Projeto seria tábua de salvação para políticos envolvidos em escândalos de corrupção manterem o foro privilegiado e representa uma afronta ao poder de decisão dos eleitores

 

Por Edson Rodrigues

 

O nome é “lista fechada”, mas poderia ser “eleição de fachada”, pois tira do cidadão, do eleitor, o poder de dar cargos eletivos aos candidatos que ele achar que são os melhores, os mais bem preparados ou os sem envolvimento em escândalos de corrupção.

 

Funcionaria assim: cada partido faria uma lista de, por exemplo, 10 políticos, teoricamente escolhidos por sua capacidade, importância dentro da legenda ou poder de articulação.  Na eleição, os eleitores votariam nos partidos, não nos candidatos. De acordo com o número de votos recebidos, os partidos indicariam os componentes dessa lista para assumir como parlamentares.

 

Os políticos que defendem esse sistema de votação, alegam que ele fortaleceria os partidos e deixaria o processo eleitoral mais barato.  Mas, por trás desse discurso, existe a intenção de colocar no topo das listas os próceres dos partidos enrolados nas diversas operações da Polícia Federal e garantir-lhes foro privilegiado.  Ou seja, é uma tentativa vil e amoral de enganar os eleitores para salvar a própria pele.

 

APROVAÇÃO ATÉ MAIO

 

A Câmara dos Deputados pretende aprovar até maio mudanças no sistema eleitoral. Modelo preferencial entre os principais líderes partidários, a lista fechada também estará praticamente consolidada no relatório final do petista.

 

Vicente Cândido (PT-SP) é relator do conjunto de propostas que serão analisadas pela Comissão da Câmara que trata da Reforma Política

 

Pelo voto em lista fechada, o eleitor vota no partido, que define previamente os candidatos que serão eleitos em ordem de prioridade. Atualmente o eleitor vota diretamente no candidato. A votação na comissão será no próximo mês e no plenário a apreciação deve ocorrer em maio.

 

O discurso geral se sustenta na tese de que a lista fechada é o modelo mais barato e obriga a utilização dos recursos para toda a chapa e não apenas para um candidato. “A lista fechada é o mais recomendável para o momento”, afirmou o relator. O petista vai sugerir em seu relatório que o modelo vigore nas eleições de 2018, 2020 e 2022. Em 2026, a ideia é que se adote o sistema misto alemão – adaptado à realidade brasileira – com metade dos eleitos por distrito e outra metade por lista fechada.

 

O relatório do petista também vai estabelecer limite de um salário mínimo para doação de pessoa física e proibição do autofinanciamento. “É para que tenha isonomia e não tenha abuso de poder econômico dos candidatos ricos”, disse Cândido.

O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, que participou do seminário, disse que o sistema brasileiro se exauriu e que na última campanha presidencial houve um “imenso caixa 2”. Para Gilmar, uma “montanha de dinheiro que corre” nos partidos levou aos “vícios” do sistema. “Então, nós precisamos mudar o sistema, precisamos encerrar esse ciclo. Precisamos afastar o candidato do dinheiro, precisamos tomar algumas providências que são mais ou menos óbvias”, afirmou.

 

Em sintonia com os líderes do Congresso, o presidente do TSE lembrou que as novas regras precisam ser aprovadas até 2 de outubro deste ano. Gilmar disse ainda que o modelo vigente já deu “péssimos resultados e vai continuar a dar ainda resultados piores”.

 

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que o País não está preparado para a lista fechada. “Ela (lista) será um abrigo, um guarda-chuva para esconder cada nome sob investigação”, afirmou. Embora reconheça que a lista fechada fortalece o papel dos partidos, Alencar pregou que o fundamental é a interferência do eleitor na escolha.

 

DELAÇÃO PODE TIRAR POLÍTICOS DAS ELEIÇÕES 2018

 

Enquanto isso no Tocantins, o ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-governador, Sandoval Cardoso e o ex-diretor Financeiro da Assembleia, Joaqui Jr., prestaram depoimento à Justiça Estadual.  Mas o depoimento que mais chamou a atenção foi de um também ex-diretor da Casa de Leis, na gestão de Sandoval que, segundo uma fonte de alta credibilidade, “abriu o bico”, e afirmou que não foi apenas Sandoval Cardoso quem usou de expedientes espúrios.  Ele citou, nominalmente, pelo menos mais quatro deputados estaduais, dando detalhes do que cada um deles fez.

