Mais de 28 mil progressões serão implementadas nas folhas de abril, maio e junho

 

Por Vania Machado

 

O governador Wanderlei Barbosa, seguindo as diretrizes do plano de governança, dá mais um passo importante para colocar em dia as progressões horizontais e verticais dos servidores públicos estaduais do Tocantins ao sancionar a Lei n° 3.901, que será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), edição desta sexta-feira, 1° de abril.

 

Serão publicadas, em edição suplementar do DOE, as portarias com as listas constando as referidas concessões das progressões, com os servidores aptos, o cronograma de pagamento das progressões remanescentes de 2015 e 2016 e mais as implementações das progressões de 2017, 2018, 2019 e 2020. São mais de 28 mil progressões que serão implementadas na folha de pagamento entre os meses de abril e junho deste ano.

 

Conforme o cronograma, já na folha de abril serão implementadas as progressões até 2018; na folha de maio, as referentes ao ano 2019; e as de 2020 serão implementadas na folha de junho. Vale lembrar que, nas folhas de dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, foram implementadas mais de 10,7 mil progressões referentes aos anos de 2015 e 2016.

 

“Assumi um compromisso com os nossos servidores, desde que assumi a gestão, que iria me empenhar para implementar todos os direitos dos servidores e, hoje, temos a satisfação de dizer que alcançamos o objetivo. Com a implementação dessas progressões, os servidores terão um aumento real de 5% a 27,6% no salário, conforme o plano de cargo e carreiras de cada um”, destaca o governador Wanderlei Barbosa.

 

Parcelamento dos retroativos

 

A Lei nº 3.901 é originária da Medida Provisória nº 27, enviada pelo Poder Executivo, ainda em dezembro do ano passado, para aprovação na Assembleia Legislativa, que ocorreu nessa quarta-feira, 30, em duas fases de votação.

 

A sanção da Lei representa um passo definitivo para quitar a dívida que o Governo do Estado tem com seus servidores, ao estabelecer um cronograma de pagamento dos retroativos das progressões até 2020 e de retroativos de datas-bases inerentes aos exercícios de 2016 a 2018. Lembrando que o retroativo da data-base de 2015 foi pago na folha de dezembro de 2021 e, no caso dos servidores da Educação, foram pagos também os retroativos das datas-bases de 2016 a 2018.

 

Outro ponto destacado pelo Governador é quanto à disponibilidade orçamentária para implementação das progressões e quitação dos saldos passivos. “Já na elaboração da LOA [Lei de Diretrizes Orçamentárias] de 2022, destinamos à Secretaria de Estado da Administração recursos na ordem de, no mínimo, R$ 200 milhões ao ano para pagar esses passivos, o que será feito de forma parcelada entre os anos de 2023 a 2030. Ou seja, o recurso está garantido anualmente para quitar todos os passivos”, garante o Governador.

 

Para o pagamento dos passivos, a Lei estabeleceu um cronograma de até 96 parcelas mensais em folha de pagamento. Conforme o cronograma, as progressões horizontais e verticais serão pagas da seguinte forma:

 

- servidores aptos até 31 de dezembro de 2015, o pagamento inicia na folha de pagamento do mês de janeiro de 2023 até dezembro de 2030;

 

- aptos até 31 de dezembro de 2016, com início na folha de pagamento do mês de janeiro de 2024 até dezembro de 2030;

 

- aptos até 31 de dezembro de 2017, com início na folha de pagamento do mês de janeiro de 2025 até dezembro de 2030;

 

- aptos até 31 de dezembro de 2018, com início na folha de pagamento do mês de janeiro de 2026 até dezembro de 2030;

 

- aptos até 31 de dezembro de 2019, com início na folha de pagamento do mês de janeiro de 2027 até dezembro de 2030;

 

- e aptos até 31 de dezembro de 2020, com início na folha de pagamento do mês de janeiro de 2028 até dezembro de 2030.

 

Quem tem direito

 

Fazem jus às progressões horizontais e verticais todos servidores civis e militares que preencherem os requisitos previstos em seus respectivos Planos de Cargo, Carreiras e Salários.

 

A Lei assegura ainda, a qualquer tempo, a concessão e a implementação financeira das progressões horizontais e verticais aos servidores públicos civis e militares do Estado aposentados por invalidez e portadores de doenças graves, contagiosas, incuráveis ou incapacitantes (em conformidade com o § 2° do art. 52 da Lei n° 1.614/2005 e inciso XIV do art. 6° da Lei Federal n° 7.713/1988), ou seus eventuais beneficiários de pensão por morte.

