Para PF, há provas de que outras pessoas também atuaram na invasão do Telegram de autoridades; Walter Delgatti está preso desde 23 de julho
Por Agência O Globo
A Polícia Federal obteve provas de que o suposto hacker Walter Delgatti Neto - preso na primeira fase da Spoofing, em 23 de julho - tentou se passar pelo ministro da Economia Paulo Guedes e pela líder do PSL na Câmara, deputada Joice Hasselmann (SP) após o invadir o Telegram deles, mantendo conversas com interlocutores como se fosse essas autoridades públicas.
As novas evidências foram usadas para deflagrar a segunda fase da Operação Spoofing, na semana passada, e também apontam para a participação de mais duas pessoas nas invasões do Telegram de autoridades públicas, fato que era negado pelo suposto hacker até então.
O próprio Walter Delgatti fez fotos de seis conversas mantidas por ele em nome de Guedes, principalmente com jornalistas, e enviou para sua lista de contatos. O material foi encontrado pela PF nos aparelhos eletrônicos apreendidos com ele, que já havia admitido ter feito essa invasão.
Em relação a Joice, Delgatti se passou por ela e tentou enviar uma notícia para o colunista do GLOBO Lauro Jardim por meio do Telegram. A falsa nota apontava que participantes de uma reunião no Palácio do Planalto haviam sugerido a demissão coletiva dos procuradores da Lava Jato. Segundo a PF, Jardim desconfiou da notícia e tentou telefonar para o Telegram da deputada, que não atendeu. Com isso, diz a PF, os supostos hackers ficaram assustados e acharam ter sido descobertos.
A PF identificou indícios de que os dois novos personagens presos na segunda fase da Operação Spoofing , deflagrada na semana passada, Luiz Molição e Thiago Eliezer, também participaram das invasões do Telegram de autoridades públicas em conjunto com Delgatti. O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do DF, autorizou os bloqueios de bens e a quebra de sigilo bancário de Eliezer e Molição, medidas solicitadas pelo delegado Luís Flávio Zampronha na investigação.
De acordo com documentos da nova fase da investigação, a PF aponta que Molição e Eliezer também guardavam cópia dos diálogos gravados do Telegram do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava- ato em Curitiba. Esses diálogos, segundo os investigadores, foram a base para as reportagens do site The Intercept Brasil sobre as conversas da Lava Jato.
Para a PF, as novas evidências apontam que Delgatti estava mentindo quando disse que agiu sozinho no caso. Os novos indícios surgiram após a análise dos aparelhos eletrônicos apreendidos com o suposto hacker.
"Após a análise dos arquivos armazenados nos dispositivos telemáticos apreendidos com Walter Neto, foi possível perceber o envolvimento de ao menos outras 2 (duas) pessoas nos fatos investigados: i) Luiz Henrique Molição, que teria atuado diretamente nas invasão de dispositivos informáticos alheios, bem como na interceptação e divulgação de comunicações realizadas pelas vítimas através do aplicativo Telegram; e ii) Thiago Eliezer Martins Santos, que atuaria no desenvolvimento de técnicas voltadas à invasão de redes de computadores e comunicação e teria conhecimento ou participaria dos crimes cibernéticos praticados por Walter Delgatti Neto", afirma a PF na representação.
Para os investigadores, são as primeiras provas contundentes de que outros personagens também participaram das invasões . Os outros que estão presos com o grupo - Danilo Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Oliveira - são investigados por manterem relações com Delgatti e por suposta participação em fraudes bancárias, mas não tiveram identificada nenhuma relação direta com as invasões do Telegram das autoridades públicas.
Sobre Eliezer, a PF também suspeita que ele pode ser o braço financeiro por trás do grupo. Investigadores identificaram movimentações financeiras suspeitas na conta de uma pessoa que seria ligada a Eliezer. Os investigadores tentam descobrir se o grupo recebeu pagamentos pelas invasões do Telegram .
A defesa de Thiago Eliezer nega as acusações e diz que ele não teve participação nas invasões e nos fatos investigados. A defesa de Molição não foi localizada para comentar.
"Greenwald falou com Luiz Molição, preso pela PF por invasão de celulares, diz revista
O jornalista do The Intercept, Glenn Greenwald, manteve conversa com Luiz Molição, o sexto preso do grupo de hackers suspeito de invadir celulares de autoridades, na segunda fase da operação Spoofing. Os diálogos obtidos com exclusividade pela Crusoé, no computador de Walter Delgatti Neto, o Vermelho, revelam que ele não agiu sozinho – o que desmente a versão apresentada à Polícia Federal. De acordo com a revista, Greenwald também tratou sobre a estratégia de publicação dos diálogos vazados entre membros da operação Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro. No trecho, Molição chega a dizer a Greenwald que está “saindo muita notícia sobre isso” e, na sequência, afirma que “eles estão fazendo um jogo para tentar desmoralizar o que está acontecendo”.
