O governador do Rio Grande do Sul disputa contra João Doria e Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus, a indicação do partido
Por Sofia Aguiar
O diretório do PSDB de Goiás anunciou, nesta terça-feira, 5, apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na disputa pelas prévias internas para as eleições de 2022. O chefe do Executivo gaúcho tem como opositores nas prévias de programadas para 21 de novembro o governador de São Paulo, João Doria, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.
"Leite representa o caminho do equilíbrio, da reconciliação nacional, da harmonia, da política que integre a inclusão social e o desenvolvimento econômico", informou o diretório goiano, em nota. A sigla em Goiás também destaca que o governador gaúcho aposta na luta contra os extremismos e se apresenta como um "jovem sopro de esperança de uma política que resgate os ideais da social-democracia, buscando o desenvolvimento, o bem comum e a harmonia social".
O PSDB-GO justifica que a escolha pelo candidato tem em vista a valorização e o resguardo de valores estabelecidos na gênese do partido. "Goiás deve se posicionar na defesa de um futuro melhor", finaliza a nota.
A carta de apoio a Leite é assinada por José Eliton, ex-governador de Goiás e presidente licenciado do PSDB de Goiás; Giuseppe Vecci, ex-deputado federal, membro da executiva nacional do PSDB e ex-presidente do PSDB-GO; Jonathas Silva, ex-presidente do PSDB-GO; Júlio César Costa, ex-presidente do diretório metropolitano de Goiânia do PSDB-GO; Eurípedes Jeronimo, ex-presidente do diretório metropolitano de Goiânia PSDB-GO; e Rodrigo Rizzo, presidente do PSDB-GO Jovem.
Na semana passada, o senador Tasso Jereissati (CE) também formalizou apoio ao governador gaúcho nas prévias presidenciais do partido. Tasso retirou sua candidatura da disputa tucana e, agora, tenta atrair o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para Eduardo Leite.
Em Brasília, ex-presidente renova sua disposição em se entender com quem admita apoiá-lo, ideologia pouco importa
Por Ricardo Noblat
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem por hábito ouvir antes os que com ele se reúnem para só depois dizer o que pensa sobre o que disseram. Dessa forma ele tem a vantagem de ficar sabendo o que seus interlocutores gostariam ou não de ouvir.
Pelo menos ontem, em Brasília, ele fez questão de falar antes que deputados federais e senadores do PT abrissem o bico. E logo de saída avisou: “Só não conversarei com quem não queira conversar comigo”. Nada a ver com os que o escutavam.
Para marcar posição e não deixar margem a dúvidas, referiu-se a políticos, partidos e setores que venham a manifestar interesse em se aproximar dele, seja para apoiá-lo no primeiro ou no segundo turnos da eleição de 2022, seja por qualquer outra razão.
A reunião com o PT foi de manhã, e ele voltou a repetir que nunca na sua vida sentiu-se tão excitado para disputar uma eleição. Não tocou no nome do presidente Jair Bolsonaro. Advertiu apenas que não se ganha eleição de véspera e que a próxima será difícil.
À noite, encontrou-se com um grupo de embaixadores de países africanos. Hoje será a vez de Gilberto Kassab, presidente do PSD, e de dirigentes do PSB e do PDT. Amanhã, do MDB de José Sarney, Jáder Barbalho, Romero Jucá e Eunício Oliveira.
Encontro ocorreu horas depois de o pedetista ser hostilizado na Avenida Paulista
Por Cássia Miranda
O apresentador José Luiz Datena e o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes deram um segundo passo nas conversas sobre a possibilidade de o jornalista ser vice do pedetista na disputa presidencial de 2022. Na noite de anteontem, os dois jantaram na capital paulista. O encontro ocorreu horas depois de Ciro ser hostilizado na Avenida Paulista, durante manifestação pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
Este foi o primeiro encontro presencial de Ciro e Datena após o apresentador ser convidado, no mês passado, para se filiar ao PDT pelo presidente nacional da sigla, Carlos Lupi - que também participou do jantar, assim como a mulher de Ciro, Giselle Bezerra. Datena se solidarizou com Ciro pelo episódio da Paulista. De acordo com interlocutores, eles conversaram sobre o futuro do Brasil e possíveis alianças.