 

Nesses casos, eventuais passivos devidos serão pagos somente após estudos que devem ser concluídos até 31 de dezembro de 2023.

 

Documentação

 

O secretário de Estado da Administração, Rafael Sulino de Castro, destaca que aqueles servidores que porventura não estejam na lista de aptos, que procurem o departamento de recursos humanos do órgão em que trabalham para regularizar a questão, levando a documentação necessária à aptidão, tais como diplomas de cursos, além de confirmar se foram feitas as avaliações periódicas e se têm o período necessário para progressão na classe/referência.

 

Pode negociar com instituições financeiras?

 

Outro ponto positivo que a Lei n° 3.901 estabelece é que, havendo interesse do servidor público estadual, o Governo do Estado garantirá a eventual antecipação dos valores devidos e reconhecidos perante as instituições financeiras.

 

Ou seja, o servidor poderá negociar com uma instituição financeira o valor que lhe cabe quanto ao retroativo das progressões e o Poder Executivo fará o pagamento dos valores estipulados no acordo feito entre o servidor e banco contratado, nos prazos e nas formas definidas na lei.

 

Um decreto estabelecendo toda a normativa para a contratação já está sendo elaborado pelo Governo do Estado do Tocantins.

 

 

Posted On Sexta, 01 Abril 2022 16:57 Escrito por

Só em fevereiro de 2022, o Estado gerou mais 1.600 novas vagas de emprego

 

Por Guilherme Lima

 

O governador do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, reuniu-se nesta sexta-feira, 1° de abril, com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), Joseph Madeira, para um café com empresários da Capital. O momento foi importante para ouvir as demandas dos empresários e as conquistas do setor para o Estado, além de tratar da realização da Feira de Negócios de Palmas (Fenepalmas), que ocorrerá entre os dias 24 e 28 de maio, de forma presencial.

 

“O Governo quer dar condições de trabalho para o empresário, com infraestrutura e política fiscal humanizada, queremos que nosso empresário sobreviva, possa vender, crescer e gerar renda para o Estado. O crescimento econômico do empresário representa um crescimento econômico para todo o Tocantins”, declarou o governador Wanderlei Barbosa.

 

No ano passado, a indústria, o comércio e o setor de serviços, juntos, arrecadaram para o Estado, mais de R$ 3,9 bilhões, o valor representa 93% da arrecadação por atividades econômicas. No que se refere à geração de emprego, só em fevereiro de 2022, o Estado gerou mais 1.600 novas vagas, ficando entre os estados da região Norte com maior número de registro de empregos formalizados.

 

“Um encontro como esse de hoje traz mais proximidade com os empresários e isso dá mais autonomia para o setor. O comércio em si é o que mais contribui para o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] do Estado, superando inclusive o segmento do combustível”, afirmou o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Lima.

 

Para o presidente da Acipa, Joseph Madeira, o apoio do Governo do Estado fortalece o setor que, durante os últimos anos, foi tão prejudicado pela pandemia provocada pela covid-19. “O Governo está do nosso lado a todo tempo e o ponto mais importante é a nomeação do secretário Carlos Humberto Lima, que representa o segmento e que tem feito jus ao comerciante”, comentou.

 

Fenepalmas

 

No encontro, o Governador destacou ainda a importância da Fenepalmas, evento realizado pela Acipa, com o apoio do Governo do Tocantins, que, este ano, chega à 24ª edição. O evento ocorrerá entre os dias 24 e 28 de maio, de forma presencial.

 

O Governo do Tocantins destinará, para o evento, um valor de R$ 1,28 milhão, recurso que é do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). “Estamos aportando recursos para muitas feiras. Temos, agora, o investimento para a feira do setor rural, que é a Agrotins [Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins] e a Fenepalmas também está inclusa. O Governo é parceiro do setor industrial”, reforçou o Governador.

 

Na oportunidade, também foi destacado o Programa de Impulsionamento da Indústria, Comércio e Serviços do Tocantins (PICS), implementado pelo Governo, por meio da Secretaria de Estado da Indústria e Comércio (Sics). “Para o Estado, é um ganho imenso e, para o setor comercial, mais ainda. Trabalhamos em três eixos, sendo o primeiro, a infraestrutura; o segundo é o fundo de desenvolvimento econômico e projeto de fomentos; e o terceiro eixo, e mais importante de todos envolve o campo da educação, que está sendo feito em parceria com as universidades, para consultoria acadêmica interna”, explicou o secretário Carlos Humberto Lima.