Conversa
A Polícia Federal acredita ter encontrado uma conversa que aponta para o envolvimento do hacker Luiz Henrique Molição com o vazamento de mensagens publicadas pelo site The Intercept. Para os investigadores, um áudio encontrado em seu celular mostra uma suposta conversa com o jornalista Glenn Greenwald – que não é tido como investigado. Molição foi preso na quinta-feira, 19, na segunda fase da Operação Spoofing.
“Chegamos à conclusão de que eles estão fazendo um jogo para tentar desmoralizar o que tá acontecendo”, afirmou o hacker, em um curto diálogo. “Então, é… a gente… eu estava discutindo com o grupo… eu queria falar com você um assunto”.
“Analisando o perfil de instagram “@luiz.molicao” foi identificado um vídeo no stories no qual seria possível ouvir a voz de Luiz Molição, que segundo a equipe policial, aparenta ter semelhança com a voz do interlocutor do jornalista Glenn Greenwald na gravação de áudio acima mencionada”, diz a PF, na representação pela prisão de Molição.
Segundo os investigadores, a conversa teria ocorrido no dia 7 de junho, e Molição faz referência ao “grupo que pegou o Telegram de várias pessoas”.
Irmãos são réus e podem ser condenados ou absolvidos. Segundo a PGR, dinheiro tem origem em propinas, repasses de Funaro e desvio de dinheiro. Defesa sempre negou acusações
Por Mariana Oliveira e Rosanne D'Agostino, TV Globo e G1 — Brasília
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgará na próxima terça-feira (24) os irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) no caso dos R$ 51 milhões apreendidos em um apartamento em Salvador (BA) em 2017.
Durante o julgamento, os ministros deverão decidir se condenam ou absolvem Geddel e Lúcio. Compõem a Segunda Turma: Cármen Lúcia, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin.
Geddel e Lúcio se tornaram réus em maio de 2018 pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Quando o STF aceitou a denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República, o advogado Gamil Foppel, responsável pela defesa deles, criticou o fato de a denúncia anônima sobre o dinheiro no apartamento ter sido recebida por policiais que não foram identificados na investigação.
"Diz a denúncia que dois policiais inominados conversaram com dois moradores ignorados que confirmaram a notícia anônima. É um anonimato para confirmar o anonimato", argumentou Foppel à época.
Ministro da Secretaria de Governo de maio a novembro de 2016, no governo Michel Temer, Geddel está preso desde setembro de 2017. No julgamento da ação penal, a Segunda Turma também decidirá se mantém ou não a prisão de Geddel, que pede liberdade ou transferência para Salvador.
O que diz a PGR A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu a condenação de Geddel a 80 anos de prisão. A PGR pediu ainda que Geddel e Lúcio devolvam R$ 43,6 milhões aos cofres públicos e paguem uma multa por danos morais coletivos no valor de US$ 2,688 milhões.
Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), os R$ 51 milhões apreendidos em Salvador têm origem criminosa: propinas da construtora Odebrecht; repasses do operador financeiro Lúcio Funaro; e desvios de políticos do MDB.
"Afirma a Procuradoria-Geral da República que os valores originários destas práticas delituosas foram submetidos a atos de ocultação e dissimulação por parte dos denunciados. Desse modo, desde o ano de 2010 até janeiro de 2016, as quantias em espécie oriundas dos crimes anteriores teriam sido ocultadas na residência de Marluce Vieira Lima (mãe de Geddel)", resume Fachin no relatório do processo.
Na manifestação final no processo, Geddel e Lúcio argumentaram que há nulidades em laudos incluídos no processo e inexistência de provas de que a origem do dinheiro era ilegal.
Caso que será analisado é de um ex-gerente da Petrobras que apresentou os mesmos argumentos que levaram à anulação da condenação de Bendine
Por Agência Brasil
O plenário Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na próxima quarta-feira (25) se anula ou não mais uma condenação na Lava Jato. O caso a ser analisado é o de um ex-gerente da Petrobras que apresentou os mesmos argumentos que levaram à anulação da condenação de Aldemir Bendine , ex-presidente da estatal e do Banco do Brasil. O julgamento foi marcado nesta segunda-feira (23) pelo presidente da Corte, Dias Toffoli.
