Fartura de informações, casos de corrupção e rigidez na fiscalização levam eleitor à mudança radical de comportamento, pondo fim às lideranças tradicionais que ditavam as regras políticas regionais
Por Edson Rodrigues
A maioria esmagadora dos dirigentes de partidos da nossa Capital, Palmas, precisa acordar, urgentemente, para a realidade, para a nova conjuntura política e eleitoral que está regendo as mentes e a consciência dos eleitores.
Dentre esses dirigentes falamos, também – e principalmente –, dos aliados do governador Marcelo Miranda, que parecem estar subestimando a inteligência do eleitorado palmense, dos nascidos em Palmas aos que chegaram para construir esta cidade.
A população está muito bem informada, por intermédio dos blogs, sites de notícias, portais de imprensa, jornais impressos, rádios e emissoras de TV de tudo o que acontece à frente e atrás das câmaras que registram o dia a dia dos bastidores da política.
Os fatos políticos e administrativos que vêm ocorrendo em Palmas, originados nos poderes Executivo e Legislativo estaduais e municipais, bem como das ações da Defensoria Pública, dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, os julgamentos e investigações em andamento no Tribunal de Contas do Estado, no Tribunal de Justiça e no Tribunal regional Eleitoral.
Os eleitores estão cientes, também, da paralisia da Câmara Municipal de Palmas, que há dois meses não consegue votar um requerimento sequer, por causa da atuação de 12 de seus membros, ligados ao prefeito Carlos Amastha, que de forma legal – mas imoral – usam do regimento interno da casa para obstruir as sessões mas estão todos com seus vencimentos em dia (a Câmara Municipal de Palmas é a 2ª mais cara do País, com um custo de mais de 30 milhões de reais, perdendo apenas para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro).
Ou seja, que não seria nenhuma ação de desapego se os vereadores de Palmas doassem seus salários para a caridade, visto que recebem para fazer quase nada.
O cidadão palmense paga uma das maiores cargas tributárias do País, a mais cara entre as capitais da região Norte do Brasil, incluindo IPTU, ISSQN, iluminação pública, esgoto e estacionamento, recentemente acrescida de percentuais exorbitantes, completamente fora da realidade salarial dos contribuintes. Junte-se isso ao combustível entre os mais caros do País, às tarifas de transporte urbano que sacrificam os trabalhadores e temos o cenário ideal para um recorde de renovação na Câmara Municipal de Palmas, fato que pode refletir em todos os demais municípios do Estado.
ENQUETE COMPROVA INSATISFAÇÃO
O PARALELO 13 acaba de ter acesso a uma enquete de intenções de voto, encomendada para consumo próprio, que ouviu 1.122 aptas a votar nas próximas eleições em Palmas, para a eleição dos 19 vereadores, do prefeito e do vice-prefeito.
Em toda a pesquisa, alguns dados nos chamaram a atenção. 57% dos entrevistados ainda não sabem em quem votar para prefeito. 7% têm intenção de votar em branco. 82% ainda não têm candidato a vereador.
Apenas 3% votariam em um candidato por causa do seu partido, 91% dos entrevistados não estão filiados a nenhum partido, 93% consideram que todo político é desonesto e 9% admitem definir seu voto por interferência de marido, pai, irmão, patrão ou amigo.
Na corrida pelo Paço Municipal, Carlos Amastha aparece em primeiro lugar, com 19% e Raul Filho vem em segundo, com 12%. Os demais candidatos apresentam índices irrisórios.
Esses dados nos levam a acreditar que o eleitor palmense definitivamente separou os seus sonhos familiares, pessoais e profissionais dos sonhos dos políticos e dos partidos, pois estes não cumprem com seus compromissos para realizar os sonhos da coletividade.
O cidadão palmense se libertou das amarras da polarização, do voto pelo “tradicional”, do voto pelo favor e de outros tipos de voto que não deixavam a capital do Tocantins progredir de acordo com todo o potencial que tem.
O palmense entendeu que não adianta o candidato “A” ou “B” dizer que tem trânsito fácil no Palácio Araguaia ou no Palácio da Alvorada, acenar com promessas de buscar recursos em Brasília ou de resolver questões que há tempos prejudicam o povo.
O eleitor já percebeu que de nada adianta o candidato dizer que tem acesso a este ou àquele ministro, se os ministros sequer sabem onde fica Palmas, jamais estiveram aqui e nada fizeram pela nossa Capital.
Para o eleitorado palmense, os partidos políticos terão que saber escolher muito bem seus candidatos, a qualquer cargo que seja, de vereador a prefeito. O partido que ousar colocar um candidato investigado ou caracterizado como “ficha-suja” será automaticamente identificado pela população como uma agremiação disposta a tudo pelo poder e, não pelo bem público.
