Organização alerta para casos subnotificados, principalmente nas regiões como América Latina e África
Por Paulo Beraldo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) , Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira, 27, que a pandemia do novo coronavírus está longe de acabar e que observa tendências de crescimento na América Latina, na África, em países asiáticos e da Europa Oriental. As declarações vêm no momento em que países como Espanha, Itália e França - três dos quatro mais atingidos - planejam flexibilizar os confinamentos.
"A pandemia está longe de terminar. A OMS continua preocupada com as tendências crescentes na África, Europa Oriental, América Latina e alguns países asiáticos. Como em todas as regiões, casos e mortes são subnotificados em muitos países nessas regiões devido à baixa capacidade de teste", afirmou Tedros Adhanom.
Questionado sobre países criticarem a OMS ou não seguirem as recomendações da entidade global, Tedros respondeu que a instituição não pode obrigar os países a seguir os conselhos. "Nós não temos mandato para forçar os países a implementarem o que recomendamos. Depende deles aceitarem ou rejeitarem", disse.
"Alguns aceitam, alguns não, mas no fim do dia cada um deve assumir suas responsabilidades. Garanto que a OMS dá recomendações baseadas no que há de melhor na ciência e e em evidências científicas".
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Ele afirmou ainda ser preciso romper com os partidarismos na luta contra a pandemia. "Precisamos quebrar essas divisões de direita, esquerda... nenhuma linha partidária deve dividir vocês. Ouçam as comunidades, os cidadãos, essa é a solução: a união".
Tedros relatou que já há escassez de vacinas em pelo menos 21 países devido a restrições de circulação e alertou que o número de doenças que podem ser prevenidas pode aumentar. "Isso não precisa acontecer, estamos trabalhando com os países para ajudá-los".
À medida que mais países flexibilizam o confinamento, a OMS deu uma recomendação para que essa saída seja gradual, controlada e lenta. "As medidas precisam ser planejadas com um novo contrato social entre os cidadãos, com a participação da comunidade e o fortalecimento da saúde pública", explicou Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS.
Com comprovações cada vez mais frequentes que o novo coronavírus compromete as funções neurológicas, médicos já temem AVC e mudam protocolos
Por Salma Ataíde
A preocupação vem se tornando frequente com o aumento de relatos feitos por médicos de outros países. Diante da percepção cada vez maior que o coronavírus Sars-CoV-2 causa alterações neurológicas e pode provocar microcóagulos nos vasos sanguíneos, médicos que estão na linha de frente começam a temer um aumento de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), relacionados a Covid-19.
Alguns hospitais já estudam mudanças nos protocolos desses pacientes para investigar se têm o vírus. No sábado o jornal americano The Washington Post publicou uma reportagem em que profissionais do Hospital Mount Senai Beth Israel, em Nova York, relatam um aumento de pacientes entre 30 e 40 anos saudáveis que tiveram AVC, nos quais depois se identificou Covid-19.
Pesquisadores chineses já haviam publicado estudos observacionais do tipo série de casos, com pacientes da doença que tiveram AVC e médicos espanhóis têm feito relatos semelhantes, mas ainda não foram submetidos a publicações científicas.
Comprovações podem se tornar mais evidentes nas próximas semanas
Segundo o neurologista Gabriel Freitas, pesquisador do Instituto D’or de Pesquisa e Ensino (IDOR) da Universidade Federal Fluminense declara que teve um paciente que chegou ao hospital com AVC, sem outros sintomas, e depois com uma tomografia de tórax se percebeu que ele tinha a Covid-19. Um outro caso, de um pequeno AVC, que ele atendeu em consultório, também depois foi testado como positivo para o coronavírus. “Temos conversado muito com neurologistas da Espanha e lá (esse quadro) foi muito nítido”.
Pelas observações, ele afirma que está mudando o protocolo de atendimento ao menos em dois hospitais, o Quinta D’or e o Copa D’or, e discutindo na Rede D’or. “A recomendação agora de todo paciente que chega com AVC é que ele seja investigado para Covid,”diz. Para a neurologista Gisele Sampaio, coordenadora da Rede Brasil AVC e médica do Hospital Einstein e da Escola Paulista de Medicina, afirma também ter recebido um caso de AVC em uma paciente de 56 anos que depois se mostrou ser também Covid’.
