O Estado do Tocantins precisa, urgentemente, de um serviço centralizado de informações, que una o governo estadual aos 139 municípios em um só canal confiável de comunicação, para que o avanço da pandemia do novo coronavírus tenha o acompanhamento e as providências corretos
Por Edson Rodrigues
Enquanto em países como os que compõem o Reino Unido já se cogita que o governo pague os salários de todos os trabalhadores para que não haja desemprego, Itália e Espanha proíbem a circulação dos cidadãos sob qualquer pretexto, a França impõe toque de recolher, e alguns estados dos EUA abastecem os cidadãos com insumos de prevenção de forma gratuita, o Tocantins não pode assumir o mesmo ritmo que o governo brasileiro tenta impor, claudicante, incerto e sem transmitir segurança à população.
Os governos estaduais, como os de São Paulo e Rio de Janeiro, anunciaram suas próprias medidas de prevenção. Não por acaso, são as duas maiores economias brasileiras. O governo do Rio de Janeiro mandou fechar os aeroportos. O governo federal disse que quem decide sobre isso é ele. O governo do Rio bateu o pé e o governo federal se encolheu.
Em Santa Catarina, comércio fechado, quarentena e rigor. Só supermercados, farmácias e postos de combustíveis funcionam, de forma controlada. Cidadãos que desrespeitaram a quarentena e foram à praia, foram flagrados pela polícia e duramente repreendidos.
AÇÃO
O Tocantins precisa disso. Que o governo haja, fechando acessos a praias, cachoeiras, parques públicos, shoppings e praças, baixando decreto sobre o que pode e o que não pode, e colocar a polícia para fazer cumprir, dando o devido reconhecimento, assim como para os profissionais da saúde, para os que arriscam suas vidas para garantir as vidas alheias.
Quem não agir estará fadado a enfrentar superlotação de hospitais, caos econômico e a fúria popular.
Os exemplos e a forma de agir e de se comunicar com a população já estão à disposição. A Coreia do Sul mostrou que a quarentena bem feita funciona. Na Ásia, é o único país onde a pandemia não progrediu. Não se ouve falar de evolução da doença na Suécia, na Noruega, na Finlândia....
O quê esses países fizeram? Vamos copiar e trazer para a nossa realidade!
FATOS
Os fatos são que, o Tocantins, apesar de ter progredido muito no seu sistema de saúde, não terá leitos nem profissionais suficientes caso o número de infectados aumente repentinamente, como vem acontecendo nas áreas mais afetadas.
Devemos melhorar a comunicação de casos suspeitos ou confirmados á Secretaria Estadual da Saúde, para que as medidas sejam sintonizadas com a realidade. Aproveitar que o número de casos ainda é pequeno, e fechar as vias de acesso ao Estado, deixando fluir apenas o transporte de víveres e insumos. Refrear o transporte intermunicipal, permitindo apenas o acesso a moradores e, principalmente, garantir ao servidores estaduais e municipais, que possam trabalhar em casa, sem prejuízo de vencimentos, assim como dar condições para que o comércio consiga minimizar as perdas por meio de diminuição e até isenção temporária de impostos.
É hora de cada um fazer o seu papel e assumir suas responsabilidades em tempo de ameaça à vida humana e à civilização.
FAKE NEWS: A FORMA MAIS CRUEL DE SER DESUMANO
Desde o fim de janeiro, a disseminação de notícias falsas sobre o novo coronavírus já resultou em dezenas ações penais e prejuízos à saúde coletiva em todo o Brasil, por conta de recomendações falsas ou incorretas acerca do novo coronavírus. Mas, no Tocantins, as fake news estão extrapolando os níveis de aceitabilidade e beirando a desumanidade.
Espalhar informações falsas sobre os serviços de Saúde Pública, ou seja, sobre a maior necessidade da população, hoje, é mais que caso de polícia. É caso de sociopatia, de pessoas que não podem conviver em comunidade, pois são nocivas.
Falar que no HGP faltam insumos básicos, como luvas, máscaras e medicamentos, é de uma irresponsabilidade – e crueldade – sem tamanho.
O Paralelo 13 fez questão de checar essa informação com médicos, enfermeiros e servidores lotados no HGP, para não falar que estamos vinculados à direção do hospital ou ao governo, e esses profissionais da saúde nos garantiram que a informação não passa de uma grande mentira.
