Proposto pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), brincadeira tem o objetivo de valorizar o setor e apoiar o consumo de leite e derivados
Por Francielle Bertolacini
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), o presidente Jair Bolsonaro e outros representantes do governo aderiram ao desafio da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite). A entidade propôs que eles gravassem vídeos tomando um copo de leite como forma de valorizar o setor e apoiar o consumo de leite e derivados, “como alimentos extremamente saudáveis”, em meio à crise do coronavírus.
“E também com objetivo da sociedade valorizar a cadeia produtiva do leite nacional que gera milhões de empregos direta e indiretamente, produzindo com muita responsabilidade, preservando o meio ambiente, com bons tratos animais, e fixando milhares de famílias no campo, evitando o êxodo rural e o inchaço das cidades”, afirma o presidente da Abraleite, Geraldo Borges.
Em vídeo, a ministra incentiva o consumo do produto e diz que o leite, assim como seus derivados, trazem benefícios à saúde. “O leite é um alimento super completo. Vamos tomar mais leite. Quem não gosta de leite, toma iogurte ou come um pedaço de queijo”, diz.
Ela lembrou ainda que recentemente o governo liberou um pacote de ajuda com recursos para estocagem de produtos lácteos. Outra medida foi o aporte de R$ 130 milhões para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que, segundo ela, deve beneficiar pequenos produtores de leite, principalmente do Nordeste.
Já o presidente da FPA, Alceu Moreira, afirmou que o setor leiteiro é um dos mais nobres do agronegócio pela estrutura e forma de produção.
Durante transmissão nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro também entrou na brincadeira. Com um copo de leite na mão, ele brindou à agropecuária nacional. “Não estou fazendo propaganda. É o desafio do leite, e vamos brindar ao produtor rural, ao pessoal do setor leiteiro do Brasil, que é uma atividade que não é fácil”, disse.
O presidente citou que o Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo e ressaltou a importância da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Sempre tomei isso aqui [leite]. Um brinde a todos os produtores de leite e à nossa ministra Tereza Cristina, a melhor ministra da Agricultura entre todos que passaram por lá”, finalizou.
Parlamentar afirmou não ter dúvida de que será alvo de uma investigação em breve e disse que participa de reuniões em que se discute ‘quando acontecerá um momento de ruptura’ no Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se tornou alvo de mais uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. A Rede Sustentabilidade, o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolaram o pedido na quinta-feira (28).
A ofensiva da oposição veio após declarações de Eduardo em uma transmissão ao vivo ao lado de apoiadores bolsonaristas investigados no inquérito das fake news. O parlamentar afirmou não ter dúvida de que será alvo de uma investigação em breve e disse que participa de reuniões em que se discute “quando acontecerá um momento de ruptura” no Brasil.
“Não tenho nem dúvida que amanhã vai ser na minha casa (que cumprirão mandado de busca), que, se nós tivermos uma posição colaborativa, vão entrar na nossa casa, dando risada. Até entendo quem tem uma postura moderada, vamos dizer, para não tentar chegar a um momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior, conflito ainda maior. Entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas, falando bem abertamente – opinião de Eduardo Bolsonaro –, não é mais uma opção de ‘se’, mas sim de quando isso vai ocorrer”, afirmou o parlamentar.
“E não se enganem”, emendou, “as pessoas discutem isso”. “Essas reuniões entre altas autoridades, até a própria reunião de dentro de setores políticos, eu, Bia (Kicis) etc., a gente discute esse tipo de coisa porque a gente estuda história. A gente sabe que a história vai apenas se repetindo. Não foi de uma hora para outra que começou a ditadura na Venezuela, foi aos poucos”, alegou.
O deputado disse ainda que, “quando chegar ao ponto que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele (o presidente) é que será tachado como ditador”.
A live foi transmitida pelo canal de YouTube do blog Terça Livre, de Allan dos Santos, um dos alvos da operação da última quarta-feira contra empresários, políticos e apoiadores de Bolsonaro investigados por divulgar notícias falsas e ameaças contra autoridades da República, como ministros do Supremo e seus familiares.
Além de Santos, a deputada Bia Kicis (PSL-SP), outra investigada pelo inquérito das fake news, também participou da transmissão, ao lado de Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, e do médico Ítalo Marsili.
Para a oposição, Eduardo Bolsonaro atentou contra o Estado Democrático de Direito e demonstrou que “há, em curso, uma articulação orientada pelo representado e por aliados do presidente da República, na tentativa de deflagrar uma ruptura institucional, com graves consequências para a democracia brasileira”. Eduardo Bolsonaro já responde a processo no Conselho de Ética por afirmar que, “se a esquerda brasileira radicalizar”, uma resposta pode ser “via um novo AI-5”.
Em julho de 2018, antes do primeiro turno das eleições que deram a vitória a Jair Bolsonaro, o filho caçula do então presidenciável Jair Bolsonaro disse que, para fechar STF, bastava “um soldado e um cabo”. A declaração se referia à suposta possibilidade de o pai ser impedido de assumir o Planalto caso fosse eleito ainda na primeira fase da corrida presidencial.
