Com as atenções voltadas para São Paulo — importante bastião do PSDB no País —, tucanos apostam que uma eventual chegada de Rodrigo Garcia ao segundo turno contra o petista Fernando Haddad vai acirrar o debate interno em torno da disputa presidencial, o que será crucial para o futuro da legenda. A expectativa é que o candidato à reeleição cole em Jair Bolsonaro (PL) em busca do eleitor antipetista, enquanto os velhos caciques apoiem Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por Pedro Venceslau e Beatriz Bulla
A mais recente pesquisa Datafolha animou tucanos, que já esperam pelo crescimento de Garcia. O levantamento mostrou uma reação do tucano, que subiu e alcançou 19% das intenções de voto. Agora, o governador está tecnicamente empatado com Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro e candidato de Bolsonaro, que tem 22%. Ex-prefeito de São Paulo, Haddad segue na liderança. Enquanto os números mudam, os três candidatos partem para ataques mútuos.
Com a expectativa de crescimento nas pesquisas, o chefe do Executivo paulista, já avaliam aliados, vai usar sua força política para evitar qualquer manifestação oficial do PSDB em defesa de Lula. “O futuro do PSDB vai depender do resultado da eleição em São Paulo. Se o Rodrigo for para o segundo turno, ele vai dar o tom do discurso nacional. Não teria a menor viabilidade de o partido apoiar Lula”, disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que integra a
Sem candidato próprio à Presidência pela primeira vez desde sua fundação, o PSDB está na coligação da senadora Simone Tebet (MDB-MS), mas já se divide nos bastidores entre o apoio a Bolsonaro e Lula. No cenário dos estados, o PSDB apoia formalmente Bolsonaro no Mato Grosso do Sul e Lula no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a legenda, por sua vez, venceu todas as eleições desde 1994.
O assunto ainda é tratado com cautela, mas em conversas reservadas líderes preveem uma reedição da divisão entre “cabeças brancas”, ala dos tucanos históricos e que devem apoiar o petista, e os “cabeças pretas”, corrente dos parlamentares mais jovens, conservadores e antipetistas. O radar da cúpula partidária captou um movimento de tucanos históricos rumo ao palanque do petista — nomes como Aloysio Nunes, Tasso Jereissati, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, José Gregori e José Aníbal devem aderir à frente ampla de oposição liderada por Lula.
Após receber o apoio público de Nunes, ex-chanceler no governo Michel Temer (MDB), Lula já costura mais apoios tucanos e, para isso, conta a ajuda do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), ex-tucano. Há expectativa até de abertura de espaço em um eventual primeiro escalão petista no governo federal. Em um jantar para Alckmin na segunda-feira, 12, com integrantes da sociedade civil e do setor cultural, Gregori discursou e manifestou apoio a Lula.
O anúncio da adesão de Marina Silva (Rede-SP) a Lula, após anos de distanciamento e mágoas, reanimou petistas sobre a possibilidade de mais nomes engrossarem a lista de “frente ampla” anti-Bolsonaro. Um dos principais aliados de Lula afirma, sob a condição de reserva, que a candidatura de Simone empaca que anúncios sejam feitos antes do primeiro turno.
Com a saída da emedebista do páreo no segundo turno, avaliam os petistas, tucanos históricos se sentirão liberados para liderar o movimento a favor de Lula. A expectativa na campanha do PT, segundo o mesmo interlocutor, é que a própria senadora declare seu apoio.
Candidato à reeleição em São Paulo, governador Rodrigo Garcia é visto como personagem crucial para futuro do PSDB
A campanha do ex-presidente, no entanto, não jogou a toalha e continua buscando apoio de tucanos ainda na primeira fase da eleição. Especialmente nos dias que antecedem a votação, aliados de Lula avaliam que o movimento ajudaria a dar um impulso na busca pelo voto útil, que já começou.
A lista de nomes que saíram candidatos à Presidência em eleições passadas e que apoiam Lula — ou ao menos já anunciaram voto no petista — circula na campanha do ex-presidente como um trunfo: Marina, Haddad, Alckmin, Guilherme Boulos (PSOL), Cristovam Buarque (Cidadania) e Henrique Meirelles (União Brasil) — o último se disse “inclinado” a votar no petista no primeiro turno.
A resistência ao movimento, porém, não se limita a Garcia. “Se o PSDB fizer uma loucura dessas, de se juntar com o PT, eu saio na hora (do partido)”, disse em entrevista recente ao Estadão a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), candidata a vice na chapa de Simone Tebet.