“Ela foi para o hospital com dor de cabeça forte, tinha queixa respiratória, de cansaço, e por isso fizemos tomografia de pulmão. Vimos o padrão compatível com Covid, depois confirmado com teste de PCR. Imaginamos que tenha relação com a Covid sim, porque ela não tinha nenhum outro histórico importante para AVC”, confirma a médica. A paciente acabou morrendo. Segundo a médica, as sociedades brasileiras de Doença Cérebro- Vascular e de Neurointervenção estão elaborando um documento com recomendações.
“Existe potencial muito grande de esses pacientes serem assintomáticos do ponto de vista respiratório, mas podem transmitir não só para outros pacientes como para os profissionais da saúde. Sociedades médicas dos EUA e da Europa fizeram essa recomendação e vamos fazer também: que todo paciente que chegue com AVC seja atendido como se fosse Covid, até se ter o resultado”, destacou.
Formação de coágulos
A principal suspeita é de que isso ocorra porque o coronavírus parece provocar distúrbios no processo de coagulação. Necrópsias em vítimas da doença revelaram presença de pequenos coágulos nos vasos sanguíneos de diversas partes do corpo. Já foram observados também tromboses, que podem chegar ao cérebro.
Para o patologista Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do grupo que realiza necrópsias no Hospital das Clínicas, afirma que em 18 corpos analisados, ele encontrou por meio de tomografias, lesões cerebrais em dois. ” São sinais sugestivos que podem ser AVCs recentes, mas ainda não fizemos análises microscópicas”, enfatiza.
Deputada, que apoia o presidente Jair Bolsonaro, afirmou que acredita em ligação do ministro do Supremo com facção que domina unidades prisionais
Por Renato Souza
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que “as vezes acredita” que a ligação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “com o PCC é verdadeira”. As críticas contra o magistrado ocorreram quando ela foi questionada sobre um inquérito, aberto na Corte, que investiga quem são os organizadores e financiadores de atos que pediram intervenção militar e ocorreram em diversas cidades do país. O Supremo investiga a participação de parlamentares na realização dos atos, o que pode ser classificado como crime e levar a responsabilização penal. Zambelli também afirmou que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, inventou provas contra o presidente Jair Bolsonaro.
As declarações foram feitas em entrevista à Jovem Pan. O ministro Alexandre de Moraes é o relator do inquérito sobre as manifestações pró-regime militar e também de outra investigação, que apura fake news e ataques contra o Supremo. "Sobre o Alexandre de Moraes, me desculpa, mas às vezes acredito que a ligação dele com o PCC era verdadeira. Porque ele está envolvido na causa de investigar pessoas que faziam o bem pelo Brasil", disse a deputada. Ambas as investigações tramitam em sigilo e miram deputados que apoiam o governo. Em uma delas, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, é um dos alvos.
Para Zambelli, o Supremo está ultrapassando seus limites constitucionais ao determinar ações de busca e apreensão contra cidadãos comuns, que lançaram críticas ao Tribunal em postagens na internet. "Há milhões de brasileiros aterrorizados com essa possibilidade do STF investigar cidadãos comuns, que estavam dando opinião na rede social ou xingando ministros do STF. Quando o Alexandre de Moraes abriu essa investigação no STF, todo mundo falava que ele estava sendo a vítima, o acusador, o promotor, o policial, o julgador. O STF estava sendo tudo. E o STF está abrindo essa investigação de fake news para aterrorizar a população para não poder xingar ministro nenhum, político nenhum, presidente da Câmara ou do Senado nenhum. Então calma aí. CPMI e investigação no STF não servem para aterrorizar o povo", disse.
Em relação ao ex-ministro Sérgio Moro, que acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal por razões políticas, e tentar acesso a relatórios de inteligência, a parlamentar afirma que ele agiu na intenção de criar provas. "Se você perceber, o print que o Moro deu foi às 7h33 da manhã. E ele terminou de escrever para o presidente às 7h33 manhã. Então, ele tira print no mesmo momento da conversa. Já dá para perceber, no dia 23 de manhã, que ele estava com intenções de criar provas", completou.
Governo do Tocantins também editou decreto com recomendação para o uso de máscaras
Por Melânia Kássia e Brenner Nunes
Após deliberação do Comitê de Crise para Prevenção da Covid-19 nesta segunda-feira, 27, o governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, assinou decreto prorrogando a suspensão das aulas e a jornada reduzida de 6 horas dos servidores públicos estaduais, além de recomendar o uso de máscaras de proteção facial, sempre que houver a necessidade de sair de casa. O documento será publicado na edição do Diário Oficial do Estado desta segunda-feira, 27.
