Estudo ainda mostra que 28% dos brasileiros têm empréstimos pessoais e 17% financiam imóveis e veículos
Com Estadão Conteúdo
Cerca de 50% dos brasileiros das classes A, B e C tem dívidas no cartão de crédito, segundo a pesquisa “A relação dos brasileiros com dinheiro”, feita pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados. Outros 28% têm empréstimos pessoais, 17% financiam imóveis ou veículos, 8% têm dívidas no cheque especial e 2% responderam que têm outros tipos de dívidas.
A dívida no cartão de crédito é maior entre quem tem de 25 a 40 anos (66%) e moradores do Nordeste (58%). Já os empréstimos pessoais chegam a 44% entre os maiores de 60 anos. A classe A é a única segmentação em que mais da metade da população (52%) não tem nenhum tipo de dívida. Entre quem têm algum tipo de dívida, 44% têm débitos que comprometem mais de 1 mês de renda. Nos mais velhos, esse número chega a 58%.
A pesquisa mostra ainda que 63% dos brasileiros das classes A, B e C estão preocupados com dinheiro para o futuro. Desses, 35% se dizem muito preocupados. Apenas 2% dos entrevistados afirmaram não ter nenhuma preocupação em relação ao futuro financeiro. Outros 20% estão mais ou menos preocupados, 8%, pouco preocupados e 6% não souberam ou não quiseram responder.
As classes A, B e C foram consideradas segundo o Critério Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep). Somadas, essas classes representam, aproximadamente, 120 milhões de brasileiros. As rendas médias variam de R$ 2,4 mil a R$ 26,8 mil.
Poupança
Quase metade (48%) disse que consegue pagar todas as contas, mas que o dinheiro não sobra. Outros 30% disseram que conseguem gerenciar o dinheiro bem e ainda sobra, 11% precisam pedir ajuda ou empréstimos para pagar as contas, 5% deixam uma ou mais contas para o mês seguinte e 6% não quiseram ou não souberam responder.
A soma dos que não conseguem poupar com os que precisam de ajuda ou atrasam contas chega a 64%. Ou seja, a maioria da população das classes A, B e C não consegue juntar dinheiro.
“Esses brasileiros se tornam mais vulneráveis a imprevistos e mais distantes de construir um futuro financeiro sólido”, analisa Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
O porcentual de brasileiros que pagam as contas, mas não conseguem guardar dinheiro é maior entre os mais jovens (55%), moradores do Sudeste (53%) e quem estudou até o ensino médio (51%).
Entre moradores do Nordeste ou quem estudou até o ensino médio, 7% responderam que precisam deixar as contas para o mês seguinte por falta de dinheiro para o pagamento. Os moradores do Norte/Centro-Oeste são os com menor preocupação com as contas, 43% gerenciam bem o dinheiro, que ainda sobra depois das contas pagas.
Metodologia
A Nexus entrevistou, em formato virtual, 1.010 pessoas com idade a partir de 16 anos, das classes A, B e C. A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 9 de agosto nos 26 estados e no Distrito Federal. A margem de erro no total da amostra é de 3 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Atendimentos itinerantes em Colinas e municípios vizinhos incentivam a participação política e elevam o alistamento de jovens na região
Da Assessoria
A 4ª Zona da Justiça Eleitoral do Tocantins, com sede em Colinas, tem intensificado ações para garantir que os jovens possam exercer o direito de voto. Por meio do projeto "JE em Movimento: Cidadania e Atendimento na 4ª Zona Eleitoral", que inclui atendimentos itinerantes e o programa Agentes da Democracia, a equipe do cartório percorre escolas dos municípios da região, aproximando os serviços eleitorais das cidadãs e dos cidadãos e facilitando a emissão do primeiro título.
O esforço da equipe do cartório eleitoral já apresenta resultados, com a 4ª ZE em terceiro lugar no estado no ranking de jovens eleitores, entre 15 e 17 anos. O juiz eleitoral José Roberto Ferreira Ribeiro avalia que esse resultado só é possível porque o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) tem buscado eliminar barreiras. “Esta iniciativa vai muito além de um simples serviço itinerante. É a Justiça Eleitoral sendo proativa, indo ao encontro do cidadão e investindo na formação cívica da juventude”, disse o magistrado.
Eleitores do futuro
Um dos primeiros eventos do projeto aconteceu no dia 27 de agosto, no Colégio Estadual Sebastião Rodrigues, em Brasilândia do Tocantins. A equipe da cartório foi até a escola para realizar uma palestra do programa "Agentes da Democracia", voltado para a formação de novas eleitoras e eleitores. O atendimento no local foi planejado para alcançar 30 alunos aptos a tirar o título, com estudantes participando ativamente das atividades e interagindo com a equipe.