Bendine teve sua condenação na Lava Jato anulada no fim de agosto pela Segunda Turma do STF. Por 3 votos a 1, os ministros entenderam que ele teve seu direito à ampla defesa violado por, na primeira instância, ter sido obrigado a apresentar suas alegações finais ao mesmo tempo que outros réus delatores. Foi a primeira vez que a Corte anulou uma sentença do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública.
Em dezembro do ano passado, o ex-gerente de Empreendimentos da Petrobras Márcio de Almeida Ferreira, condenado na Lava Jato a 10 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, havia entrado com um habeas corpus no Supremo alegando o mesmo tipo de cerceamento de defesa.
No dia seguinte ao julgamento de Bendine, o hc do ex-gerente foi remetido ao plenário do Supremo pelo relator, ministro Edson Fachin, que fora voto vencido na Segunda Turma. A medida foi vista como uma tentativa de reverter no pleno o entendimento da Turma.
O novo entendimento – estabelecido pelos votos dos ministros da Segunda Turma Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia – prevê que os réus não colaboradores devem ter o direito de apresentar suas alegações finais depois dos réus delatores, de modo a garantir o princípio constitucional à ampla defesa e ao contraditório, uma vez que réus colaboradores possuem também caráter acusador, concluíram os ministros.
Após o julgamento que anulou a condenação de Bendine, a força-tarefa da Lava Jato no Paraná disse ter “imensa preocupação” com o precedente aberto pelo Supremo e o seu reflexo nos demais casos da operação.
"Risco sempre vai existir", diz Bolsonaro sobre ameaça de morte de ecoterroristas que estaria ameaçando matá-lo, divulgada pela Revista Veja
Com revista Veja
O presidente Jair Bolsonaro confirmou na manhã desta sexta-feira que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência já tinha conhecimento da investigação sobre um grupo de ecoterroristas que estaria ameaçando matá-lo, como revelou a revista Veja.
Ao ser perguntado sobre o caso no final de um café da manhã com jornalistas de agências internacionais, no Palácio do Planalto, Bolsonaro confirmou que havia lido a reportagem naquela manhã. “Eu li e encaminhei, o GSI já tinha conhecimento”, disse.
“O risco de atentado a mim ou a qualquer líder mundial sempre vai existir”, afirmou.
A revista afirmou que teria conversado com um líder de um grupo que se intitula Sociedade Secreta Silvestre, que seria formado por ecoterroristas que fazem ações violentas em defesa do meio ambiente e teriam uma célula no Brasil.
Veja cita um relatório da Polícia Federal em que responsabiliza o grupo pela queima de dois carros do Ibama e ameaças ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O TJ-SP decidiu que um processo contra José Serra e Geraldo Alckmin por suspeita de improbidade deve ser extinto sem análise do mérito, informa a Folha.
POR JOSÉ MARQUES
O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que um processo contra os ex-governadores tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, por suspeita de improbidade, deve ser extinto sem análise do mérito.
Ambos eram réus em ação civil que os acusava de autorizar negociações de dívidas tributárias que resultariam em prejuízo ao estado.
A operação é considerada uma espécie de pedalada fiscal pelos sindicatos paulistas dos fiscais de renda e dos procuradores do estado, que levaram o caso à Justiça. Além da condenação e da reparação de danos, as entidades pediam que a cessão de créditos dessas dívidas fosse interrompida.
Atualmente senador, Serra foi governador de São Paulo de 2007 a 2010, sendo sucedido de 2011 a 2018 por Alckmin -que já havia comandado o estado no começo do século.
O processo corria desde janeiro do ano passado na 14ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.
Em 21 de fevereiro deste ano, o juiz José Eduardo Cordeiro Rocha extinguiu a ação, sob o argumento de que os sindicatos não tinham "legitimidade ou interesse processual".
Ele entendeu que as entidades não podiam apresentar a ação, já que não eram atingidas diretamente pelo caso relatado.
O magistrado não chegou a julgar o mérito da acusação. Além da extinção, também determinou que as entidades de classe pagassem as custas processuais e os honorários advocatícios.
Os sindicatos recorreram à segunda instância. Em acórdão publicado na quarta (18), os desembargadores da 1ª Câmara de Direito Público do TJ mantiveram a extinção do processo.
O desembargador Luiz Francisco Aguilar Cortez, relator do caso, reafirmou que cabe apenas a pessoas jurídicas afetadas (por exemplo, União, estados, Distrito Federal, municípios ou entidades da administração pública indireta) ou ao Ministério Público propor ações de improbidade.
