O presidente afirma que não vai 'melar' as eleições de 2022, garante respeito do governo ao teto de gastos e explica sua opinião sobre vacinas
Com Estadão
Após colocar em xeque sua participação nas eleições de 2022, enquanto enfrentava as pressões para arrefecer suas críticas ao poder Judiciário, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que participará do pleito. "Se não for crime eleitoral, eu respondo: pretendo disputar", disse em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira (24).
Em meio às ameaças sobre a realização das eleições no ano que vem, enfatizadas nos últimos meses pelo chefe do Executivo, Bolsonaro disse na entrevista que não pretende "melar" o pleito. "A chance de um golpe é zero", afirmou, apesar de ter dito várias vezes que "só Deus" o tiraria da Presidência.
O presidente afirmou que espera a melhora da economia e rechaçou a possibilidade de demissão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao comentar os boatos sobre uma eventual troca no comando da pasta, ele foi enfático: "Vou colocar quem lá?" Para Bolsonaro, se ele fosse substituir o ministro, seria por alguém "da linha contrária à dele", ou seria trocar seis por meia dúzia, destacou. "Ele iria começar a gastar, e a inflação já está na casa dos 9%, o dólar em R$ 5,30. Na economia você tem que ter responsabilidade, o que se pode gastar, respeitando o teto de gastos. Se não fosse a pandemia, estaríamos voando na economia" afirmou.
De acordo com o presidente, ele foi advertido por Guedes sobre como o período eleitoral estimula quem está no poder a gastar mais com medidas populistas na tentativa de garantir a reeleição. Com relação a isso, Bolsonaro afirmou que esse é um movimento "natural do ser humano" e declarou que as medidas do governo não ultrapassaram o teto de gastos. "Não fizemos nada de errado no tocante a isso aí".
Outro ponto abordado por ele na entrevista foi sobre as manifestações do dia 7 de setembro, o recuo e a tentativa de apaziguamento da relação com o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Bolsonaro afirmou que seus apoiadores esperavam que ele fosse "chutar o pau da barraca". "Queriam que eu fizesse algo fora das quatro linhas. E nós temos instrumentos dentro das quatro linhas para conduzir o Brasil", disse.
O presidente negou ter convocado a manifestação e disse que apenas 15 dias antes do movimento ele começou a declarar que estaria na Esplanada e em São Paulo para participar dos atos. "Mas, em São Paulo, quando eu falei em negociar, eu senti um bafo na cara. Extrapolei em algumas coisas que falei, mas tudo bem."
Prestes a completar mil dias na cadeira do Executivo, Bolsonaro persiste em negar casos de corrupção. Forte crítico dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investiga a atuação do governo federal no combate à covid-19, o presidente disse que "tem gente que não pensa no seu País" e, ao invés de "mostrar seu valor, quer caluniar o próximo".
Pandemia
O presidente voltou a defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para o combate à covid-19. "Continuo defendendo a cloroquina. Eu mesmo tomei quando fui infectado e fiquei bom" afirmou. Em sua defesa, "o militar na Amazônia usa sem recomendação médica. Ele vai para qualquer missão e coloca a caixinha no bolso. O civil também. Você nunca ouviu falar que na região Amazônica morre gente combatendo a malária por causa da hidroxicloroquina. Criou-se um tabu em cima disso".
Mesmo com as denúncias sobre a atuação do governo no enfrentamento da pandemia, Bolsonaro mantém a postura de que não cometeu erros e destacou que faria tudo de novo.
A entrevista ocorreu na quinta-feira (23) de maneira presencial, no Palácio da Alvorada, e durou cerca de duas horas. Apesar do contato com a equipe de reportagem, Bolsonaro cumpre isolamento sanitário de 14 dias por comparecer à abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) junto com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que testou positivo para a covid. No entanto, segundo o veículo, foram tomados "todos os cuidados necessários para realizar a entrevista - uso de máscara, álcool em gel e distanciamento".
Diretores da agência darão entrevista hoje à tarde, em
Com Agência Brasil
A diretoria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou hoje (24), em Brasília, o leilão das faixas a serem exploradas para a oferta de acesso por meio da tecnologia 5G, que amplia a velocidade da conexão móvel.
O leilão será no dia 4 de novembro. A direção da Anatel aprovou a proposta após análise realizada pelo Tribunal de Contas da União este mês.
Com alta velocidade e baixa latência (o tempo de resposta entre o envio e recebimento de dados), a implementação do 5G no Brasil promete trazer diversas inovações tecnológicas que serão refletidas em maior produtividade, avanços na economia e na qualidade de serviços, com diversos equipamentos eletrônicos conectados e inteligentes, como carros, máquinas industriais e aparelhos médicos.
