo, Arnaldo, que canta O Pulso e é um dos compositores da música, assinada também por Marcelo Fromer e Tony Bellotto, diz que notificará Olavo judicialmente. "Esse uso vai contra tudo que eu prezo, defendo e acredito. As instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal preservam aquilo que ainda nos resta de democracia. É muito revoltante ver uma criação minha ser usada contra todos os meus princípios".
Nando postou o vídeo de Arnaldo na sua página oficial do Facebook. "Mesmo não sendo autor na canção em questão, expresso aqui meu repúdio ao uso indevido desta, que faz parte da minha história e na qual estou presente tocando contrabaixo. Não há nada nessa vida que eu despreze tanto quanto este indivíduo que se apropriou de uma canção dos Titãs", escreveu.
Atualmente formado por Branco Mello, Tony Bellotto e Sérgio Britto, os Titãs postaram uma nota em suas redes sociais contra o uso da música. "Os Titãs sempre expressaram seu apoio à democracia e as instituições democráticas e estão indignados com o uso indevido e não autorizado de sua obra numa propaganda que atenta contra os princípios e convicções dos integrantes da banda".
Em suas redes sociais, Olavo ainda não se manifestou sobre o posicionamento dos artistas.
Apoiadores de Bolsonaro convocam manifestação para 15 de março
Por João Frey
Com o fim do Carnaval, dois focos de tensão devem dominar o debate político e esgarçar ainda mais as relações do Planalto com o Congresso Nacional e os governos estaduais. Na avaliação de parlamentares e governadores, o fato de Jair Bolsonaro (sem partido) não reprimir a paralisação ilegal de policiais militares no Ceará nem refrear as convocações para uma manifestação contra o parlamento são sinais de que o grupo do presidente busca se beneficiar dessas ações, ainda que isso custe a estabilidade democrática do país.
No Ceará, a paralisação ilegal de policiais militares já está em seu oitavo dia. No período, segundo contabilidade da Secretaria de Segurança Pública do estado, foram registrados 170 assassinatos. A resposta do governo federal à situação foi o envio de tropas da Força Nacional para, nas palavras do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), “garantir a proteção da população em substituição aos policiais que paralisaram suas atividades”.
O governo tem apostado em uma retórica que não condena a greve da corporação cearense, ainda que a Constituição proíba a paralisação de policiais militares. Em sua visita ao Ceará nesta segunda-feira (24), Moro, por exemplo, não condenou o movimento.
"Os policiais do país inteiro, não só do Ceará, são profissionais dedicados, que arriscam suas vidas, são profissionais que devem ser valorizados. É o momento de servir e proteger, acalmar os ânimos", afirmou o ministro.
Há outras ações sendo entendidas por lideranças políticas como sinais de tolerância do Planalto com o motim dos militares cearenses. Na quarta-feira (19), mesmo dia em que o senador Cid Gomes foi baleado ao avançar sobre um grupo de grevistas com uma retroescavadeira, o presidente Bolsonaro recebeu para um almoço, em Brasília, o deputado estadual André Fernandes (PSL-CE), um dos principais apoiadores da greve dos policiais militares na Assembleia Legislativa do estado.
A leniência do governo federal tem despertado em outros governadores o medo de que o movimento do Ceará inspire novas paralisações. Segundo João Doria (PSDB), governador de São Paulo, o assunto tem sido debatido em um grupo de WhatsApp dos governadores.
“Há uma preocupação, sim, nesse sentido. Esperamos que o governo federal saiba colocar isso dentro de um sentimento institucional que não eleve ainda mais essa perspectiva”, afirmou o governador ao Valor Econômico. Ele revelou ainda que o grupo tem conversado sobre a necessidade de escrever uma nova carta ao presidente, dessa vez sobre a greve da PM.
Líderes do Congresso também criticam o modo como o Planalto tem reagido à paralisação das forças de segurança do Ceará. André Figueiredo (CE), líder do PDT, partido de Cid Gomes, cobra uma declaração clara do governo a respeito do motim.
“O envio da Força Nacional é louvável, mas o presidente da República tem que se encarar como tal e dar uma declaração condenando veemente o que ocorre no Ceará. Isso não foi feito até agora; muito pelo contrário, o que se vê são os filhos do presidente dando declarações sinalizando apoio ao movimento”, afirmou.
