Jornal publicou artigo de opinião criticando "a falta de autocrítica" do partido e atacando Lula e Dilma. Texto foi alvo de críticas nas redes sociais (leia o editorial completo no final)
Por Carolina Forte
O bom desempenho do ex-presidente Lula nas pesquisas para a Presidência de 2022 começa a incomodar uma parte da mídia.
Três anos depois de publicar “Uma escolha muito difícil”, editorial que comparava Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (Sem Partido), o jornal “O Estado de S. Paulo” divulgou um artigo de opinião em que chama o PT de “diabo” e diz que o partido “não se desculpa pelos seus erros”.
Intitulado “O diabo não desiste”, o texto começa culpando o Partido dos Trabalhadores pela “precipitação” da “maior crise econômica, política e moral da Nova República”.
Depois, afirma que, já em campanha eleitoral, a sigla “se mostra incapaz de propor uma agenda positiva para o futuro, muito menos de reconhecer os erros do passado”, e que vai “repeti-los”, “implodindo o teto de gastos que estancou a hemorragia fiscal deflagrada no governo Dilma Rousseff”.
Citando Gleisi Hoffmann, o Estadão declara que o PT quer “apagar os crimes dos quais foi cúmplice”, usando como exemplo acusações envolvendo a Petrobras, a OAS e a Odebrecht.
Com falas de Lula e Dilma, o artigo também faz críticas baixas aos ex-presidentes, chamando Dilma de “ex-poste de Lula” e dizendo que os marqueteiros do PT “vilanizaram sordidamente Marina Silva e todos os brasileiros vilipendiados como ‘fascistas’ simplesmente por recusarem o culto a Lula da Silva”.
“O despudor com que o PT tenta reescrever a história do País para edulcorar sua trágica passagem pelo poder rivaliza com o sistemático embuste bolsonarista, o que permite prever que a campanha de 2022, mantido o favoritismo de Lula e Bolsonaro, fará corar o próprio Pinóquio”, finaliza.
Artigo recebeu críticas
O editorial foi alvo de uma série de críticas nas redes sociais. Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, lembrou a reportagem publicada ontem pela “Folha de S. Paulo”, que ignorou a participação de Lula e Dilma ao citar estudo elaborado pelo Insper que mostra que a diferença social no Brasil caiu de forma ininterrupta entre os anos 2002 e 2015.
“Enquanto a Folha publica reportagem sobre a queda da desigualdade de renda no Brasil entre 2002 e 2015 sem citar Lula e Dilma, o Estadão obra editorial intitulado “O diabo não desiste”, satanizando o PT. A mídia burguesa vai jogar pesado nas eleições de 2022. Nada de salto alto!”, escreveu Altamiro.
“Em 1959 os donos do Estadão se uniram a educadores, mobilizados por Anísio Teixeira e Florestan Fernandes. O objetivo era defender a educação laica e pública. Hoje o Estadão usa uma alegoria religiosa para comparar o PT ao diabo. Herdeiros perdulários são assim”, afirmou o dirigente pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, professor Daniel Cara.
A professora e ativista Lola Aronovich disse que, da mesma forma que o Estadão acusa o PT, o jornal nunca fez autocrítica e “defendeu ditaduras”. “Lula deve desistir de sua candidatura porque o mercado (apoiado pela grande mídia) não gosta dele. Sua opinião é muito importante pro país, Estadão”, escreveu.
O diabo não desiste
O PT não se desculpa por seus erros, e aqueles que o partido não pretende repetir, julga ter poder de apagar
O Estado de S. Paulo
Desde que o PT precipitou a maior crise econômica, política e moral da Nova República, a população esperou em vão por um mísero mea culpa. Após o impeachment de Dilma Rousseff, a única bandeira a unificar seus correligionários foi a denúncia ao “golpe”, logo substituída pelo slogan “Lula Livre”. O PT se opôs a reformas modernizantes como a da Previdência, opõe-se a outras, como a administrativa, e não oferece alternativas construtivas aos desmandos que acusa. Em campanha eleitoral, o partido se mostra incapaz de propor uma agenda positiva para o futuro, muito menos de reconhecer os erros do passado. Ao contrário, afirma que vai repeti-los, por exemplo, implodindo o teto de gastos que estancou a hemorragia fiscal deflagrada no governo Dilma Rousseff.
Ainda pior, o PT não só pretende repetir seus erros de gestão, como julga ter poder de apagar os crimes dos quais foi cúmplice. Em entrevista coletiva, a sua presidente, Gleisi Hoffmann, afirmou que nunca houve “corrupção sistêmica”, superfaturamento ou desvio de dinheiro na Petrobras.