Diretores da Agência darão entrevista coletiva hoje à tarde para detalhar o formato do leilão aprovado.
De forma prática, o 5G será utilizado em:
Indústria: uma indústria automobilística vai implantar 28 fábricas conectadas no mundo, sendo uma no Brasil. Para isso, o 5G será ideal para conectá-las e corrigir eventuais erros em tempos substancialmente menores, o que acarreta uma economia no processo produtivo e, consequentemente, em ganho de escala.
Saúde: um hospital de campanha que não possui especialistas em todas as áreas. Poderá ser transmitido em tempo real exames como pré-natal ou até efetuar cirurgias remotas com alta confiabilidade.
Entretenimento: rede virtual e aumentada para prática de jogos ou a transmissão de partidas de esportes com a possibilidade da escolha de diversas câmeras espalhadas nos estádios.
Educação: a tecnologia permitirá experiências em tempo real como, por exemplo, acompanhamento de cirurgias por alunos cursando medicina que poderão assistir e acompanhar procedimentos remotamente.
Infraestrutura: cidades inteligentes, câmeras de trânsito, de viaturas de polícia e outros serviços públicos, como iluminação e telefonia, por exemplo.
IBGE/TO firma parceria com Prefeitura de Lajeado para realizar teste do Censo
Com Assessoria
Na tarde desta quarta-feira, 23, o Coordenador Operacional do Censo Demográfico no estado, Roniglese Pereira Tito, acompanhado do Supervisor de Disseminação de Informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do Tocantins (IBGE/TO), Paulo Ricardo Amaral, se reuniram com o prefeito de Lajeado, Júnior Bandeira. O objetivo do encontro firmar parceria para a realização do Teste para o Censo Demográfico, que ocorrerá em novembro deste ano, no município.
Durante a reunião, os servidores fizeram a exposição do projeto e depois solicitaram o apoio do Executivo. Entre as demandas apresentadas pelo IBGE à prefeitura estão: a mobilização da comunidade e a divulgação para a população local, além da cessão de um espaço para a instalação do Posto de Coleta. De acordo com Roniglese Tito, o prefeito se mostrou bastante entusiasmado com a proposta e disposto a colaborar com a operação.
“Fomos muito bem acolhidos e nossas ideias foram ouvidas com atenção. Ao término, o prefeito se demonstrou bastante entusiasmado com a proposta. Após apresentarmos os benefícios que o município terá, entre eles a forte exposição midiática, solicitamos o apoio. De pronto ele nos colocou a disposição a rádio comunitária, um micro-ônibus e um ótimo imóvel para funcionar como Posto de Coleta. Tivemos uma reunião extremamente proveitosa. Uma injeção de ânimo para realizarmos um teste com sucesso”, destacou o coordenador.
Também participou da reunião o secretário de Assistência Social, Levi Lopes.
Retomada
O primeiro teste de campo para o censo após o início da pandemia de Covid-19 começou dia 1º de setembro, com a Pesquisa Urbanística do Entorno, na Ilha de Paquetá, localizada na Baía de Guanabara (RJ). As demais unidades estaduais do IBGE vão realizar a operação em novembro. O objetivo é testar os sistemas e equipamentos que serão utilizados, avaliar os sistemas de coleta, além dos sistemas de gestão, acompanhamento e controle do Censo Demográfico que vai a campo em 2022.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou nesta sexta-feira, 24, que testou positivo para covid-19. É a segunda integrante do primeiro escalão do governo a contrair a doença esta semana. Na noite de terça, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já havia testado positivo em Nova York. Ele acompanhou o presidente Jair Bolsonaro na 76ª Assembleia-Geral da ONU. Nesta sexta, outro integrante da comitiva aos EUA confirmou diagnóstico, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
Por Cássia Miranda
Ao portal R7, o parlamentar, que ajudou a preparar o discurso do pai na ONU, afirmou que também está com covid-19. O “filho 03” do presidente Bolsonaro contou estar "sem paladar e com coriza" e disse ainda que já iniciou os cuidados.
Na sequência, Eduardo usou o Twitter para reforçar discurso do governo contra o chamado "passaporte sanitário". Em imagem publicada na rede social, ele diz que seu teste em Nova York teve resultado negativo, mas no Brasil "dois dias depois, positivou". Na mensagem, Eduardo sugeriu estar se tratando com cloroquina. "Sinto-me melhor do que ontem e nem te conto o que tomei...", comentou. A defesa do tratamento precoce para covid — que não tem eficácia comprovada — esteve entre os assuntos abordados pelo presidente Bolsonaro em seu discurso na ONU.
