O aplicativo de mensagens Telegram enviou para seus milhões de usuários na tarde desta terça-feira, 9, uma mensagem contrária ao Projeto de Lei das Fake News, que está em discussão na Câmara dos Deputados, de relatoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). A plataforma chama a proposta de “desnecessária” e diz que ela “concede poderes de censura ao governo”.
Por Isabella Alonso Panho
O texto foi veiculado no canal “Telegram Brasil”, usado para comunicações oficiais da plataforma no País. Assim como o Google, o aplicativo de mensagens usou sua plataforma para criticar a proposta legislativa. O texto começa falando que “a democracia está sob ataque no Brasil” e que a proposta legislativa “matará a internet moderna”. Segundo a mensagem, o Telegram afirma que poderá fechar as portas caso o PL das Fake News seja aprovado com o texto atual.
O Telegram ainda indica que os usuários devem procurar deputados para convencê-los a rejeitar a proposta. No final da mensagem, há um título “O que você pode fazer para mudar isso”, com um link que direciona os leitores para uma página do site da Câmara, com os nomes e contatos de todos os deputados federais. A plataforma apela para que os usuários pressionem os parlamentares contra o projeto.
Um dos pontos mais delicados do PL para as plataformas de redes sociais é a possibilidade de que sejam penalizadas pela veiculação de notícias falsas, com multas que podem chegar a milhões de reais. Além disso, caso a proposta legislativa se torne lei, essas big techs terão de remunerar conteúdo jornalístico linkado nos seus serviços.
A investida do Telegram desta tarde repete a postura do Google. No dia 1º, véspera da votação da Câmara, a plataforma incluiu na sua página inicial de pesquisas um link que direcionava usuários para um artigo, assinado por Marcelo Lareda, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, repudiando o PL das Fake News. Na terça-feira passada, 2, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação.
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo reagiram às investidas das bigh techs. De um lado, a Secretaria Nacional do Consumidor notificou o Google para retirar o link da sua página inicial em duas horas, sob pena de multa. De outro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal ouça os presidentes da Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo, para que expliquem a suposta cruzada feita contra o PL.
O Telegram ficou de fora dessa primeira rodada de pressões. Recentemente, o aplicativo esteve na mira da Justiça e chegou ter uma ordem de suspensão de funcionamento assinada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes. Contudo, o Telegram reverteu o quadro na Justiça e continua operando normalmente.
Morte foi confirmada em comunicado nas redes sociais da cantora e seu marido, Roberto de Carvalho; velório será aberto ao público, nesta quarta (10), no Planetário do Parque Ibirapuera
Com Site Terra
A cantora Rita Lee morreu na segunda-feira, 8, em sua casa, localizada em São Paulo. A cantora de 75 anos lutava contra um câncer de pulmão, diagnosticado em 2021. O velório ocorrerá nesta quarta-feira, 10, no Planetário do Parque Ibirapuera, e será aberto ao público das 10h às 17h.
O anúncio da morte foi feito no perfil do Instagram da cantora nesta terça-feira, 9.
"Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou", diz comunicado.
Ainda segundo a publicação, o corpo de Rita Lee será cremado, como era o seu desejo, em uma cerimônia privada. "Nesse momento de profunda tristeza, a família agradece o carinho e o amor de todos."
Luta contra o câncer
A cantora, compositora, escritora e ativista lutava contra um câncer de pulmão diagnosticado em 2021. Em fevereiro, ela chegou a dar entrada no hospital por causa da doença, mas a família tranquilizou os fãs e disse que o tratamento era previsto.
No ano passado, a família de Rita Lee Jones de Carvalho comemorou a remissão do câncer de pulmão da cantora.
"A cura da minha mãe me emocionou pra car.... Melhor notícia de todos os tempos. Manteve a cabeça erguida, com vontade de lutar e encarou tudo com seu bom humor habitual, tanto que apelidou o tumor de 'Jair'. That's Rita", escreveu o filho Beto Lee.
Trajetória
Rita Lee é uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para quem, a partir de meados dos anos 1970, se interessava pelo rock, gênero pelo qual despontou no grupo Os Mutantes, e permanecendo de 1966 a 1972, lançando cinco discos com a banda.