Dia do foda-se
O segundo ponto de tensão que deve se intensificar na retomada das atividades do Congresso Nacional após o Carnaval é a manifestação que tem sido chamada por bolsonaristas de “dia do foda-se”. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro passaram a convocar um ato em defesa do presidente para o dia 15 de março após as declarações do ministro general Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) de que o Congresso estaria chantageado o Planalto.
Em uma conversa privada com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Governo), a respeito do orçamento impositivo, Heleno disse: “nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”.
Desde então, o tom de convocação da manifestação tem sido de fortes críticas ao parlamento, com ataques pessoais a Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) e ofensivas institucionais contra a Câmara e o Senado. Em linhas gerais, as convocações do ato defendem que o parlamento tem agido contra as tentativas do Planalto de implementar projetos benéficos ao país.
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), chamou para o ato afirmando que há forças no Congresso querendo minar o governo.
Sim! Há forças no congresso querendo MINAR o Governo.
Você votou no PR @jairbolsonaro esperando que o congresso governasse ou o Presidente? Você confia neste congresso?
Eu estarei nas ruas para mostrar aos Senadores e Deputados q quem governa é o EXECUTIVO e não o legislativo!
Como as convocações para a manifestação e os ataques ao parlamento tem partido de gente próxima ao Planalto, líderes do Congresso têm reagido com vigor. Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão na Câmara, lamentou o desconhecimento da Constituição por parte do general Heleno e disse ser um defensor das prerrogativas do Congresso.
“Nesse momento de tensão e radicalização, como podemos observar nos fatos preocupantes ocorridos nesta semana, o parlamento tem um papel norteador para não perdermos o foco na busca do desenvolvimento econômico e, principalmente, social do nosso País”, afirmou.
Como a manifestação foi ensejada por uma declaração do general Heleno, a figura de militares tem sido exaltada nos preparativos para o ato. Isso levou o ex-ministro da Secretaria de governo, general Santos Cruz, a criticar a associação de militares a esse tipo de movimento político. Em dois tuítes, o militar chamou a atitude de grotesca e irresponsável.
“Exército - instituição de Estado, defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Não confundir o Exército com alguns assuntos temporários. O uso de imagens de generais é grotesco”, escreveu, finalizando com o destaque de que “manifestações dentro da lei são válidas”.
Em outro post, o general voltou a falar sobre o tema. “Exército Brasileiro - instituição de Estado, defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Confundir o Exército com alguns assuntos temporários de governo, partidos políticos e pessoas é usar de má fé, mentir, enganar a população”.
Assim como no caso do motim da PM no Ceará, o governo, que pode se beneficiar politicamente da manifestação, não tem condenado as convocações ao ato que recorrem a propostas antidemocráticas, como, por exemplo, o fechamento do Congresso Nacional.
Para o líder do PDT na Câmara é inadmissível que generais cujas imagens estão sendo utilizadas na convocação do ato, como Heleno e Mourão, ainda não tenham vindo a público repudiar as ações de caráter antidemocrático.
André Figueiredo relata que os líderes da Casa ainda não conversaram sobre o tema porque as convocações se intensificaram no período de Carnaval, mas, certamente, diz ele, os parlamentares vão debater o assunto e estão “prontos para resistir”.
A postura do presidente não tem sido criticada apenas pelos parlamentares. João Doria também se manifestou sobre o tema.
Para o governador de São Paulo, o ato é “inoportuno”. “Vejo com preocupação. Não podemos ter escalada autoritária. Vivemos numa democracia. O regime democrático prevê respeito pelos poderes: Legislativo, Judiciário e o próprio Executivo”, afirmou.
Governador participou da premiação dos blocos, que ocorreu nesta segunda-feira, 24
Por Jarbas Coutinho
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, prestigiou nesta segunda-feira, 24, a penúltima noite do Carnaval de Gurupi, no sul do Estado. Ele chegou ao local da festa por volta das 23h30 acompanhado da primeira-dama Fernanda Carlesse, da deputada Luana Ribeiro e auxiliares do Governo e se juntou aos foliões no corredor da folia.
Já no camarote da Prefeitura, ao lado do prefeito local, Laurez Moreira, e outras autoridades o Governador Carlesse participou da premiação dos blocos e apreciou as apresentações da Banda Eclipse e Chico Chokolate, Zé Ricardo e Thiago e Z Dubai.