 

O café com empresários ocorreu na sede do grupo Jorima, em Palmas. Acompanharam o governador no evento secretários de Estado; o presidente da Faciet, Fabiano do Vale; o superintendente do Sebrae, Moisés Gomes; e empresários do Estado.

 

 

Posted On Sexta, 01 Abril 2022 15:39 Escrito por

Após um dia de incertezas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou nesta quinta, 31, que renunciará ao cargo e disputará a presidência da República pelo partido

 

Por Anita Efraim

 

João Doria (PSDB) se despediu do governo do estado de São Paulo nesta quinta-feira (31). Após um dia de especulações, Doria concedeu uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes e manteve a pré-candidatura à presidência da República.

 

Com ares de lançamento de campanha, Doria foi saudado no 4º Seminário Municipalista pela plateia com gritos de "Brasil pra frente, Doria presidente". O secretário Marco Vinholi abriu o evento e disse que o governador é "o próximo presidente do Brasil". Foi apresentado um vídeo para apresentar os feitos de Doria, com foco especial na vacinação contra a covid-19. Entre os presentes, estavam 619 prefeitos do estado, entre os 645.

 

João Doria discursou no evento e elogiou a lealdade de Rodrigo Garcia. "Ele coordenou a nossa campanha, campanha vitoriosa, e cumpriu o papel de um governo que administrou a função pública com o mesmo ritmo, com o mesmo comportamento, com a mesma postura de uma empresa privada", afirmou Doria. "Ao longo destes 3 anos e 3 meses, São Paulo foi governada por dois governadores."

 

O tucano também homenageou Bruno Covas, que foi vice de Doria na prefeitura e herdou o cargo quando o tucano deixou o posto para concorrer ao governo estadual. "Ninguém imaginava que o Bruno partiria tão cedo, de forma tão triste", disse. Em seguida, Doria elogiou Ricardo Nunes (MDB), que assumiu a prefeitura depois de Covas.

 

Doria afirmou que se sente orgulhoso do trabalho à frente do estado, citou os pais e falou sobre valores católicos, que teriam moldado a formação dele como pessoa. Ao mesmo tempo, o tucano condenou a ditadura militar e relembrou que o pai teve de ser exilado durante o regime.

 

Doria fez ainda críticas diretas ao PT, citando crises econômicas, e a Jair Bolsonaro, pela gestão durante a pandemia de covid-19, quem chamou de negacionista. O tucano chamou os dois pré-candidatos de "extremistas". "A pressão dessa força de extremistas tem tornado difícil a construção do consenso. Vamos, sim, defender a democracia, a liberdade e o futuro do Brasil."

 

"Obrigado São Paulo, obrigado pela oportunidade de ter sido governador deste estado, tão importante para a minha vida e para a vida do país. Obrigado a todos vocês. A omissão é a fantasia dos covardes, a coragem é a marca dos líderes", declarou Doria ao se despedir do estado. "Daqui para frente, nosso trabalho continua em São Paulo pelas mãos experiência e eficientes de Rodrigo Garcia, que a partir do dia 2 será governador do estado de São Paulo, e será reeleito governador do estado de São Paulo."

 

"Eu quero estar ao lado de vocês a partir do próximo dia 2, para mostrar que é possível sim ter uma nova alternativa ao Brasil. De paz, trabalho, dedicação, humildade e integração a todo o Brasil. Fazer isso com determinação, longe da ideologia, distante do populismo e absolutamente condenando a corrupção e mal trato do dinheiro público", afirmou. "Sim, serei candidato à presidência da República pelo PSDB, nosso PSDB."

 

Rodrigo Garcia também discursou. Agora, ele assume o cargo de governador e vai concorrer à reeleição em outubro. "Em tempos de divisão, São Paulo deu um exemplo. Enquanto muitos queriam defender seus pontos de vista, nós, ao seu lado, defendíamos o certo", disse Garcia a Doria. O vice elogiou a gestão de Doria e toda a equipe montada pelo tucano.

 

"Hoje estamos chegando ao final de um ciclo, mas ninguém está aqui para te dizer adeus, mas para te dizer um até breve, porque nós sabemos a importância do que você fez por São Paulo e fará pelo Brasil", declarou. "O Brasil merece João Doria. Conte conosco."