Em 1967, a banda acompanhou o cantor Gilberto Gil na apresentação da música Domingo no Parque, que ficou em segundo lugar no III Festival da Música Popular Brasileira.
Em 1972, ela lançou Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida. Em seguida, lançou Atrás do Porto Tem Uma Cidade (1974) e o álbum Fruto Proibido (1975), em parceria com a banda Tutti Frutti, é visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima. Neste trabalho, Rita lançou clássicos como “Agora Só Falta Você”, "Esse Tal de Roque Enrow", "Ovelha Negra" entre outros.
Em 1976, a cantora começou um relacionamento amoroso com o guitarrista Roberto de Carvalho e desde então tem sido o parceiro da maioria de suas canções e a acompanhou em todas suas apresentações ao vivo. Tiveram três filhos, entre eles Beto Lee, também guitarrista, que acompanha os pais nos shows. Rita Lee também é vegana e defensora dos direitos dos animais.
Origem
Nascida na véspera do Ano Novo de 1947, em uma família de classe média paulistana, Rita é a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones (1904–1983), paulista descendente de imigrantes norte-americanos, e de Romilda Padula (1904-1986), filha de imigrantes italianos. Seus pais tinham outras duas filhas: Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones.
O "Lee" é um nome composto com que o pai quis registrar todas as filhas, em homenagem ao general Robert E. Lee, do exército confederado norte-americano.
Lee cresceu na cidade de São Paulo, no bairro da Vila Mariana. Teve aulas de piano durante a infância e suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Angela Maria, Tito Madi, João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos pais.
Foi na adolescência que Rita começou a se interessar por música, e junto de amigos, começou a se apresentar em pequenos grupos. Em seus 39 anos de carreira, Rita Lee gravou mais de 40 trabalhos, entre álbuns, álbuns ao vivo, singles e coletâneas.
Homenagens após a morte
Os filhos da cantora, João e Beto Lee, lamentaram a morte da mãe nas redes sociais. Na postagem do pai e companheiro de Rita Lee, Roberto de Carvalho, João afirmou estar "devastado".
"To sem chão. Arrasado. Devastado. Coração partido. Te amo pra sempre", escreveu o produtor musical. Já em seu perfil, o filho mais novo da cantora postou um vídeo dele e da mãe em sua infância.
Ele intitulou Rita como uma mulher “tão à frente do seu tempo”, “genial, talentosa, divertida”, e amada e admirada por tantas pessoas. Em seu texto emocionado, João também afirmou que a mãe é sua heroína, que foi uma honra ser seu filho.
Artistas e políticos fizeram homenagens para Rita Lee nas redes sociais. "Estou frangalhos. A maior nos deixa hoje. Ritinha, te amarei para todo o sempre! Meus sentimentos à família, aos amigos", escreveu a rockeira Pitty.
Ex-parlamentar do PDT do Rio estava internado antes da corrida eleitoral de 2022
Por Agência O Globo
Morreu nesta terça-feira (9) o ex-deputado David Miranda (PDT-RJ). A informação foi confirmada pelo marido do político, jornalista Glenn Greenwald.
Miranda estava internado desde agosto na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio, quando foi hospitalizado para tratar uma infecção gastrointestinal, e foi alvo de infecções sucessivas, em um quadro de septicemia.
Um mês após o diagnóstico, Miranda desistiu de disputar à reeleição para a Câmara dos Deputados. Segundo Greenwald, a decisão de desistir do pleito foi tomada em conjunto, entre amigos e parentes do parlamentar.
Em março, Greenwald, casado com Miranda, afirmou em um relato publicado em rede social que Miranda estava a maior parte do tempo acordado e conseguia conversar, apesar da traqueostomia que teve que fazer, mas ainda se mantinha ligado a uma máquina de ventilação mecânica.
Políticos lamentam
O presidente Lula (PT) lamentou a morte do político. "Meus sentimentos ao Glenn e familiares pela perda de David Miranda. Um jovem de trajetória extraordinária que partiu cedo demais", publicou o petista.
Políticos do PSOL, partido em que Miranda começou sua carreira política, e da esquerda, também repercutiram a morte, como o deputado federal Chico Alencar (RJ), o pastor Henrique Vieira, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali. O ex-deputado Jean Wyllys também fez uma publicação no Twitter lamentando a morte.
O prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD) afirmou que David Miranda era um deputado dedicado. O presidente do PDT Carlos Lupi, partido em que Miranda estava filiado desde o ano passado, ressaltando a "perda precoce" do político.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou em postagem que o pedetista "'tinha uma vivacidade que alegrava a política".
Prisão, luta por Snowden e pela causa LGBTQIA+
Criado pela tia, David Miranda morou na favela do Jacarezinho, até sair de casa, aos 15 anos. É órfão de mãe, desconhece o pai, tem quatro irmãos com quem perdeu o contato. Trabalhou como office boy, faxineiro, despachante e gerente de uma casa lotérica. Conheceu o jornalista Glenn Greenwald aos 19 anos, quando jogava futevôlei em frente à Rua Farme de Amoedo, em Ipanema. O americano viera ao Rio a turismo. Em uma semana, já estavam morando juntos.
O casal se mudou para os Estados Unidos em seguida, onde Miranda se formou jornalismo e se especializou em marketing.
Miranda se envolveu na campanha pelo asilo de Edward Snowden no Brasil, e trabalhou junto ao marido nas revelações sobre o o sistema de vigilância global da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). Em agosto de 2013, durante a escala de um voo em Londres, na Inglaterra, Miranda chegou a ser detido pelo governo britânico por conta do trabalho junto a Glenn. Ele foi interrogado durante nove horas no Aeroporto de Heathrow sob a lei antiterrorismo do país. À época, as autoridades britânicas alegaram que o ex-político estava envolvido com “terrorismo” quando foi detido tentando transportar documentos de Edward Snowden, segundo a polícia e documentos de inteligência.
No ano seguinte, já no Rio de Janeiro, Miranda se filiou ao PSOL, e em 2016 foi o primeiro vereador assumidamente gay a assumir uma cadeira na Câmara carioca, com 7.012 votos. O político era da mesma sigla da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
Em 2019, com a desistência de Jean Wyllys à cadeira de deputado federal, Miranda assumiu o posto em Brasília. Wyllys deixou o cargo ainda no primeiro mês após a eleição, após relatar sofrer ameaças de morte e decidir sair do Brasil. Em entrevista ao GLOBO na época, Miranda prometeu continuar legislando a favor das mesmas causas de Wyllys, que era forte defensor dos direitos das pessoas LGBT:
Eu acredito em uma coincidência do destino. Se eles (os opositores de Wyllys) acham que vão acabar com um LGBT, outro de nós vai assumir. Vou estar lá por todos os nossos companheiros que são tombados. Acho que, de alguma maneira, a saída dele e a minha chegada estão completamente relacionadas por essa semelhança, afirmou o político.
Em 2019, David Miranda foi eleito pela revista americana Time como um dos dez líderes da próxima geração. À publicação, o estreante em Brasília declarou estar "tremendo" antes de subir na tribuna. "Aquele lugar não foi construído para pessoas como nós", declarou.
Votação deve acontecer no Congresso Nacional
Por Agência Brasil
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho , disse nesta segunda-feira (8), em entrevista à Agência Brasil, que o governo pretende apresentar novas propostas para revisão da atual legislação trabalhista até o final deste semestre. A expectativa é de que, já no segundo semestre, essas propostas sejam encaminhadas para votação pelo Congresso Nacional.
As revisões, explicou o ministro, estão sendo discutidas em grupos de trabalho tripartites, com participação de governo, trabalhadores e empregadores. No próximo dia 23, por exemplo, lideranças empresariais e representantes dos trabalhadores estarão reunidos para estabelecer datas e prioridades dos grupos.
“Nessa reunião do dia 23 é que se vai tirar as metas de quanto tempo o grupo deseja para cumprir essa tarefa de construção dos textos para submeter ao Congresso. Mas ouço lideranças empresariais e de trabalhadores dizerem que é desejável que se conclua isso no primeiro semestre”, disse Marinho.
“Não é uma tarefa fácil, mas é a meta que eles estão colocando e com a qual estamos de pleno acordo”.