O Paralelo 13 teve acesso aos detalhes desse depoimento e aos nomes dos citados, mas, para não atrapalhar as investigações, nos reservamos ao direito de não divulgá-los, por enquanto, pois queremos acompanhar com que desfaçatez e cara de pau eles vão continuar conduzindo suas vidas públicas atpe o dia que “a casa cair”.

 

Será um prazer para O Paralelo 13 divulgar todo e qualquer político que tenha enganado o povo tocantinense, seja de qual partido for, por meio de esquemas fraudulentos, criminosos, ofensivos e injustos para com uma sociedade que paga uma das cargas tributárias mais caras do País.

 

Caso as denúncias sejam comprovadas, não restará à mesa-diretora da Assembleia Legislativa outro caminho senão cortar na própria carne e justificar a confiança que o povo tocantinense depositou neles, extirpando todo e qualquer corrupto que esteja sujando o nome da nossa Casa de Leis.

Estamos de olho!

Posted On Sexta, 24 Março 2017 07:42 Escrito por

Por Rogério de Oliveira Policiais Civis da 2ª Delegacia de Gurupi, coordenados pela delegada Eliane Pereira Machado efetuaram, na tarde desta quinta-feira, 23, a prisão de Lucas Ribeiro Guilherme, 19 anos de idade e Alex Santos da Silva, 20 anos. Ambos são suspeitos pela prática do crime de roubo majorado e foram capturados, mediante o cumprimento de mandados de prisão preventiva.

Conforme a Delegada, o crime ocorreu no dia 14 de fevereiro de 2016, em uma residência localizada no Setor, Jardim dos Buritis, em Gurupi. Na ocasião, os dois indivíduos, armados, invadiram a residência e, após subjugar as vítimas, que estavam no local, subtraíram das mesmas, diversas joias, relógios de luxo e perfumes importados, sendo que a soma dos objetos roubados ultrapassa os R$300 mil reais.

Após tomar conhecimento do crime, as equipes da 2ª DP deram início às investigações e conseguiram apurar que Lucas e Alex eram os responsáveis pelo roubo. Dessa maneira, a delegada representou junto ao Poder Judiciário pela prisão preventiva dos dois. O pedido foi deferido pelo juizado da Vara Criminal de Gurupi e, na tarde desta quinta, os dois suspeitos foram capturados.

Ainda durante os trabalhos investigativos, os policiais civis da 2ª DP conseguiram recuperar parte dos produtos roubados, os quais estão avaliados em aproximadamente R$72 mil reais. Após os procedimentos legais, Lucas e Alex, que já possuem condenação pelo crime de roubo, foram recolhidos à carceragem da Casa de Prisão Provisória de Gurupi, onde permanecerão à disposição do Poder Judiciário.  

Posted On Sexta, 24 Março 2017 06:32 Escrito por

Conforme matéria veiculada pelo Correio Braziliense, a Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira, 22, projeto de lei de 19 anos atrás que permite terceirização irrestrita em empresas privadas e no serviço público.

 

Da Redação

 

A proposta também amplia a permissão para contratação de trabalhadores temporários, dos atuais três meses para até nove meses - seis meses, renováveis por mais três.

 

O texto principal do projeto foi aprovado por 231 votos a 188 - quórum menor do que os 308 votos mínimos necessários para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) como a da reforma da Previdência. Houve ainda oito abstenções. Deputados já começaram a votar os destaques ao projeto. 

Na votação, a Câmara não pode incluir inovações no texto. Isso porque a proposta, de 1998, já tinha passado uma vez pela Casa, em 2000, e pelo Senado em 2002. Com isso, deputados só puderam escolher se mantinham integral ou parcialmente o texto aprovado pelo Senado ou se retomavam, integral ou parcialmente, a redação da Câmara. 

 

O texto final aprovado, que seguirá para sanção do presidente Michel Temer, autoriza terceirização em todas as atividades, inclusive na atividade-fim. Atualmente, jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TSE) proíbe terceirizar atividade-fim da empresa. Por exemplo, um banco não pode terceirizar os atendentes do caixa.

 

No caso do serviço público, a exceção da terceirização será para atividades que são exercidas por carreiras de Estado, como juízes, promotores, procuradores, auditores, fiscais e policiais Outras funções, mesmo que ligadas a atividade-fim, poderão ser terceirizadas em órgãos ou empresas públicas.