Os partidos políticos e seus caciques terão que ter vergonha na cara e caráter suficientes para evitar que qualquer um de seus quadros que tenha sobre si suspeitas ou acusações consiga carregar a bandeira da agremiação como se fosse, ele, o bastião da honestidade.
Para ser considerado um candidato com chances de eleição, o político terá que discutir os problemas e as demandas da população com as entidades classistas, com empresários, produtores rurais, estudantes, professores, servidores, enfim, tem que conhecer a realidade das ruas para apresentar propostas plausíveis e factíveis para a Saúde, a Educação, Segurança, Saneamento Básico.
BIG BROTHER ELEITORAL
Por outro lado, as eleições de outubro próximo prometem ser o verdadeiro “big brother” eleitoral, com a OAB, Defensoria Pública Estadual, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Ministério Público Eleitoral realizando uma varredura minuciosa no passado de cada cidadão que tentar registrar uma candidatura. Qualquer deslize pode servir de fio da meada para uma investigação que acabe com a impugnação dessas candidaturas.
Ou seja, diante da tabulação dos dados da pesquisa apresentada acima e da forma rígida com que os órgãos competentes irão reger as eleições municipais deste ano, percebemos que a classe política caiu num descrédito jamais visto na história do País.
Não há mais lideranças políticas inatas, indiscutíveis e respeitadas. Não há mais coronéis nem “curraleiros” eleitorais. Ninguém é de ninguém, pois a população aprendeu – da pior forma possível, através da decepção – a definir seu voto de acordo com as necessidades coletivas.
A população se libertou da influência e do hipnotismo político e a renovação nos cargos eletivos deve ser radical, pois os cidadãos aprenderam que a única forma de mudar o Brasil, do País readquirir credibilidade política e institucional é começar a votar certo desde o menor dos cargos eletivos – o de vereador – e ir, com a ascensão desses “pioneiros”, fazendo um limpa nos cargos seguintes, como prefeitos, vices, deputados estaduais, federais, senadores e o presidente da República.
A população já entendeu que, com raríssimas exceções, a política brasileira está mortalmente contaminada pela corrupção.
A população de Palmas já entendeu que o começo dessa tão sonhada mudança está em suas mãos, na ponta dos seus dedos, na frente da urna eletrônica nas próximas eleições.
Não há outro caminho.
O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) disse, em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que uma possível delação premiada da Odebrecht na Operação Lava-Jato seria “uma metralhadora de (calibre) ponto 100”. O peemedebista também deu a entender que a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) seria atingida, pois teria feito uma ação “diretamente” com a empreiteira durante a campanha eleitoral.
Agência Folha "Nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela (Dilma) está envolvida diretamente é que falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele (inaudível)", diz um os trechos divulgados na noite desta quarta-feira pelo site do jornal Folha de S.Paulo. Sarney também diz que os casos de corrupção denunciados na Lava-Jato eram de responsabilidade do governo federal. “Esse negócio da Petrobras, só os empresários que vão pagar, os políticos? E o governo que fez isso tudo, hein?", indagou o ex-presidente. Sérgio Machado diz que o PSDB também sabe que é a próxima bola da vez e indica que ninguém sairá ileso das investigações. “Tá todo mundo se cagando, presidente. Todo mundo se cagando. Então ou a gente age rápido. O erro da presidente foi deixar essa coisa andar. Essa coisa andou muito. Aí vai toda a classe política para o saco”, afirma. Machado chama o procurador-geral da República Rodrigo Janot de “mau caráter” e diz que ele está tentando seduzir seus advogados para que ele fale o que sabe. Em outro momento, o ex-dirigente da Transpetro diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabou e Sarney concorda. “O Lula acabou, o Lula coitado deve estar numa depressão”, disse o peemedebista. Em uma segunda conversa divulgada, Sarney diz que o senado ter acatado a prisão do ex-líder do governo, senador Delcídio do Amaral, foi uma cilada. Segundo ele, a Casa se acovardou. “Não podia (ter aceitado a prisão), a partir dali ele acabou. Aquilo é uma página negra do Senado”. Sérgio Machado concordou e disse que não houve flagrante delito. Sarney emendou: “não tinha nem inquérito”. Em nota, o ex-advogado geral José Eduardo Cardozo disse à Folha que é impossível entender a totalidade das frases de Sarney. Afirmou ainda que a presidente afastada nunca pediu contribuições ilegais de campanha.