Boa parte desses delitos foi confessada pelos próprios delinquentes, que devolveram bilhões desviados à Petrobras. Com base em uma auditoria da PriceWaterhouseCoopers, a própria Petrobras admitiu no balanço de 2014 que US$ 2,5 bilhões foram pagos a mais a “um conjunto de empresas que, entre 2004 e abril de 2012, se organizaram em cartel para obter contratos com a Petrobras, impondo gastos adicionais nestes contratos e utilizando estes valores adicionais para financiar pagamentos indevidos a partidos políticos, políticos eleitos ou outros agentes políticos, empregados de empreiteiras e fornecedores, ex-empregados da Petrobras e outros envolvidos no esquema de pagamentos indevidos”.
Segundo Gleisi Hoffmann, a PriceWaterhouse foi obrigada pela Lava Jato a atestar as perdas. Não há evidências disso. Por outro lado, é notório que à época o PT pressionou a diretoria da Petrobras comandada por Maria das Graças Foster, executiva de confiança de Dilma Rousseff, a não publicar os dados auditados, levando a um impasse e finalmente à renúncia de Foster e outros diretores. Depois, a Petrobras participou dos processos judiciais como assistente de acusação do Ministério Público, recuperando mais de R$ 6 bilhões superfaturados pelos cartéis.
O Tribunal de Contas da União (TCU), atuando independentemente da Lava Jato, expôs uma série de ilicitudes nos contratos da Petrobras. Na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, por exemplo, o TCU identificou que o orçamento inicial de US$ 13,4 bilhões foi majorado para US$ 26,3 bilhões. Ao mesmo tempo que o custo final foi dobrado, a refinaria produz apenas metade dos 230 mil barris de petróleo inicialmente previstos. O TCU estimou que as perdas da Petrobras apenas em Abreu e Lima acumularam US$ 19 bilhões.
Similarmente, o TCU verificou que a torre Pirituba, em Salvador, inicialmente orçada em R$ 320 milhões, foi construída pela OAS e a Odebrecht por R$ 1,3 bilhão, e que a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – jamais concluída – gerou perdas de US$ 12,5 bilhões.
É conhecida a candura com que a ex-presidente Dilma Rousseff expôs os métodos petistas: “Nós podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição”. Ironicamente, o PT, ciente de que ninguém fez mais do que Dilma para arruinar o suposto legado de Lula, a incluiu no rol dos erros a serem esquecidos. O ex-poste de Lula é hoje uma ausência garantida nos discursos e comícios do demiurgo de Garanhuns.
Lula, por sinal, afetou melindres em suas redes sociais: “Eu sou de um tempo onde a disputa era apenas eleitoral. Você não estava numa guerra. Seu adversário não era um inimigo”. Que o diga a ex-petista Marina Silva, sordidamente vilanizada pelos marqueteiros do PT nas campanhas de 2014, ou todos os brasileiros vilipendiados como “fascistas” simplesmente por recusarem o culto a Lula da Silva.
O despudor com que o PT tenta reescrever a história do País para edulcorar sua trágica passagem pelo poder rivaliza com o sistemático embuste bolsonarista, o que permite prever que a campanha de 2022, mantido o favoritismo de Lula e Bolsonaro, fará corar o próprio Pinóquio.
Poucos estados brasileiros podem ostentar cofres cheios e compromissos financeiros estritamente em dia – folha de pagamento, fornecedores e prestadores de serviço quitados – como o Tocantins

Por Edson Rodrigues
De estado deficitário e na “lista negra” dos devedores da União, o Tocantins realizou, nos últimos anos, um trabalho de ajuste fiscal de excelência que readequou as finanças públicas, transformando nossa economia em um coração pulsante, habilitado a receber todos os tipos de recursos federais, desde emendas impositivas a convênios e ações sociais, em pleno choque econômico causado pela pandemia de Covid-19 que assola o mundo.

Secretário Sandro Henrique Armando
O Tocantins foi capaz de reforçar os cofres da Saúde Pública ao mesmo tempo em que investia em obras de infraestrutura básica, ações sociais, pavimentação e recuperação de rodovias e obras de estado, como a nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional e os Hospitais Regionais de Gurupi e Araguaína, os programas “TO Mais Jovem” e “Tocando em Frente”, graças a um trabalho elogiável dos técnicos da secretaria da Fazenda, comandados pelo eficiente secretário Sandro Henrique Armando, em atendimento às determinações do governador Mauro Carlesse.
