Mulher mais importante do Congresso, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que o presidente Jair Bolsonaro não dá ouvidos ao que dizem as ruas do país
Por iG Último
A presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senadora Simone Tebet (MDB-MS), primeira mulher a ocupar o cargo, afirmou na noite desta segunda-feira (9), durante a participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, que Bolsonaro “talvez não esteja percebendo que depois de um ano de governo, acaba a lua de mel”. A mulher mais importante do congresso fez críticas ao presidente no sentido de afirmar que ele está destinando atenção política às redes sociais e colocando em segundo plano o que as ruas dizem.
A senadora Simone Tebet , que também foi prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal, em dois mandatos, disse que há saídas possíveis e inteligente para o contexto de crise do país que estão sendo deixadas de lado por Bolsonaro . “O presidente da república vive em uma bolha virtual”, disse durante a entrevista. Por outro lado, Tebet afirmou não ver problemas nas decisões do presidente em gerir o país com militares ocupando cargos de destaque.
Em relação ao destino de Sergio Moro, a senadora do MDB acredita que ele vá para a liderança do Supremo Tribunal Federal (STF) como uma estratégia de governo, para deixar a reeleição de Bolsonaro livre de disputas da ala anti-corrupção.
A crise que o Ceará atravessou em relação à segurança pública devido aos motins realizados por Policiais Militares que reivindicavam melhores condições para a categoria, foi um dos assuntos abordados durante a entrevista. Para Tebet, não caberia aos policiais uma greve, muito menos o motim que ocorreu na região e fez mais de 20 mortos em 24 horas.
“A polícia no brasil hoje vive em uma situação precária. É uma remuneração injusta pelo sacrifício que esse policial e essa família dele passam. Eu jamais deslegitimaria o pleito dessas pessoas que estão reivindicando por melhores salários e condições. Mas há várias formas de reivindicar. Felizmente ou infelizmente a greve para a categoria é proibida pela Constituição”, esclareceu.
Tebet , que em 2014 foi eleita para o Senado, com 640 mil votos, ou 52%, sendo a candidata mais votada em 466 dos 474 municípios do Estado, vê com bons olhos as atitudes de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre diante da política nacional. “Eles têm o equilíbrio necessário ao Executivo no momento”. Ela também disse que agora não é momento para a “água ferver” e o que seria necessário nesse momento para evitar um agravamento na crise institucional que o Brasil atravessa é o diálogo.
Mulher no Senado
A senadora Simone Tebet disse que hoje não sofre mais preconceitos de gênero. O que aconteceu por muito tempo foram agressões verbais, discriminações veladas e psicológicas. “O fato de eu estar como primeira mulher na comissão mais importante e técnica do senado abre caminho para novos horizontes para as mulheres”.
A parlamentar disse, ainda que é necessário quebrar paradigmas como a maior parte das mulheres estarem concentradas em comissões que envolvem direitos humanos, enquanto os homens se encarregam das decisões econômicas.
Segundo o presidente, pelas evidências que tem — e que até o momento não apresentou nenhuma — ele teria vencido o pleito já no primeiro turno
Por Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, em Miami, que em breve apresentará evidências de que teria vencido as eleições de 2018 já no primeiro turno se não tivesse ocorrido algum tipo de fraude, em mais um movimento que põe em dúvida uma das instituições democráticas do país, a Justiça Eleitoral, em um ano de novo pleito, desta vez municipal, em outubro.
“Minha campanha, eu acredito que, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu tinha sido, eu fui eleito no primeiro turno, mas no meu entender teve fraude. E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar, porque nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, passível de manipulação e de fraudes.”, afirmou para uma plateia de apoiadores em Miami, em evento organizado por pastores brasileiros.
Até hoje, 17 meses depois das eleições, Bolsonaro não apresentou provas e evidências de que tenha sido vítimas de qualquer tipo de fraude. Por conta das suspeitas levantadas por ele, antes do segundo turno as urnas passaram por uma auditoria que comprovou sua segurança, mas seus apoiadores nas redes sociais ecoam ainda a ideia de que as urnas não são seguras.
Essa não é a primeira vez que o presidente questiona o resultado das urnas que deram a ele a vitória no segundo turno das eleições de 2018, com 57,8 milhões de votos válidos. Ainda durante a campanha eleitoral, um dos seus principais motes era questionar o funcionamento das urnas eletrônicas.
Logo depois do primeiro turno, o presidente gravou um vídeo afirmando que havia uma “possibilidade concreta” de perder as eleições para Fernando Haddad (PT) por fraude nas urnas eletrônicas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou depois a retirada do video das plataformas digitais.
Agora, o presidente voltou a dizer que poderia ter sido eleito no primeiro turno se não fosse uma fraude e que acredita ter tido muito mais votos do que foram computados no segundo turno.
“Eu acredito até que eu tive muito mais votos no segundo turno do que se poderia esperar, e ficaria bastante complicado uma fraude naquele momento”, afirmou.