 

Mudanças nos planos

Segundo a TV Globo, na última quarta-feira (30), Doria havia informado a Rodrigo Garcia (PSDB), que ficaria no cargo até o fim de 2022 e desistiria de tentar disputar a presidência. A definição teria irritado Garcia, que agora assume o posto no executivo e concorreria à reeleição em outubro.

 

Sem que Doria deixasse o cargo, Rodrigo Garcia pode concorrer, mas não teria o palanque esperado, com o espaço de um governador, que comanda a máquina. Garcia deixou o DEM, partido ao qual foi filiado por quase 30 anos, para integrar o PSDB e concorrer ao cargo. Pouco conhecido, ele esperava passar meses como governador, o que poderia impulsionar a candidatura ao governo. Com a saída de Doria do cargo, os planos de Garcia devem ser mantidos.

 

João Doria teria se sentido traído pelo partido, já que alguns tucanos trabalhavam para emplacar a candidatura de Eduardo Leite, mesmo que o governador paulista tenha ganhado as prévias. Após as notícias de que os planos tinham mudado, Doria afirmou que se tratava apenas de especulação.

 

Em meio às especulações, Doria recebeu o apoio do presidente do PSDB, Bruno Araújo, por meio de uma carta. No texto, Araújo reafirmou que as prévias são válidas e Doria é ao candidato escolhido pelo partido.

 

“Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a Presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o Governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021”, escreveu Araújo.

 

Posted On Sexta, 01 Abril 2022 05:11 Escrito por

Quem deixou o cargo poderá concorrer nas eleições 2022

 

Por Agência Brasil

Tomaram posse na manhã de hoje (31) os novos ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto.

 

Os decretos com as exonerações a pedido dos ministros foram publicados mais cedo no Diário Oficial da União (DOU). A saída abre aos que deixaram as funções a possibilidade de se candidatarem a cargos públicos nas próximas eleições.

 

Durante a cerimônia em que foram assinados os atos de posse dos novos ministros, Bolsonaro agradeceu aos que deixaram os cargos e desejou boa sorte aos novos ocupantes da Esplanada.

 

“Até perguntei: vocês têm certeza dessa decisão de assumir? Porque não é fácil, serão olhados com lupa”, disse Bolsonaro que informou já ter se reunido com os novos ministros há dois dias.

 

Quem é quem

No Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o ministro Marcos César Pontes passou o cargo para Paulo César Rezende Alvim. Ao prestar contas da sua atuação frente à pasta, Pontes destacou como uma das realizações a produção nacional de vacinas contra doenças como a covid-19, a febre-amarela, dengue e chicungunya.

 

“A partir desse ano, o Brasil passa a ser independente desde o conceito até a produção de vacinas nacionais, não só para a covid, mas também para as próximas pandemias e para doenças negligenciadas como febre-amarela, dengue e chikungunya”, disse.

 

Já Rogério Marinho deixou o Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta que terá à frente Daniel de Oliveira Duarte Ferreira.

 

O Ministério do Turismo será comandado por Carlos Alberto Gomes de Brito, que substitui Gilson Machado.

 

O Ministério da Cidadania ficará a cargo de Ronaldo Vieira Bento, que assume o cargo no lugar de João Roma.

 

Damares Alves deixa o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que será comandado agora por Cristiane Rodrigues Britto.

 

No Ministério do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni foi substituído por José Carlos Oliveira.

 

Já no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a ministra Tereza Cristina dá lugar a Marcos Montes Cordeiro. Ao discursar, a ex-ministra lembrou que a pandemia do novo coronavírus (covid-19) gerou um desafio para o agronegócio brasileiro, que teve de se adaptar para manter a produção.

 

“O agronegócio foi colocado à prova. Ele se adaptou, criou protocolos para permitir a manutenção dos serviços, a produção, a comercialização dos produtos e ciente da importância do abastecimento. Esse governo protegeu essa atividade”, disse.

 

No Ministério da Infraestrutura, sai Tarcísio Gomes de Freitas e entra em seu lugar Marcelo Sampaio. Ao se despedir, Tarcísio disse que com as ações da pasta, a matriz de transporte no país será mais equilibrada no futuro, com menor custo do frete de mercadorias.

 

“A gente vai ter, no futuro, uma matriz de transportes muito mais equilibrada, com a participação muito maior da navegação de interior, da navegação de cabotagem, do transporte ferroviário, que vai dobrar a participação, teremos uma oferta de transporte muito maior”, discursou.