Usar uma fragilidade da população com fins eleitoreiros é vergonhoso, ultrajante e cruel, e só serve para mostrar o baixo nível e o despreparo de quem está veiculando essas fake news.
O momento é de união entre os que comandam os destinos do Tocantins, para que nossa população não sofra. Não importa a cor partidária, todos os que estão no poder têm a obrigação moral de agir em harmonia para salvar vidas em risco.
O inimigo, agora, não é humano. É invisível e fatal. E a única forma de vencê-lo, é com a união de forças, com a ação coerente e consistente e com a informação séria e comprometida.
Fiquemos em nossas casas e torçamos pelo melhor!
DICAS PARA EVITAR O CONTÁGIO
- lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, ou usar desinfetante para as mãos à base de álcool quando a primeira opção não for possível;
- evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
- evitar contato próximo com pessoas doentes;
- ficar em casa quando estiver doente;
- usar um lenço de papel para cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, e descartá-lo no lixo após o uso;
- não compartilhar copos, talheres e objetos de uso pessoal;
- limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Outros cuidados importantes são manter ambientes bem ventilados e higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
Tocantins já recebeu 96 testes do Ministério da Saúde e espera receber remessas semanalmente. Resultados devem sair em 72h.
Por Laiany Alves
Neste sábado, 21, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (LACEN-TO), iniciou a realização dos testes para o diagnóstico da doença COVID-19. A expectativa que os resultados comecem a sair num prazo de 72h após a chegada das amostras no Lacen. Esses exames foram descentralizados aos Laboratórios de Referência Estaduais pelo Ministério da Saúde, com a distribuição da primeira remessa de testes padronizados via Coordenação Geral dos Laboratórios do Ministério da Saúde (CGLAB).
Segundo a diretora do Lacen/TO, Jucimaria Dantas a equipe técnica do laboratório conta com profissionais altamente especializados, e que acabaram de retornar de uma capacitação promovida no Instituto Evandro Chagas (IEC/MS), em Belém-Pará, habilitando a equipe à realização desses exames no Tocantins.
Jucimaria disse ainda que os exames que serão realizados são de biologia molecular, ou seja, identificam a presença do gene do vírus (SARS-CoV-2) na amostra, seguindo a técnica de Reação da Cadeia da Polimerase em tempo real (PCR-RT). Este é o método laboratorial mais efetivo e recomendado para o seguimento clínico do paciente, não havendo necessidade de contraprovas.
Os Kits recebidos pelo Estado são provenientes do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) responsável por pesquisa, inovação, desenvolvimento tecnológico e pela produção de vacinas, reativos e biofármacos, voltados para atender prioritariamente às demandas da saúde pública nacional.
O Lacen espera receber semanalmente as remessas desses testes. A quantidade recebida no primeiro lote foi de 96 testes, e há uma importante demanda em toda a Rede, especialmente após o diagnóstico dos primeiros casos em Palmas.
Nesse sentido alguns critérios serão elencados para a priorização dos exames disponíveis, em conformidade com as recomendações do Ministério da Saúde e Vigilância Epidemiológica Estadual, sendo realizados testes de pessoas com sinais e sintomas de moderados a graves, internados em unidades hospitalares e os contatos próximo (familiar) do caso confirmado. Quanto aos casos suspeitos e sintomáticos leves, a recomendação é para permanecerem em isolamento domiciliar de acordo com os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da 3ª e da 7ª Promotorias de Justiça de Porto Nacional, instaurou portaria de acompanhamento e expediu recomendações aos prefeitos dos municípios de Santa Rita do Tocantins, Oliveira de Fátima, Brejinho de Nazaré, Silvanópolis, Ipueiras, Porto Nacional, Monte do Carmo, Fátima e outros responsáveis com o fim de evitar a contaminação pelo coronavírus (Covid-19) e a prática de atos abusivos no comércio.
Com Assessoria
A portaria requisita informações atualizadas dos gestores acerca das providências adotadas para a prevenção do vírus, bem como o acompanhamento da sua manifestação e o controle da transmissão nas unidades da rede de saúde.