Essa é mais uma disputa que Bolsonaro abre em poucas semanas, desqualificando críticos e opositores. Desde o início do ano, o presidente intensificou os ataques contra a imprensa, a quem acusa de mentir ao fazerem matérias críticas a seu governo e incentivou a participação nos protestos do dia 15 deste mês, que tem entre seus motes ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, os outros dois Poderes de Estado.
Lula vai à capital francesa, recebe título de cidadão honorário, torna-se cabo eleitoral da prefeita socialista Anne Hidalgo, mente sobre a sua história de corrupção e denigre a imagem da Justiça brasileira no exterior. Aqui e na França questiona-se a gastança de dinheiro público na viagem
Por Antonio Carlos Prado
O tradicional Hôtel de Ville, em sua arquitetura renascentista, é a sede de toda a administração municipal de Paris, incluindo a prefeitura e a câmara de vereadores. Já atravessa o seu sétimo século de existência (é de 1347 e teve uma ampla restauração em 1872), com a glória de ter diante de si a Place de l’Hôtel de Ville, palco de marcos históricos como, por exemplo, a Revolução Francesa e a libertação do país da ocupação nazista. Na semana passada, porém, ela, a praça, e ele, o deslumbrante edifício do hotel, verdadeiro monumento da humanidade, decaíram involuntariamente para a condição de tablado de inverdades proferidas pelo ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Responde por isso a prefeita parisiense, Anne Hidalgo: uma socialista, é claro, que convidou Lula a receber o título de cidadão honorário da cidade – honraria que ela lhe concedeu quando Lula ainda cumpria pena por corrupção na Superintência da Polícia Federal em Curitiba.
Acompanhado pela ex-presidente Dilma Rousseff, pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e por demais lideranças de movimentos radicais de esquerda, Lula recebeu a homenagem no salão nobre do Hôtel de Ville — foi ovacionado, até porque o local se lotara de correligionários de Anne. Lula desfiou, então, o rosário de sempre: de que se trata de um perseguido político, de que no Brasil teve a sua defesa cerceada, de que se “montou uma quadrilha” na Justiça para prendê-lo. Disse, ainda, que poderia ter fugido ou entrado em qualquer embaixada para escapar do encarceramento, mas que preferiu entregar-se à PF para demonstrar a sua inocência. Tudo bravata. Antes de ser preso, por inédita condescendência da nossa Justiça, Lula comandou um ato político na cidade paulista de São Bernardo do Campo, bebeu, berrou e só então foi levado pelos policiais. Sobre nada disso ele falou, apresentou-se como o pai dos pobres brasileiros e defensor dos direitos humanos – dois dos motivos com os quais Anne Hidalgo justificou a homenagem. Como ela poderia dizer que a sua verdadeira intenção era fazer do ex-presidiário um de seus cabos eleitorais?
A MISTURA DO NADA Dilma, Coquerel, Lula, Mélenchon e Haddad: falas radicais e ideias deslocadas da contemporaneidade do mundo (Crédito:Divulgação)
A prefeita não disse, mas o fez. Em seu rodopio parisiense, Lula compareceu na noite da própria segunda-feira 2 a outro evento, e aí a coisa começou a complicar. O tom austero, do Hôtel de Ville, agora tornou-se um tom panfletário e de comício de apoio à companheira francesa socialista, que está a menos de duas semanas de tentar a sua reeleição. Vereadoras como Marie-Lavre Harel (integra o mesmo partido do presidente Emmanuel Macron) e Olga Johnson (membro do movimento radical da esquerda) cobraram Anne: “Essa mistura de homenagem e comício nos leva a duvidar do bom uso dos recursos financeiros da cidade”. Falando nisso, também a nós vem similar questionamento: a verba à qual ex-presidentes têm direito no Brasil é dinheiro público, e difícil crer que ela não esteja ajudando na viagem. Ou tudo correu por conta do PT e de Anne? Os franceses se indignaram, assim, com o fato de o evento do Hôtel de Ville ter servido de porta de entrada para discursos de campanha no Théâtre du Gymnase Marie Bell. E não é para menos: no Brasil, Lula é o cidadão que mais teve irrestrito direito à ampla defesa e amparo no devido processo legal, mas, por onde rodopiou em Paris, insistiu em sua inôcencia, apesar de ser dono de sentença criminal condenatória em duplo grau de jurisdição.
A absurda defesa de Morales
Nas andanças, de ex-presidente para ex-presidente, Lula encontrou-se François Hollande. Mais: esteve com o deputado Eric Coquerel e o líder do grupo França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que o visitou na cadeia em Curitiba. Falou de sua falsa inocência (óbvio) e sobre problemas ambientais. No domingo 1, vinte e quatro horas antes de receber o título, o jornal suíço “Le Temps” publicou uma entrevista com o ex-presidente sob a manchete “A Genève, Lula vient dire ses vérités”. Entre outros absurdos, Lula afirmou à publicação que o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, caiu por força das elites – pura demagocia, Morales caiu porque fraudava uma eleição atrás da outra para manter-se no poder, e quem o tirou foi o povo. O ex-presidente deve chegar a Genebra na sexta-feira 6, onde se reunirá com lideranças do Conselho Mundial de Igrejas – e, obviamente, dirá que é inocente. Depois viajará à Alemanha. Se somente a sua ida a Paris levantou questionamentos sobre a torração de dinheiro público, de lá e daqui, tornam-se ainda mais fortes as dúvidas e suspeitas de que toda essa festa está sendo patrocinada por nós. Em tempo: Lula está difamando a imagem da nossa Justiça no exterior. Quem lhe deu esse direito?