Para o chefe do cartório, César Avelar Mineli, estar nas escolas é estratégico. "O estudante aprende em sala de aula e, logo em seguida, pode dar o primeiro passo para exercer sua cidadania", diz. Ele ressalta que a equipe oferece atendimento em todos os turnos letivos, com destaque para o turno noturno, para que nenhum estudante fique sem o serviço. É uma forma de levar os serviços do cartório para onde os jovens estão, mostrando a eles a importância do voto e da participação política.
Ainda segundo Mineli, os números de jovens (15, 16 e 17 anos) com título de eleitor na 4ª ZE são superiores aos de zonas eleitorais maiores. Apenas na sede, em Colinas, a expectativa é atender mais de 1000 alunos. Nas demais escolas dos municípios da zona, a previsão é atender mais de 250 estudantes. "Dessa maneira, conseguimos despertar o interesse pela democracia e no papel que cada cidadão tem", conclui Mineli.
Cronograma de atendimentos
Atualmente, a 4ª ZE possui atualmente 35.129 eleitoras e eleitores, sendo a sétima maior do estado. Com uma programação estratégica, a equipe do cartório percorre escolas e municípios da região, levando o serviço até os estudantes e facilitando a emissão do primeiro título de eleitor.
Colinas: A primeira etapa foi concluída com atendimentos no Centro de Ensino Médio (CEM) Castelo Branco, no Instituto Federal do Tocantins (IFTO), no Colégio Ernesto Barros e no Colégio Lacerdino. A próxima parada será na Escola Presbiteriana, nos dias 16 e 17 de outubro. Em novembro e dezembro, outras unidades de ensino da cidade também receberão a equipe.
Brasilândia: A ação já passou pelo Colégio Estadual Sebastião Rodrigues, em 27 de agosto. Os próximos atendimentos serão realizados na Câmara Municipal e no Povoado de Tupiratã, entre os dias 15 e 19 de setembro.
Bernardo Sayão: De 22 a 26 de setembro, a equipe estará na cidade, com atividades na Câmara Municipal e no Colégio Estadual Bernardo Sayão, onde 108 alunos estão aptos a solicitar o primeiro título.
Juarina: Na semana seguinte, de 29 de setembro a 3 de outubro, o atendimento chega ao município, na Câmara Municipal e no Colégio Estadual Zico Dorneles, onde 97 estudantes poderão se alistar.
Presidente Kennedy: Já entre 6 e 10 de outubro, será a vez da cidade, com atendimento na Câmara Municipal e no Colégio Estadual Juscelino Kubitschek.
Compromisso com a cidadania
Com o cronograma de atendimentos em execução, o juiz eleitoral ainda destaca o papel fundamental de cada um deles na formação da cidadania, especialmente entre os jovens. Ele afirma que o trabalho da instituição vai além do atendimento burocrático. “Nosso papel é abrir portas para a democracia, e começar esse processo dentro da escola é a maneira mais eficaz de construir um eleitorado consciente e participativo para o futuro”, disse.
Guilherme Paganotto (Ascom/TRE-TO)
Há um trabalho de bastidores intenso na cúpula nacional do Republicanos para viabilizar o retorno do governador afastado Wanderlei Barbosa. As conversas em Brasília dão conta de que a engrenagem partidária nacional se move com apoio declarado do presidente da sigla, Marcos Pereira, e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A missão é transformar o que hoje é afastamento em breve capítulo encerrado
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
Do ponto de vista jurídico, uma nova peça foi construída. Advogados de renome nacional se somaram à equipe de defesa que já acompanhava o caso, numa estratégia que visa obter um parecer favorável na Procuradoria e, sobretudo, junto ao relator no STF. O cálculo dos aliados é preciso e em até nove dias, o recurso deve ser analisado, abrindo caminho para que Wanderlei reassuma o cargo e responda às acusações à frente do governo e não à margem do poder.

Laurez Moreira o governador interino
Enquanto isso, no Palácio Araguaia, o governador interino Laurez Moreira (PSD) age como quem não acredita em retorno. Exonerou secretários, recompôs o alto escalão e tem dado sinais de que seguirá tocando o barco sem olhar para trás. Um interlocutor próximo de Laurez resumiu ao Observatório Político do Paralelo 13: “Essa fala dos aliados do governador afastado é apenas para animar a militância. A decisão foi colegiada, com provas incontestáveis. O governador interino seguirá nomeando seus auxiliares sem nenhuma preocupação com retorno de Wanderlei.”
O impasse não é apenas administrativo, mas político. A depender do desfecho, pode redesenhar o tabuleiro de 2026, o retorno de Wanderlei lhe daria fôlego para recompor a base e disputar a narrativa de vítima de perseguição. Já a consolidação de Laurez no cargo abriria espaço para o PSD fincar bandeira, enquanto nomes como o da senadora Dorinha Seabra (União Brasil) observam atentamente os movimentos para ocupar eventual vácuo de poder.

Wanderlei Barbosa o governador afastado
O fato é que o Tocantins vive dias de incerteza. De um lado, aliados confiam na força da articulação política em Brasília e na agilidade da Justiça para devolver Wanderlei ao comando. De outro, o interino age como titular, movendo peças e fortalecendo laços. Entre recursos, bastidores e expectativas, o futuro do governo estadual permanece nas mãos da Justiça e da política, sempre presente, mesmo quando se esconde atrás de pareceres jurídicos.