Candidata a vice-presidente de Simone Tebet (MDB), Mara Gabrilli rechaça qualquer apoio ao PT no segundo turno
A previsão de mais uma nova guerra fratricida no PSDB levou cardeais a prever um futuro melancólico para a sigla que polarizou a política brasileira com o PT até 2014. Um dos fundadores do PSDB em Minas e aliado de Aécio Neves, o candidato ao governo local, Marcus Pestana, não descartou o fim do partido para que uma legenda “mais ampla e mais democrática” seja criada.
“Sou fundador do PSDB, mas não tenho paixão irreversível, eu fico preocupado com a aglutinação, com a social democracia. Precisamos de racionalização partidária”, disse Pestana em entrevista à rádio Super 91,7 FM. “O PSDB abriu mão do protagonismo, nós temos de pensar no quadro seguinte, em um projeto em 2026, que pode, inclusive, passar por um fim do PSDB com a criação de um partido mais amplo de centro democrático”, afirmou.
A declaração já causou desconforto no partido, apesar de a maioria dos candidatos tucanos pelo Brasil esconder a sigla PSDB nos comerciais de TV e materiais de campanha. Os petistas esperam que a ala pró-Lula pressione a cúpula partidária a fechar questão contra Bolsonaro e a favor do ex-presidente, mas admitem que a maioria da atual Executiva do PSDB é refratária à ideia.
Ideia é mais uma estratégia para ampliar o combate a pobreza do Tocantins e fortalecer a economia com aumento de vendas
Da Assessoria
O candidato a governador Ronaldo Dimas (PL-MDB-Podemos) apresentou, neste sábado, 17 de setembro, proposta para reduzir o ICMS da cesta básica, beneficiando assim a população mais carente do Estado.
“Assim como você, me espanto quando vou ao supermercado. Arroz, carne, ovo, leite, açúcar vão pagar menos impostos. E os preços vão baixar como aconteceu com a gasolina”, ressaltou o candidato, em vídeo que está na propaganda eleitoral na televisão e nas redes sociais.
A proposta é mais uma estratégia para combater a pobreza no Tocantins, um problema real, mas ignorado pelas autoridades estaduais. Hoje, conforme levantamento da Rede Brasileira Pensan (Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar), há mais de 280 mil pessoas no Tocantins em situação de insegurança alimentar grave (passando fome). “Nós precisamos trabalhar sempre em duas frentes. Induzindo o desenvolvimento econômico, atraindo empresas e investimentos privados para gerar emprego, mas ao mesmo socorrendo os mais pobres dos problemas imediatos e da fome”, afirmou Ronaldo Dimas, ao explicar a proposta.
Além da redução do ICMS dos itens da cesta básica, Dimas também vai criar o Auxílio Tocantins, no valor de R$ 300, em complemento ao Auxílio Brasil do governo federal liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), colega de partido do candidato. O benefício tocantinense será entregue na forma de um cartão, habilitado para comprar comida e remédios.
Efeito imediato na cesta básica
Ao todo, a cesta básica padrão é composta de pelo menos 13 produtos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e margarina (ou manteiga). Na gasolina, a redução de ICMS promovida pelo governo federal teve efeito imediato e o Estado vai fazer o mesmo agora com a cesta básica.
A ideia é que para cada produto exista uma alíquota menor do que a atual. Com a redução, mais gente vai comprar e todos vão comer melhor. A alimentação adequada ajuda a melhorar a saúde das pessoas. E também ajuda a melhorar a economia como um todo. Ronaldo Dimas, 22, é alimento mais barato”, frisou o candidato no vídeo.
No Distrito Federal, proposta semelhante foi implantada pelo GDF e trouxe resultados positivos.
O Plano de Governo de Wanderlei Barbosa (Republicanos) contempla várias ações na área da infraestrutura, como as obras de pavimentação asfáltica de importantes rodovias do Tocantins e ampliação do atendimento à Saúde.
Da Assessoria
Na parte das estradas, além de recuperar mais de 2.500 km de rodovias, Wanderlei também vai pavimentar a TO-030, que liga Mateiros a São Félix, região do Jalapão, fazer a duplicação da TO-181, no trecho de Araguaína ao Distrito de Novo Horizonte, e concluir a TO-365, que liga Gurupi ao Povoado Trevo da Praia. Além disso, vai duplicar a TO-080, de Palmas a Paraíso, e finalizar a pavimentação da TO-255, que liga Lagoa da Confusão e o Porto de Barreira da Cruz, (Rio Javaés), na divisa com a Ilha do Bananal.