NOVO CENÁRIO E A SUCESSÃO ESTADUAL
O governador em exercício, Wanderlei Barbosa, após o afastamento de Mauro Carlesse, se posicionou, como sempre, como um político comedido e humilde, lembrando que ele tinha chances zero de se tornar um candidato competitivo ao governo, o que fez com que Carlesse lançasse o nome de um técnico – Sandro Henrique Armando – para sua sucessão, com total apoio do Palácio Araguaia.
As circunstância, agora, mudaram, como vimos sempre alertando em nossos editorias e em nossas análises, quanto à dinâmica incessante da política, que poderia levar boa parte dos nomes citados na atual conjuntura da disputa pelo governo, a nem estar presentes na configuração final para a eleição, em 2022.
Assim como O Observatório Político de O Paralelo 13 também já alertou que, talvez esta semana, uma nova ou novas operações da Polícia Federal podem acontecer, demandadas pelas possíveis confissões ou delações premiadas, e que ainda há muita coisa por vir, inclusive com a inclusão de membros de outros Poderes engtre os investigados.
Trocando em miúdos, o Tocantins passa, hoje, por um dos momentos políticos mais sérios e preocupantes desde a sua criação e emancipação política, ocasião em que muitas verdades podem vir às claras. Fatos e situações que, mesmo sem condenações, vão revelar bastidores nada republicanos da nossa política.
Não queremos – nem podemos – revelar ou citar nada, enquanto tudo não estiver transitado e julgado, mas podemos adiantar que muitas revelações vão mexer nos alicerces da política tocantinense, em que tudo pode – ou não – acontecer.
A OPORTUNIDADE DE WANDERLEI

Governador em exercício Wanderlei Barbosa
O único político tocantinense que se encontra em condições de mostrar preparo pessoal e habilidade, a ponto de viabilizar seu nome como uma opção de força no tabuleiro sucessório, é o governador interino Wanderlei Barbosa. Ele assume um Estado com as finanças equilibradas, com dinheiro em caixa, com um dos maiores programas sociais em desenvolvimento no País, com obras em execução e a iniciar em profusão, bastando os reajustes de prioridades. Dando continuidade ao que já está em andamento, Wanderlei Barbosa estará se colocando de forma consistente no tabuleiro sucessório, com grandes chances de ter uma performance destacada nas urnas.
O único porém é que Wanderlei Barbosa terá que fazer um reajuste na equipe de auxiliares e aguardar o julgamento da liminar impetrada pela defesa de Mauro Carlesse. Caso a recondução de Carlesse ao cargo seja negada pela Justiça, Wanderlei Barbosa aterá que formular sua equipe de governo de acordo com as diretrizes da Justiça Federal, que pode tirar dos cargos alguns dos atuais auxiliares.
SUCESSÃO CONCENSUAL?
Diante dos fatos já ocorridos quanto à cassações de governadores, suspensão de exercício de mandatos e operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal em território tocantinense, e a possibilidade da atual ação atingir membros de outros poderes e outros auxiliares, existe a possibilidade do eleitorado tocantinense transformar a eleição de 2022 em um pleito consensual, uma escolha entre o que vem dando certo e a incerteza. Mas isso nãos era automático, muito menos fácil.
Vai depender das novidades que estão por surgir, por conta da ação dos competentes homens e mulheres da Polícia Federal.
São mais de um milhão de eleitores de todas as idades, cores, crenças, opções sociais e ideologias, aptos a exercer seu direito e dever de voto. Por enquanto, 99% deles estão muito impactados com a atual situação socioeconômica, de inflação, desemprego e risco de saúde. Certamente, todos vão associar essa situação ao que for descoberto e revelado nessas operações da Justiça Federal no Tocantins.
Logo, ainda há muita água para rolar sob a ponte chamada “Tocantins”, até que se possa falar em nomes fortes para a sucessão estadual.
Por hoje é só!
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou o trancamento do inquérito contra o banqueiro André Esteves sobre supostas propinas na celebração de contratos de "embandeiramento" de postos de combustíveis, fechados pela BR Distribuidora com a empresa Derivados do Brasil. O relator viu 'excesso de prazo nas investigações e ausência de elementos mínimos de autoria e materialidade delitiva'.
Com O Estado de S.Paulo
A defesa de Esteves alegou ao STF que o inquérito que tramitou quase cinco anos da 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Operação Lava Jato e depois foi enviado para o Rio de Janeiro deveria tramitar junto à Justiça Federal de São Paulo. O argumento dos advogados do banqueiro era o de que a situação jurídica de Esteves era idêntica a de um outro investigado, João Mauro Boschiero, cuja investigação foi remetida à São Paulo.