Da Assessória
O Deputado Federal Vicentinho Júnior (PR-TO) através de articulação, aprovou, na madrugada desta terça-feira (24), três destaques da Medida Provisória 708/15, sendo dois de sua autoria e um pedido do PSB, que retiraram trechos da BR-010 no Estado do Tocantins do anexo de rodovias a serem reincorporadas.
O objetivo é permitir que a capital do estado, Palmas e o município de Porto Nacional tenha acesso a uma rodovia federal por meio da federalização de outros trechos não previstos originalmente no texto aprovado na comissão.
“É um momento histórico, Palmas é a única capital do Brasil a não ter acesso a uma Rodovia Federal. Agora, esta demanda será resolvida. Em Brasília, acompanharemos o processo de federalização das TO´s em BR-010 com atenção e empenho para que durante este ano esteja federalizada", pontua o deputado tocantinense.
Sobre a conquista ao pleito destinado ao Tocantins, o deputado ressaltou que "o trabalho em conjunto com o senador Vicentinho Alves e a Bancada Federal do Tocantins, ampliará a oferta de serviços à população, pois já iniciaremos trabalho articulado junto ao DNIT e ao Ministério dos Transportes para a construção dos novos anéis viários de Porto Nacional e da Capital Palmas - obras que possibilitarão maior logística no tráfego de pessoas e escoamento de produtos".
A Medida Provisória 708/15, autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos estados e ao Distrito Federal com base na MP 82, de 2002. A matéria será votada ainda pelo Senado.
Entre esses critérios estão: promover a integração regional, interestadual e internacional; ligar capitais de estados entre si ou ao Distrito Federal; atender a fluxos de transporte de grande relevância econômica; e promover ligações indispensáveis à segurança nacional.
Deve ocorrer nos próximos dias, o início da execução das ações da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) nos municípios que o órgão atende no interior do Tocantins. Ao todo são 80, e para cada um, segundo Eder Fernandes, presidente da Agência Tocantinense de Saneamento, algum tipo de benefício está garantido.
Por Luiz Henrique /Luciene Lopes
Um orçamento, já estabelecido, de quase R$ 30 milhões. “Esse volume de investimento se dá em razão de os municípios com uma série de obras que precisam ser executadas, terem uma grande demanda de equipamentos e ainda precisamos assegurar a manutenção corriqueira que por anos deixou de ser executada, mas que são essenciais e urgentes”, argumentou.
De acordo com o gestor da ATS, a licitação para a perfuração dos poços artesianos já está com mais de 80% concluída e o próximo passo será a assinatura dos contratos com as empresas responsáveis pela a execução das obras. “Serão perfurados 80 poços artesianos e implantados 80 reservatórios com a instalação de 80 quilômetros de Rede de Extensão de Água – RDA. Só neste projeto a ATS deverá investir R$ 22 milhões, oriundos de recursos próprios”, pontuou o presidente.
Manutenção/aquisições
Outro investimento anunciado pela ATS e que vai atender as 80 cidades de concessão da Agência é o que visa a manutenção dos poços artesianos já existentes, e que desde a perfuração, nunca passaram por esse tipo de obra. “Essa é uma questão que exige rapidez, pois há casos em que a qualquer hora a população pode ficar sem água. Um poço artesiano sem manutenção gera risco de entupimento, água de má qualidade e, consequentemente, pode deixar a todos sem atendimento por não ter uma vazão adequada”, observou explicando que há casos de poços que estão há vinte anos sem manutenção”, explicou o diretor de Produção, Arlindo Lopes.
Na foto Arlindo Lopes, diretor de Produção, durante vistoria de obra
O projeto está em fase de licitação e vai atender 190 poços artesianos, com um volume de recursos na casa dos R$ 2,6 milhões.
O diretor de Produção também anuncia que há no orçamento R$ 1,1 milhão que serão destinados para a aquisição de 80 motocicletas com carretinhas e um caminhão munck. As unidades serão entregues para os escritórios da ATS nas cidades onde o órgão estadual fornece o atendimento. O caminhão será destinado para uso geral das cidades, conforme as necessidades. O processo também está em fase de licitação.
Operação caminhão-pipa
Diante da pouca incidência de chuva na região sudeste, após a operação caminhão-pipa executada no ano passado, quando mais de quatro mil famílias foram assistidas com água distribuída por 60 veículos, técnicos da ATS, Defesa Civil e Vigilância e Saúde já estão preparando a 3ª edição do programa emergencial.