O presidente da República voltou a desafiar o Legislativo e o Judiciário neste sábado, antes de embarcar para Florida onde teve jantar de negócios do presidente dos Estados Unidos Donald Trump (veja vídeo)
Por Redação
A nova declaração dada pelo presidente Jair Bolsonaro sobre os atos do dia 15 de março, convocado por apoiadores do ex-capitão contra o Congresso Nacional e o Pode Judiciário, incomodou a cúpula da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Daniel Carvalho, Julia Chaib e Bernardo Caram, da Folha de S. Paulo, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, e do STF, Dias Toffoli, demonstraram irritação a pessoas próximas após a convocação feita pelo presidente em discurso feito durante evento em Boa Vista (RR).
Alcolumbre e Toffoli teriam conversado sobre o assunto e prometido uma declaração mais dura dos dois poderes contra o gesto de confrontamento do chefe do Executivo.
15 de março
“Não é fácil. Já levei facada no pescoço dentro do meu gabinete. No dia 15 agora tem um movimento de rua espontâneo”, foi o que disse Bolsonaro a apoiadores
Presidente @jairbolsonaro se pronunciou agora pouco em Roraima sobre as manifestações de 15 DE MARÇO. Assista. pic.twitter.com/bFuYZrZmZo
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) March 7, 2020
Apesar de dizer que o ato não é contra os demais poderes, diversos panfletos circularem com esse teor. “Participem. Não é um movimento contra o congresso, contra o Judiciário, é pró-Brasil”, declarou.
"O Brasil realmente está fazendo as coisas bem, deu uma virada", disse Donald Trump ao receber o presidentejair Bolsonaro. O encontro acontece em Palm Beach, na Florida. #BrasilNosEUA
Aos seis dias do mês de março de 2020
Por Edson Rodrigues
O Palácio Araguaia está costurando uma engrenagem política com a intenção de unir as oposições ao prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, com a indicação do ex-deputado federal e vice-presidente estadual do PP, Lázaro Botelho, como candidato a prefeito em outubro próximo. Dimas, além de presidente estadual do Podemos e pré-candidato ao governo do Estado em 2022, trabalha para eleger seu sucessor na cidade, Wagner Rodrigues.
Nesta quinta-feira (5), houve várias reuniões tanto em Palmas, no Palácio Araguia, quanto em Araguaína para tratar da sucessão na cidade. A idéia é que Lázaro Botelho se una a César Halum, já que os dois foram campeões em liberação de emendas impositivas para Araguaína no governo de Ronaldo Dimas e mostrar que a gestão de Dimas só ocorreu de forma tranqüila porque contou com uma oposição consciente e preocupada com o bem da população.
ACABOU O CONFORTO
Essa “união” entre Botelho e Halum é, sim, capaz de tirar o prefeito Ronaldo Dimas de sua zona de conforto, e acende uma luz amarela de alerta em suas pretensões políticas – locais e estaduais – pois mostra que a oposição está se mobilizando e se organizando para enfrentá-lo de igual para igual nas urnas, nos dois “outubros” – o de 2020 e o de 2022.
MOVIMENTO INTELIGENTE
Fazer oposição ou se unir com o único objetivo de tomar o poder de alguém nunca é salutar. Mas fazê-lo de forma consciente, planejada e com propostas que tragam melhorias para a população, transforma-se em um movimento inteligente no tabuleiro sucessório, pois, todos os que se apresentam com projetos e propostas palpáveis, são percebidos, avaliados e bem cotados junto á população como opção de voto.
Araguaína precisa de um grande programa de geração de empregos. São quase 12 mil famílias, segundo o site da Transparência da Procuradoria Geral da União, vivendo na cidade apenas com o Bolsa Família, o que representa quase 10% da população do município.
TAREFA DE CASA
No Tocantins, são 109 mil famílias dependentes do Bolsa Família, cerca de 500 mil pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Diminuir essa dependência passa a ser a “tarefa de casa” para todos os pré-candidatos. Os novos administradores a serem eleitos em outubro próximo precisam ter esses índices na ponta da língua, assim como o que pretendem fazer para melhorá-los, capacidade e responsabilidade comprovadas para fazer a economia crescer e aumentar a geração de emprego e renda, principalmente aquele que vai administrar Araguaína, a segunda maior cidade do Tocantins.
Em breve O Paralelo 13 irá publicar nova matéria sobre a sucessão em Araguaína, mostrando mais lances de bastidores e toda a movimentação e articulações das oposições e da situação na disputa pela vaga que será aberta por Ronaldo Dimas.