Com a decisão, as aulas, tanto em estabelecimentos públicos como privados, como escolas e universidades, continuam suspensas até o dia 29 de maio. “Durante este período, estamos reestruturando nossas escolas para que possam retomar as atividades da forma mais segura possível, seguindo as recomendações propostas pela Secretaria de Estado da Saúde, com base no Ministério da Saúde”, complementou.
A secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, Adriana Aguiar, enfatizou que o órgão está se antecipando para a volta às aulas e propondo medidas para melhor atender às famílias e aos estudantes.
“A possibilidade de um retorno às aulas vai levar em consideração os dados técnicos da Saúde. Caso haja o retorno, é importante salientar que ele será executado seguindo algumas condicionantes como: a higienização das unidades escolares, as desinfecção das 499 estruturas que temos hoje; a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual [EPI’s] para os servidores e alunos; o aumento do número de transportes; a confecção de material gráfico de suporte, no caso de atividades extracurriculares; a reorganização de espaços escolares para manter uma distância mínima necessária, na qual as alternativas estão sendo avaliadas; e a redistribuição dos alunos entre os horários disponíveis para que haja um equilíbrio e evite superlotação”, explicou a Secretária.
Jornada de Trabalho Reduzida
Além da suspensão das aulas, o governador Mauro Carlesse também prorrogou até o dia 29 de maio a jornada reduzida de 6 horas dos servidores públicos do Poder Executivo Estadual. Com isso, o horário de trabalho segue das 8 às 14 horas, podendo os responsáveis pelos órgãos estabelecerem jornadas alternativas no turno da tarde, a fim de evitar aglomerações.
“Se os filhos estão fora da escola, eles estão isolados em casa. Grande parte é menor de idade e também não tem com quem ficar. Então, devemos ver a situação dos pais também e flexibilizar as suas rotinas até que possamos oferecer a segurança necessária para que seus filhos voltem às escolas”, garantiu o governador Mauro Carlesse.
Recomendação para o uso de máscaras
Sobre a recomendação para o uso de máscaras, o secretário da Casa Civil, Rolf Vidal, esclareceu que a decisão é uma forma de orientar sobre a importância do uso da etiqueta respiratória durante a pandemia. “Não é um modelo impositivo e nem uma questão de multar as pessoas, é somente para ressaltar este equipamento como essencial na conservação do estado de saúde de cada um”, concluiu.
O objetivo da medida é liberar R$ 130 bi para socorro a estados e municípios; projeto foi defendido pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre
Por Agência O Globo
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou durante a sessão desta segunda-feira que a proposta para socorrer estados e municípios deve proibir o reajustes nos salários de servidores federais, estaduais e municipais por 18 meses.
Segundo o presidente da Casa, a estimativa passada pelo Ministério da Economia é de que sejam poupados R$ 130 bilhões durante o período.
— Eu recolhi as manifestações da senadora Zenaide quando fala da questão do reajuste por 18 meses, mas gostaria de lembrar os senadores que há 15 dias a discussão não era não reajustar salários. Há 15 dias a discussão era cortar 25% dos salários dos servidores municipais, estaduais e federais. Então acho que seria um gesto evitarmos os reajustes por 18 meses e em contrapartida termos os recursos para ajudarmos os estados e municípios — afirmou Alcolumbre.
O presidente da Casa é o relator da proposta e prevê a apresentação de seu parecer inicial para quinta-feira. A votação deve acontecer no sábado, por causa do feriado do Dia do Trabalho na sexta-feira. Alcolumbre se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no início da tarde.
Segundo o amapaense, a estimativa da pasta é que a economia total seja de R$ 130 bilhões no período.
— Acho que é uma conquista essa conciliação com o governo, protegermos por 18 meses a conta (da União). E a gente tem que lembrar que, pela proposta, não reajustar os salários de municípios, estados e União. A conta que me deram hoje, a gente está falando de economia, ou seja, recursos que vão sobrar para os cofres da União, dos estados e dos municípios, na monta de R$ 130 bilhões em 18 meses.
Segundo integrantes da equipe econômica, a proposta está avançando. O impasse sobre o socorro aos entes federados ocorre há ao menos um mês.
A Câmara dos Deputados aprovou projeto que prevê que a União compense os governos locais pelas perdas na arrecadação de impostos, mas a ideia é fortemente criticada por Guedes, que vê na medida um “cheque em branco” para gestores regionais.