O Carnaval de Gurupi é considerado o maior do Tocantins, reúne foliões de várias localidades do Estado e do País, movimentando a rede hoteleira da cidade e gerando emprego e renda para a população. “O Carnaval é a maior festa popular do Brasil e no Tocantins tem uma grande importância para a economia das nossas cidades. Como vocês podem ver, os hotéis estão lotados de pessoas, inclusive de outros estados, que procuram Gurupi, todos os anos. É isso que queremos, atrair turistas e aquecer a economia”, frisou o Governador; citando ainda a segurança proporcionada pelas polícias Militar e Civil. "As nossas forças de segurança asseguram tranquilidade para os foliões em todo Estado".
O prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, ressaltou a beleza da festa e a sua importância para a cidade. “O carnaval é uma festa muito democrática que reúne todas as classes sociais. Fazemos um carnaval para todos os públicos, pensando nas famílias e jovens que não entram em blocos, mas querem se divertir com segurança. A festa movimenta a economia do município, gera renda e desenvolvimento”, afirmou.
Também acompanharam o Governador o secretário de Estado da Comunicação Élcio Mendes; o secretário-executivo da Governadoria, Divino Alan Siqueira; e outros auxiliares do Governo.
Cinco ministros do Supremo Tribunal Federal votaram, nesta quarta-feira (19/12), para reconhecer a constitucionalidade de leis estaduais que tratam da formação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Os diplomas impugnados são leis dos estados Mato Grosso do Sul e Tocantins
Com site otempo
Um pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski, nesta quarta-feira (19), no Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu o julgamento de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 2838 e 4624, que tratam da criação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) por leis dos estados de Mato Grosso e Tocantins, respectivamente. Porém, cinco ministros já votaram pela constitucionalidade da lei de Mato Grosso. Os Gaecos atuam de forma cooperativa nas investigações criminais com integrantes do Ministério Público e das Polícias Civil e Militar.
Até o momento votaram o relator, ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux, que o acompanharam pela improcedência das ações e a constitucionalidade da lei estadual de Mato Grosso, sendo que a de Tocantins fora revogada, o que levou a perda de objeto da ação.
As duas ações foram ajuizadas pelo Partido Social Liberal (PSL). No caso de Mato Grosso, a ADI 2838 atacou diversos dispositivos da Lei Complementar nº 119/2002 e da Lei Complementar nº 27/1993 (Lei Orgânica do Ministério Público do Mato Grosso). Quanto à norma de Tocantins, a ADI 4624 questionou a Lei Complementar estadual nº 72/2011.
COOPERAÇÃO: O ministro Alexandre de Moraes (relator) afastou um a um os argumentos do PSL que defendia a inconstitucionalidade das normas. Para o relator, não há subordinação hierárquica entre servidores da polícia civil ou militar e membros do Ministério Público na composição do Gaeco. O que há, segundo ele, é uma cooperação para uma a atuação investigatória de membros do Ministério Público em parceria com órgãos policiais para o combate à corrupção e ao crime organizado.
Em sua avaliação, é constitucional sim que leis estaduais criem esses grupos e disse que hoje os 26 estados e o Distrito Federal adotam essa forma de cooperação, que corresponde às chamadas forças tarefas. Alexandre de Moraes destacou que os Gaecos são instituídos por lei para reforçar as formas de combate à criminalidade e os vínculos entre Ministério Público e poder Executivo na área da persecução penal. “O que se fez foi uma regulamentação legal do que em outros estados se faz por convênios.
Acrescentou que não há inconstitucionalidade por duplo vinculo funcional de um policial por exemplo integrar o Gaeco sendo coordenado por um promotor de Justiça, ou seja, cada um se mantém vinculado a seu órgão de origem, não havendo ofensa ao princípio do promotor natural ou à autonomia do Ministério Público. “O vínculo é com cada corporação e o que há é uma coordenação subordinada, uma cooperação”, explicou.
SUSTENTAÇÃO ORAL: Na quinta-feira (13), o promotor de Justiça e assessor do corregedor-geral do MPMT, Wesley Sanches Lacerda, realizou sustentação oral, no plenário do STF, em defesa da lei que criou o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Por cerca de 15 minutos, o integrante do MPMT, na qualidade de “amicus curiae”, terceiro que ingressa no processo para fornecer subsídios ao órgão jurisdicional para o julgamento de uma determina causa, rebateu os questionamentos apresentados na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN – 2838) proposta em 2003 pelo Partido Social Liberal (PSL).