“Quando nós recebemos o Estado, há pouco mais de 10 meses, encontramos a nossa malha Viária toda destruída e passamos a fazer essa recuperação. São 30 trechos de rodovias que estamos consertando, refazendo e fazendo novas rodovias para os municípios que não tinham ainda, como é o caso de Itacajá, Recursolândia e Centenário. Então, o objetivo do nosso Governo é melhorar toda as estradas do Estado, para darmos condições de escoamento a nossa produção e também para ajudar na mobilidade das pessoas com mais segurança”, destacou o Governador.
Hospitais
Além de fazer a ampliação de hospitais, como o Hospital Geral de Palmas (HGP) e concluir as obras dos Hospitais Gerais de Araguaína (HGA) e Gurupi (HGG), Wanderlei também pretende descentralizar o atendimento na Saúde.
“Estamos descentralizando os leitos de UTIs, para atender todas as regiões do Estado. Já colocamos 10 leitos, com sala amarela e vermelha, em Augustinópolis, na região do Bico do Papagaio, e em Porto Nacional. Agora, vamos instalar em Paraíso e também em Miracema. Os hospitais estão sendo preparados para isso”, assegurou Wanderlei.
Em Palmas, um dos compromissos do Governador é construir o Hospital da Mulher, que atenderá a Maternidade e também as mulheres de todo o Tocantins. “O nosso trabalho é de atendimento, de atenção às comunidades, reforçar a nossa rede hospitalar com novos hospitais e ampliando e melhorando as condições de atendimento dos hospitais existentes. Vamos melhorar toda a rede hospitalar do nosso Tocantins”, concluiu.
O presidente também voltou a repetir o discurso que o partido investe em Cuba e na Venezuela
Por Terra Notícias
O presidente Jair Bolsonaro atacou o PT durante uma visita em Caruru (PE), terra do seu principal concorrente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Na oportunidade, lembrou que o seu governo acabou com o Bolsa Família para criar o Auxílio Brasil. “Eles não pensam nos mais pobres, não. Só pensam em época de eleição para tirar voto dos mais necessitados. Gasolina lá embaixo, Auxílio Brasil lá em cima. Vamos cada vez mais investir dinheiro nosso no Brasil e não em Cuba ou na Venezuela”, disse ele.
Ainda no local, Bolsonaro mostrou otimismo e apontou que vai ganhar no primeiro turno. “Para presidente da República, nós vamos ganhar no 1º turno. Vamos mostrar que nós não queremos a volta dos escândalos que tínhamos há pouco no passado”, disse.
O presidente esteve na cidade ao lado dos candidatos ao Senado, o ex-ministro Gilson Machado, e ao governo de Pernambuco, o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira.
Antes, participou de motociata com apoiadores entre Garanhuns (PE) e Caruaru (PE).
Ao final do ato, o presidente seguirá para Londres, onde participa do funeral da Rainha Elizabeth
'Quem é criminoso e corrupto deve ficar preso', escreveu nas redes sociais
Por Ana Mendonça
O ex-juiz Sergio Moro se revoltou com o comício feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba (PR), neste sábado (17/8). Para o candidato ao Senado, é "inacreditavel" o petista voltar para cidade onde ficou preso.
“Lula esteve em Curitiba e fez comício na Boca Maldita. Inacreditável. Eu quero ser senador para mudar esse sistema. Quem é criminoso e corrupto deve ficar preso”, escreveu nas redes sociais.
Para criticar Lula, Moro divulga material de campanha de Bolsonaro
Bom dia patriotas!
— Gilmar Manhães ??2️⃣2️⃣ (@Gilmanhaes) September 17, 2022
Este vídeo precisa chegar às máximo possível de brasileiros, faça sua parte, divulgue. pic.twitter.com/RKkOhPUi1D
Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que o juiz Sergio Moro agiu com "parcialidade" no julgamento que levou à primeira condenação do ex-presidente por denúncias de corrupção.
Em 2017, Moro proferiu contra Lula uma sentença de 9 anos e meio de prisão, aumentada para 12 anos e um mês em janeiro de 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), corte de segunda instância, e reduzida depois a oito anos e dez meses em 2019 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Lula, de 76 anos, ficou preso de abril de 2018 a novembro de 2019.
O ex-presidente foi condenado, ainda, a 17 anos de prisão em outro julgamento iniciado por Moro, mas concluído por sua sucessora quando o juiz deixou a magistratura para se tornar ministro.
Sérgio Moro: 'O PT não me intimidará, nunca conseguiu'
Essas duas condenações foram anuladas pelo ministro Edson Fachin, do STF, por considerar incompetente a 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar os casos, determinando que sejam reiniciados na Justiça Federal do Distrito Federal. A decisão habilitou Lula a disputar as eleições presidenciais de 2022.