Pelo Twitter, Tereza Cristina disse que “está bem” e “permanecerá em isolamento” pelos próximos dias, por orientação médica. “Informo a todos que testei positivo para #Covid19. Estou bem. Cancelei meus compromissos presenciais e permanecerei em isolamento durante o período de orientação médica, escreveu.
Bom dia! Informo a todos que testei positivo para #Covid19. Estou bem. Cancelei meus compromissos presenciais e permanecerei em isolamento durante o período de orientação médica. — Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) September 24, 2021
Ela não fez parte da comitiva que foi aos EUA, que teve ainda um assessor do Itamaraty contaminado.Ele testou positivo para a doença antes da chegada do presidente; fazia parte da equipe precursora, que cuidou dos preparativos para a visita.
Por causa dos casos de covid durante a viagem para participar da Assembleia-Geral da ONU, outros membros do governo também estão em isolamento. Queiroga nem chegou a voltar para o Brasil e cumpre quarentena em hotel na cidade americana. Bolsonaro cumpre o isolamento no Palácio da Alvorada.
Na live de quinta-feira, 23, o presidente Bolsonaro disse outras duas pessoas da comitiva que o acompanhou à Assembleia-Geral também testaram positivo para covid-19. "Certamente, eu sou uma delas. A outra não sei quem é", disse Eduardo ao site.
As orientações da Anvisa para que a comitiva - quem esteve com Queiroga - também cumprisse quarentena já se aplicavam a Eduardo Bolsonaro. Como mostrou o Estadão, o deputado teve papel central na definição do discurso ideológico do pai na ONU.
Vacina
Em abril a ministra Tereza Cristina foi vacinada contra a covid-19 em Brasília. Na época, quando tomou a primeira dose do imunizante, escreveu que o governo “tem trabalhado para a imunização em massa dos brasileiros”. Eduardo tomou a primeira dose da vacina contra a covid-19 em 26 agosto e está com a segunda dose prevista para novembro, diz o portal R7.
Senadores discutiram após relator da CPI afirmar que população tem a percepção de que governo Bolsonaro é corrupto
Por Giovanna Galvani / Beatriz Gurgelda
O relator da CPI da Pandemia Renan Calheiros (MDB-AL) e o senador Jorginho Mello (PL-SC) trocaram xingamentos na sessão da comissão desta quinta-feira (23), que ouvia Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos. O depoimento precisou ser momentaneamente pausado.
Calheiros fez um comentário sobre a percepção de que o governo Bolsonaro seria “corrupto” devido às negativas de Danilo Trento em fornecer detalhes sobre os questionamentos feitos sobre a Precisa Medicamentos – empresa intermediária no contrato das doses da Covaxin, alvo de suspeitas de irregularidades e uma das principais linhas de investigação da comissão.
Jorginho Mello rebateu e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não era o responsável por contratar o que chamou de “picaretas” da Precisa. Calheiros, no entanto, pediu para que ele não o interrompesse. A partir disso, a discussão evoluiu.
Depois de Mello mandar Calheiros “aos quintos” e o senador rebater dizendo para Jorginho ir “[para os quintos] com o presidente e Luciano Hang”, ambos começaram a discutir. “Lave sua boca antes de falar de Luciano Hang”, defendeu Mello.
Calheiros chamou Jorginho Mello de “vagabundo”, enquanto Mello rebateu acusando-o de ser “ladrão”. Senadores tiveram que intervir e a sessão foi momentaneamente pausada.
No começo do depoimento de Trento, os senadores aprovaram novo requerimento de convocação de Hang, empresário dono da Havan, para prestar esclarecimentos sobre denúncias feitas envolvendo a operadora de saúde Prevent Senior.
Na volta da sessão, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), tentou fazer com que os dois se desculpassem, mas isso não ocorreu.
Antes de repassar a palavra para Calheiros, o presidente da comissão pediu para que a briga fosse retirada dos registros oficiais.
“Eu peço que seja retirado dos registros tudo que Jorginho e Renan Falaram. A CPI não é de ninguém. É dos brasileiros. Não é a opinião de A ou B”, disse Aziz, e o depoimento foi retomado.
A CPI questiona Danilo Trento sobre sua atuação na Precisa Medicamentos, empresa na qual exerce cargo de diretor institucional, assim como em outras empresas ligadas a Francisco Maximiano, sócio proprietário da Precisa.
Senadores acusam os dirigentes a criarem mecanismos para que a empresa fosse beneficiada irregularmente tanto no contrato da Covaxin quanto em outras licitações com o Ministério da Saúde.