Caso esse pedido principal não fosse atendido, a defesa solicitou o trancamento do inquérito, de ofício, em razão de excesso de prazo das investigações e ausência de elementos mínimos de autoria e materialidade delitiva. Segundo os advogados, o procedimento estaria amparado apenas nas declarações apresentadas em colaboração premiada pelo ex-senador Delcídio do Amaral.
As informações foram divulgadas pelo STF.
Ao analisar o caso, o ministro Gilmar Mendes não verificou identidade das situações jurídicas de Boschiero e Esteves. De acordo com o ministro, a decisão relacionada ao primeiro teve como fundamento a ausência de vinculação do inquérito policial com os demais ilícitos envolvendo a BR Distribuidora. Já no inquérito contra André Esteves, segundo Gilmar, observa-se a vinculação, em tese, dos supostos crimes investigados com ilícitos praticados no âmbito da BR Distribuidora.
Por outro lado, o relator entendeu ser o caso de concessão de habeas corpus de ofício pelo excesso de prazo e pela ausência de provas. Gilmar sinalizou que o inquérito foi instaurado há quase cinco anos e não foram encontradas provas mínimas que possibilitem o oferecimento da denúncia. Na avaliação do ministro, a tramitação da investigação por prazo desarrazoado constitui situação de flagrante constrangimento ilegal.
Gilmar ainda citou a ausência de provas que justifiquem o prosseguimento das investigações. Ele lembrou que, em nenhum dos processos em trâmite no Supremo que tratam de investigações relacionadas a crimes cometidos no âmbito da BR Distribuidora, se concluiu que houve a participação efetiva de Esteves.
O ministro ainda apontou que a vinculação do investigado a supostos crimes está embasada fundamentalmente em declarações 'vagas e destituídas de elementos mínimos de corroboração' de Delcídio do Amaral, não confirmadas por outros colaboradores.
Gilmar ainda lembrou que Esteves foi absolvido pela Justiça Federal do Distrito Federal da imputação de obstrução de justiça no caso da suposta compra do silêncio de Nestor Cerveró, que se encontrava diretamente vinculada com os fatos da BR Distribuidora. Além disso, o ministro indicou que o STF arquivou as investigações instauradas contra o banqueiro pelo crime de organização criminosa, embasadas também nas declarações de Delcídio do Amaral.
Destaque da gestão do desembargador João Rigo Guimarães, que preside o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), o projeto Justiça para Todos segue com seus números em escala crescente. De 16 de abril ao dia 10 de outubro deste ano, já foram julgados 2.898 processos, sendo que 2.450 em 1º grau e 448 no 2º grau.
Com Assessoria
As ações julgadas são aquelas que garantem, no plano concreto, os direitos fundamentais dos vulneráveis, com o impulso aos processos em tramitação com assuntos selecionados, entre os quais os voltados para a pessoa idosa, alimentação, pessoa com deficiência, assistência social, moradia, direito dos indígenas, minorias étnicas, direito assistencial, notadamente para os deficientes, entre outros.
De acordo com os dados da Gestão Estratégica, Estatística e Projetos (Coges-TJTO), atualmente, 7.284 processos do 1º grau e 486 processos no 2º grau se encaixam nos perfis das partes que serão beneficiadas com a celeridade dos referidos processos. Com a divulgação dos atuais números, o projeto demonstra que segue na busca por seu objetivo, visto que a porcentagem em relação aos processo julgados em 2º grau chegou a 92% e a 33,63% no âmbito do 1ª grau.
Justiça humana
O desembargador João Rigo Guimarães ressaltou que os resultados, até aqui, mostram que o projeto Justiça para Todos conseguiu ser absorvido e entendido pelos desembargadores, juízes e servidores, que, dentro de suas possibilidades, têm procurado priorizar e agilizar a tramitação dos processos.
“A Justiça precisa ser ágil e o acesso a ela deve ser pavimentado de forma humana para que todos, sem distinção, sejam beneficiados. Afirmei antes e reafirmo agora, temos plenas condições de mostrar e já estamos mostrando que o projeto não é apenas um slogan, mas sim uma realidade”, frisou o presidente do TJTO, antes de agradecer o empenho ao projeto que servidores, desembargadores e juízes têm demonstrado.
Comarcas
Entre os destaques das comarcas que mais julgaram processos referentes às ações de competência delegada, estão a de Alvorada (71%), Araguatins (65%), Araguacema (62%), Peixe (60%) e Palmas (55%).
Sobre o Justiça para Todos
O projeto Justiça para Todos foi lançado em abril deste ano, idealizado pelo presidente do TJTO, desembargador João Rigo Guimarães, com uma visão de oferecer um tratamento prioritário dos processos que envolvem grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas com deficiência, família, infância e minorias, derrubando o estigma de que a Justiça é só para os ricos.