O Paralelo 13 seguirá acompanhando. A qualquer novidade palpável de Brasília, voltaremos.
Taxa de desocupação recuou a 5,6% até julho de 2025, segundo o IBGE; número de pessoas ocupadas chegou a 102,4 milhões no país
Por Marcello Casal
O Brasil registrou melhora significativa no mercado de trabalho no trimestre de maio a julho de 2025. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação caiu para 5,6%, marcando mais uma vez o menor nível da série histórica.
O resultado representa queda de 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (fevereiro a abril), quando estava em 6,6%, e de 1,1 ponto frente ao mesmo período de 2024, quando era de 6,8%.
Com esse resultado, o indicador atingiu o menor patamar desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em 2012. A divulgação dos dados de julho, inicialmente prevista para o final de agosto, foi postergada após o IBGE ter detectado a necessidade de correções técnicas.
O número de pessoas desocupadas foi estimado em 6,1 milhões, o que representa uma redução de mais de 1 milhão em comparação ao trimestre anterior e de 1,1 milhão frente ao ano passado.
Número de ocupados atinge 102,4 milhões
Já o contingente de pessoas ocupadas (que exercem alguma atividade formal ou informal) alcançou um novo recorde de 102,4 milhões, crescimento de 1,2% (1,1 milhão de pessoas a mais) em relação ao trimestre anterior e de 2,4% (2,3 milhões a mais) na comparação anual.
O nível de ocupação, que mede a proporção de pessoas trabalhando em relação à população em idade de trabalhar, chegou a 58,8%. Esse percentual foi 0,6 ponto maior do que o do trimestre anterior e 0,9 ponto superior ao de 2024.
O desalento também registrou queda. O número de pessoas que desistiram de procurar emprego por falta de perspectiva chegou a 2,7 milhões, recuo de 11% em relação ao trimestre anterior e de 15% frente ao mesmo período do ano passado.
Categorias de trabalho
No recorte por categorias, os trabalhadores por conta própria chegaram a 25,9 milhões, com alta de 1,9% em relação ao trimestre anterior e de 4,2% frente a 2024. Já os empregados no setor privado com carteira assinada totalizaram 39,1 milhões, estáveis no curto prazo, mas 3,5% acima do registrado um ano antes. O setor público também avançou, somando 12,9 milhões de pessoas, aumento de 3,4% em três meses.
Quanto aos rendimentos, o trabalhador brasileiro também teve ganhos. O rendimento médio real habitual foi estimado em R$ 3.484, alta de 1,3% frente ao trimestre anterior e de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa de rendimentos chegou a R$ 352,3 bilhões, 6,4% maior do que a registrada em 2024.
Entre os setores que impulsionaram a geração de empregos, destacam-se agricultura, informação e comunicação, além da administração pública, educação e saúde. Na comparação anual, também houve crescimento na indústria, comércio e transporte.
Por Edson Rodrigues
Nos bastidores da política tocantinense em Brasília, já é tratado como fato que o ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão (PT), deve disputar o Senado em 2026 ao lado do governador interino Laurez Moreira (PSD).
O movimento tem o selo do Palácio do Planalto. Na última visita ao Tocantins, em 27 de julho, durante agenda em Araguatins, o presidente Lula foi categórico ao destacar Mourão como representante do PT no estado. Lula praticamente carimbou o espaço para Mourão, em discurso que também envolveu a ex-senadora Kátia Abreu e o senador Irajá Silvestre, nomes que orbitam a construção da futura chapa.
A engenharia política

O cálculo é claro, uma vez que para sobreviver ao xadrez eleitoral de 2026, Laurez precisa se alinhar com o governo federal. Kátia já se movimenta nesse sentido, e uma articulação de alto nível, apadrinhada pelo ex-ministro José Dirceu, dá corpo ao projeto de lançar Mourão ao Senado. Além de Dirceu, Mourão conta com apoio do novo diretório estadual do PT, na figura do presidente Nile Willian e do ex-deputado federal Célio Moura, além do escritor Pedro Tierra, amigo pessoal de Lula e com trânsito direto no Planalto.
Laurez em campo
Enquanto isso, Laurez aproveita o curto tempo de interinidade para montar equipe, receber lideranças políticas e empresariais e mapear a real situação financeira do Estado. O governador interino sabe que precisa mostrar serviço rápido e dar respostas administrativas de um lado e de outro, consolidar apoios para a grande batalha de 2026.
A chapa que se desenha Laurez governador, Mourão senador, com Kátia e Irajá na engrenagem pode ser o fiel da balança entre o poder local e o peso de Brasília. Mas o jogo está só começando. E no Tocantins, cada gesto, cada palavra e cada visita carregam sinais que não podem ser ignorados.