Guerra Na Ucrânia
Equipe de especialistas planeja fazer uma avaliação nesta 2ª feira (21.nov) do impacto
Por: Guilherme Resck
A usina nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP, na sigla em inglês), no sul da Ucrânia, sofreu um bombardeio neste final de semana, de acordo com o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi. Edifícios, sistemas e equipamentos foram danificados pelas explosões. Algumas delas ocorreram próximo dos reatores.
Por outro lado, os níveis de radiação no local estão normais, não há relatos de vítimas, e as fontes de alimentação externas da ZNPP não foram afetadas. A equipe de especialistas da Aiea planeja fazer uma avaliação nesta 2ª feira (21.nov) do impacto do ataque na usina.
Na última manhã, houve mais de 12 explosões em 40 minutos na ZNPP. O bombardeio começou pouco antes das 18h no sábado (19.nov), foi interrompido e, depois, retomado às 9h15 deste domingo (20.nov), no horário local. Como resultado do ataque, várias partes da usina ficaram danificadas, conforme a administração desta. Entre elas, um prédio de armazenamento e resíduos radioativos, sistemas de irrigação de lagoas de resfriamento, um cabo elétrico para um dos reatores, tanques de armazenamento de condensado e uma ponte entre um reator e seu auxiliar.
Segundo Grossi, "mais uma vez, tivemos a sorte de não ter ocorrido um incidente nuclear potencialmente grave". "A próxima vez, podemos não ter tanta sorte. Devemos fazer tudo ao nosso alcance para garantir que não haja próxima vez". Zaporizhzhia é a maior usina nuclear da Europa e está ocupada pela Rússia.
O diretor geral da Aiea consultou líderes mundiais neste domingo sobre o ataque que terminou pela manhã. Ele defende que seja feita, neste momento, a implementação de uma zona de proteção e segurança nuclear ao redor de Zaporizhzhia. "Embora não houvesse impacto direto nos principais sistemas de segurança e proteção nuclear da usina, o bombardeio chegou perigosamente perto deles. Estamos falando de metros, não de quilômetros. Quem está bombardeando a Usina Nuclear de Zaporizhzhya está correndo riscos enormes e jogando com a vida de muitas pessoas", pontuou.
Mais da metade dos bloqueios são em Rondônia e Mato Grosso. Pará e Paraná também têm interdições por protestos
Por Thalys Alcântara
As rodovias federais brasileiras estão neste sábado (19/11) com 32 bloqueios e interdições por conta de manifestações contrárias ao resultado da eleição e que pedem por uma intervenção militar.
Mais da metade dos bloqueios (15) estão concentrados em Rondônia e Mato Grosso, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de casa estado.
Os outros estados com bloqueios são Paraná e Pará. A quantidade total de bloqueios passou de 14 para 32, entre sexta e sábado.
Esse é o segundo movimento de bloqueio de rodovias desde o segundo turno das eleições. A quantidade de bloqueios agora é bem menor que da primeira vez. Na primeira semana após o resultado da votação, centenas de interdições chegaram a ser registradas.
Dessa vez, além de bloqueios em rodovias, manifestantes têm defendido apenas a paralisação de caminhoneiros. Na sexta houve registro de concentração de caminhoneiros em pontos do Rio de Janeiro, Bahia e Mato Grosso do Sul, por exemplo. A PRF não divulga a quantidade de pontos de concentração.
Veja a atual situação:
Mato Grosso
Treze pontos de interdições parciais ou totais nas rodovias federais. Na BR 158 há bloqueios parciais em Confresa e Água Boa. Na BR 163 há três interdições em Sorriso, duas em Lucas do Rio Verde e uma em Sinop. Já na BR 174 há bloqueios parciais em Cáceres e Pontes e Lacerda. Na BR 364 há três pontos com interdição total em Campo Novo dos Parecis, Sapezal e Campos de Júlio.
Paraná
Dois bloqueios parciais em União da Vitória: na BR 476, km 357 e BR 153, km 466. Chegou a ter bloqueio total durante a madrugada.