 

Quem também se despediu do cargo foi a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que dá lugar a Célio Faria Júnior. A ex-ministra volta a ocupar sua vaga como deputada federal.

 

Ao se despedir da pasta, Flávia Arruda agradeceu aos líderes partidários da base aliada, os líderes do governo e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), "sem os quais teria sido impossível a aprovação de matérias importantes e polêmicas que foram fundamentais para ajudar o Brasil a atravessar esses tempos de turbulência”, disse.

 

 

Posted On Sexta, 01 Abril 2022 05:09 Escrito por

Ao longo de março, três pré-candidatos da chamada “terceira via” desistiram de concorrer à Presidência da República: Sergio Moro, Alessandro Vieira e Rodrigo Pacheco.

 

Por Douglas Porto / Marcio Tumen Pinheiro

 

Nesta quinta-feira (31), quando trocou o Podemos pelo União Brasil, o ex-juiz da Lava Jato se tornou ex-candidato ao Planalto, pelo menos “neste momento”.

 

“A troca de legenda foi comunicada à direção do Podemos, a quem agradeço todo o apoio. Para ingressar no novo partido, abro mão, neste momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”, afirmou Moro.

 

A presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu, declarou que a cúpula de seu partido soube da saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública pela imprensa.“Para a surpresa de todos, tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação de Moro, sem sequer uma comunicação interna do ex-presidenciável”, diz a nota assinada por Abreu.

 

No comunicado, Abreu ainda cita que o Podemos “não tem a grandeza financeira daqueles que detém os maiores fundos partidários”, mas pontua que o partido deu todas as garantias de recursos para a campanha eleitoral do ex-juiz, assim como “jamais mediu esforços para garantir ao presidenciável uma pré-campanha robusta”.

 

O cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, ilustra que 30% dos entrevistados nas pesquisas eleitorais não querem nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e nem o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que Moro não conseguiu ser o candidato dessa parcela.

 

“Eu gosto de dizer sempre que o Brasil tem hoje nas pesquisas aproximadamente 40% que gostariam de ver a vitória do ex-presidente Lula, 30% que querem ver a vitória do presidente Bolsonaro e 30% que não quer um candidato nem Bolsonaro e nem Lula. Essa demanda embora seja grande, 30% é um contingente eleitoral considerável, nunca encontrou uma oferta real, nem o Moro conseguiu ser isso”, expõe Nunes.

 

Para o cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Fernando Abrucio, a candidatura de Moro foi sepultada. “Ele percebeu que teria dificuldades de levar essa candidatura pelo Podemos, que não teria muitos recursos e palanques estaduais. Isso é muito importante para a eleição presidencial.”

 

Abrucio pontua que a escolha do ex-juiz pelo União Brasil foi feita em um segundo momento, por ser uma legenda com maior tempo de televisão e recursos financeiros para a campanha.

 

“Nesse sentido, o União Brasil é uma escolha muito racional para ele. Acho que até terá dobradinha entre ele e a esposa [Rosângela Moro] um para deputado estadual e outro para deputado federal. Para o União Brasil é bom porque é provável que o Moro tenha uma grande votação e puxe outros deputados.”

 

“Para o Podemos é uma situação muito ruim, que cria uma ‘pecha’ para o Moro de alguém não sabe lidar com os políticos. Quando houve o boato que ele mudaria de partido, o ACM Neto e uma série de deputados do União Brasil fizeram uma carta dizendo: ‘tudo bem, mas para presidente não’. Ele tem uma imagem muito ruim com os políticos. E se ele quiser continuar com a política e quiser ficar quatro anos lá em Brasília, na Câmara Federal, vai ter que mudar o estilo”, continua Abrucio.

Segundo Felipe Nunes, o começo da candidatura de Moro empolgou as lideranças políticas que sempre buscaram a opção de uma terceira via real, mas que no fim não se mostrou assim.

 

“Ele era que era tido por muitos que conseguiria enfrentar Lula e Bolsonaro, justamente porque ele teria enfrentado os dois de maneira diferente. O que as pesquisas mostram e o cenário político hoje confirmou é o contrário. O Moro não conseguiu ampliar seu contingente eleitoral na terceira via e continuou com alta rejeição entre bolsonaristas e lulista, que são maioria e, portanto, ele ficou menor nesse cenário”, conclui.