As Promotorias de Justiça recomendam que os prefeitos determinem, por tempo indeterminado, a suspensão das atividades educacionais, eventos esportivos e realização de eventos que possam gerar aglomeração de pessoas, como missas, cultos, festividades e outros. O documento especifica que deve cessar o funcionamento de restaurantes, academias, cinemas, galerias, comércio ambulante, no entanto, que seja mantido o funcionamento de estabelecimentos médicos, hospitalares, unidades de saúde, laboratórios de análises clínicas, distribuidoras e revendedoras de gás, postos de combustíveis, supermercado e outros.
Trecho da recomendação traz orientações quanto a precauções que visem garantir o direito do consumidor, a exemplo do reembolso de ingressos para os eventos suspensos, a vedação da prática de aumentar preços de produtos em razão do momento de emergência sanitária e a observância da conduta de estabelecimentos de saúde privados, pois estes devem cobrir, obrigatoriamente, os atendimentos, especialmente quanto aos testes diagnósticos para infecção do coronavírus.
A orientação também atinge o transporte público quanto à manutenção da frota circulante e a higienização dos veículos a cada trecho percorrido.
Medicamento
Uma outra recomendação administrativa diz respeito ao controle de comercialização da medicação Hidroxicloroquina, sendo orientado que farmácias, drogarias e congêneres efetuem a venda para pessoa física somente mediante apresentação da receita médica.
A portaria de acompanhamento e as recomendações foram assinadas pelos promotores de Justiça Vinícius de Oliveida e Silva e Luiz Antônio Francisco Pinto. (Denise Soares)
Pessoas infectadas e moradores da mesma casa devem ficar em isolamento
Por Jonas Valente
O Ministério da Saúde publicou portaria nessa sexta-feira (20) decretando o estado de transmissão comunitária do novo coronavírus (Covid-19) em todo o Brasil. Com isso, as orientações para locais nessa modalidade de forma de disseminação do vírus passam a valer em todo o país.
A transmissão comunitária é uma modalidade de circulação na qual as autoridades de saúde não conseguem mais rastrear o primeiro paciente que originou as cadeias de infecção, ou quando esta já envolve mais de cinco gerações de pessoas.
Ela difere dos casos importados (quando uma pessoa adquire o vírus em viagens ao exterior) e da transmissão local (quando alguém é contaminado por contato com alguém infectado em outro país). As situações de transmissão comunitária significam que o vírus está mais disseminado, demandando cuidados mais efetivos.
Até ontem, essa classificação era atribuída pelo Ministério da Saúde a São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Porto Alegre, Belo Horizonte e a região Sul de Santa Catarina.
Quando há transmissão comunitária, agora em todo o país, a orientação é de isolamento por duas semanas de pessoas com sintomas e das que moram no mesmo espaço de quem apresentou sinais da infecção. Isso implica ficar definitivamente em casa e evitar a todo custo não apenas aglomerações, como a circulação fora de casa.
Sintomas do novo coronavírus
De acordo com a portaria, são considerados sintomas do novo coronavírus “tosse seca, dor de garanta ou dificuldade respiratória, acompanhada ou não de febre, desde que seja confirmado por atestado médico”. Além dos sintomas, o isolamento também depende de prescrição médica, razão pela qual pessoas com sintomas devem procurar um médico para verificar o estado de saúde e confirmar a orientação.
Atestado médico
O atestado ofertado pelo médico para a pessoa que apresentar esses sinais será estendido também aos familiares ou outros que residem com ela. Para isso, o paciente deve informar o nome completo dos demais parentes ou moradores da casa. Se esses coabitantes vierem a apresentar sintomas, poderão solicitar um novo atestado médico, dentro do prazo previsto de 14 dias.
O atestado faz-se necessário para justificar o afastamento do trabalho, evitando, assim, qualquer sanção caso o empregador mantenha as atividades.
Idosos
Já os idosos acima de 60 anos devem “observar o distanciamento social, restringindo seus deslocamentos para realização de atividades estritamente necessárias, evitando transporte coletivo, viagens e eventos esportivos, artísticos, culturais, científicos, comerciais e religiosos e outros com concentração próxima de pessoas”.