Rondônia
Quatorze interdições de rodovias: Na BR 364 no distrito Nova Califórnia, distrito de Extrema, distrito de Vista Alegre do Abunã, Ariquemes, Cacoal, Ouro Preto D’Oeste, Jaru, Rolim de Moura, Presidente Médici, Ji-Paraná, Itapuão do Oeste; Na BR 425 em Colorado do Oeste, Cerejeiras e Nova Namoré.
Pará
Três bloqueios, sendo um na rodovia BR-155 em Marabá e outros dois na BR-163: um em Morais de Almeida, distrito de Itaituba, e outro em Caracol, distrito do município de Trairão.
Santa Catarina
Chegou a ter um bloqueio na rodovia BR-101, em Sombrio. Cerca de 10 tratores e 30 pessoas ocuparam a via. A PRF conseguiu liberar a rodovia.
Decisão de Moraes
Em grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), militantes defendem que os protestos dessa semana são uma resposta à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que puniu os responsáveis por financiar os movimentos antidemocráticos.
No último sábado (12/11), o STF determinou o bloqueio das contas de 43 empresas e pessoas físicas por financiarem esses atos. A decisão foi noticiada na quinta (17/11).
Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) colha depoimentos de todas as empresas e pessoas listadas. Na ocasião, o ministro citou o deslocamento de 115 caminhões para o QG do Exército, em Brasília, onde os manifestantes se concentram.
Apoiadores de uma suposta intervenção militar contra Lula acampam e protestam na porta de unidades do Exército em várias cidades do país desde o início de novembro.
Caminhoneiros voltam a bloquear rodovias federais pelo país
Com Assesoira
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, neste sábado (19.nov), que caminhoneiros e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a bloquear rodovias federais pelo país. Os atos, que questionam o resultado da eleição presidencial, foram retomados na 6ª feira (18.nov), mas apenas nos trechos pertencentes a Rondônia.
Segundo a corporação, até o momento, são registrados 17 pontos de bloqueio e 12 interdições em rodovias federais, que englobam, além de Rondônia, os estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Paraná. Desde o início dos atos, em 30 de outubro, mais de 1,1 mil interdições já foram desfeitas pelas autoridades.
Confira abaixo os pontos de bloqueios:
Ariquemes (RO)
Cacoal (RO)
Campo Novo do Parecis (MT)
Itaituba (PA)
Itapuã do Oeste (RO)
Jaru (RO)
Ji-Paraná (RO)
Novo Progresso (PA)
Ouro Preto do Oeste (RO)
Porto Velho (RO)
Presidente Médici (RO)
Sapezal (MT)
Sorriso - (MT)
Uberaba (MG)
União da Vitória (PR)
Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas físicas e jurídicas, suspeitas de financiar atos antidemocráticos no país, resultando no bloqueio das rodovias pelo país. O magistrado exigiu ainda que todos os suspeitos prestem depoimento à Polícia Federal.
+ Forças Armadas condenam excessos, mas defendem manifestações
Para a identificação dos envolvidos, foram reunidos relatórios de inteligência, informações policiais, registros fotográficos e pesquisas de vínculos dos alvos. Os documentos, aos quais o SBT News teve acesso, mostram que, entre os fichados, estão políticos, policiais e ex-policiais, servidores públicos, membros de sindicatos, fazendeiros e empresários do agronegócio e donos de estandes de tiro.
Especialistas trazem medidas jurídicas a serem adotadas em caso de invasão ou ameaça de invasão de terras. Somente nesta semana, duas fazendas foram invadidas na Bahia
Por Albenir Querubini e Wellington Barros - Vice-Presidente da UBAU e Advogado Especialista em Direito Agrário
Os advogados Albenir Querubini e Gabriel Barros explicaram como a lei e o direito constitucional à propriedade privada podem ser aplicadas na garantia do direito e, mais do que isso, permitir que o produtor se previna em caso se invasão ou ameaça à invasão de terras. De documentos em dia à laudos corretamente elaborados, entenda o que precisa ser feito para estar prevenido. Além de medidas preventivas, é necessário que o produtor rural saiba que as ações judiciais geralmente exigem ações urgentes para defesa ou retomada da posse.