 

De acordo com cientista político Rafael Cortez, o movimento de Moro pode ser considerado um revés. “A própria trajetória mais recente do ex-juiz é de muita polêmica. A entrada no governo Bolsonaro também o desgastou politicamente. Olhando do ponto de vista do cenário presidencial é uma derrota. Eventualmente vai procurar um outro cargo para disputa, mas olhando para o papel que ele poderia ter na política nacional não se confirmou.”

 

Cortez elucida que um projeto para a Presidência não é construído um ano antes do pleito. “Ele demanda muita articulação política, tempo, demanda construção substantiva. Aparecer para o eleitorado de uma maneira a responder aqueles temas mais urgentes”.

 

“Se a gente pega a trajetória do ex-juiz nada aponta nessa direção. Muito ao contrário. A imagem e o capital político que ele construiu é na verdade em contraposição a essa política tradicional, muito associado a uma ideia de combate à corrupção mas mesmo nessa ideia já vem desgastada”, finaliza.

Para quem vão os votos de Moro?

Na opinião de Felipe Nunes, o presidente Jair Bolsonaro é o maior beneficiado com a retirada da candidatura de Sergio Moro.

 

Nunes explica que isso deve ser representado pelos eleitores que nunca deixaram de ser bolsonaristas. Eles se sentiram insatisfeitos, procuraram uma terceira via e agora com a saída de Moro, devem voltar de maneira significativa para o atual chefe do Executivo.

 

“A segunda opção para quem votava em Moro é o Bolsonaro. Depois você tem um contingente de pessoas que diz que se o Moro não participar não vai votar em ninguém e outro contingente menor que vai se desfazendo em outros nomes, da Simone Tebet e do Ciro Gomes até mesmo o ex-presidente Lula”, indica Felipe Nunes.

Já para Fernando Abrucio, a senadora Simone Tebet (MDB) é quem deve se beneficiar mais, por ter um perfil de quem rejeita Bolsonaro: sendo mulher, sabendo falar sobre economia e do cotidiano, diferentemente dos outros candidatos.

 

“Porque ela está fora dessa briga toda, tem um partido que lhe dá uma guarita maior que o partido dos outros e tem o perfil mais próximo dessa eleição do que os outros. Porque eles estão fazendo um discurso da eleição de 2018. A eleição de 2022 é plebiscitária em relação ao Bolsonaro. Um quarto da população vai com o Bolsonaro até o mar se for preciso. Mas 63% da população diz que não vota no Bolsonaro de jeito nenhum”, justifica Abrucio.

 

Felipe Cortez, por sua vez, exemplifica haver semelhanças entre os eleitores de Bolsonaro e de Moro, com uma parcela desse público indo para a campanha de reeleição do presidente e outra para os demais candidatos da terceira via.

 

“Uma parcela desse eleitorado vai migrar para a campanha bolsonarista. Eles têm um perfil muito parecido de discurso. De alguma emergiram para o cenário nacional no mesmo contexto. Uma parte desse eleitorado vai ajudar essa retomada de intenção de voto da campanha bolsonarista. Mas naturalmente, tem uma parcela desse eleitor do Moro que eventualmente pode migrar para essa terceira via que possa ser articulada nos próximos meses”, comenta Cortez.

 

Desistência de outros candidatos

No início do mês, o presidente do Senado e então pré-candidato Rodrigo Pacheco (PSD) anunciou a desistência do projeto presidencial. “Tenho que me dedicar a conduzir o Senado para a tão desejada recuperação e reconstrução desse país”, disse Pacheco em anúncio do plenário da Casa que lidera no último dia 9 de março.

 

Três dias depois o também senador Alessandro Vieira (PSDB) anunciou sua desfiliação ao Cidadania e, no dia seguinte, confirmou o abandono da pré-candidatura. “Não existe nenhuma possibilidade de permanência na disputa pela Presidência da República, isso já é passado nessa trajetória política que eu venho exercendo”, assegurou à CNN em 13 de março.

 

Conheça os pré-candidatos

A terceira via tenta furar a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas eleitorais, e o Presidente Jair Bolsonaro (PL), isolado em segundo lugar.

 

Seguem no páreo o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), a senadora Simone Tebet (MDB), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Luiz Felipe d’Ávila (Novo), o deputado federal André Janones (Avante), Leonardo Péricles (UP) e Vera Lúcia (PSTU).

 

Posted On Sexta, 01 Abril 2022 05:05 Escrito por