Podemos prepara filiação do ex-juiz e ingresso na sigla deve ocorrer em 10 de novembro
Por Lauriberto Pompeu, Daniel Weterman e Marcelo de Moraes
O Podemos já prepara uma cerimônia para marcar a filiação do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ao partido. O ex-juiz da Operação Lava Jato deve sacramentar o ingresso na sigla em 10 de novembro. A decisão de Moro de estrear na política partidária e o anúncio da filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao PSD, ampliaram o cenário de potenciais pré-candidatos à sucessão do presidente Jair Bolsonaro, em 2022, na chamada terceira via.
No campo expandido do centro político já há 11 nomes que postulam ou são indicados como possíveis candidatos para quebrar a polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem.
No caso de Moro, o assunto é tratado com reserva, já que ele ainda é consultor da Alvarez & Marsal e mora nos Estados Unidos. O contrato, porém, termina no fim deste mês e, a partir daí, a entrada do ex-ministro na política partidária poderá ser oficializada.
Pacheco, por sua vez, já anunciou a saída do DEM e vai se filiar ao PSD do ex-ministro Gilberto Kassab na próxima quarta-feira. Nem Moro nem o presidente do Senado bateram o martelo sobre a candidatura ao Planalto, mas todas as conversas se desenrolam nesse sentido, inclusive com a procura de vices para possíveis chapas. O ex-juiz da Lava Jato tem ainda no radar uma vaga no Senado - ele poderia concorrer por São Paulo ou pelo Paraná.
No cenário atual, não apenas uma ala da política como representantes do mercado financeiro estão à procura de um nome que possa se contrapor à polarização entre Bolsonaro e Lula. "É muito importante que haja uma união do centro para que isso possa ocorrer, para que haja um único candidato mais forte", disse em entrevista ao Estadão o banqueiro Roberto Setubal, copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco.
Em pesquisa do Ipec divulgada em setembro, em um cenário com dez nomes, Moro aparece com 5%. Lula lidera todos os levantamentos e Bolsonaro, acuado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid - que recomendou seu indiciamento em nove condutas criminosas -, vem perdendo cada vez mais popularidade diante de uma sucessão de crises, que vão da política à economia.
Além da filiação de Moro, outra definição importante ocorrerá em novembro. Trata-se do resultado das prévias do PSDB que vão escolher o pré-candidato do partido à Presidência. Os concorrentes são os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
O PSDB integra o grupo de nove partidos de espectro político de centro que têm se reunido na tentativa de construir uma chapa única ao Planalto. De todas as legendas que se movimentam para construir uma alternativa a Bolsonaro e a Lula, porém, a única que não admite mudança de candidato é o PDT. O partido vai lançar Ciro Gomes (PDT) e está em busca de um vice. Nesta sexta-feira, 22, o PDT projetou em prédios de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Belém e Porto Alegre a nova marca da campanha, intitulada "Prefiro Ciro".
A lista dos 11 potenciais pré-candidatos da terceira via à eleição presidencial de 2022 inclui, ainda, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), os senadores Alessandro Vieira (Cidadania) e Simone Tebet (MDB), o jornalista e apresentador de TV José Luiz Datena (PSL) e o cientista político Luiz Felipe d'Ávila (Novo).
Movimentação
Além de uma recepção para Moro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, o Podemos também planeja outros eventos semelhantes em São Paulo e em Curitiba.
No fim de setembro, o ex-ministro esteve no Brasil para ter conversas políticas e tratar da possibilidade de participar da disputa eleitoral. A primeira reunião foi com a cúpula do Podemos, em Curitiba, na casa do senador Oriovisto Guimarães, com a presença da presidente do partido, a deputada Renata Abreu, e dos senadores Alvaro Dias e Flávio Arns. Em São Paulo, Moro se encontrou com Doria e com Mandetta.
'Centro expandido' : veja quais são os pré-candidatos da terceira via à eleição presidencial de 2022
João Doria (PSDB)
Governador de São Paulo
Eduardo Leite (PSDB)
Governador do Rio Grande do Sul
Arthur Virgílio (PSDB)
Ex-prefeito de Manaus
Ciro Gomes (PDT)
Ex-ministro
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
Senador
Simone Tebet (MDB-MS)
Senadora
Luiz Henrique Mandetta (DEM)
Ex-ministro da Saúde
Sérgio Moro
Ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
Presidente do Senado
José Luiz Datena (PSL)
Jornalista e apresentador de TV
Luiz Felipe d'Avila (Novo)
Cientista político e fundador do Centro de Liderança Pública (CLP)