Nos últimos dias, o governo tem sofrido uma sucessão de derrotas no Supremo, a maioria delas por decisões individuais dos ministros Celso de Mello e Alexandre de Moraes. O estopim para a nova crise ocorreu, no entanto, após a ação determinada por Moraes, relator do inquérito das fake news. Na ação de quarta-feira, a PF apreendeu documentos, computadores e celulares em endereços de apoiadores do presidente. Desde então, aumentam as investidas contra o STF dirigidas pelo próprio presidente e por seus apoiadores.
O número de casos de COVID-19 segue crescendo no Brasil. A ampla testagem da população é um dos caminhos apontados por especialistas para que a retomada das atividades seja feita de forma segura
Com Agências
Porém, a maioria dos testes disponíveis no mercado até então identifica se a pessoa está infectada, mas não se já adquiriu imunidade à doença. No entanto, um teste inovador, desenvolvido por cientistas brasileiros, pode mudar o paradigma de enfrentamento à pandemia e dar à sociedade uma nova perspectiva para lidar com a crise, uma vez que pode identificar indivíduos que apresentam imunidade e, portanto, poderiam retomar suas atividades. O teste leva cerca de duas horas para ser realizado e o resultado fica pronto em até seis horas.
O teste laboratorial, que utiliza tecnologia nacional, é capaz identificar e quantificar a presença de anticorpos tipo IgG, contra a proteína S, que é responsável pela entrada do Coronavírus nas células. Este teste permite saber quem já esteve em contato com o vírus, e se desenvolveu imunidade ao mesmo. Estudos vêm apontando que pacientes que apresentam estes anticorpos, podem apresentar imunidade contra a doença, e desta forma os pacientes não desenvolveriam ou transmitiriam a mesma.
Conforme Alberto Stein, médico que colaborou no desenvolvimento do teste, a inovação já está pronta para ser disponibilizada à população. Já foram feitas todas as testagens e validações estabelecidas pela ANVISA, com amostras de diferentes pacientes, em diferentes níveis de evolução da doença. “Neste momento, está ocorrendo a transferência desta tecnologia para laboratórios de análises clínicas, que irão executar o teste”, explica Stein.
Como funciona o exame?
O teste é realizado a partir de uma amostra de sangue, analisada em laboratório, determinando e quantificando a presença destes anticorpos que reagem contra a proteína S. Este fator é extremamente importante, visto que a maioria dos testes imunológicos disponíveis hoje no mercado não quantificam o nível de anticorpos contra a proteína S (pois eles avaliam anticorpos contra a proteína N), e nem avaliam a possibilidade de imunidade contra o vírus.
Qual é a diferença deste teste em relação aos testes rápidos?
Os testes rápidos produzem resultado a partir da identificação de anticorpos contra a proteína N, da COVID-19. Essa proteína encontra-se no interior do Coronavírus e sinaliza que a pessoa teve contato com o vírus, mas não dá informação sobre a imunidade contra ele, porque estes anticorpos contra a proteína N não são neutralizantes.
Já o teste inovador é capaz é identificar e quantificar a presença de anticorpos que reagem contra a proteína S da COVID-19, que é responsável pela entrada do Coronavírus nas células. Ou seja, este teste permite identificar e quantificar a imunidade de cada pessoa com relação à doença.
Alberto Stein Médico, doutor em Medicina pela UFRGS. Membro do grupo de pesquisa da FK-Biotec e da Imunobiotech.
Deputados Chico Bulhões e Alexandre Freitas incluem assessor mais próximos do governador no pedido de afastamento
Por Agência O Globo
Caso seja aceito, pedido de impeachment deverá apensado a um dos outros dois pedidos feitos anteriormente.
O partido NOVO protocolou, nesta sexta-feira (29), um pedido de impeachment que pede o afastamento não só do governador Wilson Witzel mas também do secretário do Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, mais próximo assessor de Witzel no Palácio Guanabara. O requerimento foi entregue à mesa diretora da Casa pelos deputados Chico Bulhões e Alexandre Freitas.
"Entendemos que ambos, o governador e o secretário, cometeram crime de responsabilidade. Claramente o Tristão é objeto da investigação. Witzel e ele são muito próximos. O Tristão tem relação com as empresas do (empresário preso) Mário Peixito, como mostramos no nosso pedido de impeachment. E, agora, o secretário ganhou ainda mais espaço dentro do Palácio Guanabara, influenciando a Casa Civil e a Secretaria de Fazenda", diz Chico Bulhões, referindo-se às exonerações dos ex-secretários André Moura (PSC) e Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho e às nomeações do procurador do estado Raul Teixeira e do economista Guilherme Mercês, idealizador do Índice Firjan de Gestçao Fiscal que ocupava o posto de subsecretário na pasta de Tristão.
O GLOBO procurou o secretário Lucas Tristão para comentar o pedido de impeachment protocolado pelo NOVO e publicará seu posicionamento tão logo ele seja enviado à reportagem.