 

O projeto final também regulamentou a responsabilidade "subsidiária" da empresa contratante por débitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores terceirizados, como acontece hoje. Ou seja, a contratante só será acionada a arcar com essas despesas se a cobrança dos débitos da empresa terceirizada contratada fracassar. 

 

O texto que seguiu para sanção prevê ainda um escalonamento do capital social mínimo exigido de uma empresa de terceirização, de acordo com o número de funcionários. O capital social mínimo exigido vai de R$ 10 mil, para companhias com até 10 funcionários, a R$ 250 mil, para empresas com mais de 100 trabalhadores.

 

Hoje, não há essa exigência na iniciativa privada. Já no serviço público, a empresa contratante é que determina na hora da contratação qual deve ser o capital social mínimo da companhia de terceirizados. Inicialmente inserida na proposta, a anistia de "débitos, penalidades e multas" impostas até agora às empresas foi retirada do texto pelo relator para facilitar a aprovação do projeto. O governo era contra a medida. Segundo o relator do projeto na Câmara, Laércio Oliveira (SD-SE), essas dívidas hoje somam R$ 12 bilhões. 

 

24º fase da Lava-Jato pode ter sido vazada; Moro ordena condução de blogueiro

 

Em uma investigação que apura a suspeita de que uma servidora da Receita Federal vazou dados da quebra de sigilos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da deflagração da 24ª fase da Lava-Jato, os agentes levaram o blogueiro Eduardo Guimarães para depor sob condução coercitiva. A ordem foi dada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. A informação foi divulgada pelo Correio Braziliense.

 

Guimarães também teve seus aparelhos e documentos apreendidos pelos agentes e delegados: computador, telefone celular, blocos de notas e agendas. Para a defesa, o juiz violou o direito de um jornalista manter suas fontes em sigilo. A investigação suspeita que Guimarães tenha participado de uma ação para obstruir a Justiça e, antes de publicar as informações que apurou, avisou os investigados, por isso, esses direitos, se existirem no caso dele, não podem ser absolutos.

 

A operação ocorreu em São Paulo, onde mora o blogueiro, que tem ligações com o PT e foi candidato a vereador pelo PCdoB. Depois da ação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para Guimarães, dono do Blog da Cidadania, para prestar-lhe solidariedade. Em 26 de fevereiro de 2016, ele informou que haveria a 24ª fase contra Lula, familiares e o empresário Fernando Bittar entre 29 de fevereiro e 1º de março, reproduzindo trechos de um despacho de Moro que estava sob sigilo.  A ação aconteceu, mas só em 4 de março, quando Lula foi levado em condução coercitiva.

 

Rodrigo Janot faz um discurso em defesa da Lava Jato com referência aos gastos palacianos

O procurador geral da República, Rodrigo Janot, fez um duro discurso em defesa da Lava Jato e da Procuradoria Geral da República, afirmando que o Ministério Público Federal (MPF) não realiza coletivas de imprensa “em off” e rebatendo as críticas feitas, na terça-feira, pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acusou a PGR de praticar crimes de vazamento de conteúdos sigilosos de investigações.

 

Apesar de não ter mencionado o ministro do Supremo em seu discurso, Janot fez críticas à atuação política de Gilmar Mendes e se referiu ao que considera uma “disenteria verbal”. Janot chamou de “mentira” a informação de que a PGR realiza “coletivas de imprensa em 'off'”, divulgada pela ombudsman do jornal “Folha de S.Paulo”, Paula Cesarino Costa, em texto publicado no domingo.

“Aliás, essa matéria jornalística sequer ouviu o outro lado. Nós não fomos chamados a nos pronunciar sobre esta mentira”, disse o procurador durante uma reunião de procuradores eleitorais em Brasília. “Aliás, essa matéria imputa esta prática como sendo uma prática corriqueira nos Três Poderes da República, e, apesar da imputação expressa de até o STF (fazer tal prática), não vi uma só palavra de quem teve uma disenteria verbal a se pronunciar sobre essa imputação ao Congresso, ao Palácio e até ao Supremo”, afirmou Janot.

 

“Só posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios, mas, infelizmente, com meios para distorcer fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação institucional”, disparou o chefe da Procuradoria Geral da República.