De acordo com presidente da ATS, o setor de licitação já está finalizando a elaboração do termo de referência para o credenciamento dos caminhões-pipa. “Com base no que presenciamos e no que tivemos que fazer ano passado, desta vez teremos que aumentar a quantidade de caminhões e de cidades na lista de atendimentos”, comentou o gestor, assegurando que a busca pelos recursos junto ao governo Federal já teve início. Em 2015, a ATS investiu R$ 5 milhões, beneficiando, além dos 27 municípios do Sudeste, outros quatros de outras regiões.
Números
São 31 cidades com serviços de extensão de rede de água já concluídos desde o ano passado, num total de 44.600 metros lineares de canalização. O volume de recursos aplicados chega a R$ 2,2 milhões. Outras 22 cidades já estão com as Ordens de Serviços em execução, ou para serem executadas em breve. Serão mais 41 quilômetros no total e R$ 2,1 milhões em investimentos.
A parte de urbanização também está recebendo a devida atenção da ATS. A meta é concluir as obras até o final deste ano. São 17 cidades com os serviços concluídos (R$ 1,7 milhão), e outras 55 têm projetos em andamento ou os serviços serão iniciados nos próximos dias, recebendo R$ 3,7 milhões em investimentos.
Desafios
Ao destacar o desempenho do Governo do Estado com o planejamento e execução dos projetos voltados para o saneamento, Eder Fernandes ressaltou que promover a saúde e o bem-estar da população têm sido uma das metas desafiadoras da gestão do governador Marcelo Miranda. Para Fernandes, as políticas de desenvolvimento implementadas no governo tocantinense, em consonância com o trabalho de uma equipe focada no mesmo propósito, tem resultado em uma vultosa melhora na prestação dos serviços públicos. “O governador Marcelo Miranda tem sido incansável nas tratativas junto ao Governo Federal para que possamos ter sucesso nas nossas ações, argumentou, acrescentando que as boas relações do governador junto a conjuntura nacional tem sido fundamental para execução dessa empreitada”, finalizou.
Enquanto pacientes dos hospitais públicos e alunos da rede pública passam fome, um grupelho de deputados estaduais realizam dois shows em Porto Nacional de caráter beneficente duvidoso. Através de emendas impositivas, eles usaram os recursos públicos para fazer politicagem, tentando ludibriar o povo e as autoridades constituídas antecipando a corrida eleitoral no município.
Da Redação
Caros leitores de O Paralelo 13, cidadãos, amigos, políticos, governantes. Vimos, por meio deste editorial, testemunhar que a pior dor de todo e qualquer ser humano é a fome.Quando estamos com fome não conseguimos raciocinar com clareza, pois ela invade nossa mente ante a necessidade mais primária de qualquer ser vivente, que é manter-se vivo.
A fome não deixa quem a sente dormir, a tortura, associando tudo o que acontece a sua volta com comida. Qualquer imagem, qualquer cheiro, qualquer sensação.A única coisa pior que sentir fome é sentir fome sentindo o cheiro da comida, vendo a comida sem ter cesso a ela.
Pois é nessa situação que estão os pacientes e acompanhantes do hospital e maternidade Tia Dedé e do Hospital Regional de Porto Nacional.Essas pessoas são, em sua maioria, oriundas de cidades distantes, que vieram buscar em Porto Nacional melhores condições para seus enfermos, mas que acabaram encontrando a fome e a falta de medicamentos.
Dirigentes e profissionais da saúde das duas unidades vêm fazendo milagres para dar condições mínimas de dignidade a esses pacientes e acompanhantes. Somos sabedores, também, dos esforços da secretaria estadual da Saúde, dos seus servidores e do governador Marcelo Miranda em carrear recursos para sanar a sangria da Saúde, da Educação e da Segurança Pública estaduais, mas gostaríamos de salientar que alimentação e saúde são questões emergenciais, urgentes, que precisam ser resolvidos logo, sob pena de perda de vidas humanas.
Mas, ao que parece, há pessoas na equipe do governo estadual, detentores de cargos eletivos e membros da “base” aliada que ou são cegos ou não estão querendo enxergar de propósito o sofrimento da nossa boa gente.
Estamos falando do um grupelho de deputados estaduais de olho nas eleições para prefeito de Porto Nacional. Eles são autores de emendas impositivas que neste último dia 14 de maio, serviram para pagar dois shows politiqueiros na Orla da Avenida Beira Rio, na cidade portuense. Segundo se comenta as emendas somaram 400 mil reais para o pagamento dos artistas e da infraestrutura. Só para constar, emenda impositiva é aquela em que o deputado indica o destino do recurso a que tem direito e o governo do Estado é obrigado a pagar.