Em julho, Datena se filiou ao PSL, e foi lançado pela sigla que elegeu Jair Bolsonaro em 2018 como pré-candidato à Presidência em 2022. No entanto, após o avanço na negociação pela fusão entre DEM e PSL, o apresentador estaria se sentindo "desconfortável" na legenda, segundo disse Lupi ao Estadão. "Ele quer esperar essas definições internas (para definir a filiação)", disse o presidente do PDT. Segundo Lupi, a expectativa é de que Datena tome uma decisão até o fim de novembro.
Em setembro, Lupi disse ao Estadão/Broadcast ter dado ao apresentador a opção de concorrer ao governo de São Paulo ou a uma cadeira no Senado pelo Estado. A proposta foi mantida no jantar. Conforme o dirigente, Datena "topa o que for melhor para o projeto do Ciro".
Procurado, Datena não havia respondido à reportagem até a publicação desta reportagem.
Em ato de SP, o discurso do ex-governador cearense foi recebido com vaias e aplausos, além de gritos de "Lula" e arremesso de objetos
Por Aramis Merki
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) minimizou os ataques que sofreu após discursar na Avenida Paulista no ato que pedia o impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro, no sábado, 2. Ele era o único já declarado pré-candidato ao pleito de 2022 presente no evento, articulado por nove partidos.
"Não vamos dar importância ao que aconteceu ontem. Nosso inimigo é o Bolsonaro. Precisamos proteger nossa democracia. Nós vamos precisar de todo mundo", afirmou em coletiva no período da tarde deste domingo, 3.
Ciro propôs à militância que não dê relevância ao que 'não tem centralidade'. "As diferenças com o PT serão cada vez mais profundas e insuperáveis, mas proponho à militância (do PDT) uma ampla trégua", disse.
Ele comparou a situação do sábado com a participação no protesto promovido pelo Movimento Brasil Livre (MBL), no dia 12 de setembro: "Precisamos da mobilização de todos. Foi com esse espírito que aceitei o convite do MBL. Não superamos nossas diferenças e não fomos tomar cerveja depois do ato."
Depois da participação no ato, o carro em que estavam Gomes e o presidente nacional do PDT, Antonio Lupi, foi atingido por garrafas e pedaços de pau.
Segundo Lupi, os autores do ataque eram militantes com camisas do Partido dos Trabalhadores (PT). Nas redes sociais, ainda no sábado, ele classificou a tentativa de agressão como "infantil, anti-democrática e perigosa". "Fui ministro de Lula e Dilma, mas tenho o direito de construir uma alternativa com Ciro Gomes", escreveu.
Antes, na Paulista, o discurso do ex-governador cearense foi recebido com vaias e aplausos, além de gritos de "Lula" e arremesso de objetos.
Em cima do trio elétrico que também recebeu Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol), Gomes disse: "O povo brasileiro é muito maior que o fascismo de vermelho ou de verde e amarelo."
Antes, o pedetista havia sido criticado na fala das lideranças do Partido da Causa Operária (PCO), também organizador do protesto.
Outros candidatos da última eleição presidencial, como Guilherme Boulos e Marina Silva (Rede), manifestaram repúdio aos ataques e prestaram solidariedade a Gomes.
Outros políticos, como o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, também fizeram declarações.
Carta assinada pelos presidentes de entidades sindicais também criticou a hostilidade.
Ex-presidente se reunirá, ao longo desta semana, com parlamentares do PT e de outros partidos
Por Tácio Lorran
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou, na tarde deste domingo (3/10), em Brasília. O petista se reuniu com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PT), e o senador e ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT-PE).
“Discutimos os novos passos da frente ampla do campo progressista de oposição ao atual governo federal. Diálogo produtivo em favor de Pernambuco e do Brasil”, escreveu o governador pernambucano, em uma rede social.
Nesta semana, Lula terá uma série de encontros em Brasília. Na segunda (4/10), o ex-presidente conversa com as bancadas do PT no Senado e na Câmara. Será um encontro no Hotel Meliá, a partir das 10h.
De acordo com o líder da bancada do partido na Câmara, Elvino Bohn Gass, o encontro será um momento para acertar o trabalho da bancada de forma integrada com a campanha do ex-presidente para a “reconstrução do país”.
Segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE) oferecerá um jantar ao petista, em Brasília.
Eunício contou que convidará outros caciques do MDB. Entre eles, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o ex-presidente José Sarney e o senador Renan Calheiros (AL), relator da CPI da Covid.
Lula também visitará uma associação de catadores de material reciclável, na comunidade da Estrutural. Trata-se de uma das regiões mais carentes do Distrito Federal. A visita aos catadores está marcada para a parte da manhã de quinta-feira (7/10).