Não foi a primeira vez em que Janot respondeu a declarações de Gilmar Mendes críticas ao Ministério Público Federal. Dessa vez, Janot preparou um discurso, mas, nos momentos mais incisivos, não se ateve ao texto. Em clara referência aos três jantares dos quais Gilmar Mendes participou com o presidente Michel Temer e parlamentares citados na Lava Jato para tratar de reforma política, Janot disparou: “Procuramos nos distanciar dos banquetes palacianos. Fugimos dos círculos de comensais que cortejam desavergonhadamente o poder político. E repudiamos a relação promíscua com a imprensa. Ainda assim, meus amigos, em projeção mental, alguns tentam nivelar a todos a sua decrepitude moral e, para isso, acusam-nos de condutas que lhes são próprias, socorrendo-se não raras vezes da aparente intangibilidade proporcionada pela posição que ocupam no Estado”.

 

Temer diz que pretende procurar Lula para diálogo

Em entrevista concedida ao jornalista Roberto D'Ávila, da “GloboNews”, o presidente da República, Michel Temer, admitiu que pensa em procurar o ex-chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva para uma conversa sobre a atual situação do país.

 

Em fevereiro deste ano, ao prestar condolências a Lula pela morte de dona Marisa Letícia, o peemedebista escutou do antecessor um sinal verde para a retomada do diálogo. “Michel, quando quiser conversar comigo, me chame”, afirmou o petista.

Ao ser questionado sobre a abertura de diálogo por parte de Lula, Temer confirmou a intenção de procurá-lo para um bate-papo. Porém, o chefe de Estado não quis dar mais detalhes sobre o teor da conversa.

 

Na mesma entrevista, ao ser questionado por D’Ávila se ele não pensava em se “reinventar”, Michel Temer foi evasivo. “Desde a faculdade sugerem que eu me reinvente”, confessou o presidente. 

 

PMDB fica com presidência de principais comissões

 

Quase dois meses após o início dos trabalhos legislativos, líderes partidários fecharam um acordo nessa quarta-feira, 22, sobre a divisão dos comandos das 25 comissões permanentes na Câmara dos Deputados. O PMDB, maior bancada da Casa, ficou com as Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Agricultura e Transportes, consideradas as mais relevantes da Casa.

 

Na CCJ, o PMDB vai indicar o mineiro Rodrigo Pacheco para presidir o colegiado. Pacheco chegou a ser cotado para o Ministério da Justiça, mas comentários do peemedebista sobre a Operação Lava Jato o impediram de assumir a pasta. Em Transportes, o presidente será Altineu Côrtes (RJ) e na Agricultura o nome do partido será o de Sérgio Souza (PR). Na semana passada, um ex-assessor de Souza foi citado na operação Carne Fraca.

 

O PT, a segunda maior bancada da Câmara, ficou com as comissões de Direitos Humanos, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, mas ainda não informou seus indicados.

 

O PR vai colocar parlamentares da “bancada da bala” nas duas comissões que presidirá: Capitão Augusto (SP) – conhecido por circular na Casa com farda da Polícia Militar paulista e defensor da ditadura – vai para a Segurança Pública, e Direitos das Pessoas com Deficiência será ocupada por Cabo Sabino (CE).

 

Já o PSDB ficará com os comandos das comissões de Direitos da Mulher, Educação e Relações Exteriores. O PP escolheu as comissões de Seguridade Social e Família.

 

Lei de abuso de autoridade deve ser votada no começo de abril, afirma Lobão

O presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, senador Edison Lobão (PMDB-MA), afirmou que pretende votar na primeira semana de abril o projeto de lei que define abuso de autoridade.

Para que a proposta tramite com mais celeridade, além de já estar em regime de urgência, Lobão decidiu conceder vistas coletiva ao texto apresentado pelo relator da proposta, senador Roberto Requião (PMDB-PR). "Queremos debater essa proposta que não tem nenhuma relação com a Operação Lava-Jato", reforçou Lobão.

 

O senador disse que a intenção do projeto não é blindar parlamentares investigados pela Polícia Federal, mas sim coibir excessos nas investigações. "Quem vai julgar se houve abuso ou não são os tribunais", acrescentou ele.

 

Lobão não quis avaliar se a polêmica em torno da Operação Carne Fraca ajudou a acelerar a tramitação do projeto de abuso de autoridade. "Esse projeto é anterior à operação da PF. Ele não tem relação com o passado, com o presente ou com o futuro. Ele tem relação com tudo", tergiversou o senador maranhense.