Segundo ele, o governo vem tentando ser apenas intermediário nessa comissão tripartite, deixando que as propostas sejam construídas pelas partes: “é um grupo tripartite, formado por empresários, trabalhadores e sob a coordenação do governo. O propósito do governo é mais de coordenar as partes, de provocar, para que as partes construam o entendimento. É evidente que o governo tem um posicionamento, mas desejamos que as partes construam esse entendimento porque seguramente isso será melhor para a tramitação no Congresso Nacional”
Na tarde de hoje, o ministro participou do 11.º Congresso Nacional dos Metalúrgicos e das Metalúrgicas da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT), que ocorre até a próxima quinta-feira (11) em um hotel em Guarulhos (SP). Com o tema Reconstruir o Brasil de Forma Sustentável e Humanizada com Trabalho Decente, Soberania, Renda e Direitos, o congresso pretende debater temas relacionados, principalmente, ao trabalho e à indústria.
Durante o evento, o ministro comentou a necessidade de se regular as plataformas de aplicativos no Brasil, tais como Uber, Ifood e 99.
“Fico me perguntando qual é o papel das novas tecnologias, com as inovações tecnológicas. É fundamental, é importante e é preciso que sempre se aprimore as novas tecnologias. Elas são muito bem-vindas. Mas imagino que quando falávamos de novas formas, novos mecanismos e novas tecnologias, era para criar melhores condições de vida para a população do mundo todo, que serviria para acabar com a fome e a miséria. E não que as novas tecnologias iriam servir para explorar ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras”, disse Marinho.
“O que as famosas plataformas estão fazendo no Brasil e no mundo é ir transformando os trabalhadores quase que em escravos dos algoritmos. Precisamos reagir para criar condições de que trabalhadores de plataformas sejam respeitados”, acrescentou ele, durante o evento.
Após discursar e responder dúvidas dos participantes, o ministro conversou com a reportagem da Agência Brasil. Ele voltou a falar sobre a regulamentação de aplicativos. Segundo ele, esse tema também vem sendo discutido em reuniões de trabalhadores e representantes dessas empresas e a ideia é que uma proposta seja construída também pelas partes.
“Acho mais difícil cumprir esse prazo [de apresentação da proposta] no primeiro semestre. Mas seria desejável. Isso vai depender também da maturidade das partes. Espero é que os empregadores venham para a mesa no propósito de construção”, disse Marinho. “É desejável que, o mais rápido possível, se construam essas propostas para que elas sejam submetidas ao Congresso, que dará a palavra final”, falou ele.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quinta-feira (4) um decreto para antecipar o pagamento do abono de fim de ano, chamado popularmente de 13º, para os beneficiários da Previdência Social. A medida vai afetar o benefício recebido por 30 milhões de brasileiros.
POR RENATO MACHADO
O pagamento para esses beneficiários será feito em duas parcelas, em maio e junho deste ano, segundo o calendário habitual de pagamentos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O decreto foi assinado pelo mandatário poucas horas antes de seu embarque para Londres, onde participa da cerimônia de coração de Charles 3º. O próprio mandatário anunciou a medida, em suas redes sociais.
"Boa notícia para os 30 milhões de segurados do INSS. Antecipamos o pagamento do abono anual", escreveu o presidente.
A antecipação do 13º para os beneficiários já vinha sendo feita anteriormente, em particular nos três últimos anos, durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O gasto total do governo federal com essa antecipação será R$ 62,6 bilhões. Recebem esse abono, chamado popularmente de 13º, segurados que tenham recebido neste ano aposentadoras, pensão por morte, auxílio por incapacidade temporária, auxílio acidente ou auxílio-reclusão.
Esse abono é normalmente pago no segundo semestre de cada ano, nos meses de agosto e novembro. O governo argumenta que a antecipação desses valores alcança beneficiários de todos os estados brasileiros e ainda espera que represente aumento de recursos circulando nos mercados locais.
Os dados do governo apontam que São Paulo é o estado que receberá o maior repasse para pagamento do abono, considerando esses dois meses, com R$ 17,7 bilhões. Aparece na sequência aparece Minas Gerais, com R$ 6,9 bilhões em repasses, e depois o Rio de Janeiro, com R$ 6 bilhões.