Em relação aos outros pedidos, de reparação e cessação dos créditos, apontou que, embora o sindicato dos agentes fiscais tenha entre as suas finalidades a defesa dos interesses de seus integrantes, "não se vislumbra que, dentre os 'deveres legais e estatutários' do sindicato, inclua-se a defesa do patrimônio da Fazenda estadual".
Afirmou que as solicitações também fogem ao estatuto do sindicato dos procuradores.
O tribunal, no entanto, aceitou um dos pedidos do recurso. Decidiu que as entidades não devem bancar os honorários advocatícios da ação, porque no entendimento da corte não houve má-fé ao propor a ação.
Além dos ex-governadores, respondiam ao processo ex-secretários da Fazenda, as empresas públicas CPSEC (Companhia Paulista de Securitização) e CPP (Companhia Paulista de Parcerias) e seus respectivos presidentes à época.
A AÇÃO EXTINTA
A ação proposta pelos sindicatos relatou supostas irregularidades na cessão onerosa do que o governo chama de direitos creditórios à CPSEC e no posterior repasse desses direitos a investidores.
O processo dizia que os problemas começaram em 2007, quando o governo do estado, ainda sob a gestão Serra, iniciou um programa de parcelamento de dívidas tributárias, como o ICMS, oferecendo vantagens aos devedores. Entre elas, descontos nos juros e nas multas por atrasos.
Já no governo Alckmin, para receber antecipadamente o dinheiro dessas dívidas, o governo negociou direitos creditórios com a CPSEC.
Nessa tratativa, o governo cedia esses créditos com um deságio -redução de preço- de até 50% à CPSEC, que transforma o passivo em debêntures (títulos da dívida).
Os títulos eram obtidos por financiadores, que se beneficiam com os seus rendimentos quando a dívida é quitada -segundo a acusação, o governo se torna garantidor dessa dívida, caso haja inadimplência. O governo nega que haja essa garantia.
Conforme a ação dos sindicatos, os "créditos bons", cujos contribuintes têm antecedentes de bons pagadores, são repassados ao mercado. Já os "papéis podres", com alto índice de inadimplência, voltam para o estado.
"Ou seja, pelo crédito tributário bom, aquele que ingressaria normalmente no Caixa do Tesouro, o Estado antecipa seu recebimento com significativo deságio, e ainda se compromete a garantir, até porque é acionista majoritário da CPSEC, o resgate do título no seu vencimento e pagamento dos juros aos investidores, que, em realidade, não assumem risco nenhum adquirindo esses papéis", dizia o texto da acusação.
"Já pelo crédito ruim, o estado acaba não recebendo absolutamente nada, uma vez que eles não são negociados com investidores." A ação dizia que a antecipação de receitas pode ser considerada uma operação de crédito, que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Também afirmava que o estado usa sua estrutura para cobrar essas dívidas, já que a CPSEC é uma empresa pública.
Mauro Ricardo, que foi secretário do governo Serra, afirmou no período da ação que não houve qualquer irregularidade nas operações, nem que o estado oferece garantia pelos débitos.
"O que a legislação veda é que os estados assumam responsabilidade pelo pagamento, o que não ocorre, e a antecipação de receitas tributárias cujos fatos geradores ainda não ocorreram", informou.
As emissões de debêntures aconteceram a partir de 2012, nos valores de R$ 600 milhões, R$ 800 milhões e R$ 740 milhões.
Em nota conjunta, Serra e o ex-secretário Mauro Ricardo afirmaram, à época, que não houve antecipação de receita tributária e que o estado não assumiu nenhuma responsabilidade pelo pagamento das dívidas -o risco, disseram, é transferido ao investidor que adquire os títulos.
As operações de securitização de direitos creditórios no mercado financeiro dizem respeito a fatos geradores passados e tributos já constituídos por regular lançamento, diz a nota.
Segundo a nota, os próprios autores da ação não questionaram a constitucionalidade de lei que autorizou a cessão dos créditos tributários, feitas por Serra e aprovada pela Assembleia Legislativa.
Já a assessoria de Alckmin disse, também à época, que negociar os direitos creditórios foi "uma política pública voltada à melhoria da gestão da dívida ativa do estado".
"Os atos preparatórios dessa política pública foram baseados em consultas formais à Procuradoria-Geral do Estado, que, diferentemente dos autores da ação, não respondem por categorias, sindicatos ou interesses particulares, mas pelos interesses da Fazenda Pública do Estado." (JOSÉ MARQUES/Folhapress)