Posted On Quinta, 23 Março 2017 19:50 Escrito por

Proposta que permite terceirização das atividades-fim das empresas e amplia o período de contratos temporários foi aprovada por 231 votos contra 188

Por Agência Br

Mesmo sob forte protesto da oposição, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou hoje (22) o Projeto de Lei (PL) 4.302/1998, de autoria do Executivo, que libera a terceirização para todas as atividades das empresas. O projeto foi aprovado por 231 a favor, 188 contra e 8 abstenções.

Ainda hoje serão votados alguns destaques. Após a votação dos destaques, o projeto, que já havia sido aprovado pelo Senado, seguirá para sanção presidencial.

Desde o início da sessão, a oposição obstruía os trabalhos. A obstrução só foi retirada após acordo para que fosse feita a votação nominal do projeto e simbólica dos destaques. O acordo foi costurado entre o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e parte da oposição.

Pelo projeto, as empresas poderão terceirizar também a chamada atividade-fim, aquela para a qual a empresa foi criada. A medida prevê que a contratação terceirizada possa ocorrer sem restrições, inclusive na administração pública.

Atualmente a legislação veda a terceirização da atividade-fim e prevê a adoção da prática em serviços que se enquadem como atividade-meio, ou seja, aquelas funções que não estão diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa.

Trabalho temporário
O projeto que foi aprovado pelo plenário da Câmara também modifica o tempo permitido para a contratação em regime temporário dos atuais três meses para 180 dias, “consecutivos ou não, autorizada a prorrogação por até 90 dias, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram”, diz o projeto.

Decorrido esse prazo, o trabalhador só poderá ser contratado novamente pela mesma empresa após 90 dias do término do contrato anterior. O texto estabelece a chamada responsabilidade subsidiária da empresa contratante em relação aos funcionários terceirizados.

A medida faz com que a empresa contratante seja “subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário e em relação ao recolhimento das contribuições previdenciárias”, diz o texto. Debate A discussão do projeto foi iniciada na manhã desta quarta-feira, a discussão da matéria foi iniciada com resistência da oposição. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) criticou o projeto e disse que a iniciativa vai fazer com que a maioria das empresas troque os contratos permanentes por temporários. “Essa proposta tem por objetivo uma contratação mais barata, precarizando e negando direitos. O próximo passo é obrigar os trabalhadores a se transformarem em pessoas jurídicas, abrindo mão de férias, licença-maternidade e outros direitos”, disse.

No início da tarde, o relator Laercio Oliveira (SD-SE) apresentou o seu parecer e rebateu as críticas. De acordo com o deputado, o projeto não retira direitos. “Faço um desafio: apontem dentro do texto um item sequer que retire direitos dos trabalhadores. Não existe”, disse.

O líder do governo, Aguinaldo Ribeiro, defendeu o projeto com o argumento de que a medida vai ajudar a aquecer a economia, gerando novos empregos. “O Brasil mudou, mas ainda temos uma legislação arcaica. Queremos avançar em uma relação que não tira emprego de ninguém, que não vai enfraquecer sindicatos. Eles também vão se modernizar”, disse.

 

Projeto de 1998 Originalmente, o projeto foi encaminhado à Câmara em 1998 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e aprovado no Senado em 2002. Deputados contrários ao projeto criticaram a votação da proposta 15 anos depois e chegaram a defender a apreciação de outro texto, em tramitação no Senado, que trata do tema.

“Já votamos essa matéria aqui e aprovamos uma matéria que foi para o Senado e que é muito diferente desse projeto que está na pauta aqui hoje. Essa matéria não passou pelo debate dessa legislatura e seguramente representa um duro ataque aos direitos dos trabalhadores”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Posted On Quinta, 23 Março 2017 06:22 Escrito por

O debate ganhou força no dia em que Rodrigo Janot, enviou ao (STF) a nova lista de pedidos de abertura de inquéritos da Operação Lava Jato, com base nas delações da Odebrecht
Marina Dias Folha de São Paulo
O medo pautará o Congresso enquanto houver Lava Jato. Essa é a avaliação de integrantes do Judiciário diante da forte reação de parte da classe política, que acusa o Supremo Tribunal Federal de criminalizar doações legais.

Ministros de tribunais superiores que assistiram à grita de congressistas após a corte tornar réu o senador e ex-presidente do PMDB Valdir Raupp (RO) apostam, em conversas reservadas, que deputados e senadores votarão neste ano somente medidas "para que não sejam presos".

Segundo a Folha apurou, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), têm se reunido com líderes de todos os partidos para discutir a melhor maneira de aprovar não só a anistia ao caixa dois, mas também um pacote mais amplo, incluindo anistia a doações oficiais nos casos em que o dinheiro for considerado de fonte ilícita.