Casos confirmados do novo coronavírus no Brasil
Estado | Secretarias da Saúde | Ministério da Saúde |
AC | 7 | 7 |
AL | 6 | 5 |
AP | 1 | 1 |
AM | 7 | 3 |
BA | 33 | 33 |
CE | 68 | 55 |
DF | 87 | 87 |
ES | 16 | 13 |
GO | 15 | 15 |
MA | 0 | 0 |
MT | 1 | 1 |
MS | 12 | 9 |
MG | 38 | 35 |
PA | 2 | 2 |
PB | 1 | 1 |
PR | 36 | 32 |
PE | 31 | 30 |
PI | 4 | 3 |
RJ | 109 | 109 |
RN | 1 | 1 |
RS | 56 | 37 |
RO | 1 | 1 |
RR | 0 | 0 |
SC | 28 | 21 |
SP | 396 | 396 |
SE | 7 | 6 |
TO | 1 | 1 |
Total | 977 | 904 |
Também impôs multa de R$ 50 mil ao diretor do hospital por cada paciente que tiver a informação sonegada
Com Estadão Conteúdo
A Justiça Federal do Distrito Federal determinou nesta sexta-feira, 20, que o Hospital das Forças Armadas (HFA) informe imediatamente ao governo do Distrito Federal a relação completa dos pacientes infectados pelo novo coronavírus. Segundo o presidente Jair Bolsonaro postou em suas redes sociais, um exame feito no HFA atestou que ele não foi infectado pela covid-19.
Em sua decisão, a juíza Raquel Soares Chiarelli também impôs uma multa de R$ 50 mil ao diretor do hospital por cada paciente que tiver a informação sonegada. Além de Bolsonaro, integrantes da comitiva presidencial que acompanharam o presidente da República em viagem aos Estados Unidos também fizeram exames no HFA.
"Já é notório que a devida identificação dos casos com sorologia positiva para a covid-19 é fundamental para a definição de políticas públicas para o enfrentamento urgente e inadiável da pandemia, a fim de garantir a preservação do sistema de saúde e o atendimento da população", escreveu a juíza em sua decisão.
"De modo que não se justifica, sob nenhuma perspectiva, a negativa da União em fornecer essas informações ao Distrito Federal, que tem competência constitucional para coordenar e executar as ações e serviços de vigilância epidemiológica em seu território."
Nesta sexta-feira, Bolsonaro voltou a minimizar pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 10 mil pessoas no mundo, e tratou a doença como uma "gripezinha". "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar", disse o presidente após o Estado questioná-lo, em entrevista no Palácio do Planalto, a razão de ele não tornar público os resultados dos seus exames.
O jornal O Estado de S. Paulo pede há uma semana a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) que apresente os resultados do exames já feitos pelo presidente, mas até esta sexta-feira não obteve resposta.
Ao todo, 22 pessoas que acompanharam Bolsonaro na viagem que fez aos Estados Unidos, na semana passada, contraíram o coronavírus. Entre eles, assessores próximos e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que se reuniu três vezes com Bolsonaro no dia anterior a ser diagnosticado com a doença.
Bolsonaro teve contato com auxiliares que já foram diagnosticados com o coronavírus nos últimos dias, como o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Segundo divulgou em suas redes sociais, porém, os dois primeiros testes feitos pelo ele deram negativo.
O presidente voltou a afirmar que, caso receba orientação médica, poderá fazer um novo exame. Mais cedo, ele afirmou que pode já ter contraído o vírus. "Fiz dois testes, talvez faça mais um até, talvez, porque sou uma pessoa que tem contato com muita gente. Recebo orientação médica", disse ele ao deixar o Palácio da Alvorada pela manhã. "Toda família deu negativo aqui em casa. Talvez eu tenha sido infectado lá atrás e nem fiquei sabendo. Talvez. E tô com anticorpo."
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que acompanhava Bolsonaro na entrevista no Planalto, defendeu o sigilo sobre os resultados dos exames. "Os exames do paciente são do paciente. São da sua intimidade. A gente não faz divulgação nem do seu, nem do meu, nem do de ninguém", disse Mandetta.
O contato com uma pessoa infectada é uma das formas de transmissão do coronavírus. O presidente foi criticado por infectologistas e até por aliados por expor os manifestantes ao risco de contaminação pela covid-19.
Comitiva
Mesmo assim, o presidente disse que pretende manter sua rotina de trabalho. Bolsonaro disse que fará uma festa de aniversário em casa, restrita a familiares, para comemorar os 65 anos completados neste sábado.