“Pano de fundo”
Aliás, segundo apuramos, os shows seriam beneficentes, com o recolhimento de donativos para o abrigo João XXIII. Mas, ao que parece, esse caráter beneficente serviu apenas de “pano de fundo” para que o evento fosse realizado sem gerar críticas ou protestos – que seriam naturais ante a crise que assola o Estado e o Brasil – pois não houve nenhum tipo de divulgação dessa intenção de beneficiar o abrigo, nem com carros de som nem panfletos, muito menos comunicados via rádio ou TV, o que resultou em alguns quilos de feijão, arroz, farinha e macarrão para os idosos segregados nas dependências, quase abandonadas, desta quase centenária instituição, agora usada irresponsavelmente por estes deputados..
Já que perguntar não ofende, se a intenção era realmente beneficiar o abrigo João XXIII, porque não carrear os recursos direto para a entidade? Por que ajudar apenas o abrigo, se temos o Hospital Dr. Francisco Aires e ao Hospital Maternidade Tia Dedé,em situações precárias, ou as escolas estaduais de Tempo Integral, que no momento passam por dificuldades por falta de merendas oferecida aos estudantes?
Há algum outro sentido em realizar um show beneficente com dinheiro público, advindo dos impostos que os cidadãos pagam com dificuldade, senão a autopromoção? E é total falta de conhecimento destes parlamentares sobre a nobre secular história politica e cultural da coletividade portuense, que nunca se vendeu e não se venderá por circo, ou patrocínios de troças. Se quer o voto deste povo tem que militar nas propostas, no campo das ideias, agindo como um homem público de princípios notadamente éticos e morais.
Nestas terras de Felix Camoa não valem as maracutaias rotineiras, os nós em pingo d’água, as gambiarras politiqueiras, que muitos dos que nos representam elegem como princípios doutrinários para a prática política. Porto Nacional, é diferenciada é por isso merece ser tratada com respeito, mesmo pelos que somente aparecem na cidade no período eleitoral, para vociferar inverdades, na tentativa de armar o circo dos horrores e do lamaçal da corrupção. Aqui não!!!
E aí perguntamos novamente: será que é esse o retorno que os cidadãos esperam para os altos impostos que pagam mês a mês? Será que não seria melhor ter aplicado estes milhares de dinheiro público, gasto com esses shows politiqueiros nas carências da Saúde, da Educação e da Segurança Pública?
Merenda escolar
Nesta última sexta-feira presenciamos uma professora do colégio de tempo integral Dom Pedro Segundo, em Porto Nacional, aflita, nervosa e emocionada, abordando um político, clamando por comida, merenda escolar, para os alunos.
Ela explicava que 470 crianças estavam no colégio desde as sete horas da manhã, e já era quase meio-dia, sem um lanche sequer, e sem previsão de almoço. “Como elas podem aprender, se a fome está a lhes turvar a mente e corroer o estômago?”, perguntava a professora.
APELO
Por conhecer de perto e intimamente a fome, venho, aqui, fazer um apelo ao governador Marcelo Miranda, pois parece que os senhores deputados estão mais preocupados em fazer shows.
Acredito piamente que o governador não esteja sabendo dessa realidade enfrentada pelos cidadãos portuenses, pois com sua boa criação religiosa, de princípios e valores, jamais deixaria que algo semelhante acontecesse, principalmente em se tratando de pessoas enfermas e de crianças de baixa renda.
Portanto, venho aqui, em nome do povo portuense, desses pacientes e dessas crianças, suplicar aos seus princípios morais, familiares e éticos, Sr. Governador, para que o senhor olhe para essas pessoas, compreenda sua dor e providencie o alívio que lhes é de direito.
O abrigo João XXIII, inclusive, não recebe nenhum tipo de ajuda do Estado há anos. Os homens e mulheres que, hoje, precisam recorrer ao abrigo para ter um teto sobre suas cabeças, não têm um fisioterapeuta, um enfermeiro, um médico custeado pelo Estado a lhes servir. Esses homens e mulheres são os mesmos que num passado próximo, ajudaram a construir o Tocantins como o conhecemos hoje. São pessoas que mereciam muito mais. Não por dó ou comiseração, mas por reconhecimento pelo papel que representaram na história deste Estado.
Esta situação, talvez, não tenha culpados imediatos ou atuais. Pode tanto ser por acúmulo de descaso dos governos que passaram ou dos próprios dirigentes do abrigo. Mas, a verdade, é que o que menos importa agora é encontrar culpados. O que importa é ajudar, amparar e proteger essas crianças, esses pacientes e esses idosos.
São cidadãos, Sr. Governador, que necessitam da sua atenção, da sua intermediação e, principalmente, da sua ação.