"Dúvida frequente dos produtores rurais é saber quais as medidas jurídicas preventivas e contenciosas que podem ser adotadas em caso de invasão ou ameaça de invasão de terras (que tecnicamente são denominados de esbulho, turbação e ameaça possessória). Independente da medida jurídica a ser adotada, há necessidade prévia de arrecadação de documentos essenciais ao assessoramento jurídico", explica Querubini.
Algumas dicas podem representar ganho de tempo para a demonstração da função social da propriedade rural:
1. Manter atualizado o valor da terra nua atribuído pelo proprietário junto ao cadastro municipal onde a propriedade se encontra localizada;
2. Manter atualizado cadastros de animais junto à Inspetoria Veterinária;
3. Manter atualizada documentação referente ao registro da propriedade rural (CCIR, ITR e CAR);
4. Registro de ocorrência policial;
5. Ata notarial, com fotos, imagens e testemunhas, descrevendo a situação do imóvel invadido ou ameaçado de invasão.
6. Laudos agropecuários de produtividade atualizados das atividades desenvolvidas na propriedade, bem como das características e qualidade do solo, de benfeitorias e de maquinários;
7. Manter em dia as obrigações tributárias, trabalhistas e ambientais da propriedade.
Projeção de crescimento do PIB foi mantida em 2,7%
Por Wellton Máximo
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu a estimativa oficial para a inflação. As projeções estão no Boletim Macrofiscal divulgado hoje (17).
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 6,3% para 5,85%. Mas ainda está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é 5%.
No ano, o IPCA já acumula alta de 4,7% e, em 12 meses, o índice total está em 6,47%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 6%, segundo a previsão da SPE, queda de 0,54 ponto percentual em relação ao boletim anterior. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui também o setor atacadista e o custo da construção civil, além do consumidor final, é de 6,11%, abaixo da estimativa anterior de 9,44% e inferior à taxa registrada em 2021, de 17,74%.
PIB
A estimativa para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) ficou em 2,7%, mesmo número divulgado no boletim anterior, em setembro. Segundo a SPE, o desempenho do emprego, do setor de serviços e da taxa de investimento justificaram a manutenção.
“Conforme salientado nos boletins anteriores, já era esperada desaceleração da atividade econômica no segundo semestre deste ano, resultado dos efeitos defasados do ciclo de ajuste da política monetária [aumento de juros pelo Banco Central]. No entanto, projeta-se que os impactos advindos da elevação da taxa de juros se reduzam ao longo do próximo ano”, informou a SPE.
Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Apesar de manter a estimativa para 2022, a SPE reduziu a previsão de crescimento em 2023 de 2,5% para 2,1%. Segundo o órgão, o cenário externo mais adverso, com a alta dos juros da economia norte-americana e a guerra na Ucrânia, afeta a expansão econômica no resto do mundo. A projeção para 2024 foi mantida em 2,5%.
De acordo com o Ministério da Economia, houve expansão no mercado de trabalho, com a taxa de desocupação caindo para 8,7% no terceiro trimestre, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, os indicadores do setor de serviços tiveram expansão anualizada de 3,2% de julho a setembro.
Perspectivas
Apesar de reconhecer a desaceleração da economia no terceiro trimestre, a SPE espera que a recuperação econômica se mantenha no quarto trimestre, puxada pelos serviços e pela estabilidade na agropecuária. Segundo o órgão, os efeitos do aumento da taxa Selic (juros básicos da economia) pelo Banco Central são os principais responsáveis pela queda no ritmo de crescimento.
“Após a forte recuperação até o 2T22 [segundo trimestre], a atividade econômica desacelerou ao longo do terceiro trimestre de 2022, decorrente sobretudo do desempenho da indústria e do comércio. Dados mensais dos indicadores antecedentes e coincidentes sinalizam a continuidade da recuperação da economia no quarto trimestre, embora em ritmo menos intenso, devido, em grande medida, aos efeitos defasados da política monetária, conforme sinalizado nos boletins anteriores”, destaca o boletim.