No ano passado, a Casa tentou –por duas vezes e sem sucesso– aprovar a anistia ao caixa dois e livrar de punições todos aqueles que haviam recebido dinheiro para campanha eleitoral sem conhecimento da Justiça.

Agora, dizem deputados e senadores, é preciso delimitar uma linha divisória entre o que é caixa um, caixa dois e propina e evitar que todos fiquem no "mesmo bolo".

A interpretação do STF sobre Raupp –réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro– foi a mesma do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná: apesar de declarada oficialmente à Justiça Eleitoral, a doação de R$ 500 mil da empreiteira Queiroz Galvão à campanha do peemedebista em 2010 seria "propina disfarçada", com origem no esquema de corrupção da Petrobras.

Essa foi a primeira vez, em um caso referente à Lava Jato, que o Supremo admitiu que doações oficiais podem ser consideradas propina, o que acendeu os ânimos de grande parte dos políticos.

"Acho que se colocou pimenta no tabuleiro e realçou-se uma preocupação: como fica a política a partir daqui? O Legislativo é o Poder que pode anistiar, cassar, então vai ter que tomar medidas para recolocar as coisas no lugar", disse o deputado Vicente Cândido (PT-SP), relator da reforma política na comissão especial da Câmara.

Segundo ele, a Casa precisa votar pelo menos três medidas: a nova lei de leniência, a legalização do lobby e uma lei diferenciando doação legal e caixa dois.

"Financiamento de campanha era assim, poucas pessoas davam dinheiro apenas pela ideologia, daí é fácil fazer confusão sobre o que foi favor, o que foi doação, o que foi caixa dois."

Como revelou a Folha, horas depois de Raupp virar réu, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também defendeu a tese de que não se pode criminalizar doações eleitorais. O tucano estava num jantar em Brasília e foi corroborado, inclusive, por um deputado de oposição, Chico Alencar (PSOL-RJ).

O discurso de Aécio fazia eco à recente nota do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que disse ser preciso fazer "distinções" entre quem recebeu recursos de caixa dois e quem obteve dinheiro para enriquecer.

Era a senha para que políticos de todos os matizes passassem a defender publicamente a tese de que caixa dois não é crime e que não se pode criminalizar o caixa um.

JURÍDICO Ministros do Judiciário ouvidos pela Folha ponderam que cada caso deverá ser analisado separadamente, visto que será preciso "provar" que houve contrapartida para a doação legal à campanha e, com isso, tentar diferir o que é caixa um, caixa dois e caixa um travestido de propina. Advogados e juízes ouvidos pela reportagem consideram que a tentativa para aprovar a anistia ao caixa dois ou até mesmo um pacote mais amplo é uma forma de conseguir um benefício ao acusado. Por exemplo: caso haja condenação por outros crimes, o caixa dois não ajudaria a agravar a pena. Além disso, dizem, os políticos querem tratar o caixa dois como "mera irregularidade", o que não é admissível no caso de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, e, dessa forma, conseguir certo alívio diante da opinião pública. -
PROPINA OFICIAL Doação declarada pode ter origem ilícita ACUSAÇÃO
> Em set.2016, a Procuradoria-Geral da República denunciou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro
> Segundo investigação decorrente da Lava Jato, ele recebeu R$ 500 mil em 2010 da Queiroz Galvão para sua campanha. O valor foi pago por meio de doação eleitoral declarada oficialmente
> Delatores dizem que o dinheiro era, na verdade, propina. A empresa teria desviado recursos de obras da Petrobras
> Ao menos três delatores imputaram ilegalidades ao senador: Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras), Alberto Youssef (doleiro) e Fernando Baiano (operador) COMO VOTARAM
> Relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin votou pelo recebimento integral da denúncia. Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes acompanharam. Dias Toffoli discordou quanto à lavagem O QUE DIZ A DEFESA
> "Contribuição oficial de campanha devidamente declarada não pode ser considerada como indício e/ou prova de ilicitude" e contas foram aprovadas, afirma Raupp IMPLICAÇÕES
> A interpretação do STF é a mesma do juiz Sergio Moro. É a primeira vez, na Lava Jato, que o Supremo admite que doações oficiais podem ser consideradas propina
> Decisão derruba o argumento de vários acusados de que não sabem a origem da doação

Posted On Quarta, 22 Março 2017 09:28 Escrito por
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