De acordo com a mesa-diretora da Alerj, é provável que o pedido do NOVO seja apensado a um dos outros dois requerimentos de impeachment já protocolados na Assembleia pela bancada bolsonarista e pelo PSDB. A cúpula da Casa afirma, informalmente, que aceitará a instauração do processo de impeachment.
Quatro dos seis estados com mais de mil mortes por covid possuem taxa de ocupação dos leitos de emergência acima dos 80%; média no país ultrapassa os 70%. Em novo recorde, Brasil registrou mais de 26 mil casos, ontem, totalizando 438.238 infectados
Por Bruna Lima / Maria Eduarda Cardim
O Brasil bateu recorde de número de casos do novo coronavírus em 24 horas. Segundo o balanço do Ministério da Saúde, ontem, 26.417 registros foram computados pelos estados. Com isso, o país totaliza 438.238 infectados pela covid-19. A pasta também registrou mais 1.156 mortes. Ao todo, foram 26.754 vidas perdidas. A situação das UTIs agrava o cenário. Quatro dos seis estados que têm mais de mil mortes pela doença possuem taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva acima de 80%. São eles: Rio de Janeiro, Pará, Ceará e Pernambuco. Sem isolamento social, a previsão é de que o Brasil fique sem UTI na primeira semana de julho, exigindo uma demanda 46 vezes maior do que a oferta atual para atender a infectados pela covid-19. Neste cenário, a data estimada para um pico de casos no Brasil seria 2 de julho.
O cálculo, feito por meio de uma calculadora desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) com apoio da Organização Panamericana de Saúde (Opas/OMS), usa dados de casos confirmados de covid-19 pelos órgãos oficiais de saúde brasileiros e de quantidade de leitos registrados na plataforma do Ministério da Saúde voltada para o combate à pandemia. Os parâmetros de entrada assumem uma taxa de ocupação de 74% e 14.924 leitos disponíveis.
Segundo as estimativas, serão necessárias 678.182 UTIs no auge da demanda, caso não haja capacitação de novos leitos e adoção de estratégias para diminuir a circulação do vírus. Considerando média de 50% de isolamento social, a partir de agora, durante 70 dias, o Brasil pode ficar sem leitos com respiradores na primeira semana de agosto.
Além de adiar o pico, a medida diminuiria a demanda, que seria de 76.211 novas UTIs, ou seja, seis vezes mais do que a oferta atual. Este cenário prevê que 150 de cada 100 mil habitantes morreriam no surto. O número corresponde a 1,49% de todos que ficaram doentes. O modelo também indica que 21,36% dos brasileiros serão infectados pelo vírus, mas apenas 53,28% destes desenvolverão sintomas visíveis.
A média de ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes com covid ultrapassa a taxa de 70% no país. Em alguns casos, a situação é mais grave. Em Pernambuco, 96% dos leitos reservados para tratar casos críticos com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão ocupados. Mesmo assim, 190 pessoas aguardam na fila por uma vaga em UTI. A condição é semelhante no Ceará, onde 91% dos leitos estão preenchidos.
Considerando não só os leitos específicos para coronavírus, mas, sim, toda a rede de saúde estadual do Rio de Janeiro, a taxa de ocupação dos leitos de emergência já está em 86%, deixando mais de 220 pacientes suspeitos no aguardo por uma vaga. No Pará, 84.36% dos leitos de UTI adulto reservados para pacientes com a doença estão preenchidos.
São Paulo e Amazonas são os únicos estados com mais de mil mortes com mais de 20% dos leitos desocupados. Em São Paulo, epicentro da doença no Brasil, 77,4% dos pacientes estão internados. Segundo o governo paulista, o número leitos de UTI no estado dobrou. Outro ponto que ajudou a desafogar a rede de saúde foi a abertura de sete hospitais de campanha: quatro na capital e três no interior.
Rumo ao quarto lugar
Com mais de mil mortes diárias sendo confirmadas consecutivamente nos últimos dias, a previsão é de que o Brasil, que soma 26.417, ultrapasse, hoje, o número de óbitos da Espanha, 27.119, chegando ao quinto lugar no ranking mundial contabilizado pela universidade Johns Hopkins. A diferença entre as duas nações é de 702 óbitos. O Brasil também pode tomar a quarta posição da França nos próximos dias. Em fase de diminuição da curva, os franceses têm 28.665 mortes.
Um dia após anunciar a reabertura econômica, São Paulo bateu um novo recorde e registrou 6.382 casos de covid-19 em 24 horas, ontem. A covid-19 matou 6.980 pessoas e infectou 95.865 no estado. Além de SP, outros cinco estados já bateram as mil mortes. São eles: Rio de Janeiro (4.856), Pará (2.704), Ceará (2.733), Pernambuco (2.566) e Amazonas (1.964). Juntos, somam 21.803 óbitos, ou seja, 81,4% de todas as mortes confirmadas no país.